“Tucano” confessa que é lobo por dentro

 

Edson Silva

 

E olha o Aloysio Nunes, um dos principais colaboradores do pré-candidato Serra, dizendo que “tucano” (coitada dessa ave tão brasileira e injustiçada como símbolo dos neoliberais) é “lobo com pele lobo”. Não sou eu quem está dizendo, saiu no Jornal O Estado de São Paulo, em 9 de abril. Por si só, a frase infeliz é demonstração de que eles estão colocando bicos e penas de fora e mostram seu verdadeiro lado.

 

A frase famosa é que existem pessoas que são “lobos em pele de cordeiro”. Na entrevista de Nunes, ex-secretário da Casa Civil de São Paulo, ao “Estadão”, ele diz que ética não é “plataforma eleitoral” e sem criticar incisivamente o governo do presidente Lula(PT), que tem mais de 80% de aprovação mesmo no último ano do segundo mandato, o “tucano” disparou: “Não somos lobos com pele de cordeiro, somos lobo com pele de lobo”.

 

A tentativa era atacar a ex-ministra Dilma, candidata de confiança do presidente Lula, que disse, também no “Estadão”, em 5 de abril, disse que o povo brasileiro sabe identificar “lobos em pele de cordeiro”. Particularmente, nesta história de lobos e cordeiros prefiro  contos que minha mãe e avós contavam e acrescento que bom mesmo é ser humano em pele de ser humano, sem concessões “lobísticas” ou “cordeirísticas”.

 

E para quem acha que a frase do Nunes foi só deslize eleitoreiro, ele frisou sua opinião sobre outro “tucano”, o Aécio Neves, de Minas Gerais, que pretendia ser candidato à presidente no lugar de Serra e por isso pode se tornar aliado de Dilma, em Minas. Nunes disparou: “O Aécio é muito mais esperto do que todos podem imaginar, ele está de nosso lado, claro que com o estilo dele...” Fica pergunta, qual estilo? De lobo em pele de lobo ou em pele de cordeiro? E neste caso e o Serra? Quem pele ele veste?   

 

Pra que ninguém diga que sou petulante, encerro o artigo com o único lugar onde acho que ficou legal se dizer que é lobo. Trata-de  da poesia de Oswaldo Montenegro, a música: “Todo Mundo é Lobo Por Dentro (Petulante).

 

 Você me disse que eu sou petulante, né? /Acho que sou sim, viu?/ Como a água que desce a cachoeira/ E não pergunta se pode passar/ Você me disse que meu olho é duro como faca/ Acho que é sim, viu?/ Como é duro o tronco da mangueira/ Onde você precisa se encostar/ Você me disse que eu destruo sempre/ A sua mais romântica ilusão/E destruo sempre com minha palavra/ O que me incomodou/ Acho que é sim/ Como fere e faz barulho o bicho que se machucou,viu?/ Como fere e faz barulho o bicho que se machucou,viu?”