UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O SISTEMA EXPRESSIVO COMUNICATIVO DOS GESTOS E DAS TÉCNICAS ENERGÉTICAS APLICADAS NA DANÇA INTERPRETATIVA INDIANA E DA LIBRAS ? LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS, COMO INSTRUMENTO
PARA O ATOR/DANÇARINO


Sandra Regina Mane
Graduada em Pedagogia pela Universidade Salesiana de Americana - UNISAL ? SP,
E Especialista em Educação Especial pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUCC em Campinas
e-mail: [email protected]
[email protected]


Resumo: O presente estudo investiga a relação entre a LIBRAS ? Língua Brasileira de Sinais e os Mudras usados na dança interpretativa indiana, que é o sistema expressivo comunicativo dos gestos da dança interpretativa indiana O objetivo desses instrumentos expressivos comunicativos são fontes auxiliares que podem ajudar nos trabalhos de criação, como instrumento para Ator/Dançarino. Este trabalho foi concluído como uma pesquisa bibliográfica que deram embasamento teórico, este trabalho concretiza-se com investigações bibliográficas e da comparação entre estes dois sistemas expressivos comunicativos entre a Dança Indiana e a LIBRAS.

Palavra chave: gesto, Dança Indiana, LIBRAS.

Abstract: This study investigates the relationship between LIBRAS - Brazilian language of signs and Mudras, used in Indian interpretive dance, which is the system of expressive communicative gestures of Indian dance interpretative The purpose of these instruments are expressive communicative auxiliary sources that can help us work created as a tool for Actor/Dancer.
This work was completed as a literature that have theoretical, this work manifests itself in bibliographical studies and the comparison between these two expressive communicative systems between the Indian Dance and LBS

Key-words: gesture, Indiana dance, LIBRAS

Informações sobre o Autor

Despertou em mim na adolescência uma vontade enorme de iniciar os estudos em Ballet e jazz que realizei durante dez anos. Muito rapidamenteí, percebi que tinha vocação para a dança e prossegui com os estudos de sapateado, danças folclóricas portuguesa na Casa de Portugal de Campinas, flamenco no GAVES - Grupo de Amigos do Vice Consulado Honorário da Espanha em Campinas com dança folclórica espanhola e flamenco, e a criação de um grupo de dança italiana, além de dança de salão e tango passando por várias academias em Campinas. Realizei essa variação dança ao longo de trinta anos, atualmente dedico-me apenas à dança de salão, pois a dança é a minha primeira paixão desde infância.
Iniciei o curso de graduação em Letras na Pucc em Campinas o qual fiz durante três anos, no auge de minha carreira como secretária. Em seguida resolvi mergulhar no maravilhoso curso de Pedagogia, o qual me graduei na UNISAL na cidade de Americana, em 1997.
Mesmo sem expectativas de crescimento profissional, por não atuar na minha área de formação, um dia percebi a necessidade de aprender LIBRAS para não ficar tão desprevenida da população que tanto necessita de tanta atenção que são os surdos. Resolvi iniciar um curso com noções básicas de LIBRAS na igreja Nazareno Central em Campinas. Lá não só iniciei um estudo de LIBRAS como fiquei apaixonada pelos surdos, a maneira como eles se expressam, não só com as mãos, mas através de uma expressão corporal muito forte. Com tamanha expressão e a necessidade de aprendizado a cada dia, resolvi então cursar a pós-graduação em Educação Especial, curso oferecido pela Pucc em Campinas, aí então me entreguei de corpo e alma, sonhando em futuras oportunidades de desenvolver meus projetos.
Atualmente, estou trabalhando na Área de Planejamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos ? DGRH/UNICAMP atuando como Intérprete em LIBRAS para funcionários da Unicamp, realizo especialização em pós-graduação em LIBRAS pela faculdade ATUALIZE em Campinas, ministro aulas de LIBRAS no clube Regatas e Natação em Campinas, participo como membro do coral de LIBRAS da prefeitura de Paulínia ? CACO, além de cursar disciplinas do Mestrado no Instituto de Artes da Unicamp como aluna especial.

Introdução

O mundo em que vivemos é repleto de descobertas e surpresas e o homem procura diversas formas de integração e interação na comunicação e expressão com todas as pessoas da sociedade. Dessa forma, procuro exteriorizar visivelmente a forma de comunicação do corpo.
Com essa procura e descoberta incansável do homem na sociedade, como meio de comunicação e integração na sociedade e baseado na minha experiência de vida, preocupei-me em realizar um projeto voltado para um estudo comparativo entre o Sistema Expressivo Comunicativo dos Gestos da Dança Interpretativa Indiana e a Libras ? Língua Brasileira de Sinais, como instrumento para o ator/dançarino. Pensa-se em algo novo, original que pode proporcionar auto-estima, harmonia de vida, e integração no ambiente de trabalho, manifestando sentimentos e emoções que cerca o homem diminuindo os traumas e ansiedade da exclusão da sociedade, melhorando a qualidade de vida.
Este artigo fundamenta-se compreender a comparação e o significado de alguns resultados obtidos através de estudos desenvolvidos em sala de aula, que pretende buscar a compreensão do Sistema Expressivo Comunicativo dos Gestos da Dança Interpretativa Indiana e a Libras ? Língua Brasileira de Sinais, como Instrumento para o Ator/Dançarino.

O profissional de Tradutor e Interprete de LIBRAS

Para melhor compreender este trabalho realizado, deixo algumas definições que irão colaborar para a compreensão e desenvolvimento deste.
O tema "inclusão" nos parece bastante desafiante, pois, segundo "a sociedade moderna desenvolveu uma série de mecanismos de controle e punição dos desviantes. Da mesma forma, foi constituído um forte esquema de identificação das pessoas, de modo que as mesmas possam ser facilmente reconhecidas quando se afastam dos padrões de normalidade socialmente aceitos. (FOUCAULT, 1987).
A partir daí, pode-se pensar em inclusão de todas as pessoas com deficiências, e ou suas necessidades. Este trabalho preocupa-se com a pessoa surda e, portanto, preocupa-se em reconhecer profissionalmente a pessoa que é facilitadora como interprete da Língua de Sinais Brasileira ? LIBRAS. O artigo se trata da Legitimação do Interprete Enquanto Profissional em LIBRAS e a Efetivação Enquanto Cargo Institucionalizado. Segundo Ronice (2004, s/p) "A Língua Brasileira de sinais é uma língua visual-espacial articulada através das mãos, das expressões faciais e do corpo."
No texto Sindicato dos bancários, Neto (2010, s/p.) constatou que o reconhecimento dos intérpretes e tradutores vai contribuir para a difusão da língua de sinais e para a integração dos surdos na sociedade, a parir da seguinte afirmação:

A sociedade vem se sensibilizando com as dificuldades enfrentadas pelos surdos. Assim, mecanismos para a inserção deles na sociedade têm sido pensados por governos e organizações não-governamentais, preocupam-se com a inserção dos surdos na sociedade, com o intuito de contribuir para a democratização do ato de se comunicar e de ser compreendido.

Ainda para o autor (2010), um determinado profissional torna-se imprescindível: o tradutor e intérprete de sinais. A Libras - Língua Brasileira de Sinais - de acordo com a Lei 2416/2002, é a segunda língua oficial do Brasil. No entanto, apesar de conhecida, ainda são poucas pessoas que conseguem entendê-la. O intérprete é o responsável por essa ponte entre os surdos e o mundo ouvinte. Contudo, ressalta Neto (2010) que os tradutores lutam para serem regularizados pelo Ministério do Trabalho. A categoria já existe no cadastro de ocupações, mas o projeto de regulamentação ainda tem que passar por algumas esferas para entrar em validade. O projeto de lei nº 4.673/04, da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), reconhece a profissão de tradutor e intérprete de Libras. O texto foi aprovado no final de 2008, na Comissão de Trabalho de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, e agora tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Se for aprovado, ele deve seguir para o Senado Federal para análise e votação.
Para Neto (2010, s/p), a Profissão Intérprete Segundo especialistas, o intérprete de Libras - Língua Brasileira de Sinais - está em alta no mercado de trabalho. É considerado um campo promissor, em expansão e, ainda, pouquíssimo explorado. O decreto 5.626/2005 regulamenta a Libras e a formação educacional do intérprete capacitado a trabalhar com ela.
Em função disso, espera-se que as pessoas com surdez freqüentem o ambiente escolar nos próximos anos. Com a perspectiva de qualificar pessoas para atuarem como intérpretes profissionais.





História da Educação da Pessoa Surda

Para entendermos a educação dos surdos precisamos entender a sua história, mostrando suas fundamentações teóricas, filosóficas, políticas e ideológicas que embasam desde seu início.

Antigüidade (4000 a. C. ? 476 d. C.)

Nesta época, os ouvintes greco-romano consideravam que os surdos não eram humanos competentes. Achavam que não podiam se desenvolver sem a linguagem e sem a fala, uma vez que a fala não desenvolvia sem audição. Quem não ouvia não falava e não pensava e não podia receber ensinamento nem aprender. Estes argumentos eram usados pelos gregos e romanos surdos, e em determinado momento eram sacrificados.
Segundo Aristóteles, a linguagem era o que dava condição ao humano. Portanto sem linguagem era considerado não-humano, não tinha capacidade de raciocinar. Não existe registro de que usassem algum tipo de comunicação naquela época, sendo a única linguagem considerada era a fala. Eram considerados não-habilitados a gerir a sua própria vida.

Idade Média (476 ? 1453)

Nesta época, os surdos continuam serem vistos como não-humano. Só no final do século, pensava-se num caminho para a educação do surdo através de um professor que se dedicava inteiramente a um aluno e ensiná-lo a falar, ler e escrever para que ele pudesse ter ou herdar o título e a herança familiar.
Depois, alguns educadores pensavam em construir a língua de sinais, o que poderia levar a mudanças positivas para o surdo, mas isto demorou muito tempo para acontecer, devido as idéias enraizadas da incapacidade do surdo.

Idade Moderna (1453 ? 1789)

Ponce de Leon (2010, s/p) deu início à verdadeira educação do surdo, voltada somente para filhos de nobres. Ele é considerado o primeiro professor dos surdos na história, cujo trabalho serviu de base para muitos outros educadores de surdos.
Ponce de Leon (segue site) conseguiu ensinar os surdos a falar, ler, escrever e alguns chegaram a aprender filosofia. Desconsiderando as crenças existentes até aquele momento sobre os surdos: religiosas, filosóficas, médicas, porque os médicos afirmavam que os surdos não podiam aprender porque os surdos tinham lesões cerebrais.
Os interesses das famílias nobres eram que os surdos pudessem aprender para eles, para que seus descendentes surdos pudessem ter acesso aos direitos de herança, gerando um reconhecimento importante como capaz. Foi através da nobreza que teve um peso considerado para o oralismo, que estabelecia e se estendia até os dias de hoje.
Tempos depois, Ponce de Leon tenta reproduzir seu método, publicando um livro, que fala sobre a arte de ensinar o surdo a falar. Este livro chama a atenção de intelectuais de toda a Europa, encantados com a possibilidade de poder dar voz ao surdo. Esta base oralista de seu trabalho serviu como modelo para três pilares da educação oral:

 Jacob Rodrigues Pereire (1715 ? 1780) defensor do oralismo, sem utilização do alfabeto digital. A fala do surdo o traria de volta a família.
 Johann Conrad Amman, foi o principal defensor do movimento oralista, acreditava na fala do indivíduo, com utilização de sinais e alfabeto digital, como instrumento para atingir a fala. Este material foi abandonado posteriormente por acreditar que poderia prejudicar no desenvolvimento posterior através do pensamento.
 Johan Willis (1616 ? 1703) escreveu o primeiro livro inglês sobre a educação dos surdos, numa linha oral, considerava importante para o aprendizado. Apesar de ter desistido de ensinar o surdo a falar, considerou o elemento fundador do oralismo na Inglaterra.

Estes três educadores com interesse em desenvolver a oralidade, acreditando que a verdadeira expressão é a fala, utilizaram o alfabeto digital, fundamental para atingirem seus objetivos.
Os sinais eram elementos prioritários na educação dos surdos, e é até hoje. Considerava a língua de sinais sem gramática e sem utilidade pra o ensino da língua escrita.


Idade contemporânea (1789 ? 1900)

Os EUA, responsável pela introdução de Sinais e pela educação institucional para surdos naquele pais, teve a implantação de um ensino especializado para surdos, com método oralista.
Em abril de 1817 foi fundada a primeira escola pública de surdos em Hartford, os professores aprenderam a língua de sinais francesa, os Sinais que os próprios alunos traziam, sinais médicos adaptados para o inglês. O alfabeto digital francês e a forma de ensiná-los segundo o sistema CLERC. A língua de sinais francesa foi substituída formando em Língua de Sinais Americana. Com isto cresceu, juntamente com os professores e alunos uma pequena comunidade surda, dentro e fora da escola. A partir daí, foram fundadas outras escolas com os mesmos objetivos que era da educação dos surdos através da Língua de Sinais.
Os sinais metódicos foram substituídos pela Língua de Sinais Americana e o alfabeto digital. Depois disto, vários educadores contribuíram na Língua de Sinais.

1900 ? aos dias atuais

No século XX, teve um desenvolvimento da tecnologia eletroacústica, com aparelho de amplificação sonora individual e coletivo, para um melhor aproveitamento dos restos auditivos, para transformação do surdo num ouvinte, se baseavam na necessidade de oralizar o surdo, sem a utilização de sinais. Foram quatro técnicas utilizadas nos EUA. O objetivo era fazer com que o surdo fizesse parte da sociedade ouvinte através da boa fala e de boa leitura orofacial
No passado as línguas eram expressas como expressão artísticas. O marco inicial em 1957, por Willian Stokoe recebe financiamentos de órgãos oficiais. Todos os países procuram seguir a um único critério de denominação de sinais.
Empréstimos lingüísticos de sinais em LSCB: Alfabeto brasileiro. As letras são empréstimos: substantivos próprios. Tem sinais que são realizados que são parecidos com as letras.
Os sinais arbitrários são aqueles, cuja forma, não apresentam nenhuma semelhança com o referente sinais cuja forma apresenta semelhanças com o referente.

Surdez: é o impedimento da capacidade de detectar a energia sonora, podendo ser classificada de acordo com: a localização; o grau da perda; a época de ocorrência da perda da audição.
Os níveis de surdez se classificam da seguinte forma:

Surdez Leve: a pessoa apresenta dificuldades para ouvir sons distantes, mas pode compreender a fala de uma conversa;
Surdez Moderada: compreende a dificuldade do indivíduo para acompanhar uma discussão, podendo necessitar do auxílio de um aparelho auditivo;
Surdez Moderada grave: atinge pessoas que precisam do uso do aparelho auditivo, mas não conseguem ouvir sons próprios; precisam de treinamento em fala e linguagem;
Surdez Grave: caracterizada pela capacidade de ouvir somente sons próximos;
Surdez Profunda: grupo de pessoas surdas, mas com indicativos de que podem perceber a vibração sonora quando emitida com intensidade muito forte

História da Dança Indiana

Orissa está localizada ao longo da costa leste da Índia e é considerada o estado dos templos do país. Com mais de 7000 templos, essa região presenciou o surgimento e a propagação de inúmeras crenças religiosas e filosóficas como: Jainismo, udismo, Hinduísmo, Tantrismo, Shaktismo, Shaivismo e Vaishnavismo. Os templos de Orissa, locais de adoração e desenvolvimento artístico, presenciaram o florescimento de muitas artes, entre elas a dança Odissi.
Raguvansshi (2004, p.24) define o estilo de dança Indiana no estilo Odissi, traduzido por mim "conhecido pela sua graça lírica, elaborada variações rítmicas, com ornamentos em prata, usada pelos dançarinos para adornar seu corpo, usa-se uma tiara na cabeça e nos cabelos feita de flores."
Odissi é considerada uma das mais antigas formas de dança Indiana, com evidencias arqueológicas, dessa forma, de dança em relevo de um bailarino que foi representada dança indiana datando do século II a.C., foram encontradas nas cavernas, pois, a dança era um dos divertimentos oferecidos ao seu povo.
O Odissi é parecido ao Bharatnalyam em termos de mudras e expressões usadas no desempenho. O Tribhang ou a divisão do corpo em três partes, incluindo a cabeça, tronco e busto, é uma das características do Odissi, pois são da oitava encarnação de Vishu e seu avatar do deus Krishna .
Embora, não irei trabalhar nesta linha da dança, não posso deixar de dizer que o poeta Jayadeva foi quem escreveu a obra de Gita Govinda ou a Música de Krishna, o qual desenvolvemos em sala de aula. Neste artigo vou ater à comparação dos Chácras, aos centros energéticos do corpo, gestos e com os Mudras e Libras ? Língua Brasileira de Sinais.


Gestos
Para Delsarte (Texto disponibilizado em sala de aula pela profa. Marília). "O gesto é o agente direto do coração. É a manifestação própria do sentimento, é a revelação do pensamento, é o comentarista da palavra........, o gesto é o espírito onde a palavra é só a letra. O Gesto , sempre anterior a palavra, é paralelo à impressão recebida."
Eu acredito que os gestos referem-se aos movimentos simbólicos como os Mudras e a Libras que preenchem a palavra falada ou a ação emocional . Com base no autor, posso compreender que as Técnicas Energéticas estão localizadas no Chacra Laríngeo.


Metodologia

Enquanto pesquisadora, essa trajetória me possibilitou através de pesquisa bibliográfica, numa perspectiva qualitativa, que deram embasamento teórico.

Analise da Pesquisa

Foi possível averiguar que, nos Mudras existem 51 configurações de mãos diferentes, e em Libras existem 63 configurações de mãos diferentes.
A partir daí analisei as possibilidades separadamente cada configuração de mãos da Libras com os Mudras e concluí que, embora as expressões das mãos se pareçam os significados são bem diferentes.
Pude averiguar que poucas são as semelhanças dos significados de alguns mudras com os significados das palavras em Libras e nem sempre são a mesma configuração de mãos.
Os exemplos analisados seguem abaixo:

Patak Hasta é a configuração das mãos em Mudras que em Libras é possível usar esta configuração de mãos para vários significados diferentes:

1 - Baribahe ? designação as nuvens. O sinal em Libras é o mesmo para designar as nuvens.
Bastu - para indicar o objeto. Em Libras o significado e a configuração de mão é o mesmo.
2 - Nadyan ? para designar rios, Em Libras a configuração de mãos e o sinal sãos os mesmos.
3 ? Shayane - para designar sono, ação de dormir. Em Libras o sinal pode ser usado da mesma forma.
4 ? Pratape ? expressa o aumento da força. Em Libras o sinal pode ser usado da mesma forma.
5 ? Kabatapatane - designa a abertura da porta. Em Libras a configuração de mãos e o sinal é o mesmo.
6 ? Bidhiprabeshabhaba - para indicar a entrada de um grupo. Em Libras significa um caminho.
7 ? Artmarthe - para designar eu mesma. Em Libras significa para mim.

Tripataka Hasta é a configuração de mãos em Mudras. Em Libras não é possível usar esta configuração de mãos.
8 ? Patralekha ? significa a escrita de uma carta. Em Libras o sinal é parecido, porém tem deslocamento de mãos.
9 ? Banarthe ? designa uma flecha. Em Libras o sinal é o mesmo.

Além desta comparação, pude pesquisar os Chacras. Nesta pesquisa considerei que, para Azevedo (s/a, p.13.) Harish Johart define Chacras da seguinte forma "O corpo e a mente são considerados unos, e o corpo é tido como um veículo da mente."
Para o autor, dessa forma a mente é abstrata e o corpo concreto. Para que eu possa trabalhar com a criação, no caso da Libras e Mudras, necessito usar o concreto que é o corpo
Hish Johari apud Soares (2010, s/p) aborda que o termo chacra tem origem no sânscrito e define que o chacra tem o sentido de movimento "por tudo no corpo apresentar fenna circular, e estar em constante movimento, os centros desse movimento são chamados de chacras."
Os estudos desses autores vêm o encontro de meus anseios, no sentido de mostrar que o processo de desenvolvimento das expressões do corpo e visuais, ou seja, sensoriais, fundamenta-se nos Chacras. Pois, para Azevedo (s/a, p. 24.) uma das funções dos Chacras é de transformar a energia física em energia astral ou convertê-la em energia psicológica (ojas) dentro da dimensão física.
Há vários tipos de Chacras no corpo, podendo ser dividida em três grandes grupos:

- Inferior (fisiológico);
- Médio (pessoal);
- Superior (espiritual).

Dessa perspectiva, vêm de encontro ao que quero mostrar que no grupo médio caberiam o terceiro, o quarto e o quinto Chacras, que se referem ao Chacra Umbilical ou Plexo solar, que são receptores de forças provenientes do astral inferior ? o Chacra Cardíaco ? está ligado às forças do astral superior, e o Chacra Laríngero ? que se refere à esfera mental inferior.

Para Azevedo (s/n) o Chacra Umbilical ("Manipura) localiza-se no umbigo ou plexo solar relaciona-se intimamente às emoções do indivíduo. Dessa forma, eu acredito que é através desse chacra que recebemos as radiações de forças para realizarmos os Mudras com mais expressão e emoção, da mesma forma que acompanham os movimentos da cabeça, quando realizamos os Mudras. e a LIBRAS, pois os movimentos dos olhos aprofunda variações expressando a essência emocional, enriquecem toda a expressão corporal do artista, quando nos referimos às emoções. Por exemplo expressões visuais de indignação, espanto, etc.
Nessa mesma linha de pensamento, acredito que o Chacra Cardíaco ("Anahata") que localiza-se pouco acima do coração está ligada diretamente à estas variações de expressão correspondentes ao emocional. Acredito que as energias umbilical e cardíaca quando desenvolvidas no movimentos melhoram as expressões facial e corporal acrescidas intimamente das emoções representam o artista.


Considerações finais

Posto que, a leitura é sempre produção de significados, analisando os fatos expostos se faz possível consideramos que tanto os Mudras como a Libras são formas de expressão próprias de suas origens, embora a configuração de mãos seja idêntica em alguns casos, e em raríssimos casos tem o mesmo significado. Torna-se mais atrativo a forma como as configurações de mãos, em alguns Mudras são idênticos à Libras. Dessa forma, chama a atenção para um despertar da platéia e dos espectadores.
Portanto, podemos pensar em propor que o aprendizado da Libras ? Língua Brasileira de Sinais seja uma ferramenta de instrumentalização expressivos comunicativos e gestual para os trabalhos de criação do ator/dançarino.

Referência bibliográfica

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Ensino de Língua Portuguesa para surdos: caminhos para a prática pedagógica. Brasília: MEC/SEESP, 2002.

(LEI No 10.436, DECRETO no 5.626, de 22/12/2005. Reconhecimento da Profissão de Intérprete LIBRAS. Disponível em www.libras.org.br/leilibras.php. Acesso em julho de 2010.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 1985, RJ., Graal.F

FOREST, M.; PEARPOINT, J. Inclusão: um panorama maior. In MANTOAN, E. e cols.. A integração de pessoas com deficiências. SP: Ed. Memnon. 1997

QUADROS, Ronice. O tradutor e interprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa. Brasília: MEC; SEESP, 2004. 94 p.: il.

NETO, João. Tribuna Bancária: Sindicato dos Bancários In www.guiame.com.br. Acesso em 2010, s/p.


GuarinelloI, Ana Cristina; SantanaII, Ana Paula; FigueiroIII, Luciana Cabral; MassiIV, Giselle. O Interprete universitário da Língua Brasileira de Sinais na Cidade de Curitiba. In Revista Brasileira de Educação Especial. vol. 14 no. 1 Marília Jan./Apr. 2008.



RAGUVANSSHI, Alka. Dances of India, Sharon Lowen . 2004.
Texto disponibilizado pela pela Profa. Soares, Marília Vieira, em agosto/2010. na disciplina de AT-006 - A - Laboratório II - A arte de interpretar na India- Abhinayadharpan e Natyashastra pelo estilo Odissi ashastra , curso de Programa de Pós-Graduação no Instituto de Artes, na Universidade Estadual de Campinas.


AZEVEDO, Regina. Chacras, os Centros Energéticos do Corpo. Texto disponibilizado pela pela Profa. Soares, Marília Vieira, em agosto/2010. na disciplina de AT-006 - A - Laboratório II - A arte de interpretar na India- Abhinayadharpan e Natyashastra pelo estilo Odissi ashastra , curso de Programa de Pós-Graduação no Instituto de Artes, na Universidade Estadual de Campinas.

Texto disponibilizado O que é Gestos pela Profa. Soares, Marilia Vieira, em agosto/2010, na disciplina de AT-006 - A - Laboratório II - A arte de interpretar na India- Abhinayadharpan e Natyashastra pelo estilo Odissi ashastra , curso de Programa de Pós-Graduação no Instituto de Artes, na Universidade Estadual de Campinas.

Ponce de Leon - http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_dos_surdos

www.dicionariolibras.com.br/website/artigo.