A poesia explora pontos totalmente linguísticos e isso inclui imagens e códigos , movimentos e sons ,estes elementos ficam disponíveis  para formar algo não comum, dentro de uma página, um vídeo ou uma música. A poesia é um ato de transferir as palavras, dando-lhes um sentido figurado, que se funda na relação de semelhança, o mundo se relaciona através das associações por montagem vinda de um processo de leitura instaurado. Haroldo e augusto Campos ,Décio Pignatari,Ferreira Gullar e outros ,após o nascimento do concretismo seguiram outros caminhos e propostas ,aderiram ao  poema-processo,ao poema-práxis,ao  novo concretismo ,que revelou um caráter multi-associativo,na década de XX, apareceu os videoclipes ,a poesia hipertextual ,a poesia Inter signos e outros.Todas estas tinham como o desejo libertar a poesia da simples página.

       O ‘‘poema semiótico’’,congrega todas as experiências extravagantes das palavras, ultrapassa a página ,segue a sua inquietação e se desdobra em novas propostas .As novas possibilidades surgiam e se ligavam a delimitações temporais trazendo indícios de que a arte passa a exigir um novo olhar que não era mais indeterminado e inconsistente, era rico. A poesia passou a aderir na pós-modernidade questionamentos da própria história, discurso sequencial ,filosofia metafísica. A totalização e a universalidade revelavam um propósito voltaod para questionamentos da pós-modernidade .

        Dizer que o objetivo da crítica literária marxista é compreender as condições históricas da criação literária, remete à investigação sobre como uma determinada obra reflete ou ultrapassa as características da situação histórica do poeta. A crítica marxista faz parte de um conjunto mais amplo de análises teóricas que tem como objetivo entender ideologias ,os homens vivem e concebem a sociedade em diversas épocas e isso a fundo leva o poeta a refletir e transcrever para o papel aspectos relacionados com este homem social ou anti- social, sofredor ,trabalhador. Num grau mais avançado, deve-se reconhecer que a crítica marxista busca na literatura aquilo que ela é capaz de revelar da realidade, somente ela pode revelar e algumas dessas ideias, valores e sentimentos só se tornam disponíveis a nós na literatura. É insubstituível esse reconhecimento sobre a contribuição da literatura para o conhecimento da realidade, a porta que a literatura abre na consciência social não pode ser aberta por outra forma de conhecimento ,somente através da realidade social, a literatura  encontra sua chave ideal de compreensão na leitura que a enfrente com o instrumental crítico materialista.

        Arnaldo Antunes fez um poema declarando algo sobre o sujeito, o homem que finda, que se declara através do predicado e esse mesmo homem é tratado como qualquer coisa, um sujeito sozinho, este sujeito se descobre e percebe como alguém que tem angústias, insucessos, realizações. A arte, a escrita passam por uma larga discussão cultural e agitada, os sistemas se desestabilizam e os discurso foram colocados sob suspeita, a literatura contemporânea se recusou a deixa definir pelos meios tradicionais da crítica, pelas suas noções de gênero, pela unidade  e por relações extraliterárias. A própria função simbólica da literatura contemporânea revela uma forma consistente e mais determinada.

        O signo se expandiu na pós-modernidade, a dispersão do símbolo conduziu a literatura a uma ideia de infinito, sustentada por Maurice Blanchot. A literatura tornou-se imprevisível ,assim o paradigma foi quebrado, ocorreu uma mudança  que conduziu ao estranhamento ,ao sentido do novo, do limpo e livre. As rupturas ocorreram e as abordagens da obra literária passaram por uma mudança de paradigma, a arte em geral, levou a uma revolução no conceito do objetivo da arte, os limites entre a ficção e realidade deixou uma marca de movimentos e durações efêmeras, o corpo foi usado como objeto artístico, o alargamento dos próprios conceitos artísticos e a não –arte contribuem para o adéia de estranhamento da arte contemporânea. Na literatura , o significante  constitui-se no próprio sentido ao invés de ser utilizado como instrumento para veiculação de um sentido. A forma que se espera da palavra atesta para provocar o efeito poético, alterando convenções ,a poesia só  precisa ser e provocar efeito.

       Assim, a poesia lança a si um novo olhar ,as recepção e os instrumentos da crítica não precisam ser desfeitos, mas colocados em uma nova posição revitalizando a poesia ao ponto de ver o mundo através de uma nova forma.