RESUMO

As mudanças ocorridas nas demonstrações financeiras por conta da Lei 11.638 de 2007 estão sendo implantas e acompanhadas a todo o tempo, os principais interessados sabem como implantar, analisar e proceder, porém pouco se sabe e se fala sobre como e quando surgiu todo o processo que resultou na internacionalização dessas informações, uma batalha que teve início após a crise de 1929, na busca de facilitar as relações comercias, econômicas e sociais entre os países. Assim, e pensando em futuros acontecimentos, iniciou-se uma busca do entendimento sobre as informações contábeis entre os países. Com o surgimento das (International Financial Reporting Standards) IFRS foram criados comitês que cuidam, revisão e emitem normas e pronunciamentos com o intuito de facilitar e organizar essa implantação e que vem facilitando a harmonização das informações contábeis entre os países. Em vista do exposto, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da introdução das IFRS na contabilidade brasileira e as vantagens que esta medida trouxe para as informações prestadas. Para tanto foi utilizado o método dedutivo, e a pesquisa bibliográfica de grandes conhecedores e estudiosos da área, por meio de internet e livros. Os resultados demonstraram que a implantação deste conjunto de medidas trouxe maior comparabilidade internacional para a contabilidade brasileira ampliando os horizontes de negócios e, em consequência ampliando as possibilidades de crescimento econômico.

Palavras-chave: Harmonização, IFRS, Surgimento, Adoção, implantação.

ABSTRACT

The changes in the financial statements due to the Law 11.638 of 2007 are being implantas and accompanied at all times, key stakeholders know how to implement, analyze and conduct, but little is known and talk about how and when the process appeared to resulted in the internationalization of such information, a battle that began after the 1929 crisis, seeking to facilitate the commercial, economic and social relations between the countries. Therefore, and considering future events, began a search for understanding the accounting information between countries. With the emergence of the (International Financial Reporting Standards) IFRS committees who care, review and issue rules and guidelines in order to facilitate and organize this deployment and that is facilitating the harmonization of financial reporting among countries were created. Given the above, the purpose of the present study was to analyze the effects of the introduction of IFRS accounting in Brazil and the advantages that this measure brought to the information provided. For both the deductive method, and the literature of connoisseurs and scholars in the field, through internet and books were used. The results showed that the implementation of this package brought greater international comparability to Brazilian accounting expanding the horizons of business and therefore increasing the chances of economic growth.

Keywords: Harmonization, IFRS, Emergence, Adoption, implementation.

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

Toda mudança gera um processo de questionamento sobre seu sucesso, sobre sua real necessidade, como agir em caso de problemas, dentre outros diversos fatores que causam todas essas questões. Com a gestão financeira das empresas não é diferente, muitas mudanças vem do ambiente externo a organização, principalmente de mudanças nas leis ou regulamentações as quais as empresas estão expostas. Foi uma mudança trazida pela lei 11.638, sancionada no final do ano de 2007 que “assustou” os gestores e contadores das empresas que ao tomar conhecimento desta lei, começaram a conhecer a necessidade de normatizar e padronizar suas informações financeiras de acordo com o padrão internacional.

A principal ferramenta utilizada por maior parte dos países no mundo são os IFRS, sigla que em inglês quer dizer International Financial Reporting Standards e traduzido para o português Normas e Padrões Internacionais de Contabilidade. A IFRS já virou motivo de estudo para melhor adaptação de suas normas pelas empresas que passaram a ser obrigadas a fazer demonstrações financeiras atendendo tais normas.

O procedimento de convergência ou harmonização é um dos grandes desafios para a ciência e para os estudiosos em contabilidade. A ciência contábil vem se tornando cada vez mais conhecida como linguagem universal de negócios e a única capaz de interpretar, de forma homogênea os fenômenos econômicos envolvidos.

Além do motivo da necessidade da padronização das atividades contábeis para uma melhor adequação à globalização, se analisada mais profundamente a história poderá se ver que desde a Crise na Bolsa de Nova York em 1929 a necessidade de parametrizar as informações contábeis, para isto foram reunidos estudiosos para acharem a melhor forma de fazer isto.

Com o CPC 37 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) a parametrização do padrão internacional se tornou obrigatório em território nacional a partir de 2010 para todas as entidades, independentemente de sua forma de constituição ou porte.

A monitoração do uso correto do IFRS é feita pelo IASB (International Accounting Standards Board) que além de conferir se as normas estão sendo seguidas corretamente, tem a preocupação com as possíveis consequências com os ajustes retrospectivos.

O (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) CPC37 foi o pronunciamento com o intuito de garantir que as primeiras demonstrações contábeis contenham informações de alta qualidade, pois assim facilitaria os negócios e transações internacionais entre empresas (clientes, fornecedores), colocação de ações e títulos em praças de diversos países. As demonstrações financeiras (balanço patrimonial, demonstração de resultado, demonstração dos fluxos de caixa, informações por segmento de negócio e as notas e as divulgações) podem até serem parecidas em diversos países, porém apresentam diferenças decorrentes de fatores muitas vezes econômicos, legais e sociais, sendo assim foi apresentada uma diversidade de definições para os principais componentes de uma demonstração como:

  • Ativos;
  • Passivos;
  • Patrimônio Líquido;
  • Receitas;
  • Despesas.

Na necessidade que se via em harmonizar as informações financeiras e com foco nas demonstrações contábeis, pois têm a intenção de ajudar a decidir quando comprar mantiver ou vender um investimento em ações, avaliar a administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas, avaliar a capacidade da entidade de cumprir obrigações em relação aos empregados, determinar políticas tributárias, avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade, determinar a distribuição de lucros e dividendos, preparar e usar estatísticas da renda nacional, regulamentar as atividades das entidades, demonstrações estas que as exigências de governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais não podem interferir nas demonstrações financeiras, uma vez que são baseadas na estrutura conceitual contábil.

Em vista do exposto, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da introdução das IFRS na contabilidade brasileira e as vantagens que esta medida trouxe para as informações prestadas.

 

 

  1. 2.     CONTEXTO HISTÓRICO COM A GRANDE CRISE DE 1929

 

A causa da grande crise de 1929 teve início no início da década de 20, quando houve um grande crescimento do mercado de ações no país, com grande parte dos americanos investindo desenfreadamente na bolsa, com uma crença inabalável de que sempre elas se manteriam em alta. Com essa visão, vários cidadãos comuns hipotecavam suas casas para comprar ações na bolsa. Além disto, as empresas norte-americanas investiam além da conta para manter seu mercado interno e atender o mercado europeu que após a 1º guerra era seu principal credor.

No ano de 1929, a economia dos EUA começava a dar  sinais do erro no seu direcionamento, entrando em recessão e a falência de algumas empresas. Em outubro deste ano, diante deste cenário de falência da economia, os preços das ações despencaram levando assim a Bolsa de Nova York a quebra e consigo diversas pessoas que apostaram de forma equivocada no mercado de ações.

Devido a crise, o Brasil que era o principal e maior exportador de café para os EUA acabou vivenciando grandes impactos, tendo em vista que os Americanos estavam preocupados com a situação em que o seu país se encontrava, a partir de então decidiram parar de comprar o café brasileiro, Isso tudo fez com que culminasse na queda do atual governador Washington Luis em 1930 e a ascensão de Getúlio Vargas ao poder.

Com o intuito de poder cumprir os compromissos, as entidades bancárias norte-americanas pararam de abrir novas linhas de créditos para os países estrangeiros e começaram a busca pelos investimentos que já tinham fora do país. Capital esse, que grande parte das vezes, encontrava-se indisponível por ter sido reinvestido a logo prazo. Abismava- se a grande quantidade de falências no mercado ocasionadas pela crise na qual o país passava. Muitas dessas falências causadas por quebras de diversos Bancos onde as empresas realizavam seus depósitos em conta corrente.

Este período de recessão econômica causou o crescimento das taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto em vários países, reduções drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de atividade econômica, em diversos países no mundo. O desemprego mundial, que era avaliado em 10 milhões em 1929, alcançou o índice de 30 milhões em 1932.

Na tentativa de amenizar o problema, vários países da América latina tiveram que tomar medidas drásticas como a destruição de estoques agrícola que para que os preços fossem mantidos. Tornando o mercado internacional uma verdadeira bagunça.

Para a Contabilidade, esse fato foi importante, uma vez que a profissão contábil foi criticada pela falta de uniformidade das práticas contábeis, que propiciavam a adoção de procedimentos flexíveis, e por vezes contraditórios no mesmo setor empresarial. (NIYAMA, 2008, pág 59)

Foi a partir da Grande Depressão de 1929 e seus desdobramentos que foi vista pela primeira vez a necessidade de uma parametrização das normas e instruções contábeis, afim de tornar essa área mais uniforme no mundo e desta forma ter também uma forma uniforme de solução de problemas.

 

 

2.1.ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA

 

Nos EUA foi criado dentro do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (Institute of Certified Public Accountants – AICPA), Organização Nacional Profissional de Contadores Públicos Certificados (CPA), fundada em 1887, hoje com cerca de 386.000 membros em 128 países, atuando nos negócios e na indústria, na prática pública, no governo, na educação, com afiliados e associados estudantes internacionais (Estabelece normas éticas para a profissão e as normas de auditoria de empresas privadas, organizações sem fins lucrativos, federais, estaduais e governos no EUA), uma área voltada para o preparo de “normas contábeis” o APB (Accounting Principles Board). Em meados dos anos 70 surgiram seus pronunciamentos que constituíram a parte mais representativa dos chamados Princípios Contábil Geralmente aceita nos Estados Unidos (USGenerally Accepted Accountanting Principles) GAAP. Por volta de 1973, foi substituído por uma entidade sem fins lucrativos, que assumiu desde então a tarefa de emitir normas a Junta de Normas de Contabilidade Financeira (Financial Accountanting Standards Board) FASB.

Contudo no começo da década de 70, foi visto a necessidade de normas que atendessem uma maior parcela de países e não apenas a realidade dos EUA, pois existiam diferenças internacionais como a normas e princípios, as Leis estabelecidas por cada País, os aspectos econômicos e financeiros vivenciados por cada País, expectativas e interesses comerciais (importação e exportação), o valor diferenciado de cada moeda (câmbio), a globalização da economia, investimentos e financiamentos a nível internacional.

Por isso em 1972, durante o 10º congresso mundial dos contadores foi a 1ª vez que foi sugerida a criação de um comitê para pronunciamentos contábeis internacionais, sendo a partir deste congresso que começou a ser concebida a ideia de unificação das normas contábeis.

Enfim em 1973 foi criado em Londres o comitê de pronunciamentos contábeis internacionais, chamado IASC (International Accounting Standards Committee), que teve como criadores os organismos de contabilidade de 10 países: Alemanha, Austrália, Canadá, EUA, França, Irlanda, Japão, México, Holanda e Reino Unido. Segundo a SGS Auditores, o IASC foi criado com a finalidade de criar e divulgar de forma completamente independente novas normas que possam ser aceitas no mundo inteiro.

O IASC foi criado como uma fundação independente sem fins lucrativos e com recursos próprios procedentes das contribuições de vários organismos internacionais assim como das principais firmas de auditoria. Os primeiros pronunciamentos contábeis publicados pela IASC foram chamados de International Accounting Standard (IAS). Numerosas normas IAS ainda estão vigentes atualmente, a pesar de terem sofrido alterações ao longo do tempo. (SGS Auditores, http://www.sgsauditores.com.br/tendencias_irfs_historico_criacao.php)

Em 1997 o IASC criou um comitê técnico dentro de sua estrutura que respondia pelas publicações de interpretações, o SIC (Standing Interpretations Committee), que tinha como principal objetivo responder as dúvidas de interpretações dos seus usuários.

A principal mudança sofrida pelo IASC ocorreu em 2001, quando no dia 1 de abril deste ano foi criado o IASB (International Accounting standards Board) que veio para assumir toda as responsabilidades técnicas de seu antecessor. Sua criação teve como objetivo “melhorar a estrutura técnica de formulação e validação dos novos pronunciamentos internacionais a serem emitidas”. (SGS Auditores, http://www.sgsauditores.com.br/tendencias_irfs_historico_criacao.php)

As normas originais, emitidas pela IASC, eram chamadas de IAS (International Accounting Standards), substituída pelas IRFS (International Financial Reporting Standards), que são considerados os novos padrões de normas internacionais de contabilidade. Segundo a Price Waterhouse Coopers (2010, p.7) “a movimentação global para a adoção do IFRS iniciou somente depois do escândalo da Enron, em 2002, com a constatação de que uma norma baseada em princípios seria mais fiel à realidade econômica de transações do que normas baseadas em regras rígidas”.

Com relação à mudança no nome das normas a SGS Auditores (http://www.sgsauditores.com.br/tendencias_irfs_historico_criacao.php) nos diz o seguinte:

O novo nome que foi escolhido pelo IASB demostrou a vontade do comitê de transformar progressivamente os pronunciamentos contábeis anteriores em novos padrões internacionalmente aceites de reporte financeiro com o fim de responder as expectativas crescentes dos usuários da informação financeira (analistas, investidores, instituições etc.). Dentre todos, o sistema alemão e canadense foram considerados os mais adequados, enquanto os sistemas inglês e americano como os que mais necessitam de adaptações.

No fim do mesmo ano, 2001, houve também uma mudança no nome do SIC (Standing Interpretations Committee) para IFRIC (International Financial Reporting Interpretations Committee), que a partir de 2002 passou a ser responsável pela publicação de todas as interpretações sobre as IFRS.

Em 2004, dentre as varias IAS/IFRS publicadas pelo IFRIC, destacam-se a norma IFRS 1, que define  os princípios a serem respeitados  pelas empresas durante todo processo de conversão as IFRS e as primeiras demonstrações contábeis com as normas da IFRS. Em 2005 todas empresas da Europa de capital aberto passaram a utilizar as normas da IFRS para publicarem suas demonstrações financeiras. O prazo para adaptação de empresas de capital aberto e as de capital fechado de médio e grande porte se encerrou no dia 31 de dezembro de 2008 e partir desta data os bancos puderam passar a exigir as demonstrações de acordo com as IFRS.

As (International Financial Reporting Standards) IFRS tem a proposta de ser mais clara possível para todos os países, com o lema de facilitar qualquer tipo de transação, relação e parceria entre entidades de diversos países. Entre tantas vantagens que se vê em internacionalizar as informações contábeis, existe o lado de desvantagem na visão dos empresários, como a facilidade para o crescimento da fiscalização de tributos, fazendo com que sejam investidos em transparência e governança corporativa, porém o principal empecilho argumentado por empresários e gestores são os custos gerados para o treinamento e especialização dos profissionais, estes que em muitos casos possuem um trabalho mecânico, precisam a cima de tudo entender cada passo da adoção, já que com a padronização será facilitado para que os órgãos reguladores possam fiscalizar e analisar as demonstrações.

 

2.2.ESTRUTURA

Segundo a SGS Auditores (http://www.sgsauditores.com.br/tendencias_irfs_historico_criacao.php) o conjunto de normas e interpretações composto por IFRS, IAS, IFRIC e SIC forma o que se conhece por Normas Internacionais de Contabilidade, abaixo descriminam-se:

è IFRS (International Financial Reporting Standard): São os pronunciamentos emitidos pelo IASB(Internacional Accounting Standards Board), eles são, portanto os mais recentes.

è IAS (International Accounting Standard): São os primeiros pronunciamentos emitidos pelo IASC (International Accountanting Standards Committee).

è  IFRIC (International Financial Reporting Interpretations Committee): Elas são as interpretações mais recentes

è SIC (Standing Interpretations Committee): São apenas interpretações

è Framework: Não é oficialmente um pronunciamento técnico.

è US GAAP: São aberturas contábeis em regra aceitos pelos EUA. Incorporam convenções, regras e procedimentos para definição de práticas contábeis aceitas, não se limitando a serem guias de aplicação comum mais partindo para o detalhamento, por ordem de importância são:

FASB – Statement of Financial Accounting Standards (FAS)

FASB – Interpretations (FASIs)

APB – Opinions

AICPA – Accounting Research Bulletins (ARBs) e Releases of the SEC 7 (Regulation S-X, Accounting Series Release (ASRs) e Financial Reporting Releases (FRRs).

 

  1. 3.    HARMONIZAÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE.

 

A harmonização tem como objetivo principal atingir um grau satisfatório de confiabilidade junto ao público externo, dando maior transparência e seguranças às informações.  No Brasil – a Lei as Sociedades por Ações – Lei Nº 11.638/07 abriu definitivamente a entrada para a convergência aos padrões internacionais, colaborando ainda com uma sequência de evento, como o Plano de Contas Referencial, elaborado pela equipe técnica de Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), com o objetivo de uniformizar as informações contábeis das empresas que efetuarão a Escrituração Contábil Digital (ECD).

Os princípios são revestidos de universalidade e generalidade, caracterizados pelos conhecimentos científicos, justamente com a certeza, o método e a busca das causas; já as normas dirigem a ação, são proposições com carga de ordem comando, leis que se não forem obedecidas levam risco ao comportamento.  O (Conselho Federal de Contabilidade) CFC, órgão fiscalizador, através de sua resolução de nº 750/93, regula o conceito a ser reconhecido e adotado.

Norma Contábil: uma regra de contabilidade; preceito a respeito de fatos patrimoniais; modelo ou exemplo de um procedimento em escrituração ou em pesquisas de contabilidade; maneira de proceder contabilidade. As normas contábeis não devem ser confundidas com as Leis Contábeis. Filosoficamente existe uma diferença bem nítida entre esses conceitos. Várias entidades impõem suas Normas Contábeis, feitas ao sabor das comissões de profissionais designados para tal fim. (SÁ, 1995, p. 328)

No processo de harmonização, as ações da (Comissão de Valores Imobiliários) CVM estão voltadas para seus atos normativos, que tratam de procedimentos, de forma a aproximá-los o mais possível das normas internacionais e na mais recente revisão da Lei Nº 11638/07. Segundo Marchesini (2008) as Normas Contábeis dos (International Financial Reporting Standards) IFRS são interessantes para o Brasil e podem atrair mais investidores, uma vez que estas práticas já são utilizadas por eles.

De acordo com o (Conselho Federal de Contabilidade) CFC 2005 o crescimento da internacionalização vem levando inúmeros países a caminhar para um processo de convergência que tenha como consequência a redução de riscos nos investimentos internacionais e também maior facilidade de comunicação internacional no mundo dos negócios com o uso de uma linguagem contábil bem mais homogênea e a redução de custo do capital que deriva dessa harmonização, o que neste caso é de vital interesse do Brasil.

Introdução das IFRS no Brasil

 

A globalização é um assunto que é presente em nosso cotidiano e o Brasil precisa acompanhar esse aspecto globalizado em seu mercado, muitos estudiosos na área diziam que o país que não implantasse a nova ordem econômica mundial, ficaria de fora do mercado, perdendo assim espaço, ainda estamos na aderência da globalização, caso não tivéssemos começado a implantação de imediato, seríamos um país com pouco crescimento comercial e o país estaria à deriva.

A interpretação de peças contábeis, a partir da padronização de um regramento em nível mundial traz benefícios econômicos, na medida em que facilita os investimentos nacionais e estrangeiros, possibilita uma real e transparente avaliação dos bens, baseados em único entendimento, e favorece a tomada de decisão, que encontra um firme alicerce em dados concretos que refletem a situação real das instituições. (Breda)

A relação econômica do Brasil com outros países fazia com que fosse preparada uma demonstração que atendesse a necessidade desses usuários externos, como é citado pelo grupo Ernst & Young, em seu livro Manual de Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS versus Norma Brasileira, que cita o conteúdo dessas demonstrações: Dar assistência ao progresso de novos pronunciamentos técnicos e à revisão de pronunciamentos técnicos existentes:

  • Ajudar na harmonização das regras nacionais;
  • Ajudar no suporte aos reguladores locais no progresso de regras nacionais, assessorar os técnicos de demonstrações financeiras no processo de aplicação das normas internacionais e no processo de tratamento de assuntos que ainda não foram projeto das normas internacionais;
  • Promover aos interessados, informações sobre o enfoque adotado na criação dos pronunciamentos técnicos, essas informações não definem normas ou regras, serve apenas para demonstrar o que os países externos buscavam e buscam nas demonstrações financeiras.

No Brasil as normas do (International Financial Reporting Standards) IFRS foram implantadas através da Lei 11.638/2007 e oficializadas a partir de 2010, para uma fácil adaptação às normas internacionais, foi criado no Brasil o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC que foi junção de forças de seis entidades: (Conselho Federal de Contabilidade) CFC, (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) IBRACON, FIPECAFI, (Bolsa de Valores de São Paulo) BOVESPA, e (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) APIMEC, (Associação Brasileira das Sociedades Anônimas de Capital Aberto) ABRASCA, essas que cuidam das atualizações e inovações dos preceitos contábeis brasileiros) com a finalidade de se aprofundar e adaptar as (International Financial Reporting Standards) IFRS às normas contábeis brasileiras, podendo substituir as IFRS pelo (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) CPC direcionado a tal assunto.

Os International Financial Reporting Standards (IFRS) e as novas normas contábeis brasileiras, os CPCs (emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis), são o padrão contábil aplicável para as demonstrações financeiras de companhias de capital aberto, instituições financeiras que possuam Comitê de Auditoria e companhias de grande porte brasileiras em 31 de dezembro de 2010.(PRICE WATERHOUSE COOPERS, 2010, p.4)

Visando as possíveis consequências a adoção dessas normas, pelo fato de terem normas e princípios diferentes, fez com que o (International Accounting Standards Board) IASB emitisse sua IFRS 1 (First-time Adoption of International Financial Reporting Standards) que regula a situação quando a entidade aplica as normas pela primeira vez, instituiu-se, então, pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeiso Pronunciamento Técnico CPC37(Comitê de Pronunciamentos Contábeis) - Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade, que trata justamente da (First-time Adoption of International Financial Reporting Standards) IFRS 1, com o objetivo de garantir que as primeiras demonstrações contábeis de uma entidade de acordo com as IRFS emitidas pela (International Accounting Standards Board) IASB sejam transparentes para diversos e de fácil comparação entre todos os períodos apresentados, que demonstrem um ponto inicial adequado para a contabilização de acordo com as IRFS e possam ser geradas com um custo não superável pelos benefícios, o CPC 37 deve servir de base apenas pelas empresas que irão utilizar as IFRS pela primeira vez.

As entidades devem elaborar um balanço patrimonial com as (International Financial Reporting Standards) IFRS de acordo de quando passou a ser obrigatória, isso é o marco inicial da parametrização do balanço da entidade com as IFRS, sendo assim, todos os balanços deveram ser aplicados com as políticas do primeiro balanço de acordo com as IFRSpode-se aplicar uma nova IFRS, mas não novas versões; Em caso de balanços comparativos, deve-se colocar o balanço patrimonial anterior de acordo com as normas do balanço atual.

Quando adotada as (International Financial Reporting Standards) IFRS deve-se pensar também em seus pontos negativos, já que a padronização irá mexer com a estrutura da entidade, segundo o (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) CPC37 as principais alterações que se deve estar atentos são as com contas consolidadas, com as tributações consideradas irrelevantes, modelos mistos de avaliação, necessidade de considerar as diferenças de mensuração e as divulgações, requer comunicação entre ares contábil e financeira com os demais departamentos da empresa, pois contas que são relevantes no Brasil, podem ser de diferente relevância em outro país.

 

  1. 4.     RESULTADOS DA PESQUISA

 

Os principais usuários das demonstrações financeiras são os investidores atuais e potenciais, empregados, credores, fornecedores, governos, clientes e o público, que estão sempre em busca das padronizações e facilidade para que melhore e cada vez mais cresça sua receita, diante dos estudos e pesquisas feitas, os principais interessados, que são os maiores interessados no assunto, têm a mesma percepção e opinião sobre a adoção às (International Financial Reporting Standards) IFRS, sempre em busca de melhorias e de uma forma de contabilidade que facilitasse a vida dos mesmos. As padronizações da contabilidade significaram a atualização de uma legislação que estava em vigor há mais de trinta anos, acompanhar, entender e aplicar foi, e ainda é, o maior desafio para os contadores, pois, como já foi citado, foram trinta anos acostumados com uma norma “engessada” e que necessitava adaptar-se aos efeitos da globalização, mesmo com tantas mudanças, a possibilidade de adotar uma norma simplificada, trouxe uma grande facilidade na adoção dos padrões internacionais.

Em relação ao entendimento do Balanço Patrimonial, não foi uma questão de melhorar ou piorar, mas sim de trazer para atualidade algo que foi estruturado décadas atrás. Algo que por anos foi muito útil e uma grande fonte de informações, uma ferramenta imprescindível para a administração.

A abertura dos mercados, a globalização da economia exigia, também, uma universalização da forma como pensar e analisar a contabilidade. Acredita-se que ainda há muito que se fazer, se debater e se normatizar, mas diante dos estudos podemos perceber que estamos caminhando para uma modernidade, também, nas Ciências Contábeis.

A principal vantagem é poder acompanhar os rumos que o mundo globalizado está tomando. É ter, aqui, uma Demonstração que poderá ser interpretada em qualquer continente. A economia, há anos, deixou de ter fronteiras. A contabilidade tem que seguir o mesmo caminho. A volatilidade do mercado de capitais exige isso.

A mão de obra contábil, em muitos casos, é tratada de forma mecânica e com essa inovação do mercado, exige que os contadores deem um passo atrás e busquem se qualificar, caso contrário, poderá sofrer com as consequênciasem longo prazo por adotar e implantar as IFRS (International Financial Reporting Standards) de forma irregular.

 

 

 

 

 

 

  1. 5.     CONCLUSÃO

 

A crise de 1929 foi o marco importantíssimo para a internacionalização dessas informações, porém o Brasil esperou cerca de trinta anos para que pudesse de fato reagir a essa melhoria, apesar a falta de qualificação, se vê a busca em conhecimentos práticos sobre o assunto, na visão de empresários e gestores, sendo esse o maior argumento em oposição da implantação das (International Financial Reporting Standards) IFRS, porém a resistência a esse investimento irá ser vista a um longo prazo, quando os responsáveis por fiscalizar e padronizar as normas perceberem tal rejeição dos responsáveis, para outros argumentos de rejeição, o (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) CPC37 tratou sobre no exercício de adoção, como seria para empresas que utilizam comparação de demonstrações de resultado, sendo assim, aplicasse as IFRS nos anos que irão ser comparados, o CPC 37 também tem a preocupação com possíveis ajustes que irão ser necessários no primeiro momento de adoção.

A grande necessidade de implantar as (International Financial Reporting Standards) IFRS foi obter a padronização das normas contábeis em todo o mundo, para que se tornasse mais fácil o entendimento para qualquer pessoa em qualquer continente. Além do entendimento buscou-se a facilitação de movimentos comerciais, como compra e venda de ações, análise da demonstração de um futuro cliente/fornecedor, que mostrasse o real patrimônio de uma entidade. Por maiores que sejam as dificuldades na adoção dessas normas em empresas brasileiras, existe um comitê que está em busca dessa padronização e também pela certificação de que essas normas estejam devidamente aderidas pelas empresas. Caso o Brasil não participasse dessa forma de globalização no mundo financeiro estaria em posição de desvantagem em relação a outros países, por não acompanhar o desenvolvimento financeiro mundial.

Dessa forma, pode-se concluir que a adoção das IFRS pelas empresas brasileiras trouxe inúmeras vantagens funcionais, sendo a mais importante a harmonização dessas informações, possibilitando um maior intercâmbio de dados e maior integração à economia mundial.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

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 Teoria da Contabilidade Jorge Katsumi Niyama César Augusto Tibúrcio Silva Ed. Atlas - 2008