Evony A.Castelo Branco dos Anjos Sirley Aparecida Tristão O presente artigo é um informe psicopedagógico o qual relata o estudo de caso da criança Lívia Araujo com queixa escolar. Descreve a avaliação psicopedagógica a interpretação da avaliação, sugestão para escola, para os pais de como reelaborar o processo de ensino aprendizagem da criança avaliada, com também encaminhamento para outros profissionais se necessário. Palavra chave: Anamnésia, Sugestões, Orientação, Dificuldade de Aprendizagem, Hipótese Diagnostica. Identificação Lívia Araujo tem 12 anos de idade, nasce dia 09/ 02/1999, na cidade de Rondonópolis-Mt, freqüenta o 2º ano (1ª fase do 1º ciclo ), na Escola Municipal Daniel Paulista Campos , no Município de Rondonópolis MT, situada no Bairro Residencial Margarida. A educanda é filha de Maria Madalena Araújo e Jose Carlos Cavalcante Araújo, moradores do Parque São Jorge, no município de Rondonópolis MT. Queixa No dia 13/ 09/2011, a Senhora Ana Maria, avó de Lívia, esteve em meu consultório queixando –se que sua neta Lívia possui um comportamento diferenciado em sala de aula e que ela recebe várias queixas da professora dizendo que sua neta apresenta inquietações , agressividades e falta de concentração/ assimilação e não acompanhava o nível de aprendizagem da turma da 1ª fase do 1º ciclo ( 2º ano). Sua queixa é de comportamento falta de concentração e assimilação e o não acompanhamento no processo ensino/ aprendizagem. Distrai-se até com as sombras do próprio corpo ( mãos , cabeça, etc). Avaliação Diagnóstica A avaliação diagnóstica de Lívia Araújo iniciou se no dia 13/ 09 / 2011 e terminou no dia 13/10/ 2011. Foram realizadas cinco sessões diagnósticas, sendo estas realizadas no período de trinta dias. Na primeira semana teve inicio a primeira sessão, no dia 13 de setembro de 2011, na segunda semana foram feitas duas sessões diagnosticas no dia 20 e 23 de setembro de 2011. Na quarta e ultima semana, foi concretizada uma sessão diagnóstica no dia 04 de outubro de 2011. Instrumentos Utilizados 1ª Sessão – Entrevista Familiar Exploratória Situacional- E.F.E.S. A Senhora Ana Maria relatou que Lívia Araújo é filha de pais usuários de drogas. A mãe usou drogas durante toda a gravidez, a criança nasceu abaixo do peso normal, teve pneumonia aos 3 meses e aos 9 meses pesava 8 quilos apresentava quadro de desnutrição.A mãe continuava sendo usuária e tem mais dois filhos também com D M. 2ª Sessão: Anamnése A avó relata que os pais se separaram e a mãe de Lívia foi morar com ela. A filha queixava que a criança mexia muito dentro do seu ventre. O bebe nasceu de parto normal, abaixo do peso, fez uso do leite materno somente um mês , quando Lívia fez um ano de idade sua mãe desapareceu, deixando- a aos cuidados de sua avó, a qual passou a ter os cuidados necessários com a saúde de Lívia. Aos 6anos de idade iniciou o tratamento no CAPSI (Centro de Apoio Psicossocial), durante dois anos e sete meses foi acompanhada por psiquiatra e fonoaudióloga,onde foi diagnosticada comportamento psíquico ( observa sombras do próprio corpo, obsessões) e hiperatividade. 3ª Sessão- Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem - E.O.C.A. Como a criança tem dificuldade na linguagem, presença de ecolalia, sua inquietação na sala de aula como foi citada pela avó, foi optada pela Avaliação das Atividades Básicas, desenvolvidas para que potencialize a capacidade de Lívia. 4ª sessão – Atividades Lúdicas Durante a sessão foram desenvolvidas atividades como pintura, encaixe, quebra-cabeça para que potencialize a capacidade de Lívia. Fez-se necessário saber se ela já conhece as vogais, algumas palavras e números até 10, para que suas necessidades sejam atendidas de acordo com sua realidade. 5ª sessão – Devolutiva e Encaminhamento Descrição das Sessões Diagnostica. Na primeira sessão, durante a Entrevista Familiar Exploratória, a avó falou que os pais de L.A. eram usuários de drogas, que a mãe usou drogas durante toda a gravidez, que a criança nasceu abaixo do peso normal, teve pneumonia aos 3 meses de idade e aos 9 meses pesava apenas 8 quilos, também que a mãe continuou usando drogas tendo mais 2 filhos com D.M. Na segunda sessão durante a Anamnese a avó demonstrou sinceridade falando claramente da sua vida familiar, da separação da filha, do período de gestação,pó-parto e de quando realmente assumiu a neta para si, os cuidados necessários para com a saúde da criança, o inicio do tratamento até ingresso na escola. Durante a terceira sessão, na Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (E.O.C.A) foram executadas atividades lúdicas para que a aluna desenvolver suas potencialidades.As quais a aluna realizou com precisão atividades que necessitavam de concentração e atenção. Porém observou-se que a educanda perde a concentração facilmente, se mexe muito e quer sempre fazer outras coisas. Na quarta sessão desenvolveu bem as atividades lúdicas como pintura, encaixe e quebra-cabeça. Observamos que a criança teve preferência por esta sessão. No que se refere à Matemática precisamos aproveitar seu interesse para investir em seu aprendizado e desenvolver suas habilidades. Também é necessário investir na escrita e garantir um bom desempenho nas atividades escolares. As atividades como jogos pedagógicos prenderam mais a atenção da aluna crêem que ficou mais motivada. Hipótese Diagnóstica. Conforme avaliação aplicada percebeu que a criança demonstra características de (HIPERATIVIDADE) é um transtorno que começa na infância, caracteriza-se por crianças que são pimentinhas, impulsivas, bagunceiras,irrequieta,e/ou distraídas , sonhadoras que vive no mundo da lua. Geralmente continua na idade adulta, onde a hiperatividade, agitação e impulsividade diminuem de intensidade e a distração fica mais evidente. “Elas tendem a continuar sendo pessoas cheias de energia”. Se aprenderem estratégias apropriadas de aprendizagem e habilidades sociais, pode se sair bem na escola e no trabalho. Hiperatividade é um assunto complexo e extenso; ainda pouco estudado, mas esta presente no dia a dia, mesmo sem se perceber convive-se muitas vezes com pessoas hiperativa.Tem- se que aprender a lidar com uma pessoa hiperativa,como uma das principais caudas da hiperatividade é a hereditariedade se precisa estar preparada , pois esse problema poderá ocorre em qualquer família .E a melhor maneira de evitar que esse adolescente ou um adulto passe por problemas como a hiperatividade é tratá-lo enquanto criança. Existem diversos tipos de tratamento, como fazer para que se possa superar as dificuldades enfrentadas pela criança/ adolescente, bem como dos educandos, familiares e demais envolvidos neste tipo de transtorno. O diagnostico pede uma avaliação ampla. Não se pode deixar de considerar e avaliar outras causas para o problema, assim é preciso estar atento á presença de distúrbios concomitantes ( comorbidades).O Aspecto mais importante do processo de diagnóstico é um cuidadoso histórico clinico e desenvolvimental . Segundo Bromberg( 2001), uma vez determinado o problema se faz necessário o trabalho multidisciplinar envolvendo pais, professores e terapeutas. Estes devem fazer um planejamento quanto às estratégias e intervenções que serão realizadas para o atendimento do aluno. Tais estratégias envolvem: modificação d ambiente, adaptação do currículo, flexibilidade na realização e apresentação das tarefas, adaptação do tempo de atividades, administração e acompanhamento de medicação etc. A maneira m ais eficiente de tratar a TDAH é através do trabalho de grupo que envolve tanto abordagens individuais com o portador como mediação , acompanhamento psicológico , terapias especificas, técnicas pedagógicas adequadas além de estratégias para as outras pessoas que convive com ele, como terapia para pais e familiares.Esclarecimento sobre o assunto para pais e professores , treinamento de profissionais especializados (Goldstein 1994). Para que uma criança ou jovem com TDAH tenha possibilidade de desenvolver seu potencial e caminhar pela vida de maneira adequada e gratificante , é necessário que as pessoas envolvidas no processo de acompanhamento mantenha estreita comunicação e forte colaboração ( Smith e STRICK , 2001) É mais fácil agir n sem a necessária adequação de ser humano e cair na escala animal liberando tudo o que se tem vontade de fazer.....”Concentra-se dá trabalho.Exige esforço mental”.(TIBA , 2002,p. 152). Como a criança não suporta isso, começa a se agitar, a prestar atenção em outra coisa. Em entrevista divulgada no Hospital das Clinicas da USP, o Doutor Enio Robert de Andrade, Coordenador do Ambulatório, afirma que se deve ter cuidado para não se diagnosticar como hiperatividade ou transtorno do déficit de atenção, comportamentos apropriados a idade , em crianças ativas. O diagnostico deve ser feito pelo psiquiatra, pois, na maioria das vezes, a criança é a encaminhada para as mais diversas especialidades não chegando a um tratamento. Encaminhamento É interessante que a criança seja avaliada por psicólogo. Se possível que tenha um acompanhamento com terapia, através da família e da escola. Se for necessário um neurologista deverá ser consultado. E que a instituição de ensino a receba em um a sala de apoio pedagógico. Conclusão Portanto, espera-se que Lívia, a partir da utilização de jogos de encaixe melhore sua capacidade de concentração e convivência com os colegas uma vez que esses jogos podem ser ensinados a ela no AEE e num trabalho em conjunto com os demais professores, que ela possa ensinar aos colegas desta forma sua autoconfiança e sua auto estima seja estimulada. Com características de hiperatividade a aluna não vai conseguir ficar em uma única atividade muito tempo, é necessário respeitar seu tempo limite. Com a musica esperamos também que Livia além de desenvolver sua leitura/ escrita ela desenvolva sua concentração esperamos também que essa aluna com Deficiência Mental passe de uma condição de ação automática e mecânica para uma situação de aprendizagem. Referencias Bibliográficas SASSAKI, R.K.Inclusão : Construindo uma sociedade para todos. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/ SEESP, 1994. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília; Imprensa Oficial, 1988 .