Tuberculose pulmonar no Brasil e seus sintomas.
Publicado em 06 de maio de 2010 por Marcio Cruvinelli
Tuberculose Pulmonar
(Parte1)
A
tuberculose é uma das mais antigas doenças que afligem a humanidade e constitui
uma das principais causas de morbidade e mortalidade em nosso país, atingindo
indistintamente diversas faixas etárias e classes
sociais.
A
rápida evolução tecnológica e o advento dos antimicrobianos, geraram a crença de
que as doenças infecto-contagiosas seriam extintas de nosso meio. Porém, o
surgimento de bacilos resistentes aos antimicrobianos, em conseqüência, na
maioria das vezes, de um tratamento irregular com grandes percentuais de abandono, e a
epidemia de AIDS, demonstraram que a luta contra a tuberculose ainda não foi
vencida. A doença permanece como um problema de saúde pública em vários países.
No Brasil são notificados em torno de 90.000 casos por ano, com cerca de 6.000
óbitos.
O Brasil
ocupa atualmente a 18ª posição no ranking dos 22 países com maior projeção de
incidência de tuberculose no mundo. A taxa por 100 mil habitantes é 48 casos por
100 mil habitantes, de acordo com o Relatório de Controle Global da Tuberculose
em 2009, comunicado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), no 3º Fórum Stop TB.
Apesar do governo
estar investindo mais recursos e melhorando os programas de controle da doença,
o País ainda tem uma taxa de cura baixa, de 77%, enquanto a OMS preconiza 85%.
Em
comparação com outros países, o porcentual de tuberculose multirresistente (que
não responde às duas principais drogas utilizadas no tratamento) é de apenas
0,9%, bem menor do que a média global de 4,9% de prevalescência sobre os casos
registrados da doença. Uma pesquisa realizada pelo Programa Nacional de Controle
da Tuberculose com 12.341 pessoas
O
País também faz parte do grupo de 56 países que já reportou pelo menos um caso
de tuberculose extremamente resistente (não responde a praticamente nenhuma
droga conhecida). Todos os três pacientes eram do Rio de Janeiro e morreram. Nos
dias 1, 2 e 3 de abril, uma conferência em Pequim discutirá a questão da
resistência crescente às drogas utilizadas no controle da tuberculose. "O
resultado da pesquisa indica que temos boas perspectivas de controlar um
problema que é crescente no mundo. Tudo indica que no Brasil a tuberculose esta
estabilizada.
O
relatório da OMS também elogia o Brasil por ter melhorado o sistema de
notificação de incidências. Desde 2005 os sistemas de mortalidade e de controle
de tuberculose estão conectados. Isso permitiu que 19.064 casos duplicados
fossem removidos das estatísticas. Para o consultor da Organização Pan-Americana
de Saúde, Rodolfo Rodrigues, o Brasil está muito bem. "O número de casos
continua alto, mas pela taxa ele nem estaria no grupo dos 22 países mais
afetados." Segundo ele, o País deve alcançar a meta do milênio para a
tuberculose nos próximos dois anos. Em 1990, os países membros da Organização
das Nações Unidas (ONU) se comprometeram a reduzir em 50% os números de
incidência e letalidade da doença.
Descoberta do agente etiológico da
tuberculose
Robert
kock, em 1882, descobriu o agente etiológico da tuberculose, o que fez crescer a
espectativa em relação à cura e erradicação da doença, que desde a antiguidade
atinge pessoas de várias classes
sociais.
Hoje após
um século de descoberta do agente etiológico da tuberculose, e dispondo de
métodos adequados de diagnóstico e esquemas de tratamento com drogas
específicas, capazes de curar a maior parte dos casos, a tuberculose persiste
como um grave problema de saúde pública no Brasil e vários outros
países.
Neste
contexto,
Um diagnóstico rápido e
seguro,
Acompanhado de um tratamento
precoce,
São medidas fundamentais
para
Quebrar a cadeia de
transmissão
E controlar a tuberculose no
Brasil
Tuberculose ? Formas de transmissão
e tratamento
A Tuberculose (TB), é uma doença infecciosa, que acomete, geralmente, os pulmões, mas pode ocorrer em qualquer outro órgão ou ainda se desenvolver ao mesmo tempo, em vários órgãos do nosso organismo.
Como
podemos visualizar na figura acima, podemos desenvolver tuberculose pericádica,
hepática, renal, óssea, cutânea, pleural, pulmonar, ganglionar e meningite
tuberculosa.
A
tuberculose humana é causada por cinco espécies de bactérias pertencentes ao
gênero Mycobaterium, que
são:
M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M microti e M.
Canetti. Onde estas espécies são
agrupadas e definidas como "complexo M.
tuberculosis".
No Brasil,
quase todos os casos possui como agente etiológico a M. tuberculosis, mais conhecido como:
bacilo de Kock ou ainda (BK). Muito raramente, a tuberculose tem sido
relacionada ao M. bovis. As outras
espécies de Micobacterium, tem sido
identificadas em outras partes do mundo. Nenhuma destas espécies, existem
naturalmente livre no ambiente.
Portanto o
bacilo da tuberculose é adquirido, principalmente, pela inalação de partículas
infectantes, espalhadas no ar através de tosse, fala e espirro de um paciente
com tuberculose pulmonar, onde através da respiração, os bacilos chegam aos
alvéolos pulmonares, onde podem ser destruídos, permanecer em estado de latência
ou se multiplicar.
Você
sabia?
Raramente,
o complexo M. tuberculosis é adquirido através do contato da pele lesada (cortes
ou ferida) com secreções de pacientes com tuberculose. Neste caso, o bacilo pode
ficar na própria pele ou migrar para outras partes do corpo humano, como por
exemplo o pulmão.
Também
raramente, o M. bovis é adquirido junto com ingestão de produtos como, por
exemplo, o leite ou seus derivados não
pasteurizados.
Todas as pessoas que adquirem o
bacilo desenvolvem a tuberculose?
Apenas
cerca de 10% a 20% se tornam doentes, isto é devido porque, para que a doença se
manifeste, o indivíduo precisa estar com o sistema imunológico deficiente, seja
por debilidades nutricionais, uso de medicamentos imunodepressores ou ainda
doenças imunossupressoras, como no caso da
AIDS.
Como se adquire o bacilo da
tuberculose?
O bacilo da
tuberculose é adquirido, principalmente, pela inalação de particulas infectantes
suspensas no ar.
"Partículas infectantes: são gotículas com diâmetros de até 5
micra contendo bacilos, espalhadas no ar pela tosse, fala e espirro de um
paciente com tuberculose pulmonar.
Onde através da respiração os bacilos chegam aos alvéolos pulmonares onde podem ser destruídos, permanecer em estado de latência ou se multiplicar.
Qual das formas de tuberculose é
mais freqüente?
É a
Tuberculose Pulmonar que, além de mais freqüente, é a mais importante e
preocupantes em termos de Saúde Pública, porque é a forma que produz as
partículas infectantes responsáveis pela transmissão da
doença.
As demais
formas são relatadas como Tuberculose Extra-pulmonar e, no Brasil, ocorrem em
torno de 15% dos doentes.
Além da
tosse com expectoração constante por mais de 3 semanas, que identifica o
sintomático respiratório, são também comuns os seguintes sinais e sintomas
clínicos: febre, suor noturno, falta de apetite, cansaço, falta de ar e
emagrecimento rápido. Algumas vezes a tuberculose atinge vasos sangüíneos
pulmonares e o escarro apresenta-se
sanguinolento.
Escrito por: Dr. Marcio
Cruvinel
Biomédico e escritor de vários livros, apostilas e coletâneas, na área de saúde.