“Todo mundo faz!”

AlbanísioRibeiro

 

Com certeza, você já ouviu alguém usar esta espressão para justificar alguma atitude errada, ou no mínimo polêmica. Esta é a filosofia que paira na mente do povão: Se todo mundo - a grande maioria - está fazendo algo, independente do que seja, torna-se padrão aceitável por que é comum a todos, se autentica como verdade moral. Muitas vezes não é nem a maioria, mas um grupo considerável, mas generaliza-se, arredonda-se para “todo mundo”. Mas será mesmo? “A voz do povo é a voz de Deus”? O grande poder do povo, das massas, da maioria é suficiente para legitimar comportamentos de qualquer natureza em verdades absolutas? Até o que era dado como imoral pode vir a ser certo, moral? Não existem mais absolutos? Tudo é relativo?

Preocupa-me quando vejo alguém dar início a uma fala com estas palavras: “Todo mundo...”, fico logo de orelhaem pé. Sópela lei natural da própria consciência, que não devemos fazer para os outros o que não queríamos que fizessem a nós, já se estabelece muitos padrões imutáveis. Não é o simples fato de todos estarem fazendo que justifica-se qualquer comportamento.

Expressivo é o poder que tem a opinião das multidões, os conceitos massificados. Ir de encontro à imensa maioria, é como nadar contra uma forte maré com ondas bravias. Alto é o preço em obedecer à consciência, de seguir valores morais dignos. Muitas vezes somos taxados como conservadores, puritanos, fundamentalistas. Temos que fazer o certo por amor ao próximo e a Deus. Deitar a cabeça no travesseiro e dormir o sono do justo não tem preço.

Estava no meio de uma grande roda de colegas e veio à tona o assunto abstinência sexual pré-nupcial. Falei que sou a favor e o quanto considero importante. Logo alguém citou: “99,9 % da população não se abstém para o casamento”. Nas entrelinhas deixava claro que é algo ridículo e alienado esse conceito, ao passo que por séculos não era. Não fui tão a fundo à discussão, mas é óbvio que num país de mais de 20% de evangélicos, e uma outra grande parte de católicos praticantes, mesmo que muitos não sejam fiéis a este princípio,  e outras religiões ou simplesmente pessoas com esse valor, 99,9% é um exagero. Mais o que estamos discutindo aqui é que não importa o que a maioria faz ou pensa, mesmo que seja 100%, isso não valida um conceito. Muito pelo contrário, se a grande maioria está indo em uma só direção é bem provável que seja equivocada. É a história do caminho largo e o estreito. Também era nas entrelinhas que se dizia que se todo mundo faz não há o que se discutir.

Adquirir produtos piratas, suborno, mentir, levar vantagem, sexo livre, homossexualismo, faltar com a palavra, são uns dentre vários assuntos que se relativizaram ancorados no “todo mundo”. A voz do povo fala mais alto que a razão, a justiça, e até mesmo Deus.  O homem encontra subterfúgio para suas práticas equivocadas na grande massa. Na cumplicidade com o povão achou-se o meio para legalizar o imoral.

Mas frente ao “todo mundo” temos como encontrar um porto seguro? A fonte da verdade? O Criador é resposta. Ele nos fez e sabe o que é o melhor, e revelou-se para o homem através de seu Filho que dizia ser a própria verdade: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Jo 14:6.

 “A voz do povo é a voz do Diabo”, parece mais adequado. A partir de agora rechace essa voz de seu vocabulário: “Todo mundo...”

Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Jo 8:32