Certo dia, inicialmente normal, andando pelos corredores sinto um enorme vazio por dentro, olho em volta e percebo o quão solitário eu vivia e não percebia. E sentindo essa sensação frustrante por tentar achar mais e mais respostas, levo-me a pensar que necessito de algo que não necessitava antes, algo muito mais incomum do que todo o resto que um dia já precisei. Não importa quanto tempo que você irá viver, sempre e sempre você precisará de algo, e esse algo sempre estará mudando ao longo do tempo, se avançando talvez. Saindo dos corredores entrando em uma sala clara e ventilada me sento, várias e várias pessoas, chamando meu nome, e querendo falar comigo. Todas com algum problema , porém não teria ninguém a escultá-los como eu. Mais mesmo com essa agitação de inicio de manha, continuo me sentindo só. Ao ponto de passar horas de extrema solidão e frieza no olhar, ao passar das horas lembro-me das coisas que queria ter feito e não fiz por medo, e pensava comigo mesma se esse medo de fazer foi justamente o que eu precisava ter feito pra hoje eu não sentir uma solidão dentro de mim. Relembro de tudo o que não fiz, palavras não ditas , apenas imaginadas, textos escrito a mão e jogado no lixo, oh lixo rico em palavras, se eu pude-se as trazia novamente para mim. Mas não era disso que eu precisava, palavras estupidas que só eu as escrevia. Eu sempre fui sincera, duvido muito pouco que eu teja medo de falar algo a alguma pessoa. Ou será que nem sempre eu fui sincera? Ficando confusa. Peço ao professor que eu vá passar um tempo fora da sala porque estaria passando mal, ele então concorda e me permite. Mas que mal eu estaria passando? Duvidas agora se tornaram dores exteriores que pode usá-las como resposta a um mal estar ? Agora me enchi de mais duvidas, volto ao corredor que eu comecei a sentir a solidão e vazio, e surge outra duvida, por que sentir um vazio ao entrar nesse corredor? Penso um pouco e recordo, não era palavras que me faltavam dizer por medo, não era palavras e textos jogados no lixo que me faziam tanto mal, eram atos, lembrei-me de todos os meus momentos aqui neste corredor vazio, quantas gargalhadas, quantos beijos, quantas lembranças boas eu havia passado ali , nesse lugar tão.. tão.. Meu. Que agora não posso chamá-lo de meu, tenho quase certeza que esse lugar pertence a outra pessoa, outra sortuda vivendo os melhores momentos da sua vida sem perceber. Como eu queria voltar no tempo apenas para me dar um conselho, de aproveitar sempre os momentos bons porque não irão voltar outra vez.