TURISMO RURAL COMO NOVA TENDÊNCIA DE RENDA PARA AGRICULTORES
Publicado em 27 de fevereiro de 2011 por Samara Maluf
INTRODUÇÃO
O Turismo, fenômeno intimamente marcado pela multidisciplinaridade, caracteriza-se como uma atividade socioeconômica e cultural mundialmente reconhecida como instrumento de desenvolvimento social. Tal fenômeno tem feito com que a sociedade brasileira, volte seus olhos para o potencial turístico brasileiro, aproveitando-se as riquezas paisagísticas e culturais diversas e intensas do país. De acordo com Gimenes (2003) este é visto como opção viável para o desenvolvimento sustentável da nação, onde diversos têm fomentado uma maior compreensão em relação à natureza e especificidades da atividade turística, bem como buscando vislumbrar as oportunidades que ela representa e ainda consolidar políticas e estratégias de planejamento coerentes para o setor.
É fruto da sociedade do novo milênio, que apresenta segundo Gimenes (2003) uma realidade em que as relações humanas se restringem basicamente às comunicações tecnológicas, pois cada vez um maior número de pessoas procuram satisfazer suas necessidades e desejos através de tecnologias em que predomina a ausência do contato humano. Estas mudanças nas relações sociais e econômicas acarretam novas tendências no Turismo Rural, havendo uma fuga para lugares diferentes.
A atividade Turística, por conseguinte, vem se desenvolvendo com bastante ênfase nas últimas décadas, promovendo mudanças em diversos setores da sociedade e consolidando-se como uma estratégia viável e inteligente de desenvolvimento (GIMENES, 2003). O turismo característico, portanto, como atividade destinada à uma sociedade de consumo, é um todo estruturado e um produto composto ou uma combinação de bens e serviços, cuja funcionalidade.
A busca de novas fontes de renda, em conseqüência disso a cada ano significa a adoção em muitas propriedades de atividades turísticas.
Histórico das origens do Turismo Rural
O Turismo Rural desde o Século XVII, a medida que as cidades se formavam, com o capitalismo em crescimento, a procura pelo campo, como forma de lazer, para os moradores dos grandes centros era medida comum, sendo normal para as pessoas das classes altas, a compra de casas de campo, para onde iam em certo período do ano. As visitas ao campo, por um longo período figuram dentre as recomendações de muitos médicos, para pessoas com problemas respiratórios como a tuberculose.
Nos séculos seguintes a procura pelo campo existiria, mesmo que ainda não figurasse como modalidade turística, mas sim, como costume de pessoas em uma busca de contato com o campo, de retorno às lembranças do tempo de infância. Os processos de urbanização e de êxodo nas áreas rurais no Brasil marcariam pontos determinantes para o nascimento do Turismo Rural.
Não existem marcos precisos para datar o início desta atividade, principalmente em função da dimensão territorial de nosso país. Mas sabe-se também que a primeira iniciativa oficial, ou seja, com utilização do termo Turismo Rural, se deu em 1986 na fazenda Pedras Brancas no município de Lages (SC). Segundo Silva (2006) pioneiramente o Município de Lages, Santa Catarina iniciou a atividade como uma simples alternativa econômica e que hoje, tornou-se exemplo de qualidade que se reflete na satisfação da população com a atividade e esta, proporcionou ao produtor rural o aumento significativo em sua renda.
A história do turismo rural no Brasil é bastante recente e está relacionada com as diversas fases do processo de ocupação do território. Assim, as paisagens turísticas rurais com seus aspectos marcantes, se constituíram através dos chamados ciclos econômicos originando um diversificado patrimônio histórico e cultural. O ciclo do gado, que praticamente ocorreu em todo o território nacional, originou grandes rotas turísticas, um rico folclore e uma saborosa gastronomia. A cana-de-açúcar na zona da mata nordestina, o ciclo do ouro e do diamante em Minas Gerais e também a era do café na região sudeste são responsáveis por um valioso patrimônio arquitetônico urbano e rural (DESVENDAR, 2006). Hoje, a exemplo disso, muitas sedes de fazendas do autêntico período colonial têm sido transformadas em pousadas onde se desenvolve o Turismo Rural, acolhendo pessoas interessadas na história e também em participar do cotidiano das atividades do campo. As propriedades agrícolas em geral estão despertando interesse dos turistas, sendo fonte de renda.
Conceito de Turismo Rural
O Turismo, no caso de propriedades rurais é aquele que se liga ao uso de recursos que atraiam os turistas, principalmente aqueles que residem em grandes cidades e que objetivam maior contato com o campo, com os animais, alimentos, etc., comuns em sítios e fazendas, sendo este o Turismo Rural. Costa (2002) citando definição de Emater coloca que esta modalidade de Turismo pode ser definida como um segmento do turismo baseado na oferta de serviços, como hospedagem, alimentação, e serviços relacionados a empresas ou propriedades que atuam no meio rural e têm por base economia não agrícola.
Corresponde a vivência no ambiente de fazendas ou outras propriedades rurais, em meio à lida diária dos trabalhadores, com contato com técnicas de plantio, trato com gado, costumes e tradições regionais. Pode em um conceito maior, se definida como abrangendo tanto as férias nas propriedades agrícolas quanto qualquer outra atividade desenvolvida nas áreas rurais (COSTA, 2002).
A respeito, Silva (2006) citando Campanola e Silva (2000, p.148) esclarece que este é "relacionado a qualquer atividade de lazer e turismo que seja realizada em áreas rurais", envolvendo desde a promoção de eventos como shows e congressos a outras atividades onde sua implantação dependa diretamente das áreas naturais, como Ecoturismo, entre outros. Outra vantagem é o uso de mão-de-obra local, das pessoas da própria localidade, podendo significar a capacitação e qualificação das mesmas na própria atividade, levando ao crescimento não somente do investidor nesta área de Turismo, mas também das pessoas do campo contratadas.
Pode ser denominado segundo Zimmermann (1996) como atividade turística realizada no meio rural, comprometida com a produção agrícola e com o desenvolvimento local, onde sua demanda é bastante específica, pois se compõe de pessoas que buscam o contato com o campo, como sensações diversas daquelas das grandes cidades, sendo por isso uma nova modalidade de Turismo a ser desenvolvida.
A terminologia rural, portanto, engloba aspectos socioculturais, econômicos, demográficos e físicos, entendendo-se por rurais os lugares afastados dos núcleos urbanos e centros industriais, caracterizados por baixa densidade demográfica e que mantêm vivas as tradições culturais.
Nota-se, então, que o Turismo Rural permite a diversificação das atividades do campo, transformando-as, no entanto, em atrativo turístico, no qual o cotidiano, costumes, pratos culinários, o ambiente natural e as construções rústicas, entre outros elementos rurais. Tais motivam o Turista a procurar o meio rural, no desejo de resgatar sua cultura e origem, ou afastá-lo, do tumulto e da poluição do ambiente das cidades grandes.
As potencialidades do Turismo Rural para agricultores
As transformações na sociedade, o ritmo de trabalho, a urbanização, têm feito com que alguns proprietários de áreas rurais percebam o enorme potencial de demanda para o campo, buscando adequar suas propriedades para receber visitantes. Outro fator além da rentabilidade desta atividade, que leva a sua implantação, é a questão das dificuldades da agricultura e da agropecuária nacionais.
O Turismo Rural se torna uma forma de diversificação de atividades, dividindo atividades próprias do trabalho do campo, da produção agrícola, como atividades ligadas ao lazer, educação, turismo e a prestação de serviços em geral em vários Estados do Brasil, como em outros países (GIMENES, 2003).
Com base em dados obtidos no site da ABIH ? Associação Brasileira de Industrias de Hotéis (2006), segundo estatísticas do sul do país, cada turista que chega a propriedade rural para passar o dia deixa, em média, R$ 15,00 e, caso permaneça por 24 horas (pernoite e três refeições), esse valor sobe para R$ 50,00. Como 76% dos turistas viajam em família, cada contato realizado pode gerar uma receita de R$ 200,00. Tal informação, no entanto varia, conforme a qualidade do serviço oferecido, localidade, atrações entre outros aspectos.
A ruralidade de acordo com Sousa (2006) na Revista Globo Rural é um valor ao qual o mundo contemporâneo atribui crescente importância, por seu significado na preservação da biodiversidade e no estilo de vida cada vez mais procurado pelos habitantes dos grandes centros. Informa ele que a revalorização das regiões interioranas é um dos mais importantes fenômenos demográficos, sociais e culturais do início do milênio. Até mesmo Silva (2006) retrata as potencialidades e principais atrativos que levam ao crescimento desta forma de Turismo, com o seguinte texto:
O que leva milhares de turistas a visitar, no inverno, fazendas de Lages, no sul de Santa Catarina, um dos lugares mais frios do país? A beleza dos campos cobertos por uma camada fina de gelo, o verde da paisagem pontuado por exuberantes araucárias, o gado em lento movimento, os ritos do cotidiano agrícola e pecuário, a rusticidade da madeira de que são feitas as construções e a decoração, os bons pratos da comida regional, o sossego, o desafio de enfrentar temperaturas negativas e fortes geadas? Ou será o prazer do aquecimento à beira de um fogo sempre aceso em cada casa? Principalmente quando esse fogo é o famoso "fogo de chão", em torno do qual as pessoas se juntam na roda de chimarrão para conversar, ouvir música nativa, no estilo gaúcho, cozinhar e comer muito pinhão. Provavelmente é tudo isso e uma coisa mais: o calor compartilhado entre os visitantes e as pessoas do lugar, num espaço em que o tempo tem outra lógica, passa devagar e cria condições para uma hospitalidade afetuosa.
É lucrativo pela oferta de um meio que traz recordações para aquele que visita, pois este não apenas tem contato com o mundo rural vivenciado na infância, ou por seus pais, mas também com os pratos, os animais, entre outros pontos, que hoje vem transformando o Turismo Rural e fonte de renda e promoção econômica da área de Turismo no país.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Joaquim Anecio. Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Papirus, 2000.
ANDRADE, J.V. de. Turismo, fundamentos e dimensões. São Paulo: Yangraf, 2000.
CAMPANHOLA, Clayton; SILVA, José Graziano da. O agroturismo como nova forma de renda para o pequeno agricultor brasileiro. In: ALMEIDA, Joaquim Anécio; RIEDL, Mário (Orgrs.).Turismo Rural: Ecologia, Lazer e Desenvolvimento. São Paulo: EDUSC, 2000.
FENNELL, David A. Ecoturismo: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2002.
FERRETI, Eliane Regina. Turismo e meio ambiente: uma abordagem integrada. São Paulo: Roca, 2002.
LAKATOS, Maria Eva; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2004.
PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa:: Abordagem teórico-prática. 10. ed. São Paulo: Papirus, 2004.
RODRIGUES, Ady B. Turismo eco-rural: interfácies entre o Ecoturismo e o Turismo Rural. In: ALMEIDA, J.; FROEHLICH, J. e RIEDL, M. (orgs.). Turismo Rural e desenvolvimento sustentável. Campinas: Papirus, 2001.
SANT?ANA, Flaviana Costa. Profissão Turismo. Disponível em: http://www.sobreturismo.com.br/painel.asp?tipo=prt&secao=profissional. Acessado em: 09/06/2006.
SILVA, João Paulo da. As Possíveis Contribuições do Turismo Rural
no Combate ao Êxodo Rural - Ago/05. In: Google. Disponível em:http://revista turismo.cidadeinternet.com.br/artigos/turismorural.html. Acesso em: 21/08/2006.
ZIMMERMANN, Adonis. Turismo Rural: um modelo brasileiro. Florianópolis: Ed. do Autor, 1996.
SILVA, Gislene. Turismo Rural: Calor compartilhado. Globo Rural On line. http://globorural.globo.com/barra.asp?d=/edic/168/rep_turismo1.htm. acesso 13/09/2006
SILVA, Cristiano Lôbo da; ROCHA, João Henrique de Mello Vieira. Tendências: Turismo Rural o novo negócio. Globo Rural on line. http://globorural.globo.com/barra. asp?d=/edic/184/rep_tendencias.htm. Acesso 13/09/2006
DESVENDAR. Turismo Rural: breve histórico. http://www.desvendar.com/turismo/rural/historia.asp. Acesso em:10/09/2006.
ABIH - Associação Brasileira de Indústria de Hotéis. Conheça mais sobre o que é o Turismo Rural. http://www.abih.com.br/principal/turismo_rural.php. Acesso 12/09/2006.
COSTA, Patrícia Côrtes. Ecoturismo. São Paulo: Aleph, 2002.
GIMENES, Maria Henriqueta S. Garcia (Org.) Oportunidades e investimentos em Turismo. São Paulo: Roca, 2003.
O Turismo, fenômeno intimamente marcado pela multidisciplinaridade, caracteriza-se como uma atividade socioeconômica e cultural mundialmente reconhecida como instrumento de desenvolvimento social. Tal fenômeno tem feito com que a sociedade brasileira, volte seus olhos para o potencial turístico brasileiro, aproveitando-se as riquezas paisagísticas e culturais diversas e intensas do país. De acordo com Gimenes (2003) este é visto como opção viável para o desenvolvimento sustentável da nação, onde diversos têm fomentado uma maior compreensão em relação à natureza e especificidades da atividade turística, bem como buscando vislumbrar as oportunidades que ela representa e ainda consolidar políticas e estratégias de planejamento coerentes para o setor.
É fruto da sociedade do novo milênio, que apresenta segundo Gimenes (2003) uma realidade em que as relações humanas se restringem basicamente às comunicações tecnológicas, pois cada vez um maior número de pessoas procuram satisfazer suas necessidades e desejos através de tecnologias em que predomina a ausência do contato humano. Estas mudanças nas relações sociais e econômicas acarretam novas tendências no Turismo Rural, havendo uma fuga para lugares diferentes.
A atividade Turística, por conseguinte, vem se desenvolvendo com bastante ênfase nas últimas décadas, promovendo mudanças em diversos setores da sociedade e consolidando-se como uma estratégia viável e inteligente de desenvolvimento (GIMENES, 2003). O turismo característico, portanto, como atividade destinada à uma sociedade de consumo, é um todo estruturado e um produto composto ou uma combinação de bens e serviços, cuja funcionalidade.
A busca de novas fontes de renda, em conseqüência disso a cada ano significa a adoção em muitas propriedades de atividades turísticas.
Histórico das origens do Turismo Rural
O Turismo Rural desde o Século XVII, a medida que as cidades se formavam, com o capitalismo em crescimento, a procura pelo campo, como forma de lazer, para os moradores dos grandes centros era medida comum, sendo normal para as pessoas das classes altas, a compra de casas de campo, para onde iam em certo período do ano. As visitas ao campo, por um longo período figuram dentre as recomendações de muitos médicos, para pessoas com problemas respiratórios como a tuberculose.
Nos séculos seguintes a procura pelo campo existiria, mesmo que ainda não figurasse como modalidade turística, mas sim, como costume de pessoas em uma busca de contato com o campo, de retorno às lembranças do tempo de infância. Os processos de urbanização e de êxodo nas áreas rurais no Brasil marcariam pontos determinantes para o nascimento do Turismo Rural.
Não existem marcos precisos para datar o início desta atividade, principalmente em função da dimensão territorial de nosso país. Mas sabe-se também que a primeira iniciativa oficial, ou seja, com utilização do termo Turismo Rural, se deu em 1986 na fazenda Pedras Brancas no município de Lages (SC). Segundo Silva (2006) pioneiramente o Município de Lages, Santa Catarina iniciou a atividade como uma simples alternativa econômica e que hoje, tornou-se exemplo de qualidade que se reflete na satisfação da população com a atividade e esta, proporcionou ao produtor rural o aumento significativo em sua renda.
A história do turismo rural no Brasil é bastante recente e está relacionada com as diversas fases do processo de ocupação do território. Assim, as paisagens turísticas rurais com seus aspectos marcantes, se constituíram através dos chamados ciclos econômicos originando um diversificado patrimônio histórico e cultural. O ciclo do gado, que praticamente ocorreu em todo o território nacional, originou grandes rotas turísticas, um rico folclore e uma saborosa gastronomia. A cana-de-açúcar na zona da mata nordestina, o ciclo do ouro e do diamante em Minas Gerais e também a era do café na região sudeste são responsáveis por um valioso patrimônio arquitetônico urbano e rural (DESVENDAR, 2006). Hoje, a exemplo disso, muitas sedes de fazendas do autêntico período colonial têm sido transformadas em pousadas onde se desenvolve o Turismo Rural, acolhendo pessoas interessadas na história e também em participar do cotidiano das atividades do campo. As propriedades agrícolas em geral estão despertando interesse dos turistas, sendo fonte de renda.
Conceito de Turismo Rural
O Turismo, no caso de propriedades rurais é aquele que se liga ao uso de recursos que atraiam os turistas, principalmente aqueles que residem em grandes cidades e que objetivam maior contato com o campo, com os animais, alimentos, etc., comuns em sítios e fazendas, sendo este o Turismo Rural. Costa (2002) citando definição de Emater coloca que esta modalidade de Turismo pode ser definida como um segmento do turismo baseado na oferta de serviços, como hospedagem, alimentação, e serviços relacionados a empresas ou propriedades que atuam no meio rural e têm por base economia não agrícola.
Corresponde a vivência no ambiente de fazendas ou outras propriedades rurais, em meio à lida diária dos trabalhadores, com contato com técnicas de plantio, trato com gado, costumes e tradições regionais. Pode em um conceito maior, se definida como abrangendo tanto as férias nas propriedades agrícolas quanto qualquer outra atividade desenvolvida nas áreas rurais (COSTA, 2002).
A respeito, Silva (2006) citando Campanola e Silva (2000, p.148) esclarece que este é "relacionado a qualquer atividade de lazer e turismo que seja realizada em áreas rurais", envolvendo desde a promoção de eventos como shows e congressos a outras atividades onde sua implantação dependa diretamente das áreas naturais, como Ecoturismo, entre outros. Outra vantagem é o uso de mão-de-obra local, das pessoas da própria localidade, podendo significar a capacitação e qualificação das mesmas na própria atividade, levando ao crescimento não somente do investidor nesta área de Turismo, mas também das pessoas do campo contratadas.
Pode ser denominado segundo Zimmermann (1996) como atividade turística realizada no meio rural, comprometida com a produção agrícola e com o desenvolvimento local, onde sua demanda é bastante específica, pois se compõe de pessoas que buscam o contato com o campo, como sensações diversas daquelas das grandes cidades, sendo por isso uma nova modalidade de Turismo a ser desenvolvida.
A terminologia rural, portanto, engloba aspectos socioculturais, econômicos, demográficos e físicos, entendendo-se por rurais os lugares afastados dos núcleos urbanos e centros industriais, caracterizados por baixa densidade demográfica e que mantêm vivas as tradições culturais.
Nota-se, então, que o Turismo Rural permite a diversificação das atividades do campo, transformando-as, no entanto, em atrativo turístico, no qual o cotidiano, costumes, pratos culinários, o ambiente natural e as construções rústicas, entre outros elementos rurais. Tais motivam o Turista a procurar o meio rural, no desejo de resgatar sua cultura e origem, ou afastá-lo, do tumulto e da poluição do ambiente das cidades grandes.
As potencialidades do Turismo Rural para agricultores
As transformações na sociedade, o ritmo de trabalho, a urbanização, têm feito com que alguns proprietários de áreas rurais percebam o enorme potencial de demanda para o campo, buscando adequar suas propriedades para receber visitantes. Outro fator além da rentabilidade desta atividade, que leva a sua implantação, é a questão das dificuldades da agricultura e da agropecuária nacionais.
O Turismo Rural se torna uma forma de diversificação de atividades, dividindo atividades próprias do trabalho do campo, da produção agrícola, como atividades ligadas ao lazer, educação, turismo e a prestação de serviços em geral em vários Estados do Brasil, como em outros países (GIMENES, 2003).
Com base em dados obtidos no site da ABIH ? Associação Brasileira de Industrias de Hotéis (2006), segundo estatísticas do sul do país, cada turista que chega a propriedade rural para passar o dia deixa, em média, R$ 15,00 e, caso permaneça por 24 horas (pernoite e três refeições), esse valor sobe para R$ 50,00. Como 76% dos turistas viajam em família, cada contato realizado pode gerar uma receita de R$ 200,00. Tal informação, no entanto varia, conforme a qualidade do serviço oferecido, localidade, atrações entre outros aspectos.
A ruralidade de acordo com Sousa (2006) na Revista Globo Rural é um valor ao qual o mundo contemporâneo atribui crescente importância, por seu significado na preservação da biodiversidade e no estilo de vida cada vez mais procurado pelos habitantes dos grandes centros. Informa ele que a revalorização das regiões interioranas é um dos mais importantes fenômenos demográficos, sociais e culturais do início do milênio. Até mesmo Silva (2006) retrata as potencialidades e principais atrativos que levam ao crescimento desta forma de Turismo, com o seguinte texto:
O que leva milhares de turistas a visitar, no inverno, fazendas de Lages, no sul de Santa Catarina, um dos lugares mais frios do país? A beleza dos campos cobertos por uma camada fina de gelo, o verde da paisagem pontuado por exuberantes araucárias, o gado em lento movimento, os ritos do cotidiano agrícola e pecuário, a rusticidade da madeira de que são feitas as construções e a decoração, os bons pratos da comida regional, o sossego, o desafio de enfrentar temperaturas negativas e fortes geadas? Ou será o prazer do aquecimento à beira de um fogo sempre aceso em cada casa? Principalmente quando esse fogo é o famoso "fogo de chão", em torno do qual as pessoas se juntam na roda de chimarrão para conversar, ouvir música nativa, no estilo gaúcho, cozinhar e comer muito pinhão. Provavelmente é tudo isso e uma coisa mais: o calor compartilhado entre os visitantes e as pessoas do lugar, num espaço em que o tempo tem outra lógica, passa devagar e cria condições para uma hospitalidade afetuosa.
É lucrativo pela oferta de um meio que traz recordações para aquele que visita, pois este não apenas tem contato com o mundo rural vivenciado na infância, ou por seus pais, mas também com os pratos, os animais, entre outros pontos, que hoje vem transformando o Turismo Rural e fonte de renda e promoção econômica da área de Turismo no país.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Joaquim Anecio. Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Papirus, 2000.
ANDRADE, J.V. de. Turismo, fundamentos e dimensões. São Paulo: Yangraf, 2000.
CAMPANHOLA, Clayton; SILVA, José Graziano da. O agroturismo como nova forma de renda para o pequeno agricultor brasileiro. In: ALMEIDA, Joaquim Anécio; RIEDL, Mário (Orgrs.).Turismo Rural: Ecologia, Lazer e Desenvolvimento. São Paulo: EDUSC, 2000.
FENNELL, David A. Ecoturismo: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2002.
FERRETI, Eliane Regina. Turismo e meio ambiente: uma abordagem integrada. São Paulo: Roca, 2002.
LAKATOS, Maria Eva; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2004.
PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa:: Abordagem teórico-prática. 10. ed. São Paulo: Papirus, 2004.
RODRIGUES, Ady B. Turismo eco-rural: interfácies entre o Ecoturismo e o Turismo Rural. In: ALMEIDA, J.; FROEHLICH, J. e RIEDL, M. (orgs.). Turismo Rural e desenvolvimento sustentável. Campinas: Papirus, 2001.
SANT?ANA, Flaviana Costa. Profissão Turismo. Disponível em: http://www.sobreturismo.com.br/painel.asp?tipo=prt&secao=profissional. Acessado em: 09/06/2006.
SILVA, João Paulo da. As Possíveis Contribuições do Turismo Rural
no Combate ao Êxodo Rural - Ago/05. In: Google. Disponível em:http://revista turismo.cidadeinternet.com.br/artigos/turismorural.html. Acesso em: 21/08/2006.
ZIMMERMANN, Adonis. Turismo Rural: um modelo brasileiro. Florianópolis: Ed. do Autor, 1996.
SILVA, Gislene. Turismo Rural: Calor compartilhado. Globo Rural On line. http://globorural.globo.com/barra.asp?d=/edic/168/rep_turismo1.htm. acesso 13/09/2006
SILVA, Cristiano Lôbo da; ROCHA, João Henrique de Mello Vieira. Tendências: Turismo Rural o novo negócio. Globo Rural on line. http://globorural.globo.com/barra. asp?d=/edic/184/rep_tendencias.htm. Acesso 13/09/2006
DESVENDAR. Turismo Rural: breve histórico. http://www.desvendar.com/turismo/rural/historia.asp. Acesso em:10/09/2006.
ABIH - Associação Brasileira de Indústria de Hotéis. Conheça mais sobre o que é o Turismo Rural. http://www.abih.com.br/principal/turismo_rural.php. Acesso 12/09/2006.
COSTA, Patrícia Côrtes. Ecoturismo. São Paulo: Aleph, 2002.
GIMENES, Maria Henriqueta S. Garcia (Org.) Oportunidades e investimentos em Turismo. São Paulo: Roca, 2003.