UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA

CENTRO DE FILOSOFIA, LETRAS E EDUCAÇÃO - CENFLE

CURSO DE LETRAS - HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

SILVA, José Leonardo Moura da1
ARAÚJO, Francisco Francilei Bezerra de2

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento perante às mudanças formais, no plano do desenvolvimento históricogramatical da nossa língua materna e a comparação diacrônica da mesma em relação aos processos de evolução externos e internos justificam a razão fundamental ,na qual desenvolvemos a presente pesquisa. Toda língua em qualquer que seja seu contexto, histórico, social e/ou político, é constituída basicamente de fatores extrínsecos e intrínsecos (desenvolvimento gramatical da língua), que a caracterizam como singular e a definem valorosamente dentro de uma determinada sociedade onde realizam-se mental e perceptivelmente em todos os falantes nativos. Estes fatores, sejam fonéticos (tipos de som pertencentes a determinados grupos de falantes), morfológicos ( organização dos morfemas nas palavras com suas construções e flexões), sintáticos (organização lógica do locutor), ou semânticos (atribuições significativas),estão presentes em todos os dialetos do planeta. Sendo assim, para as construções do português, não poderiam ser diferentes. A formação estrutural, morfológica, fonológica e sintática, e a diacronia da língua portuguesa estão ligadas ao domínio do Império Romano; a língua do povo dominador -o latim clássico- se impôs a quase todas as regiões da Europa apresentando-se em duas modalidades: o Latim Gramatical, cultuado pela classe escolarizada de Roma e o Vulgar. Esta modalidade era apenas falada. Devido ao escasso número de evidências escritas, as conclusões pressupõem consideravelmente a hipótese. Porém, não podemos desconsiderar a segunda alternativa, já que a esta deve-se o aparecimento do português arcaico. Ao longo da Idade Medieval, várias línguas se formaram com a mistura de substratos3 já existentes nas regiões. Na Península Ibérica ,tínhamos o catalão, língua de cultura da região da Catalunha, Espanha, o castelhano e o galego-português no Condado portucalense e Galiza. Mais tarde, a influência dos falantes do sul seria mais preponderante, separando o galego e o português atual. Este trabalho está voltado principalmente para o estudo da importância do conhecimento das mudanças estruturais morfológicas ocorridas com o português, pois aqui configura-se uma maneira de analisá-lo e explicá-lo através da diacronia em seu processo de formação. Pressupomos que a tarefa é árdua, pois os percalços que envolvem a pesquisa são muitos e as fontes possíveis de confiança para o presente estudo são difíceis. Por isso iniciamos nossas argumentações partindo da ideia de que o levantamento de hipóteses e a tentativa de explicação comparativa ainda sejam as melhores maneiras para o desenvolvimento positivo dos argumentos. 3 Segundo Jean Dubois em seu Dicionário de Linguística: designa toda língua falada que, numa região determinada, por várias razões, foi substituída por outra, cumprindo tomar em consideração a influência que a língua anterior pode ter sobre a língua que a sucede. 6 As línguas estão em constante processo de mudanças. Através dos dados, este trabalho tem por objetivo analisar a teoria dos metaplasmos aplicados à língua portuguesa em sua fase inicial. Pois o processo de formação da língua não para, os acontecimentos continuam atuando e modificando-se conforme o decorrer do tempo. A partir da segunda seção, procuraremos diferenciar sistematicamente história externa e interna. Traçamos através dos estudos de Coutinho (1967) e do professor Melo (1967), os parâmetros pelos quais nos foram legados essas estruturas. Seguiremos com as temáticas de construção da língua, na discussão a respeito dos metaplasmos.