Resumo: O presente artigo científico, construído a partir de uma fundamentação teórica, intitulado “Tutoria em educação a distância”  apresentar as potencialidades, capacidades e o profissionalismo do tutor em propor conhecimento e não somente sua transmissão, mas seus resultados, avaliações e suas atitudes no ambiente virtual de aprendizagem

 

Palavras - chave: Educação a Distância. Papel do tutor.

 

1     INTRODUÇÃO

 

Diante de tantas modificações que ocorrem nos sistemas de ensino brasileiro, os profissionais da área da docência têm um papel fundamental na concretização dessas mudanças. Dentre as políticas educacionais mais recentes destaca-se a educação à distância. Esta modalidade de ensino, a principio, objetiva a formação de docentes do nível superior para atuarem na educação básica pública

 Acredita-se que a educação a distância caracteriza-se pela comunicação de múltiplas vias, suas possibilidades ampliaram-se em meio as mudanças tecnológicas como uma modalidade alternativa para superar limites de tempo e espaço.

O ponto inicial do presente artigo é mostrar o trabalho desenvolvido pela tutoria em Educação a Distância num curso online num ambiente virtual de aprendizagem, mostrando com muito cuidado as atividades, as responsabilidades, as competências e o profissionalismo do tutor diante de um curso online.

 Percebe-se no decorrer desse artigo, a necessidade do tutor ter um conhecimento mais abrangente, complexo e atuante, conduzido tanto para os conteúdos como também para as tecnologias educacionais utilizadas no ambiente virtual como material pedagógico, devendo esses conhecimentos construir uma Educação a Distância mais atraente, prazerosa, colaborativa e estimuladora.

A figura do tutor deve ter numa posição de mediador no processo ensino-aprendizagem e ainda compartilhar com as discussões e experiências de seus cursistas, pois a aprendizagem online é constante no dia a dia, no trabalho, em casa, na vida de ambos.

Nesse sentido é  importante saber o que faz um tutor, qual é o seu papel e sua participação na educação a distância. Primeiramente, os tutores devem acompanhar os alunos no decorrer do curso, bem como avaliá-los e dar feedbacks (retorno) das suas possíveis dúvidas.

Para tanto faz- se necessário a importância de refletir sobre o papel da tutoria, do profissionalismo e que seja capaz de ter sua prática pedagógica dirigida para a construção de uma melhor Educação a Distância e melhor qualidade nas informações transmitidas nesse ambiente virtual de aprendizagem exercido pelos seus alunos. Além de Valorizar o papel do tutor em EAD, bem como o nível de complexidade; avaliar e questionar os princípios fundamentais, as competências e as habilidades do professor tutor e conhecer o verdadeiro papel do tutor na educação a distância e suas principais colaboração e contribuição

O debate e estudo sobre a o papel do tutor em educação a distância em curso online, além de significativo, tem sido tema de muitos debates em projetos já executado e aplicado por outros estudantes, nos qual o enfoque principal é no uso das novas tecnologias e preparação na transmissão das atividades e conhecimentos no ambiente virtual de aprendizagem.

O trabalho em questão contribuirá para a divulgação da modalidade de Educação à Distância no meio acadêmico e na comunidade em geral, tendo em vista que muitas pessoas dentro e fora das Universidades desconhecem a existência da mesma e a importância do seu trabalho no meio social.

 

 2. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O PAPEL DO TUTOR


 A educação não é algo isolado, abstrato, mas está relacionada estreitamente com a sociedade e a cultura de cada época, as quais produzem idéias e tipos humanos que a educação trata de realizar. É necessário, portanto, relacionar a educação e as concepções sociais e culturais de cada momento histórico.

A invenção da máquina no século XVIII e a utilização de novas fontes de energia transformaram a face do mundo. Novas classes sociais se desenvolveram, adquirindo consciência de sua importância e dos seus direitos. A burguesia industrial, responsável pelo progresso técnico, tomou o poder da velha aristocracia rural; a classe operária, formada pela concentração nas fábricas de uma mão-de-obra, também começou a lutar por melhores condições de trabalho e salários, etc.

 

A classe operária industrial se empenha para que todos tenham direito de freqüentar a mesma escola em condições de igualdade e oportunidade. O ensino público gratuito é visto como a melhor maneira de alcançar uma verdadeira democratização dos estudos. A expectativa dos operários é de que a escola seja transformada numa espécie de serviço público aberto a todos, seja um instrumento de emancipação de educação dos menos favorecidos. (ROMANELLI, 2003).

 

A educação a Distância – EaD, é conhecida desde o século XX em sua formação empírica. Entretanto, somente nas últimas décadas passou a gerenciar o mundo pedagógico. A mesma aparece da necessidade do preparo profissional e cultural de várias pessoas.

Após as décadas de 1960 e 1970, a educação a distância passou a incorporar o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e televisão, o computador e, mais recentemente a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriais informatizados) etc.Com o surgimento da internet o e-mail e os recursos disponíveis na Word wide web configuraram-se como o campo de necessidade e abrangência da EaD.

No Brasil, até o final da década de 1920, as camadas dominantes, com objetivo de servir e alimentar seus próprios interesses e valores conseguiu organizar o ensino de forma fragmentada. Isso se deu mesmo quando essas camadas deixaram de ser as únicas e procurar a educação escolar. O fato é que o tom aristocrático e o caráter de classe que essa educação conferia não só concorriam para manter o status, pela natural distância social que ajudava a promover, como também serviam de instrumento de ascensão social aos estados que embora privada da propriedade da terra, se achavam em condições de assumir posições mais elevadas.

A constituição da República de 1891, que institui o Sistema Federativo do Governo, consagrou também a descentralização do ensino, ou melhor, a dualidade de sistemas, já que, pelo seu artigo 35, itens 3º e 4º ela reservou à União o direito de: “Criar instituições de ensino superior e secundário nos Estados” e “promover a instrução secundária do Distrito Federal” o que, conseqüentemente, delegava aos Estados competência para legislar sobre a educação do Ensino Fundamental. A União cabia criar e controlar a instrução superior em toda a Nação, bem como criar e controlar o ensino secundário, acadêmico, e a instrução em todos os níveis do Distrito Federal. Aos Estados cabia criar e controlar o ensino fundamental e o ensino médio.

Na última década, inúmeras e significativas têm sido as reflexões acerca da educação, o que no contexto mundial e brasileiro tem gerado reformas no sistema educativo. Tais transformações inspiram-se no direito de todos à educação, em igualdade de condições de acesso e permanência na escola (art. 206, inciso I da Constituição Brasileira de 1988), visando pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (art. 205). Neste mesmo período surge a LDBN (Lei de Diretrizes e Bases Nacional) nº 9394/96, com base na constituição de 1988, a saber:

 Art.2º - A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos idéias de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (SAVIANI, 2001, p. 163).

 Esse trecho revela a importância da educação no que diz respeito aos direitos humanos e democráticos, pois a mesma deve ser acessível a todos no decorrer da vida, havendo necessidade da adoção de medidas para assegurar a coordenação e cooperação entre os vários setores e, em particular, a educação em geral, técnica e profissional, secundária, ensino superior, bem como os cursos de pré-graduação.

Gadotti (1998: p. 311), afirma que “o mundo vive o que se chama educação pós-moderna e multicultural”. Apresentando-se, sob a forma presencial; semipresencial e educação à distância (EAD).

Tomando como ponto de partida a dada compreensão acerca da evolução histórica da educação universal e brasileira faz-se necessário algumas considerações sobre a Educação a Distância.

Preliminarmente, pode-se inferir a conceituação de educação a distância segundo educadores, cientistas e filósofos que têm procurado alternativas e soluções criadoras para o problema educacional, a saber:

Para Holberg (apud VEIGA, 2007, p. 3) o termo “educação a distância” refere-se a várias formas de estudo, de vários níveis, que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. A educação a distância se beneficia do planejamento, direção e instrução da organização do ensino;

Segundo Moran (1994, p.1): educação a distância é o processo de ensino aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente;

Pode-se também citar o artigo 80 da lei nº 9.394 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) cujas as linhas ressalta que o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada.

1º -   A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.

2º -   A União regulamentará os requisitos para a realização de exames de registro de diploma relativo a cursos de educação a distância.

3º -   As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e autorização para sua implementação caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.

4º -   A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá;

  1. Custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
  2. Concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas.

 A mesma lei estabelecia a exigência de que, a partir de 2007, todos os professores deveriam ser habilitados com o ensino superior concluído. Isto acabou por gerar uma ansiedade por parte destes professores em direção ao curso de graduação, sendo que muitos, devido a sua jornada de trabalho, fizeram uso da educação a distância como ferramenta para as licenciaturas então exigidas.

O Ministério da Educação formou, em 1997, um grupo de especialista para criar a regulamentação do artigo 80 da LDB. Como resultado desse trabalho surgiu os Decretos nº 2.494 e 2.561, em fevereiro de abril de 1998, formando o conjunto de instrumentos que indicaram os procedimentos que deveriam ser adotados pelas instituições para obter o credenciamento do MEC para a oferta de cursos de graduação à distância.

 No mundo atual, em que muito se fala de globalização, não só economia, mas também cultural e educacional, a educação a distância, na sua dupla vertente tradicional e virtual, apresenta-se como o ensino do futuro e para um futuro que se perspectiva de grande investimento na educação ao longo da vida, centrado no aprendiz, e em que o docente é mais um orientador de percursos de aprendizagens autogeridas por cada um dos estudantes do que um professor ex cathedra perante uma turma de estudantes que o seguem. É por isto que a educação a distância se distingue do ensino presencial: pela sua flexibilidade curricular, pela existência de unidades creditáveis – quer estejam integradas num curso de graduação ou de pós-graduação, quer disponibilizadas em disciplinas singulares (TAVARES, 2001).

 Vale ressaltar que, seja um desafio, uma necessidade imperiosa dos tempos modernos ou uma imposição, a educação a distância é uma das soluções para tempos atuais. Em função de fatores como EaD encontra-se as necessidades educativas da população, o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação aplicados para essa modalidade de ensino.


3            CONCLUSÃO

 

No decorrer deste trabalho vimos que A Educação em cada época, pela estrutura da sociedade, vem resgatando sempre novas perspectivas na forma de ensinar e o aprender pedagógico. Para que esse processo aconteça de forma eficiente é necessário que seja aplicado com muito entusiasmo e compromisso. dessa forma espera-se que a educação em EAD caminhe para uma democratização de oportunidade e acesso ao conhecimento e a aprendizagem.

Em relação aos profissionais que atuam nessa modalidade de ensino Orestes Pretti acrescenta: “o tutor, respeitando a autonomia da aprendizagem de cada cursista, estará constantemente orientando, dirigindo e supervisionando o processo de ensino-aprendizagem [...]. É por intermédio dele, também, que se garantirá a efetivação do curso em todos os níveis”.

Na tutoria, a orientação, acompanhamento pedagógico, o estimulo na busca de inovações e a avaliação da aprendizagem dos alunos a distância tem que ser um marco referencial. com essa responsabilidade o tutor deve possuir um perfil profissional de capacidades, habilidades e competências estabelecida e essa função.

Sendo assim, o tutor desenvolve um papel baseado no compromisso da formação de seus cursistas, onde a capacidade de discutir e elaborar o conhecimento sejam o ponto fundamental neste processo inovador de aprendizagem.

Enfim, O tutor deve possuir habilidades de comunicação, competência, liderança, dinamismo, iniciativa, entusiasmo, criatividade, capacidade para trabalhar em equipes estimulando seus cursistas a buscarem uma educação e aprendizagem de qualidade nesse ambiente virtual.

É importante saber o que faz um tutor, qual é o seu papel e sua participação na educação a distância. Primeiramente, os tutores devem acompanhar os alunos no decorrer do curso, bem como avaliá-los e dar feedbacks (retorno) das suas possíveis dúvidas.

 

 

REFERÊNCIAS

 

GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1998.

KEEGAN, D. Fundations Of Distance e Education. 2. Ed. Londres: Routledge, 1991.

LETWIN, Edith (org). Tecnologia Educacional. Política, históricas e propostas. Porto Alegre. Artes Medicas, 1997.

MARTINS, Ana Rita.MOÇO,Anderso.Vale apena entrar nessa?Nova Escola.São Paulo,2009.

MOORE, M.; KEARSLEY, G. Distance e Education: A systems view. Belmont (Usa). Wadsworth Publish in Company, 1996.

MORAN, J. M.. Novos caminhos do ensino a distância. In: CEAD, Rio de Janeiro, SENAI, ano I, n. 5, out./Nov/dez, 1994.

NUNES, I. B. Noções de Educação a Distância. 1992. Disponível em: <http://www.ibase.org.br/ined/ivonid.html>; acesso em: 5 de março 2010.

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2003.

SAVIANI, Demerval. A Nova Lei da Educação: Trajetórias, Limites e perspectivas. Campinas, SP: Autores Associados, 1997.

SILVA, Mozart Linhares da. A urgência do tempo: Novas tecnologias e educação contemporânea. Belo Horizonte, autêntica, 2001, p. 11-38.

PRETTI, Orestes. Educação a distância: construindo significados. Cuiabá: NEAD/IE, UFMT, 2000.

VEIGA, Ricardo Teixeira. O ensino à distância pela internet: conceito e proposta de avaliação. On Line. Disponível em <http//.:www.epdee.ufmg.br.cursos/C/html>.