REJANE, Orcheski Catia
[email protected]

SANTOS, Cruz, Micheli
[email protected]

INTRODUÇÃO

Muitos pais acabam iniciando a vida precoce de seus filhos ao trabalho para ajudar na renda familiar, em decorrência do desconhecimento gerado pela própria condição de pobreza e baixo nível educacional dos pais. Famílias pobres mal conseguem sobreviver com os salários dos pais ou até mesmo o desemprego dos mesmos. Optam assim,por prejudicar o aprendizado e o futuro de seus filhos. Este seria um dos motivos de se encontrar nas salas de aulas alunos desanimados e cansados que acabam tendo uma participação quase que nula durante as aulas.

As famíliasmuitas vezes nem percebe que são o pilar fundamental para a construção da identidade e autonomia de seu filho no ambiente escolar e na vida social. Indo um pouco além, pela ausência da família os alunos chegam à escola sem noção de regras ou limites afetando o trabalho pedagógico. Neste momento em que o aluno percebe as dificuldades e os desafios para continuar na escola, acaba se desestimulando e tornando-se assim mais um número no gráfico estatístico da evasão escolar. Para que o processo educacional seja um sucesso é preciso que o aluno sinta segurança por parte da família e da escola, fortalecendo o processo ensino-aprendizagem.

O que se pode verificar é que o tema não se restringe só a área educacional, mais surgem novos olhares pra refletir e concretizar ações que até então não foram executadas. No caso do campo da medicina, politica e a todos que possam se preocupar com o trabalho infantil.

Sendo um tema antigo, não deixa de ser uma problemática de difícil solução, poisexige mudanças de todos os órgãos desde o setor politico de nosso pais até a base familiar destas crianças e adolescentes. Apesar das bases legais protegem estes menores como diz na lei implementar a respeito à proibição do trabalho infantil que conta no Estatuto da criança e do adolescente-ECA, que dispões sobre o direito à profissionalização e á proteção no trabalho, e proíbe qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz.  

Ao professor cabe intervir na sua forma de ver e verificar o processo de aprendizagem do aluno, respeitar as dificuldades e diferenças de cada um, valorizar o conhecimento que os alunos trazem da sua realidade, reavaliar seu próprio planejamento e sempre que necessário mediar ás intervenções que forem necessárias. É preciso que os órgãos gestores invistam em programas de formação continua destes profissionais para que possam atender e realizar um trabalho mais efetivo além de reavaliar as práticas pedagógicas para melhor atender estas crianças e adolescentes. 

 TRABALHO INFANTIL

A escolha por este tema surgiu após varias pesquisas de campo em escolas de classe media baixa onde, quase 100% da clientela vivem em situação de pobreza e descaso total por parte das famílias das autoridades e sociedade com a educação, e formação dos indivíduos, dificultando e muito o processo ensino aprendizagem.

Tomando conhecimento dos fatos descritos surgiu uma grande inquietação e o despertar para a importância de ampliar nossosconhecimentos sobre a relação entre o trabalho infantil e a escola, dando se assim início a uma pesquisa que se fez concreto através do Trabalho conclusão de curso final (TCC), ao longo do estudo é pretendido demonstrar-se o que diz a legislação sobre o tema, algumas considerações teóricas de estudiosos que se dispuseram a estudar o assunto e descrever atitudes necessárias aos profissionais de educação que contribuam para orientar a prática pedagógica desenvolvida do dia a dia e que auxiliem os alunos a seguir em frente com os estudos apesar dos obstáculos.

O trabalho precoce de crianças e adolescentes, na maioria das vezes se dá em virtude da busca por subsistência: situação precária, falta de moradia, falta de alimentos para sua sobrevivência, tornando a vida dessas famílias uma luta diária, forçando as crianças a assumir responsabilidades ajudando em casa para que os pais possam trabalhar, ou indo elas mesmas trabalhar para ganhar dinheiro e complementar a renda familiar.

Em um mundo crescente e desigual, entre riqueza e pobreza, as famílias deslocam-se de um lugar para outro em busca de meios e formas de conquistar conforto, sustento e acesso a bens e serviços, às vezes em vão, sendo os filhos os mais prejudicados, principalmente no aprendizado, com tantas mudanças de escolas, ocasionando inclusive a repetência. Após repetir várias vezes, a criança se sente desnorteada, e pelospróprios pais, sãoconsideradasincapazes de aprender, levando-a abandonar a escola e entrar no mercado de trabalho precocemente, na maioria das vezes no mercado informal, para poder ajudar na renda familiar trazendo para criança ou adolescente efeitos perversos no âmbito físico, emocional e social.

É confirmado que todo aluno que sai de casa para trabalhar em qualquer serviço rotineiro, quando chega à escola já está cansado, não conseguindo realizar as atividades propostas, na leitura, na interpretação, na escrita, nos cálculos ou até mesmo em situações de jogos e brincadeiras. Independente de qualquer disciplina o aluno demonstra-se ansioso, inquieto, resistente, irritado, desconcentrado ou desmotivado em razão do cansaço.

Neste panorama o interesse e a participação do professor são bastante delicados, mas, essencial no incentivo ao aluno emempenhar-se e concentrar-se nas aulas, o professor pode, por exemplo, fazer questionamentos ao aluno durante os momentos de leitura demonstrando a necessidade de concentração para o entendimento dos dados apresentados, a sequencia e as relações estabelecidas entre os fatos.

Outra situação que ilustra o desanimo causado pelo cansaço dos alunos na execução das atividades, pode ser observada nas aulas de Educação Física que exige do aluno diferentes formas de habilidades, competências motoras, intelectuais e emocionais, levando-o a considerar a disciplina intricada e tediosa, uma vez que encontra-se fisicamente esgotado.

E quando estesprofessores sãoconscientes dos problemas enfrentados pelo aluno deve tentar estimular a sua participação, levando-o a persistir mesmo diante da falta de êxito dos primeiros momentos, retomando aos jogos e brincadeiras, que sabemos desenvolvem vários conceitos, noção de limites espaciais e relativos à convivência social, aumenta a autoestima fazendo com que o aluno sinta-se capaz, amplia o raciocínio e a criatividade, oportuniza a prática de exercícios de preparação para a vida adulta, pois enquanto brinca elabora apreciação e incorpora valores necessários ao convívio social. Vários tipos de dificuldades são observados nas escolas, sendo uma das piores, a realidade vivenciada por crianças que chegam sem uma alimentação correta, que já estão cansadas, pois, desde cedo já estão submetidas ao trabalho. Crianças que abandonam as escolas não completando o ensino médio, e nem mesmo o ensino fundamental.

Não podemos deixar que estas dificuldadesafete nossos alunos, sabemos que a “união faz a força”, e a escola sem a comunidade não é ninguém, ou, vice e versa. A escola precisa contar com os pais, alertando-os a participar frequentementede reuniões para acompanhar o rendimento e desempenho de seus filhos evitando inclusive consequências sérias e negativas para a vida do aluno, como a repetência, porque a intenção da escola é a de formar cidadãos preparados para uma sociedade justa e fraterna, e não contribuir para a reprodução da exclusão social. A falta de estrutura faz com que os pais não podendo permitir a seus filhos o “luxo” de uma educação prolongada diante da necessidade de empregá-los precocemente, ou seja, antecipando sua entrada no processo de aprendizagem, gerando o aumento e elevando o número de reprovações e a evasão escolar.

É muito comum casos de pais que desconhecem as dificuldades escolares apresentadas por seus filhos, o que percebemos é que, apesar da transparência com que a maioria das escolas trata suas avaliações bimestrais ou trimestrais, algumas famílias somente percebem realmente a condição fragilizada do filho quando recebem realmente a notícia da repetência, é até irresponsável e descabida a atitude de alguns pais que, na tentativa de salvar o ano escolar de seu filho, lançam mão de atitudes hostis, que não só são injustas com os professores, como se revelam um péssimo exemplo para os seus filhos, demonstrando o histórico de falta de limite em que nossos alunos convivem, indicando os exemplos que recebe de maus costumes, acarretando mais problemas na escola.

 Este comportamento faz parecer que os interesses da escola e da família vão a sentido contrário. Enquanto a escola tenta proporcionar uma educação de qualidade para todos e as mais variadas e adequadas oportunidades de aprendizagem, a família que deveria acompanhar o dia a dia do seu filho, indo a instituição verificar o seu desenvolvimento, dessa forma até prevenindo a repetência, não tendo consciência do seu papel deixa a desejar, então, a escola, os professores precisam harmonizar o clima e esclarecer que a troca e a consideração mútua, como convêm a pessoas inteligentes e educadas deve prevalecer, até mesmo para dar aos alunos preciosas lições: do relacionamento respeitoso e o valor do trabalho de cada um no meio social.

O aluno com dificuldades no aprendizado terá de receber do professor atendimento diferenciado, com atividades diversificadas e sempre auxiliado nas suas explorações para que consiga realizá-las com sucesso, levando-o a sentir-se capaz, elevando sua alto-estima.

Com conteúdos e metodologias diversificados, de acordo com o nível de cada criança, exploradas segundo os possibilidade e interesses dos mesmos, através de debates, pesquisas, registros escritos, orais, observação, vivência, troca de experiências, saberes e habilidades, são meios de intervenção da educação em que os alunos aprendem com mais prazer e fazendo o que gostam.

[...]