Trabalho ou emprego?

Trabalho processo de humanização do ser humano, onde participa o homem e a natureza. Trabalho ou emprego não são palavras sinônimas, trabalhar significa criar utilidades, coisas úteis e necessárias. Pode ser uma ação individual sem fins sociais ou não. Em todas as instituições onde se institucionalizou a propriedade privada de produção há duas classes:

  • Proprietários dos meios de produção;
  • Não proprietários dos meios de produção.

EX: Cidadãos X escravos (na antiguidade)

       Nobres X servos (na idade média)

       Capitalistas e burguesia X classe social

Na antiguidade não havia emprego, os escravos eram objetos dos proprietários, na idade média os servos eram arrendatários da terra e não tinham muitos direitos nem liberdade.

Os primórdios do emprego começaram na idade média, nas pequenas oficinas que contratavam aprendizes e jornaleiros, não obstante só se consolidou mesmo, da maneira que nós conhecemos hoje na revolução industrial e francesa. Como capitalista os trabalhadores passaram a vender sua capacidade de trabalho livremente.

Emprego é uma relação contratual de trabalho entre proprietário e não-proprietário de capital, tento em vista que mesmo supondo que somos livres, para escolhermos a nossa hora de trabalho, lugar e dia. Não é bem assim que acontecem as coisas no capitalismo, o emprego pressupõem a transformação da força de trabalho em uma mercadoria e acaba não sendo muito livre.

Mais-valia - representa a diferença do salário do trabalhador com o lucro gerado por ele.

Força de trabalho - valor do produto = mais-valia (fonte principal de lucro do capitalismo)

No mercado formal trabalhadores com emprego de carteira assinada, e no informal, não regulamentados pela lei. A informatização gerou um número grande de desemprego, desestruturando famílias, devido à reestruturação produtiva.

Flexibilidade das relações de trabalho no final do século XX.

  • Terceirização
  • Banco de horas
  • Contrato temporário
  • Subcontratação
  • Jornada parcial (prejudicial ao trabalhador)

Com a informatização, trabalhadores terão que se capacitar cada vez mais, para conseguirem uma vaga no tão disputado mercado de trabalho, alguns no mercado informal, já sendo ainda mais prejudicados por já não terem os direitos trabalhistas do trabalhador formal, terão ainda mais dificuldades. O governo terá que implantar soluções para ajudar os desempregados e os informais, criando cursos de capacitação como Sebrae (já existente), cooperativas formando trabalhadores empreendedores.

Sociologia do trabalho

Estudos sociológicos das coletividades do trabalho, usado na realização das atividades de trabalho das sociedades capitalistas, que resultam na produção de mercadoria ou na prestação de serviço.

A sociologia de trabalho não trata apenas da realização do trabalho no seio das empresas, também nas organizações. A maior de todas é o Estado, que tem vários serviços prestados a população sem fins lucrativos, fins filantrópicos, ONGs.

Existem outras sociologias de coletividade de trabalho como: sociologia industrial, sociologia das organizações, sociologia da empresa, sociologia do trabalho. A do trabalho é a mais bem aceita por várias razões uma delas é o englobamento de todas as coletividades de trabalho, por se tratar de todos os tipos de trabalho. Toda coletividade de trabalho tanto de grandes empresas, a uma pequena loja de roupa, pode ser tratada pela sociologia do trabalho. Sendo uma área vasta que leva em consideração as condições técnicas cientificas, econômicas, políticas, sociais, culturais e inovações cientificas. Seus principais fundamentos surgiram de grandes mestres como:

Émile Durkheim (foi um dos responsáveis por tornar a sociologia uma matéria acadêmica, sendo aceita como ciência social. Durante sua vida, publicou centenas de estudos sociais, sobre educação, crimes, religião, e até suicídio. Também falava que a sociedade é mais do que a soma de suas partes. Ao contrário de Max Weber ele não estava focado no que motivava as ações individuais das pessoas (individualismo), mas no estudo dos “fatos sociais”, termo criado por ele mesmo que descreve os fenômenos que não são limitados apenas a uma pessoa. Os fatos sociais, onde há existência indepentende e mais objetiva do que as ações individuais, e podem somente ser explicados por outros fatos sociais, como a região onde a sociedade está submetida, governos.

Max Weber (1864 – 1920) viveu em um período histórico de grande agitação social. A virada do século XIX para o século XX foi marcada por profundas transformações econômicas, políticas e sociais às quais utopias conservadoras e revolucionárias com referência aos rumos do capitalismo foram construídas. O novo e o velho acirraram suas disputas, materializando interesses antagônicos em busca da hegemonia na sociedade. O positivismo, tendo como principais defensores Augusto Conte e seu discípulo, Émile Durkhein, consolidou princípios para a construção de uma ciência social tendo como objetivo a investigação da sociedade. Enquanto o primeiro, em uma visão otimista, enfatizava a ciência como o pilar para a construção de uma sociedade superior, o segundo, com uma concepção pessimista e uma forte herança kantiana voltada à organização e disciplina social, afirmava que a ciência e o avanço do capitalismo não garantiriam a felicidade no futuro. A chave para o avanço do capitalismo estava na ordenação e em uma sólida divisão social do trabalho, condição fundamental para a instauração de uma moral coletiva.

Karl Marx (05/05/1818-14/03/1883) Economista, filósofo e socialista alemão, Em 1867, publicou  Marx o primeiro volume de sua obra mais importante: O Capital. É um livro principalmente econômico, resultado dos estudos no British Museum, tratando da teoria do valor, da mais-valia, da acumulação do capital. Marx reuniu documentação imensa para continuar esse volume, mas não chegou a publicá-lo. Os volumes II e III de O Capital foram editados por Engels, em 1885 e em 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky como volume IV (1904-10). Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia espalha. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira se dedicasse a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita de socialismo. Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.

Outras denominações da sociologia do trabalho foram à sociologia industrial e a da escola das relações humanas, que foram abolidas por parecer restritas somente as industriais.

Os fatores determinantes foram: Técnico-científicos, econômicos, políticos, sociais, sociais, culturais, nacionais e internacionais. Não esquecendo a contribuição dos psicossociólogos da sociologia industrial, que foram os primeiros a fazerem criticas a organizações do Taylorismo, Fordismo do processo de trabalho. Elton Mayo e sua equipe pesquisaram os fatores da produtividade de trabalho, fatores como luminosidade ambiental, fadiga, monotonia, gasto. Suas teorias e análises deram origem aos estudos de relações humanas, descobriram que os trabalhadores agem e reagem, mais como um grupo do que individualmente, assim sendo descobriu a existência de organizações informais que serviam tanto para o bem como para o mal da empresa, sugerindo a gerencia a respeitar esses grupos, ajudando a compreender melhor a relação desses grupos de trabalho mesmo sendo criticado a não tratar as questões referentes a produtividade como também resultados de conflitos de interesses entre capital e trabalho.

A sociologia das organizações.

 Originou dos estudos de Marx Weber sobre organizações burocráticas, que é representada pela precisão, velocidade, clareza, conhecimento dos arquivos, continuidade, descrição, unidade, subordinação rigorosa, redução do atrito e dos custos de material e pessoal, não levados ao máximo a sociologia burocrática, principalmente na monocrática.

As duas principais razões da obra de Marx Weber foram:

Eficácia e a eficiência - eficiência envolve a forma com que uma atividade é feita, enquanto a eficácia se refere ao resultado da mesma.

Razões racionais - relações entre si e do seu público especializando as funções.

Especializações das funções: divisão acentuada de trabalho que leva ao aumento da produção, treinando seus funcionários.

Estrutura de autoridade hierárquica- sistema de mando ou subordinação.

Cargos eleitos- cargos ocupados por políticos que ganham eleições.

Cargos de carreira- funcionários públicos que conseguiram seus cargos por competência através de concursos, promoção por mérito e competência.

A administração socialista se define por ações escritas, impessoal, fator que avalia a eficiência e a eficácia. Por impedir as realizações dos fins últimos do estado democrático, por concentrar a alguns as decisões mais importantes. Assim sendo só os mais estudados ocupavam os cargos de superiores no socialismo. Na plutocracia só os partidos mais bem estruturados tem como investir em campanhas milionárias conseguindo assim um maior número de eleitos.

Segundo Robert Merton os funcionários estão muito mais preocupados em desenvolver as funções da fábrica, do que a organização que a administração propõe atingir, ou seja,  empresas não podem ser burocráticas rígidas por não estarem adaptadas as mudanças tecnológicas.

As sociedades industriais capitalistas.

O ponto de partida da analise da sociologia do trabalho foi à dinâmica da estrutura social, como também a introdução a máquina na revolução industrial, portanto surgiram também os problemas sociais como a desigualdade, conflitos de classes, conflitos armados. E todos esses problemas sociais ainda persistem com mais gravidade a cada época. Índices de desemprego um problema social que atinge grande parte do mundo e acaba gerando outros, como aumento dos índices de violência.

Estudando com esses grandes autores entendemos como se gerou grandes problemas sociais na sociedade. As características principais da sociedade segundo Émile Durkheim (1858-1917). Divisão do trabalho social que da origem a um novo tipo de solidariedade orgânica, onde segundo ele a consciência coletiva se impõe as consciências individuais, e a partir daí, é possível a coesão social, aonde se expressa crenças, idéias, sentimentos, valores, padrões de comportamentos transmitidos de geração em geração e compartilhado com os membros da sociedade. 

Solidariedade mecânica caracteriza uma rudimentar divisão de trabalho. Segundo Durkheim a divisão do trabalho rudimentar, fonte da solidariedade mecânica que pode ser compreendida tendo como origem entre os membros da sociedade (semelhança). A sociedade moderna surge a partir do aumento da população seguindo da divisão do trabalho social, cuja característica fundamental se constrói através da solidariedade orgânica que fundamentasse no sentimento de interdependência das funções diferenciais, na dessemelhança dos indivíduos.

A tese tenta nos mostrar que a função da divisão do trabalho social gera uma solidariedade orgânica, tendo efeito útil promover um novo tipo de solidariedade que nasce da diferença, não sendo fonte de conflito mais de promoção da solidariedade. Na visão contraria de Max Weber o traço característico é a racionalidade da conduta.

“O capitalismo existe onde quer que se realize a satisfação de necessidade de um grupo humano, com caráter lucrativo e por meio de empresas, qualquer que seja a necessidade de que se trate.” Max Weber.

 Segundo ele os lucros são obtidos pela aprovação da diferença entre valor produzido pelos trabalhadores sobre o valor do seu trabalho que gera a mais valia, a divisão social do trabalho resulta da instituição da propriedade privada dos meios de produção, produzindo consciência da sua própria realidade.

Diferenças entre Marx (conflito) e Durkheim (solidariedade).

Divisões de classes sociais burguesia X proletário.

As estruturas das sociedades industriais capitalistas.

  • Igualdade jurídica- o legado da revolução francesa que todos os homens são iguais segundo a lei.
  • Economia de mercado- sem homens livres não há economia de mercado, homens livres para vender sua força de trabalho.
  • Riquezas produzidas no interior das empresas.
  • Desigualdade social - onde surge as classes sociais e as divisões racionais de trabalho no interior das empresas.

Estado moderno

Divisão de poder

Executivo

Legislativo

Judiciário          

 

  • Capacidade técnicas dos trabalhadores.

A racionalidade das empresas se expressa na aplicação dos métodos e conhecimentos científicos aos fins produtivos dando, satisfação tecnológica, investimento na tecnologia científica e trabalho. Na divisão racional do trabalho, agilizasse a produção, dando maior competência funcional.

Organização do processo produtivo (Taylorimo, Fordismo, Toyotismo) uma força para aumentar a lucratividade, produtividade e competitividade.

As diferentes formas de administração do processo de trabalho no capitalismo moderno.

A acumulação primitiva do capital permitiu a estruturado capitalismo moderno, gerando atividades de acumulação de capital desde o feudalismo.

Os motivos foram: saques, pirataria, descoberta dos metais, a conquista territorial, o tráfico negreiro, o protecionismo (que são atividades idílicas, aventureiras). Uma das características das atividades econômicas capitalistas é a divisão tecnológica do trabalho, que foi estudada por Adam Smith, chegando ele a conclusão que aumenta a produtividade do trabalho com redução de custos (tempo).

Segundo Adam Smith “Este grande aumento na quantidade de trabalho que, em consequência da divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de executar, devesse a três diferentes circunstancias: ao aumento de destreza de cada trabalhador individualmente; à economia de tempo, que em geral se perde passando de uma espécie de trabalho para outra; e, finalmente, à invenção de grande número de máquinas que facilitam e abreviam o trabalho e permitem que um homem faça o trabalho de muitos.”

As características de um trabalhador profissional são: etapas, formação profissional, autonomia Profissional.

Devido à divisão de trabalho acentuado os trabalhadores deixaram de ser profissional e sendo agora especializados, dando origem à chamada fase do sistema técnico ou fase B segundo Alain Touraine.

Frederich Taylor (1856/1915) fundador do taylorismo, que baseou sua pesquisa em como fazer aumentar a produtividade de trabalho, aumentando a renda da empresa sem ter novas técnicas de produção, explorando cada vez mais os trabalhadores. Segundo ele os trabalhadores são preguiçosos, e só trabalham 30% da sua capacidade. Ele se fundamentou na divisão de trabalho, dissocial o processo de trabalho, separando aquele que pensa do que executa, criando a gerencia cientifica, um grupo de trabalhadores altamente técnicos responsáveis, pela elaboração do resultado, processo de produção, o que será produzido, quanto e como. Tendo total controle do trabalhador, dividindo em etapas - operação - homem diferente, Cronometrando gestos e movimentos.

Outro principio é o salário por rendimento, fazer o trabalhador trabalhar até o seu limite, considerando o trabalhador um homem econômico. Seleção e treinamento, de acordo com a capacidade para cada função. Estabelecimento de varias funções hierárquicas, e centralização e controle.

Henry Ford (1863-1947) fundador do Fordismo em 1914, mais racional, com menos custo e maior produtividade, produção padronizada em massa, o chamado consumo de massa. O Fordismo teve seu ápice no período posterior à segunda gerra mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos Dourados. Entretanto, a rigidez deste modelo de gestão industrial foi a causa do seu declínio. Na década de 1970, após os choques do petróleo e a entrada de competidores japoneses no mercado automobilístico, o Fordismo e a produção em massa entram em crise e começam gradativamente a serem substituídos pela produção enxuta, modelo de produção baseado no Sistema Toyota de Produção.

Em 2007 a Toyota torna-se a maior montadora de veículos do mundo e pôe um ponto final no Fordismo.

Resumindo: O Fordismo foi iniciado nos EUA onde o ritmo da produção é imposto pelas máquinas, o trabalhador faz um consumo de tarefas especializadas e de participar mais do consumo.

 

 

Pontos positivos

Capitalismo

  • Modernidade
  • Tecnologia
  • Aumento da produção
  • Inovações ciêntificas
  • Redução de custos na produção
  • Igualdade jurídica

Socialismo

  • Estabilidade econômica
  • Não há desemprego
  • Igualdade no poder aquisitivo
  • Boa estrutura econômica do país

               

Pontos negativos

Capitalismo

  • Desigualdade social
  • Desemprego
  • Instabilidade econômica
  • Aumento de índices de violência

Socialismo

  • Falta de liberdade de consumo
  • O governo comanda tudo e todos
  • Falta de tecnologia
  • Sem avanços na ciência

Conclusão

Apesar de todo o desenvolvimento, das tecnologias alcançadas, do avanço da ciência, do aumento da produção das fabricas e da liberdade que os trabalhadores conquistaram, com o capitalismo, também vieram o desemprego devido a especializações de funções, com a divisão de tarefas, segundo a capacitação de cada funcionário, os funcionários deixaram de buscar capacitação em outras funções se dedicando a se empenhar somente na função dada, e com isso com o avanço de tecnologia aonde máquinas entram cada vez mais no mercado ocupando o lugar de milhares de funcionários, nas empresas, trabalhadores que só sabiam exercer uma só função ficaram fora do mercado de trabalho, tendo que se capacitar cada vez mais para conseguir entrar novamente nesse mercado. Assim sendo o governo agora tem a grande responsabilidade de planejar uma forma de como capacitar esses trabalhadores para esse novo mercado de trabalho.

“A liberdade de um homem, é muito maior que um pensamento teórico, capitalista ou socialista.”

                                                                   Patrícia R Santos Fonseca.

Referências bibliográficas

DVD Inteligência educacional e sistema de ensino (IESDE)- Sociologia do trabalho.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fordismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Taylorismo