CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS







LAIZ LINO BRUM















TREINAMENTO FUNCIONAL EM IDOSOS FREQUENTADORES DE UM POSTO MÉDICO DE GUARNIÇÃO DE DOURADOS/MS: COMPARAÇÃO DOS EXERCÍCIOS EM BASE ESTÁVEL E INSTÁVEL PARA O EQUILÍBRIO



















Dourados-MS
2010

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS





LAIZ LINO BRUM














TREINAMENTO FUNCIONAL EM IDOSOS FREQUENTADORES DE UM POSTO MÉDICO DE GUARNIÇÃO DE DOURADOS/MS: COMPARAÇÃO DOS EXERCÍCIOS EM BASE ESTÁVEL E INSTÁVEL PARA O EQUILÍBRIO



Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde como pré-requisito para obtenção do título em Bacharelado em Educação Física.

Orientador: Prof. M. Sc. Rommel Padovan Branquinho









Dourados-MS
2010

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, em 01 de Dezembro de 2010, pelos avaliadores:






__________________________________________________________________
Professor Orientador M. Sc. Rommel Padovan Branquinho





__________________________________________________________________
Professora M. Sc. Zélia Aparecida Milani Parizotto




__________________________________________________________________
Professor M. Sc. Fábio Henrique Cardoso Leite





























TREINAMENTO FUNCIONAL EM IDOSOS FREQUENTADORES DE UM POSTO MÉDICO DE GUARNIÇÃO DE DOURADOS/MS: COMPARAÇÃO DOS EXERCÍCIOS EM BASE ESTÁVEL E INSTÁVEL PARA O EQUILÍBRIO

FUNCITIONAL TRAINING IN MEDIAL OFTEN A DESK OF DOURADOS/MS: COMPARISON OF EXERCISE IN STABLE AND UNSTABLE BASE FOR BALANCE

BRUM, Laiz Lino1; BRANQUINHO, Rommel Padovan2; PARIZOTTO, Zélia Aparecida Milani, LEITE, Fábio Henrique Cardoso


Rommel Padovan Braquinho

Possui graduação em Fisioterapia pelo Centro Universitário da Grande Dourados (2004), graduação em Educação Física pelo Centro Universitário da Grande Dourados (2001), Especialista em Fisioterapia Desportiva pela UNIMEP (2006), mestre em Fisioterapia pela Universidade Metodista de Piracicaba (2007) e Especialista em Terapia Manual e Técnicas Osteopáticas (2008) pela Universidade Estadual do Norte do Paraná. Também possui formação em Osteopatia Visceral pelo IDOT. Atualmente é professor do Centro Universitário da Grande Dourados, Fisioterapeuta do Comando da 4a Brigada de Cavalaria Mecanizada (Dourados/MS), atua como fisioterapeuta (Osteopatia) na Estação do Corpo. Tem experiência na área de Fisioterapia , com ênfase em Fisioterapia Manuall, atuando principalmente nos seguintes temas: imobilização, músculo esquelético, osteopatia, atrofia muscular e fisiologia do exercício


Dourados-MS, 18 de Novembro de 2010



Rommel Padovan Branquinho
































RESUMO


Objetivo: Analisar os exercícios realizados em base estável e instável para o equilíbrio no treinamento funcional em freqüentadores idosos de um posto médico de guarnição de Dourados/MS Material e métodos: A pesquisa de campo quantitativa, transversal de caráter descritivo, investigou 20 indivíduos idosos de ambos os sexos, com testes realizados no Centro de Reabilitação Física Guarnição de Dourados/MS, com faixa etária entre 60 a 70 anos de idade, sendo que foram colhidos dados amostrais antes (pré-teste) e depois (pós-teste), do treinamento funcional de pessoas que freqüentam um posto médico de guarnição de Dourados/MS. A forma de seleção amostral foi por intermédio de voluntariedade, sendo submetidos ao teste de comparação dos exercícios em base estável e instável para o equilíbrio, com utilização ainda para a esta avaliação, do questionário de quedas e a escala de equilíbrio de Berg. Após aplicação do questionário, os sujeitos da pesquisa foram encaminhados para a sala reservada, acompanhados pela pesquisadora e pelo responsável do setor do próprio Centro de Reabilitação Física, no qual foi realizado o questionário de quedas, escala de Berg e o treino proprioceptivo. Resultados: Com os dados coletados chegou-se aos resultados demonstrados de forma quantitativa por intermédio de tabelas e figuras, constatando-se que idosos que freqüentam o Centro de Reabilitação Física Guarnição de Dourados/MS obtiveram em poucas semanas uma melhora significativa na reorganização motora das funções fisiológicas dos idosos em base instável. Conclusão: conclui-se, portanto, que os idosos freqüentadores de um posto de guarnição de Dourados/ MS obtiveram, com aplicação do exercício em base estável comparado com o realizado na base instável, uma melhora significante no equilíbrio dos idosos objetivando proporcionar recuperação das funções fisiológicas que estão ligadas ao processo de envelhecimento, melhorando assim, a capacidade de locomoção e devolvendo funções vitais inerentes ao ser humano.


Palavras-chave: Envelhecimento, Quedas, Propriocepção.

ABSTRACT


Objective: To analyze the exercises performed on unstable and stable base for balance in functional training in elderly patrons of a medical lining de Dourados / MS.Methods: A quantitative field survey, cross-sectional descriptive, investigated 20 elderly subjects both sexes, with tests performed at the Center for Physical Rehabilitation Garrison Dourados / MS, aged between 60 and 70 years of age, and sample data were collected before (pretest) and after (posttest) of Functional training of people who attend a clinic on the lining of Dourados. The form of sample selection was through voluntary, being tested through exercises in comparison basis for the stable and unstable equilibrium, even for use with this assessment, the questionnaire of falls, and the Berg Balance Scale. After the questionnaire, the subjects were referred to a private room, accompanied by the researcher and the head of the sector's own Physical Rehabilitation Centre, which underwent the questionnaire falls, Berg Scale and proprioceptive training. Results: The data collected came to the results shown in a quantitative way through tables and figures, noting that seniors who attend the Center for Physical Rehabilitation Garrison Dourados obtained in a few weeks a significant improvement in the reorganization of the motor physiological functions of the elderly in unstable base. Conclusion: we conclude therefore that the elderly members of a post trim Dourados obtained, applying the base year in stable compared with that achieved in the unstable base, a significant improvement in balance in the elderly aiming to provide recovery of the functions which are linked to physiological aging process, therefore improving the ability to walk and returning vital functions inherent in the human.

Keywords: Aging, Falls, Proprioception




1 Acadêmica do curso de Educação Física do Centro Universitário da Grande Dourados- UNIGRAN, Dourados / MS.
2 Docente do curso de Educação Física do Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados / MS.
Contato: [email protected]
BRUM, Laiz Lino1; BRANQUINHO, Rommel Padovan2; PARIZOTTO, Zélia Aparecida Milani, LEITE, Fábio Henrique Cardoso.

Introdução

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o processo de envelhecimento é caracterizado como um: "prolongamento e término de um processo representado por um conjunto de modificações fisiomórficas e psicológicas interruptas à ação do tempo sobre as pessoas" (SAFONS s/d apud GANDOLFI et al., 2001).
O processo de envelhecimento atinge além dos sistemas, o controle postural, causando alterações no sistema sensorial (composto pelo visual, proprioceptivo e vestibular) que são coordenados pelo Sistema Nervoso Central (SNC). É fundamental a integração destes sistemas corporais sob o comando central, para que haja controle motor adequado de nossas tarefas no dia a dia, e dando melhor capacidade funcional, fator este imprescindível para uma melhor qualidade de vida dos idosos (GAZZOLA et al., 2006).
Segundo Silva et al.,(2003)Um dos fatores que atingem mais os idosos é a falta de equilíbrio, o equilíbrio é definido como a capacidade do centro de massa do nosso corpo sobre a sua base de suporte, ocorrendo oscilações posturais mínimas. Já em termos fisiológicos, o equilíbrio é a resposta biomecânica do nosso sistema musculoesquelético, quando o individuo encontra-se sentado, em pé ou deambulação ou realizando qualquer atividade.
Em uma situação inversa ao equilíbrio, a queda pode ser definida como ação não intencional, no qual tem como resultado a mudança de posição do indivíduo, para um nível mais baixo, em relação a sua inicial posição (MOURA et al.,1999).
Para Lephart et al., (2000), uma das alternativas para redução do índice de lesões nesta idade é a propriocepção é definida atualmente como um conjunto de informações aferentes proveniente dos músculos, tendões, articulação e entre outros tecidos projetados para o Sistema Nervoso Central (SNC), para que possa fazer um processamento, influenciando o controle motor voluntário e as respostas reflexas. A propriocepção contribui para diversas sensações conscientes e também para a estabilidade articular e o controle postura do nosso corpo humano, ela pode ser militada somente quando houver aquisição dos estímulos mecânicos e sua transdução em estímulos neurais, não possuindo nenhuma influencia com o processamento no SNC e na resposta motora.
A aplicabilidade do treinamento funcional proposto nesse estudo e que o justifica, baseia-se na reorganização motora das funções fisiológicas que estão ligadas ao processo de envelhecimento, pois com isso tentar-se devolver essa capacidade de locomoção e melhora das funções vitais inerentes ao ser humano.
Desta forma o estudo teve por objetivo analisar o treinamento funcional em freqüentadores idosos de um Posto Médico de guarnição de Dourados/MS, comparando a aplicação dos exercícios em base estável e instável para o equilíbrio.

Material e Métodos

Tratou-se de uma pesquisa quantitativa transversal de caráter descritivo, realizada sob supervisão e orientação de um professor, militar e Fisioterapeuta no Centro de Reabilitação Física no Posto Médico de Guarnição de Dourados/MS.
A presente pesquisa, de acordo com a responsabilidade pela condução científica, atendendo a resolução 196/96 (BRASIL, 2000) foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário da Grande Dourados-UNIGRAN, sob o protocolo número 279/10, que assegurou todos os direitos dos envolvidos na pesquisa, além do respeito aos critérios de inclusão e exclusão previamente elencados. Os dados referentes ao local da pesquisa não aparecem no momento de divulgação dos resultados com o intuito de manter em sigilo a identidade dos investigados, como foi garantido nos preceitos éticos.
Foram avaliados no período de agosto a novembro de 2010, vinte indivíduos idosos de ambos os sexos, sendo 15 homens e 5 mulheres, em que foram coletados dados amostrais antes (pré) e depois (após) do treinamento funcional de pessoas que freqüentam este centro de reabilitação. Sua forma de seleção foi por intermédio de voluntariedade, em que se submeteram ao teste de comparação dos exercícios em base estável e instável para o equilíbrio, utilizando-se ainda para a esta avaliação, do questionário de quedas e a escala de equilíbrio de Berg.
No momento das entrevistas para a coleta de dados, os participantes foram questionados individualmente quanto ao questionário de quedas e todas as entrevistas ocorreram antes do início do treinamento funcional.
Após aplicação do questionário, os sujeitos da pesquisa foram encaminhados para a sala reservada, acompanhados pela pesquisadora e pelo responsável do setor do próprio Centro de Reabilitação Física no qual foi realizado treino proprioceptivo utilizando os seguintes dispositivos: discos, cama elástica, balancinho, prancha proprioceptiva lateral, bosu, bola de Pilates, Escala de equilíbrio de Berg (EEB).
O teste é composto por 14 tarefas (movimentos); a cada uma podem ser atribuídas pontuações de zero (incapaz de realizar) a quatro pontos (realiza com independência). O teste avalia tanto a forma como é realizada cada tarefa como o tempo para realizá-la. Os escores da Escala de equilíbrio de Berg variam de 0 a 56 e, quanto maior o escore, melhor o equilíbrio do sujeito avaliado. Assim, cada ponto a menos na escala corresponde a um aumento do risco de quedas; entre os escores 56 a 54, cada ponto a menos é associado a um aumento de 3 a 4% no risco de quedas; entre 54 e 46, a um aumento de 6 a 8% de chances, sendo que abaixo de 36 pontos o risco de quedas é de quase 100%.
Efetuada a coleta de dados, estes foram lançados em planilhas do Excel e foram analisados os dados coletados com o pré e pós testes, sendo apresentados em formas de tabelas e figuras. Para comparação entre os resultados dos grupos antes e depois do treinamento, foi utilizado o teste de Wilcoxon.
Os testes realizados ofereceram riscos mínimos aos sujeitos, como exposição do corpo do sujeito e certos desconfortos ao realizar os testes. Para minimizar qualquer exposição do corpo do sujeito, os testes realizados foram em uma sala fechada e na presença apenas do avaliador e do sujeito da pesquisa.
Estes procedimentos ocorreram três vezes na semana, as segundas, quartas e sextas-feira, durante oito semanas, no período da tarde, com horário agendado individualmente.

Resultados e Discussão

Na tabela 1, encontram-se resultados amostrais quanto à faixa etária e gênero, com idade de 65 a 70 anos para as mulheres, sendo 25% da amostra; e 60 a 65 anos para os homens, sendo 75% da amostra, com média de idade para 63 anos para mulheres e 67,5 anos para os homens. Nota-se que os sujeitos investigados foram compostos na sua maioria por homens em detrimento das mulheres, dado ao fato desse gênero utilizar mais os serviços de atendimento do referido posto. É possível que isto ocorra pelo fato de ser a grande maioria militares aposentados e que durante sua jornada de trabalho, foi predisposto a grande sobrecarga nas atividades exercidas.

Tabela 1: Dados amostrais quanto á Faixa Etária e Gênero

Variáveis N %

Gênero
Masculino 15 75
Feminino 5 25
Total 20 100
Faixa Etária
60-65 15 75
66-70 5 25
Total 20 100

Comparando a pesquisa de Simoceli et al., (2003) em seu estudo, avaliaram 55 pacientes que procuraram o Ambulatório de Otoneurologia Geriátrica do Hospital das Clínicas do HCFMUSP com queixa de desequilíbrio e/ou tontura. O paciente idoso com alteração do equilíbrio corporal apresentou mais de uma etiologia relacionada ao seu problema em 51% dos casos, sendo as patologias mais freqüentes: Insuficiência Vértebro-Basilar (IVB) em 40% da amostra; Alteração Metabólica relacionada a metabolismo de açúcar e colesterol (40%); Síndrome do Desequilíbrio de Idoso (SDI) em 30% da amostra; Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) em (14,5%); Vestibulopatia Cervical (7,2%) e Alterações Hormonais (5,4%), entre outras. Estes achados corroboram dados prévios da literatura e chamam a atenção para a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para a compreensão do desequilíbrio e seu adequado tratamento na população idosa.
Segundo Santos et al., (2008) com o objetivo de avaliar a amplitude da oscilação do centro de pressão na posição bipodal com olhos abertos e sensibilidade tátil plantar após 12 semanas de treinamento proprioceptivo, em que foram recrutadas 13 voluntárias diabéticas, com idade média de 61,77 (±7,55 anos), realizando-se avaliação sensitiva e baropodométrica antes e após seis e 12 semanas de intervenção fisioterapêutica. Esta foi aplicada duas vezes por semana e constou de um circuito composto por 13 estações com diferentes texturas, encontrando-se valores referentes à sensibilidade tátil ao quais foram submetidas e dados coletados quanto à oscilação ântero-posterior (AP) e médio-lateral (ML) do centro de pressão. Os resultados obtidos em relação aos valores referentes à oscilação AP do centro de força apresentaram diferença significativa entre os valores antes, após seis e 12 semanas de intervenção fisioterapêutica, porém, não houve diferença significativa quanto à oscilação ML entre os grupos ao longo do tempo. Os resultados também apontaram melhora significativa na sensibilidade tátil dos pontos analisados. Diante dos resultados obtidos, os pesquisadores concluiram que o treinamento utilizado foi efetivo para incremento de a sensibilidade tátil plantar e redução da oscilação AP na população estudada.
Na tabela 2, encontraram-se resultados coletados por intermédio de anamnese realizada antes da aplicação dos testes e intervenção, em que foram identificados existência de quedas e conseqüentes traumatismos advindos dessas quedas. Dos que sofreram quedas, todos têm medo de que o incidente ocorra novamente, caracterizado no percentual obtido (100%) para essa questão.



Tabela 2 Questionário de Quedas entre os Frequentadores do Posto de atendimento Médico.
n %
1)Caminha com dificuldade ou auxilio de outros.
a)sempre 6 30
b)habitualmente 12 60
c)as vezes
Total 2
20 10
100
2) Sofreu quedas nos últimos 12 meses?
Sim
Não
Total
7
13
20
35
65
100
3)Em caso afirmativo, contou a alguém da família?
Sim
Não

Total
7
00

7
35
00

100
4)Houve fratura?
Sim
Não

Total
2
5

7
20
80

100
5)Local da queda
a)em casa 4 70
b)na rua 3 30
6)Tem medo de novas quedas?
Sim
Não
Total
7
00
7
100
00
100


De acordo com Ribeiro et al., (2008) as pesquisas envolvendo a analise das quedas e suas conseqüências na qualidade de vida de idosos são fundamentais pelas possibilidades de se conhecer o universo desta população e mecanismos que possam resultar em melhor capacidade funcional. No trabalho desses pesquisadores, utilizou-se um recorte dos dados quantitativos referentes às quedas e à qualidade de vida. Participaram do estudo 72 idosos com idade de 60 ou mais anos, entre os quais 51,4% eram do sexo feminino, 20,8% moravam sozinhos e 37,5% admitiram ter caído no último ano. Entre as conseqüências mais citadas das quedas está às fraturas (24,3%), o medo de cair (88,5%), o abandono de atividades (26,9%), a modificação de hábitos (23,1%) e a imobilização (19%).
Enfim, as quedas são freqüentes entre os idosos e trazem conseqüências que alteram negativamente a qualidade de vida dessas pessoas. Sua ocorrência pode ser evitada com medidas preventivas adequadas, identificando causas e desenvolvendo métodos para reduzir sua ocorrência.
A Figura 1, mostra os participantes antes de inicarem o protocolo de treinamento, enumerados de 01 a 20, sendo pontuados de acordo com seu resultado individual de acordo com a escala de Berg.


Figura 1: Classificação amostral dos pontos da Escala de Berg em participantes que iniciaram o treinamento.

Os valores encontrados na figura 1, baseado no teste da escala de Berg, em participantes que iniciaram o treinamento apontaram resultados para 12 participantes que obtiveram, no primeiro momento, escore de zero a dezoito pontos; apenas dois participantes obtiveram a pontuação de dezenove a trinta e seis pontos e por fim nenhum dos participantes obteve a pontuação de trinta e sete a cinqüenta e seis pontos. Sendo assim, de acordo com o escore de risco de quedas, há 100% de chance de quedas para os indivíduos que não alcançaram trinta e seis pontos na escala de Berg, ou seja, a maioria dos investigados.
A figura 2, mostra os participantes após iniciarem o protocolo de treinamento, enumerados de 01 a 20, sendo pontuados de acordo com seu resultado individual compontuação obtida na escala de Berg.


Figura 2: Classificação amostral dos pontos da Escala de Berg em participantes após oito semanas de treinamento funcional.


Os valores encontrados na figura 2 em participantes após oito semanas de treinamento funcional demonstram melhoras significativas nos sujeitos da pesquisa, já que todos passaram da pontuação que apresentava risco de quedas para uma pontuação acima de trinta e sete a cinqüenta e seis pontos. Sendo assim, segundo o escore da escala de Berg, o risco de quedas é pequeno, em torno de 3% a 4% para aqueles indivíduos que alcançaram trinta e sete a cinqüenta e seis pontos.
Os valores encontrados na figura 3, basearam-se na aplicação do teste estatístico Wilcoxon, por intermédio do programa BioEstat 5.0, com margem de erro em 5% para nível de segurança em 95%, distribuindo os resultados em duas amostras pareadas, na comparação entre antes e após o treinamento encontrando-se o valor de p=0,001 no qual se demonstrou o nível de significância do estudo, em que foram analisados os efeitos positivos para os idosos participantes por mais de oito semanas de treinamento funcional em base estável e instável, em relação ao inicio do treinamento funcional, conforme a escala de Berg.


Figura 3 - Dados estatísticos do teste de Wilcoxon entre duas amostras pareadas para idosos na comparação entre antes (pré-teste) e após o treinamento funcional (pós-teste) com resultado para p=0,001 dos Frequentadores de um Posto Médico da Guarnição de Dourados/MS.


De acordo com Matsudo (2000), a perda de força muscular é responsavel pela deteriorização da mobilidade e capacidade funcional do idoso. A fraqueza em membros superiores tem sido correlacionada com a independencia funcional destes idosos e fraqueza de membros inferiores tem sido associado com a diminuiçao da locomoção e riscos de incapacidades fisicas, tornado-se necessario que a força muscular seja bem treinada e desenvolvida.
Segundo Meireles (2000), a pratica de exercicios fisicos organizados que respeitem a individualidade biologica do individuo, favorecem no desenvolvimento de uma melhor qualidade de vida, melhoria das funções organicas e assim, diminuição dos fatores de risco que a baixa capacidade funcional pode trazer ao idoso.
Neira (2003) assegura que a área de Educação Física, na atualidade, possui múltiplas competência e conhecimentos produzidos e que podem ser usufruídos pela sociedade em relação ao corpo e a motricidade. O autor identifica esses conhecimentos como uma cultura corporal com diferentes finalidades, dentre elas, a promoção, recuperação e manutenção da saúde.
Nesse entendimento, o profissional de Educação Física é a pessoa teoricamente preparada para atuar com atividades que envolvem a relação corpo e movimento, devendo ser capaz de planejar, conduzir e avaliar atividades que promovam a ampliação do acervo motor desde acriança até o idoso, melhorando assim as suas capacidades físicas e motoras, visando sempre o acréscimo de melhorias na qualidade de vida do ser humano.

Conclusões

Durante a realização deste estudo pode se observar que o treinamento funcional se insere adequadamente no cotidiano de indivíduos idosos, aumentando as suas atividades de vida diária e o bem-estar tanto físico e mental. O treinamento funcional além de ajudar a preservar a saúde física do idoso, proporciona uma recuperação das funções fisiológica rápida em tão pouco tempo, melhorando a sua capacidade de locomoção e devolvendo assim as suas funções vitais.
Quando falamos dos resultados encontrados nas figuras 1, 2 e 3, observou-se que o os participantes após iniciarem o protocolo de treinamento demonstram uma melhora significativas na capacidade de equilíbrio em relação aos participantes antes de inicarem o protocolo de treinamento, significando que o efeito o treinamento funcional além de beneficiar o seu nivel de equilibrio também auxilia em uma melhora na realização de atividade de vida diarias e manutenção da postura, proporcionando ao idoso uma segurança maior nas suas atividades diarias e no seu cotidiano.
Contudo, é necessario que se façam estudos mais aprofundados nesta area ,para que possamos verificar a eficacia do treinamento funcional em idosos para a melhoria de sua saúde.

Referências Bibliográficas

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SIMOCELI, L, et al. Perfil diagnóstico do idoso portador de desequilíbrio corporal: resultados preliminares. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo. v.6,n 69,2003.



ANEXO A ? QUESTIONÁRIO DE ESCALA DE BERG


1) Posição sentada para posição em pé. Instrução: Por favor, levante-se. Tente não usar suas mãos para se apoiar.
(4) capaz de levantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se independentemente
(3) capaz de levantar-se independentemente utilizando as mãos
(2) capaz de levantar-se utilizando as mãos após diversas tentativas
(1) necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se
(0) necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se

2) Permanecer em pé sem apoio. Instrução: Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar. Se o paciente for capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, dê o número total de pontos o item Nº 3. Continue com o item N° 4.
(4) capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos
(3) capaz de permanecer em pé por 2 minutos com supervisão
(2) capaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio
(1) necessita de várias tentativas para permanecer em pé por 30 segundos sem apoio
(0) incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio

3) Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés apoiados no chão ou num banquinho. Instrução: Por favor, fique sentado sem apoiar as costas com os braços cruzados por 2 minutos.
(4) capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por 2 minutos
(3) capaz de permanecer sentado por 2 minutos sob supervisão
(2) capaz de permanecer sentado por 30 segundos
(1) capaz de permanecer sentado por 10 segundos
(0) incapaz de permanecer sentado sem apoio durante 10 segundos

4) Posição em pé para posição sentada
Instrução: Por favor, sente-se.
(4) senta-se com segurança com uso mínimo das mãos
(3) controla a descida utilizando as mãos
(2) utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a descida
(1) senta-se independentemente, mas tem descida sem controle
(0) necessita de ajuda para sentar-se

5) Transferências
Instrução: Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente para a outra para uma transferência em pivô. Peça ao paciente para transferir-se de uma cadeira com apoio de braço para uma cadeira sem apoio de braço, e vice-versa.
(4) capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos
(3) capaz de transferir-se com segurança com o uso das mãos
(2) capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e/ou supervisão
(1) necessita de uma pessoa para ajudar
(0) necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar para realizar a tarefa com segurança

6) Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados. Instrução: Por favor, fique em pé e feche os olhos por 10 segundos.
(4) capaz de permanecer em pé por 10 segundos com segurança
(3) capaz de permanecer em pé por 10 segundos com supervisão
(2) capaz de permanecer em pé por 3 segundos
(1) incapaz de permanecer com os olhos fechados durante 3 segundos, mas mantém-se em pé
(0) necessita de ajuda para não cair

7) Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos. Instrução: Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar.
(4) capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto com segurança
(3) capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto com supervisão
(2) capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 30 segundos
(1) necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os pés juntos durante 15 segundos

8) Alcançar a frente com o braço estendido permanecendo em pé. Instrução: Levante o braço a 90º. Estique os dedos e tente alcançar a frente o mais longe possível.
(4) pode avançar a frente >25 cm com segurança
(3) pode avançar a frente >12,5 cm com segurança
(2) pode avançar a frente >5 cm com segurança
(1) pode avançar a frente, mas necessita de supervisão
(0) perde o equilíbrio na tentativa, ou necessita de apoio externo

10) Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e esquerdo enquanto permanece em pé. Instrução: Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do seu ombro esquerdo sem tirar os pés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro direito.
(4) olha para trás de ambos os lados com uma boa distribuição do peso
(3) olha para trás somente de um lado, o lado contrário demonstra menor distribuição do peso
(2) vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio
(1) necessita de supervisão para virar
(0) necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair

11) Girar 360 graus. Instrução: Gire-se completamente ao redor de si mesmo. Pausa. Gire-se completamente ao redor de si mesmo em sentido contrário.
(4) capaz de girar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos
(3) capaz de girar 360 graus com segurança somente para um lado em 4 segundos ou menos
(2) capaz de girar 360 graus com segurança, mas lentamente
(1) necessita de supervisão próxima ou orientações verbais
(0) necessita de ajuda enquanto gira

12) Posicionar os pés alternadamente no degrau ou banquinho enquanto permanece em pé sem apoio. Instrução: Toque cada pé alternadamente no degrau/banquinho. Continue até que cada pé tenha tocado o degrau/ banquinho quatro vezes.
(4) capaz de permanecer em pé independentemente e com segurança, completando 8 movimentos em 20 segundos
(3) capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8 movimentos em >20 segundos
(2) capaz de completar 4 movimentos sem ajuda
(1) capaz de completar >2 movimentos com o mínimo de ajuda
(0) incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair

13) Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente. Instrução: Coloque um pé diretamente à frente do outro na mesma linha, se você achar que não irá conseguir, coloque o pé um pouco mais à frente do outro pé e levemente para o lado.
(4) capaz de colocar um pé imediatamente à frente do outro, independentemente, e permanecer por 30 segundos
(3) capaz de colocar um pé um pouco mais à frente do outro e levemente para o lado, independentemente, e permanecer por 30 segundos
(2) capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e permanecer por 30 segundos
(1) necessita de ajuda para dar o passo, porém permanece por 15 segundos
(0) perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar de pé

14) Permanecer em pé sobre uma perna. Instrução: Fique em pé sobre uma perna o máximo que você puder sem se segurar.
(4) capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por >10 segundos
(3) capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por 5-10 segundos
(2) capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por &#8805; 3 segundos
(1) tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3 segundos, embora permaneça em pé independentemente
(0) incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair