Tratado Doutrinário em Defesa do Dizimo do Senhor.

*Pastor George Emanuel

Nesta serie de sermões no livro do profeta Malaquias, resolvemos abordar em 3 mensagens seqüenciais uma apologia teológica desenvolvendo o verdadeiro conceito do dever do cristão para Deus no que se diz respeito à devolução dos Dízimos e Ofertas [1] para a Casa do Tesouro [2]. Tendo por objetivo dar unidade teológica, tanto de linguagem como de metodologia as Bases Bíblicas Teológicas: o Porquê Dizimar? As Bases Bíblicas Eclesiásticas: Onde Dizimar? As Bases Bíblicas Socioteológicas: Quem deve Dizimar? As Bases Bíblicas Espirituais: O Que Significa Benção Sem Medida e a maldição do Devorador?

Sendo assim, abordarei o Dízimo como uma prescrição bíblica (Gn 14,18-20; 28,22; Lv 27,30; Ml 3,6- 12; Mt 23,23; Hb 7,5; 2Cor 9,6-12 etc.): onde demonstramos nossa fidelidade, a gratidão, e confiança na Providência Divina.

1. Ele tem raízes nos textos Canônicos veterotestamentarios e neotestamentarios da Igreja, nos textos apócrifos e rabínicos, possuem base na tradição da Patristica e dos Apologistas, dos teólogos reformados que também defenderam esta doutrina, sendo que a mesma responde ao dever dos fiéis de "manter as necessidades da Igreja como uma Organização Divina".

2. A devolução do Dízimo e das ofertas do Senhor é um dos meios do Reino de Deus para fortificar a consciência da Igreja como uma comunidade de mordomos de Deus, despenseiros da fé, verdadeiros adoradores e comunidade kerigmática.

3. Deve-se usar o termo "Dízimo" para referi-se a décima parte de nossa renda e que claramente pertence a Deus. Deve ser usada também a expressão "devolver o Dízimo", ao invés de "pagar o Dízimo", já que não se pode pagar a Deus o que já é Dele, bem como não podemos Lhe retribuir por tudo o que Dele recebemos. Por isso, vale a expressão "receber o Dízimo", em vez de "cobrar o Dízimo" na liturgia do culto.

4. O Dízimo e as ofertas são as duas formas mais significativas e fundamentais para a manutenção da vida eclesial das comunidades cristãs. Jesus não se opôs ao dízimo (Mt 5. 17,18; 23.23). Podemos classificar o dízimo como pertencente à lei moral, visto que partimos do princípio de que tudo que temos é de Deus. Ele é dono de todas as coisas. A lei cerimonial ficou circunscrita a Israel; referia-se a costumes, alimentação e etc. Hoje não temos nenhuma obrigação para com essa lei. Ao devolvermos o que não nos pertence, reconhecemos que somos propriedades do Deus Triuno. O Rev. Boanerges Ribeiro, no Capítulo V de seu livro Terra da Promessa, comentando Lucas 11.42, que é paralelo a Mateus 23.23, diz o seguinte a respeito do ensino de Jesus Cristo a respeito do dízimo:

"Não os censura por darem dízimo, mas por julgarem que o dízimo substitui a base real das relações com Deus. Sem amor de Deus o dízimo não somente é inútil, mas pode tornar-se nocivo, criando na alma o sentimento de suficiência e satisfação enganosa que poderá perdê-la. É indispensável, como ponto de partida de nossas relações com Deus, uma regeneração. Ninguém se iluda: o reino de Deus não se edifica com dinheiro, mas com pessoas. Após o novo nascimento, contudo, não devemos deixar de dar o dízimo. É o que Cristo diz."

O dízimo era uma prática generalizada. Todavia, dirá alguém: não há nenhum mandamento para dar o dízimo, no NT. De fato, não há, nem haveria necessidade disso. Tratava-se de uma prática generalizada. Um mandamento sobre o dízimo seria no dizer do povo: "chover no molhado". O mesmo ocorre em relação à guarda do Domingo. Na Epístola aos Hebreus 7.1-10, Melquisedeque é figura de Cristo. Quando Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, estava entregando ao próprio Cristo. Jesus, pois, recebe dízimos até hoje dos crentes fiéis, através da igreja que Ele instituiu e incumbiu da propagação do evangelho.Um outro aspecto que devemos observar dentro do NT., é que o dízimo deve ser usado no sustento do ministério sagrado (1 Co 9.). Paulo fala do dever que as igrejas têm de sustentarem condignamente os seus obreiros, missionários e ministros do evangelho. No verso 11 desse capitulo, Paulo usa várias figuras de linguagem para explicar esse tema. No verso 14 o apóstolo conclui: "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho". Trata-se de uma ordem dada pelo próprio Cristo, cuja autoridade precisa ser respeitada.

5. O Dízimo, além de manifestação da obediência a mordomia cristã, é uma expressão de gratidão a Deus pelos dons recebidos, de compromisso para com a Denominação que congrega, da participação da ação evangelizadora da Igreja e de sobriedade no uso dos bens da criação dados pelo Criador.

6. O Dízimo e as ofertas são diferentes das "ofertas feita em ocasião especiais" para as ajudas emergenciais, em favor de pessoas, denominação, grupos, etc... As ofertas e os dízimos feitos no momento litúrgico são de caráter eclesial, espiritual e espontâneo. Os cristãos primitivos vinham de uma comunidade que era educada a oferta com Espontaneidade, Liberalidade, Generosidade. A igreja de Jerusalém compunha-se de judeus, cuja história era uma história de abnegação e compromisso com o Deus de Israel. Lembremos das doações oferecidas por Israel para o tabernáculo e de suas ofertas na dedicação dele. Pensemos nas doações para o templo de Davi, e nas contribuições para a reconstrução do templo. Esses exemplos do Antigo Testamento deixam muitos de nós envergonhados. As ofertas devem ser primeiramente ao Senhor (II Co 8.5); de boa vontade (II Co 8:3-12); com alegria (II Co 9:7); com generosidade, com liberalidade (II Co 8.2; 9.13); proporcionalmente a sua prosperidade (II Co 9.6; 8.14-15); regularmente (I Co 16.1- 2); sistematicamente (II Co 9.7); com amor (II Co 8.24); com gratidão (II Co 9.11-12); como ministração ao Senhor e seus santos (II Co 9.12- 13).

7. O Dízimo tem caráter pessoal e não familiar. Todo dizimo e oferta a Deus devem representar o trabalho e o sacrifício individual de cada adorador (2 Sm 24.24; Mc 12.43,44); Malaquias condenou a mesquinhez dos adoradores diante da grandeza de Deus. Salomão chamou isto de "sacrifício de tolos" (Ec 5.1). Insultavam a Deus tentando usá-lo como meio para fins egoístas, pois buscavam o máximo no ganho carnal quando investiam com o mínimo nas coisas espirituais.

8. Apesar do termo usado – Dízimo, isto é, décima parte – não está com isso se determinando o valor, mas limitando o que deve ser devolvido ao Senhor.

9. Em regiões agrícolas, a juízo dos responsáveis da Diretoria Emanuel, os pastores locais devem e poderão receber os dízimos de produtos agro pecuários, em lugar do numerário em espécie.

10. A motivação última e mais profunda da devolução fiel do Dízimo e das ofertas não é financeira, mas cristológica, espiritual, e pastoral.(AS BASES SÃO BIBLICAS E DIVINAS E NÃO DENOMINACIONAIS E HUMANAS).

·O Dr.Augustus Nicodemus Lopes, discorrendo sobre de quem é o dizimo, disse:

Um dado muito importante colhido pela nossa última pesquisa financeira foi que a quase maioria absoluta dos membros e congregados da nossa Igreja crê que o dízimo é a forma bíblica de contribuição.

Isto mostra que a comunidade está doutrinada quanto a este assunto e não precisa ser instruída. Por outro lado, a pesquisa demonstrou que um bom número de membros e congregados não dá seu dízimo integralmente na Igreja. Alguns dão apenas em parte, outros dão todo em outro local. Sobre este assunto, portanto, algumas considerações são importantes. Gostaria de colocar alguns argumentos aos nossos membros e congregados para que passem a dar seu dízimo integralmente na própria Igreja, a que pertencem.

1. Biblicamente falando, devemos retribuir financeiramente onde somos alimentados espiritualmente. No Antigo Testamento o dízimo era trazido à "casa do tesouro" (Malaquias 3.10), e de lá era distribuído para o sustento dos sacerdotes e levitas que ministravam no Templo. Deus disse a Moisés: "Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação" (Números 18:21). Todo o argumento do dízimo gira em torno disto: os israelitas deveriam entregar seus dízimos para sustento dos que os guiavam espiritualmente e como gratidão pelo alimento espiritual que recebiam. Encontramos o mesmíssimo princípio no Novo Testamento. Paulo argumenta com os coríntios da seguinte forma: "Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais?" (1 Coríntios 9:11). E aos Gálatas ele diz: Aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui". (Gálatas 6:6) Estas passagens mostram que o dízimo deve ser entregue como reconhecimento e gratidão pelo alimento espiritual recebido. Portanto, é lógico, claro e evidente que os membros de uma igreja local, que são abençoados espiritualmente através dos diversos ministérios da Igreja, desde o departamento infantil para seus filhos até as pregações dos pastores, devem dar seu dízimo ali na sua igreja, e não em outros lugares.

2. Biblicamente falando, o dízimo é de Deus e não nosso. Por este motivo, alguns pastores preferem usar o termo "devolver" o dízimo, em vez de entregar. O dízimo é de Deus e nossa entrega nada mais é que devolução. A idéia de que o dízimo é a parte de Deus é muito clara no Antigo Testamento. Primeiro, Deus estabelece o lugar onde o dízimo dos israelitas deveria ser entregue: "A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos..." (Deuteronômio 12:5-6). Segundo, o dízimo era tão sagrado ao Senhor, que o israelita tinha que jurar diante de Deus, na hora de separar o dízimo: "Dos dízimos não comi no meu luto e deles nada tirei estando imundo, nem deles dei para a casa de algum morto" (Deuteronômio 26:12-14). Ou seja, que não usou o dízimo de forma errada, mas que o entregou conforme Deus havia determinado.

3. Biblicamente falando, não entregar o dízimo tornava o israelita "ladrão" diante de Deus, conforme Malaquias denuncia: "Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas" (Malaquias 3:8). Isto só ocorre porque o dízimo é de Deus. Também lemos no Novo Testamento que os cristãos traziam suas ofertas aos pés dos apóstolos, para que os mesmos administrassem e distribuíssem: "... e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade" (Atos 4.35). Obviamente, não compete ao cristão administrar aquilo que é de Deus e usá-lo como bem parecer. Ele deve entregar o que é de Deus para que aqueles autorizados por Deus, os líderes eleitos e ordenados para este fim, administrem o dízimo do Senhor de acordo com as prioridades que o Senhor estabelece em sua Palavra: sustento da obra, missões e ajuda social.

Resposta às objeções. Apesar de termos mostrado acima que biblicamente falando os membros das igrejas devem entregar seu dízimo integralmente na igreja local à qual pertencem, podem persistir algumas dúvidas, que procuraremos responder abaixo:

a)Acho que a Igreja está usando mal meu dízimo, por isto eu mesmo administro como acho que deve ser, entregando-o à outra igreja ou instituição – Quando uma pessoa se torna membro da Igreja, ela promete diante de Deus, quando é recebida, contribuir financeiramente para o sustento daquela comunidade. Mesmo que o Conselho esteja administrando erradamente as finanças da Igreja, este compromisso permanece. Qual o caminho a seguir? Sem deixar de dar seu dízimo integralmente na Igreja, o membro se dirige ao pastor ou ao Conselho e pede explicações sobre o uso dos recursos. Se não se satisfizer, pode entrar com uma queixa no Conselho e depois no Presbitério, pedindo providências. Simplesmente deixar de entregar o dízimo integralmente não resolverá o problema.

b)Tenho pessoas na família e amigos passando por necessidade e uso o dízimo para ajudar – Devemos ajudar os necessitados, mas não com a parte que Deus destinou para o sustento da sua obra. Lembre que eram os apóstolos que a princípio distribuíam os recursos da Igreja aos que tinham necessidade, e não os próprios membros. Isto não quer dizer que você não possa ajudar pessoalmente, mas faça isto sem tirar do dízimo.

c)Existem causas nobres, como missões e evangelização, nas quais estou investindo meu dízimo – O dízimo entregue à sua igreja local também está sendo investido em missões e evangelização. Se além disto você deseja ajudar um ministério ou instituição ou missionário, faça-o, mas sem tirar do dízimo, pois o mesmo é para ser administrado por sua igreja local. Outras objeções podem existir, mas ao final a questão toda é esta: de quem é o dízimo? Se é de Deus, deixemos que Ele o administre integralmente através da igreja local.

·O Dr. Allen Ross, (Ph.D) do Dallas Teological Seminary, disse:

Na época do Velho Testamento, os dízimo e as ofertas eram usados para o sustento dos sacerdotes; no Novo Testamento ele é empregado para o sustento do ministério evangélico. O ministro não deve depender das coletas, dos bazares beneficentes e nem das quermesses, para seu sustento. Ele não deve depender da boa vontade de algum membro rico. Pois o dízimo é trazido à casa do tesouro, para a tesouraria da igreja, e repassado para o sustento dos pastores, igualmente, quer a igreja seja grande ou pequena, quer os membros sejam pobres ou ricos. Deus sabe exatamente como administrar Sua obra. Ag 2:8 Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos. Todos os recursos vem DELE. Zc 4:6 Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos. A Obra de expansão do Reino depende DELE. 1 Cro 29:12 E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo. Ao Senhor pertencem às riquezas e a gloria de todas as nações e Ele as dá a quem Ele quer. Jesus disse: edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16:18).

No Novo Testamento as perspectivas são totalmente diferentes. Tudo pertence a Deus, e damos, não apenas os 10% , mais proporcionalmente muito mais do que os 10%, como um símbolo do nosso reconhecimento da verdade de que é o Senhor que nos prospera. O problema não é dar o dizimo na obra de Deus, mas o quanto se deve dar a mais. De fato, devemos devolver ao Criador tudo que temos e somos. Devemos fazer ainda mais por Jesus Cristo e pelo Seu Reino: O nosso tempo, as nossas posses, as nossas capacidades, tudo faz parte da mordomia cristã, são dons de Deus. Se recusarmos a mostrar a nossa lealdade e fidelidade a Deus, mesmo numa coisa tão simples como dar um sinal de 10% da nossa renda, do nosso tempo, talentos, e etc, em gratidão para com Deus, então Deus pode muito bem esconder o Seu rosto de nós e reter suas maiores bênçãos.

·Salmo 104:27-30, diz: Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno. Dando lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e se enchem de bens. Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó. Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.

Notas _________________________________________________________

[1] Gn 14,18-20 o sacerdote Melquisedec abençoa Abrão, que lhe oferece o Dízimo. Gn 28,22 depois de seu sonho, em Betel, Jacó faz um voto ao Senhor. Lv 27,30-34 entre os mandamentos que o Senhor deu a Moisés, no monte Sinai, está o Dízimo. Nm 18,20-32 o Senhor Deus apresenta os direitos dos sacerdotes e levitas, descendentes de Aarão. Dt 12,5-11 através de Moisés, o Senhor dá orientações sobre o local do culto e a oferta do Dízimo. Dt 12,17-19 continuam as orientações sobre o local do culto e a oferta do Dízimo. Dt 14,22-29 orientações sobre o Dízimo anual e trienal: como e onde ofertar o Dízimo? Como levar o Dízimo a um santuário, quando se mora longe? Dt 26,12-13 o Dízimo é separado para os pobres. 1Sm 8,10-18 ao povo que, contra a vontade divina, pedia um rei, Samuel fala em nome de Deus, chamando a atenção sobre os direitos que o rei irá exigir: o Dízimo que era de direito divino passará ao rei. 2Cr 31,2-12 no contexto da reorganização do culto de Israel, após o retorno do exílio, é importante a oferta do Dízimo. Ne 10,36-39 entre os compromissos que o povo assume diante de Deus, está o Dízimo, Ne 12,44-45 Neemias defende os direitos e deveres dos sacerdotes e levitas na organização do Dízimo. Ne 13,4-5 Neemias fala sobre a organização do Dízimo. Ne 13,10-13 Neemias censura desleixo com o Dízimo e a casa de Deus. Am 4,4-5 o profeta Amós condena o culto sem conversão, critica as festivas romarias que servem para praticar idolatria: Dízimo sem justiça social não tem sentido. Ml 3,8-10 o profeta Malaquias é porta-voz de Deus, ao reclamar que o povo o está enganando, por não fazer a oferta do Dízimo. Mt 23,23-24 Jesus só condenou a oferta do Dízimo, quando este não é acompanhado de amor e justiça Lc 11,42 Jesus só condenou as oferta e o Dízimo, quando estes não eram acompanhados de amor e justiça. Lc 18,11-12 (Jesus só condena a oferta do Dízimo, quando este não é acompanhado de humildade e gratidão. Hb 7,1-28 (no contexto do sacerdócio de Cristo, prefigurado no Antigo Testamento, o autor da carta exalta a perfeição do sacerdócio de Melquisedec, de origem misteriosa, prefiguração de Cristo, anterior e superior a Abraão; por comparação e antítese, fala também da imperfeição do sacerdócio levítico (de Levi e de Aarão); mostra que, tanto a Melquisedec como aos sacerdotes descendentes de Levi e Aarão, eram oferecidos o Dízimo. Temos também textos do Antigo e do Novo Testamento sobre ofertas e dizimos: Além dessas passagens bíblicas sobre o Dizimo já citadas acima , existem outras passagens bíblicas onde Deus nos convida a sermos generosos em nossas ofertas: Gn 4,4: Ex 25,1-2; Dt 16,10: Es 2,68: Sl 20,3:: Is 1,13: Lc 21,1-4:".At 2,42-47: 1Cor 16,1-4:

[2] A Casa do Tesouro (Ml 3.10). heb. Bet Otsar (Ne 10:38), Flavio Josefo, historiador judeu, diz que as câmaras do Templo se chamavam à casa do tesouro. Neste compartimento do templo, três câmaras eram usadas para guardar os cereais, os dízimos e os tesouros. Era como uma tesouraria do templo. Neemias protestou contra os líderes e o povo por negligenciarem a casa de Deus (Ne. 13:11). Eles se arrependeram e reinstalaram o sistema do dízimo (verso 12). Foi durante esse tempo que Deus, através do profeta Malaquias, convocou Seu povo para uma reforma tanto no estilo de vida individual como corporativo. "Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas". (Mal. 3:8) Naquele momento, sob condições diferentes, era mais oportuno devolver os dízimos e ofertas diretamente ao Templo em Jerusalém. Então, segue-se a ordem de Deus e a promessa: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida".(v.10). Observe as palavras "casa do tesouro" e "minha casa", ambas referem-se ao mesmo lugar. Onde era então a casa do tesouro? Obviamente no templo de Jerusalém. A estocada das palavras de Malaquias e a compreensão do povo a respeito delas era clara. Ambas compreendiam a palavra "casa do tesouro" como uma referência ao santuário, o Templo em Jerusalém. Pode haver alguma validade no argumento de que a remessa local dos dízimos aos levitas ocorria em pequenas vilas e cidades em determinadas épocas no passado; contudo, no tempo de Neemias e Malaquias, compreendia-se inequivocamente que o texto de Malaquias referia-se ao Templo em Jerusalém.