TRATAMENTO VERSUS CURA DE VICIADO EM TÓXICOS
Publicado em 28 de novembro de 2009 por WAGNER PAULON
TRATAMENTO VERSUS CURA DE VICIADO EM TÓXICOS
Dr. Wagner Paulon
2008
Com relação tratamentos existem muitos, mas com relação à cura devemos informar que ainda nada ficou certo, provado e cientificamente comprovado da existência da cura de viciados em tóxicos, infelizmente.
A Prevenção é a melhor e a mais indicada fórmula para (curar) um possível dependente (é não deixá-lo iniciar no vício) é um medicamento que está na abrangência de todos.
Afirmo que os progenitores devem tomar suas cautelas, principalmente as recomendadas neste artigo, para não terem que se arrepender a posteriores.
Examinar sua conduta como pai e mãe, pois para se chegar à causa do problema do adolescente, sempre o especialista terá que levar em conta sua família e o mundo que o cerca, além de sua problemática psíquica, é lógico. Pois quando o jovem lança mão da droga, não está em jogo apenas sua estrutura pessoal, mas, sim, sua estrutura social e, principalmente, sua família.
Conflitos, agressões físicas e psíquicas, separações e discussões sobre divórcios dos pais, diante dos filhos, não são episódios estagnados, separados. Estes episódios deixam marcas muito profundas na individualidade, em formação, dos filhos. E observamos cenas delituosas por parte de pais irresponsáveis ou desinformados, que são até agentes causadores dos viciados ou criminosos no futuro.
Ao inquirirmos os pais sobre a possível causa de seu filho ou filha usar drogas; muitos pais o fazem sem a devida honestidade e coragem para bem equacionarem o quebra-cabeça.
E para suavizarem seu sofrimento psíquico, colocam a culpa no próprio filho, na escola, na sociedade, etc., como uma forma de transferência de culpabilidade.
Faz-se necessário esta advertência, porque quando a estrutura familiar estiver enferma, esta mesma família não poderá ajudar o jovem quando seus conflitos explodirem dentro de si. As intensas frustrações, aliadas a uma personalidade frágil terão, na família mal formada, um local propício para se alojar a toxicomania.
Confuso em suas guerras internas, o adolescente apela para as drogas. É neste sonho que ele foge da realidade perturbadora que o cerca, que o amordaça e contra a qual ele é fraco para reagir.
E em face de tal situação ele procura uma solução, mas é obvio que a solução por ele encontrada é aparvalhada, mas ele procura vencer suas crises, exclusivamente dentro de si mesmo, e, por desinformação, ignorância, falta de apoio familiar, imaturidade e insegurança, busca fugir dos problemas sem ter paciência de esperar que as coisas se ajeitem.
Cabe à família e a escola darem primordialmente ao jovem, segurança, formação e informação.
A família deve aceitar o dependente como um doente.
Não tornar comovente a situação, para não aumentar as dificuldades.
Devemos aceitar o dependente para que possamos orientá-lo e tentar a muitas duras penas, curá-lo. Devemos ter a humildade da aceitação, e verificarmos em que ponto falhamos: a família, a escola e a sociedade.
O amor e carinho dos pais devem estar presentes constantemente, muito mais agora, pois amor e carinho operam milagres nas curas de infinitos quadros patológicos da psique, principalmente nos quadros de dependência de drogas.
Assim como a dependência psicológica é muito grande, e em alguns casos, brutal a dependência física, a internação em hospitais especializados quase sempre se faz necessária. Não se pode negar o desalento com que são recebidos os dependentes de drogas para tratamento ambulatorial. Geralmente não se sujeitam aos horários das consultas e, não raramente, deixam o tratamento, após as primeiras entrevistas.
A hospitalização (internação) para dependentes de opiáceos, como a morfina, é absolutamente necessária para a desintoxicação progressiva, já que a droga não pode ser suspensa bruscamente, podendo advir a morte, pela violenta dependência física que se instalou (processo fisiológico fazendo parte da economia celular, ”dependência intracelular”), sendo insuportável o síndrome de abstinência.
A maconha pode ser deixada sem o risco da síndrome de abstinência física, pois, a mesma não ocasiona dependência intracelular. O usuário apresentará desconforto inicial muito grande, e a sua vontade de buscar a maconha será maior, mas se você vencer esta fase, com bastante força de vontade, nada lhe acontecerá e você não correrá nenhum risco de vida. Para tanto é necessária uma mudança em seus hábitos rotineiros, tais como: não freqüentar lugares de viciados habituais, não ir ao traficante, nem mesmo para se despedir; ocupar totalmente seu tempo ocioso com algo que lhe seja agradável, como estudos, passeios com amigos sadios e, principalmente, esportes.
Faz-se necessário procurar urgentemente um Psicanalista para iniciar suas analises e desatar nós (neuroses e conflitos da infância), assim como procurar iniciar-se em uma terapia de grupo.
Da mesma forma que o alcoólatra vai lutar toda a sua vida contra o primeiro gole, você, viciado em maconha, vai lutar contra o primeiro trago, durante toda a sua vida. Não é impossível, basta querer.
O Dependente não deve ser preso, espicaçado, humilhado, inferiorizado, agredido e olhado como se fosse um monstro, e sim tratado física e psiquicamente, pois é um doente e deve ser respeitado com toda a dignidade que se faz necessária.