Como vem triste a tarde em seus desenganos
Como mito que pronto encerra o mistério
A vida se nos torna imagem de um mistério
Falso, mas cujo engano brilha muitos anos.

Velho tronco relembra os sues dias ufanos
A mocidade pensa, então mais critério
A branca realidade atrás dos desenganos.

Nos olhos da velhice a virgem majestade
Da lágrima se impõe, num fusco granito
Soberana infeliz do império da saudade.

Plangem os carrilhões harmonias da prece
O coração nos foge em busca do infinito
Silêncio, mágoa e dor...

Oh! Sombra! Anoitece!...




EWALD KOCH