O título e tema da análise neste artigo reporta a duas realidades, de certa forma distintas, mas indissociáveis. Torna-se ainda mais evidente essa ligação após uma análise aprofundada e dissociativa das problemáticas. Não é nova a discussão assente sobre o papel, e mais especificamente sobre a autoridade de um professor na sala de aula. As questões que se colocam são precisamente o porquê dessa autoridade ser posta em causa, e por outro lado como justificar, de forma fundamentada, uma hierarquia em que essa mesma autoridade se entende como um dado adquirido.

         Este debate é resultante de uma atualidade em que se impõem várias alterações e transformações na educação, que são consequência natural da massificação do ensino e paralelamente ao aumento da diversidade sociocultural dos alunos. Exigem-se por isso às escolas novas responsabilidades e planos de ação que, de forma natural e consequente, ultra-responsabilizam os professores, assim como outros atores do sistema educativo, e obriga a alterações na conceção e na prática da profissão – docente.

         A complexidade é de tal forma avassaladora que se torna, no meu enteder, quase impossível generalizar alguma forma de solução. Por essa mesma razão, particularizar cada caso torna-se indispensável o que exponencía as ramificações da ação. Ao professor é-lhe exigido que ensine, eduque e avalie mas também lhe são requisitadas valências dissociadas, à partida, das suas competências académicas. Pois se a autoridade era, pressupostamente, baseada na valência do SABER, que conferia o status quo ao professor, em que posição fica esta quando a sua valorização é distribuída por outras?

         Permito-me então auferir a hipótese de que a gestão da autoridade se define, não só mas também, pela capacidade de compatibilizar e equilibrar todas essas máscaras impostas ao professor enquanto ator principal no enquadramento da escola atual.