O presente artigo aponta para a reflexão do gênero feminino no romance de maturidade de Machado de Assis, Dom Casmurro. De início é interessante destacar a Revolução Francesa como mola precursora para se repensar o papel da mulher no século XIX. A mulher sempre foi objeto de fascínio, admiração, exaltação, sedução e desejo, ora deixava-se revelar ora mantinha-se recatada, isso tanto na ficção como na realidade, entretanto, a sedução feminina nem sempre foi vista como algo que precisava ser revelado, mas sim, reprimido. No século XIX, as mulheres tinham seu papel bem delimitado na sociedade, sua sensualidade era motivo de adestramento masculino, o que antes fascinava, envolvia e manipulava o homem, agora devia ser controlado e relegado à imoralidade. Dentro dessa perspectiva, analisaremos a personagem Capitu, criada com intenções específicas, concentra em si a dissimulação e críticas sociais que o autor abordava. Capitu foi a grande polêmica Machadiana, criada fora dos padrões da época, insistiu em usar sua sensualidade e inteligência para libertação de si mesma e do homem que amava, sendo mais tarde excluída e abandonada por não submeter-se as regras sociais vigentes na época.