ACADEMIA DE POLÍCIA

Paulo Tadeu Ramos de Albuquerque
Artp_tadeu @hotmail.com


TODO CADAVER TEM UMA HISTÓRIA.

RESUMO
Este artigo é parte integrante do TCC apresentado na Academia de Polícia de SP em virtude da exigên-cia para a conclusão do curso de aperfeiçoamento de classe. O relato de caso apresentado baseia-se na investigação a partir do local de crime onde se encontrava um cadáver a ser identificado. Este relato desvela a história da morte de um jovem, o qual teve a oportunidade de viver e lutar por seu sucesso financeiro e pro-fissional por meio do trabalho, mas influenciado por outros decide trilhar o caminho fácil e acaba se envol-vendo com criminosos. Lucas (nome fictício) não passa dos vinte e poucos anos e finaliza seus dias de vivente numa seção de tortura e morte.

Palavras-Chave: Recognição visuográfica no local de crime, investigação, homicídio, cadaver.

ABSTRACT

This article is part of the TCC (completion of course work) shown in Police Academy because of the SP-ing demands for completion of the refresher course class. The report case presented is based on research from the crime scene where a corpse was being identified. The case report reveals the history of death of a young man, who had the opportunity to live and fight for his professional and financial success through work, but the other influences-decides to tread the easy way out and gets involved with criminals. Lucas (not her real name) does not pass the twenties and ends his days of living in a torture session and death..

Key-words: Recognition visuográfica site crime, investigation, murder, corpse.

1. INTRODUÇÃO

A elucidação de um crime é possível mesmo diante das negativas que se apresentam como fatores limitativos, mais forte que nossas impressões são os desígnios de Deus em relação aos acontecimentos. Minha experiência mostra que em situações adversas quando tudo indicava que não concluiríamos um ca-so, de súbito abrolhava a solução.
O ser humano é por vezes um terreno inóspito e abriga posições imprevisí-veis, assim, imaginemos que alguém que esteja diante de uma seca extraordiná-ria, irá procurar avidamente por água e ao se defrontar com uma área nunca dan-tes percorrida com aparência árida e pouca vegetação entende estar em pleno deserto, mas é exatamente ali que muitas vezes se encontra um oásis oculto
No geral, temos o impulso de achar que as pessoas são aquilo que vemos e não o que realmente são de fato. Devemos abalizar com cautela quando al-guém nos diz que tal fulano é treze, quer se promover e aparecer, que o mesmo não deve receber atenção, pois só irá atrapalhar e contaminar o andamento das investigações.
O corpo de um homem semi-enterrado é encontrado por alunos das séries iniciais do ensino fundamental, e isto, bem ao lado de uma escola num terreno baldio na grande São Paulo.
O boletim de ocorrência consultado não debelava qualquer informação que indicasse a qualificação da vítima e autoria do fato criminoso.
Assim, somando-se ao fato de que o corpo putrefato não identificado, foi localizado num lugar ermo e até então sem testemunha ocular, levava a crer ser mais um caso insolúvel.
Diante do desafio apresentado nos dirigimos ao palco dos acontecimentos na busca por mais detalhes, pois todo local de homicídio fala.
O relato de caso desvela a história da morte de um jovem, o qual teve a oportunidade de viver e lutar por seu sucesso financeiro e profissional por meio do trabalho, mas influenciado por outros decide trilhar o caminho fácil e acaba se envolvendo com criminosos. Lucas (nome fictício) não passa dos vinte e poucos anos e finaliza seus dias de vivente numa seção de tortura e morte.
2. RELATO DE CASO:

Na comunicação do crime de encontro de cadáver o setor de homicídios é acionado pelo Distrito local, desde que não se tenha conhecimento da qualifica-ção da vítima. Assim, a partir deste desafio a equipe começa o trabalho de garim-pagem de dados e diligencias no sítio do crime a fim de identificar a vítima e ras-trear seus últimos passos.
O boletim de ocorrência é consultado para nos apropriamos dos primeiros elementos para o entendimento do caso, porém verificando as informações ali descritas não vislumbramos nenhum caminho de imediato a ser percorrido.
Assim, o início das investigações parte de premissas diversas de acordo com a profundidade da notícia inicial do delito, dividindo-se em delitos de autoria conhecida e desconhecida. Destes se incumbe o Departamento de Homicídios, estruturado para desenvolver investigações a partir do local de crimes relacionados nos artigos 121 e seguintes e artigo 157, § 3º do Código Penal. (Desgualdo, 2006, p.7).

Este instrumento é fonte documental, o qual dispõe de subsídios que fun-damentam o entendimento do caso específico. Por este motivo, um texto bem re-digido e com um maior apanhado de informações sobre a vítima e as circunstan-cias em que se deram os fatos, torna-se fundamental para o bom andamento das investigações resultando em subsídios para o esclarecimento do fato criminoso.
Por isso é de fundamental importância que dados pessoais do desapareci-do sejam detalhadamente descrito a exemplo de tatuagens e vestimentas.
No Boletim de Ocorrência abaixo é registrado o desaparecimento de pes-soa no qual contém informes da vítima. Observa-se que não dispõe de maiores detalhes - descuido do escrivão no momento de lavrar o boletim ou o parente da vítima não soube dar maiores detalhes.

GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
POLICIA CIVIL DE PERNAMBUCO
DELEGACIA DE POLICIA DA 156A. CIRCUNSCRICAO ? ARCOVERDE

BOLETIM DE OCORRÊNCIA Nº.10E0246001462

Ocorrência registrada nesta unidade policial no dia 30/06/2010 às 22:00
PESSOA DESAPARECIDA - Doloso (Consumado) que aconteceu no dia28/6/2010 no período da Madrugada
Fato ocorrido no endereço: PRAÇA DA BANDEIRA - PATIO DE EVENTOS SAO JOAO DE ARCOVERDEARCOVERDE, PERNAMBUCO, BRASIL Próximo a: MUNICIPIO DE ARCOVERDE, 1 - Bairro: CENTRO, - Município: ARCOVERDE - Estado: PERNAMBUCO - País: BRASIL
Local do Fato: PRACA PUBLICA
Pessoa(s) envolvida(s) na ocorrência:
VITIMA) - ITLER PLAUTO SILVA DE OLIVEIRA (não presente ao plantão) -Sexo: Masculino Mãe: MARILUCE SILVA DE OLIVEIRA; Pai: LÁZARO LOPES DE OLIVEIRA FILHO Data de Nascimento: 1/6/1980;
Naturalidade: ARCOVERDE / PERNAMBUCO / BRASIL
Estado Civil: NAO INFORMADO; Escolaridade: NAO INFORMADO;
Profissão:VENDEDOR(A); Telefone de Contato: NÃO INFORMADO; Telefone Celular: NÃO INFORMADO
Endereço Residencial: RUA MIGUEL DE SENA, 605, 55000-000, PETROPOLIS,
CARUARU, PERNAMBUCO, BRASIL
ITLER PLAUTO SILVA DE OLIVEIRA ( VITIMA )
Complemento / Observação
________________________________________
A NOTICIANTE QUE É IRMA DO SR. ITLER PLAUTO SILVA DE OLIVEIRA, COMPARECEU A ESTA DEPOL PARA INFORMAR O DESAPARECIMENTO DE SEU IRMAO QUE SE ENCONTRAVA NA CIDADE POR OCASIAO DAS FESTIVIDADES DO SAO JOAO QUANDO DESAPARECEU. SEGUNDO SUA IRMA, O DESAPARECIDO FOI VISTO POR SEU TIO O SR. ROBERVAL DA SILVA PELA ULTIMA VEZ NAS IMEDIAÇOES DA PRAÇA DO BANDEIRANTES E ESTAVA SÓ, CHEGOU AINDA A FALAR ALGO COM O RAPAZ E FOI EMBORA. E SEGUNDO A MESMA TODOS OS PERTENCES DO DESAPARECIDO ESTAO NA CASA DA AVÓ DO MESMO AQUI EM ARCOVERDE.
PATRICIA BARBARA SILVA DE OLIVEIRA
(NOTICIANTE)
B.O. registrado pelo policial: EDINELSON BARBALHO DE LIRA JUNIOR - Matrícula: 2728761
Familiares da vitima ficaram de comparecer na delegacia de Pesqueira na manha desta quinta-feira para fornecerem mais detalhes.
Fonte: PSQ EM FOCO.COM. Notícia do dia 30/06/2010 às 21:08:04

De qualquer forma o importante a salientar é que: quanto mais rico em de-talhes for à produção textual, teremos uma melhor compreensão do fato crimino-so e com maior rapidez se dará o esclarecimento do fato delitivo.
O primeiro obstáculo como já explicitado anteriormente se encontra na confecção do Boletim de Ocorrência, pois este não apresentava elementos suficientes a fim de nortear a investigação.
Assim, nos dirigimos ao local do encontro de cadáver e ao chegar nos de-paramos com uma extensa área, a qual possui sua entrada ao lado de duas escolas: uma municipal e outra estadual. Observamos ainda, que nos limites do terreno, este divisa com uma fazenda o que diminuía as chances de encontrar testemunhas oculares.
Após a equipe analisar os elementos implícitos naquele local, decide ir ao Instituto Médico Legal, onde apuramos por intermédio do Médico Legista que o corpo quando examinado, se encontrava com os órgãos internos e a região da fa-ce degenerados pelos vermes - o que dificulta reconhecimento e causa da morte.
A boa notícia foi saber de um detalhe importante, o corpo apresentava du-as tatuagens com o nome de duas mulheres uma no braço e outra na mão.
De volta à unidade policial começamos o trabalho de garimpagem dos Bo-letins de Ocorrência que versavam sobre desaparecimento de pessoas - não só os registrados nas proximidades, mas também nos distritos de divisa de área.
É um trabalho de paciência e concentração na busca de informações con-tidas no boletim de ocorrência de desaparecidos, sendo que o foco é atentar a ca-racterísticas pessoais e vestimentas da vítima e assim comparar as do cadáver encontrado.
Decorridos poucos dias conseguimos identificar a família da vítima, a qual na dependência da delegacia reconheceu por fotos as tatuagens do cadáver co-mo sendo as mesmas que o familiar desaparecido possuía.
É neste primeiro contato que a família desvela o cenário da historia que antecedeu ao desaparecimento da vítima.
3. FATOS:

José pai de Lucas (vítima) informou que o filho brigou com uma pessoa e este fato ocorrera a um mês anterior ao encontro do cadáver. Consta que Lucas bateu muito em Jota, que o irmão deste fulano supostamente é integrante de uma facção criminosa e nestes casos a represaria com morte é certa.
Num final de semana Lucas e Luciana sua esposa, se encontravam com amigos no interior de uma pizzaria localizada na zona sul de São Paulo. Neste local se realizava a exibição de musica ambiente onde bebiam e comiam. Dado momento, no mesmo ambiente se encontrava o jovem identificado como Jota, o qual passa pela mesa de Luciana toma da bebida sem permissão serve seu copo e se desloca para outro canto do estabelecimento - atitude motivadora para a bri-ga e posterior tragédia.
A partir deste fato Lucas fica sabendo do que Jota havia feito e o procura para tomar satisfações. Inicia-se assim agressões verbais no interior da pizzaria chegando a vias de fato já no lado de fora - Jota ao ser agredido foge de Lucas que o persegue com uma arma e ao alcançá-lo desfere violentas coronhadas.
Jota inerte ao solo é socorrido e encaminhado ao pronto socorro local dan-do entrada em estado grave o que faz sua família imaginar que não terá chances de sobrevivência.
Na mesma noite um homem se dirige a casa de Lucas e não o encontra, nesta oportunidade Jose é informado por este desconhecido que a agressão so-frida por Jota não ficaria impune.
Nesta noite, Lucas passa a madrugada acordado no quintal da casa do pai na companhia de um amigo solidário, estão temerosos, pois sabem da gravidade do ocorrido e suas conseqüências.
Decorrido algum tempo um amigo de Lucas conhecido por Truta advoga pelo amigo em razão da possível retaliação por parte de criminosos ligados ao ir-mão de Jota.
Um julgamento denominado debate será realizado por criminosos em um suposto tribunal do crime. Neste debate, será julgada a briga e a respon-sabilidade de Lucas em razão da agressão ao irmão do suposto membro da organização criminosa.
Segundo Lucas participava a família, ele acreditava que seria punido com uma surra e não com a morte, visto Jota não ter falecido.
Assim, passou a participar dos debates que foram um total de três, em dife-rentes lugares e sempre na companhia de Truta. Ocorre que desde o último debate Lucas não mais regressou ao convívio dos familiares, como também Truta não mais retornou no bairro por alguns dias. O intrigante é a mudança de hábito deste suspeito, pois não mais era visto com a freqüência de outrora.
Sem informações a família se encontrava desesperada para ter notícias do filho, seu paradeiro ou ate mesmo seu corpo, assim começam as buscas.
Neste ínterim, a equipe do setor de homicídios seleciona por meio de análi-se dos Boletins de Ocorrências que versam sobre desaparecidos a possível famí-lia da vitima, a qual é ouvida em declarações. Jose e Maria pais de Lucas ao tra-zer as informações nos dão a certeza de que era a família que estávamos procu-rando, obtemos assim o primeiro elemento que nos dava as condições necessá-rias para o prosseguimento das investigações
Muitas foram as diligencias no bairro onde ocorreu a briga e ali nos mistu-rávamos com pessoas comuns. Dissimuladamente conversávamos com indiví-duos a respeito do evento e desta forma obtínhamos subsídios a investigação..
De forma descontraída entravamos em estabelecimentos e pedíamos in-formações com uma história de cobertura e assim analisávamos o perfil da pes-soa entrevistada. Se a análise fosse positiva, ou seja, detectamos que a pessoa gosta de falar e conversar delongamos na busca de informações significativas.

A aplicação das técnicas de entrevista faz parte da qualidade no aten-dimento, pois capacita o servidor, incentivando-o a desenvolver a cor-dialidade e a empatia, com o fito de aprimorar o trabalho policial. Na a-puração de crimes, o investigador depara-se com fatos inusitados, mui-tas vezes até horrendos e hediondos, que exigirá preparo e segurança em suas atribuições, portanto a postura do servidor público deverá ser primada pela técnica. O professor Walmick Melo, orienta nesse sentido: "No campo da criminalidade, a entrevista constitui um meio de obter in-formes, o que justifica a preocupação constante com o aprimoramento de sua técnica." (Junior, 2009, p.8)

4. SEGUINDO PISTAS:

Por incrível que pareça em muitos casos semelhantes às famílias envolvi-das não mostra interesse em ajudar, falam pouco e escondem informações.
Neste caso em especial recebemos a ajuda de um amigo da família que não podia ser identificado, pois sabíamos o risco que ele corria. Se ele fosse identificado como X9, termo utilizado no mundo do crime para dedo-duro não teria mais que um dia de vida.
Esta pessoa passava informações na condição do anonimato e até mesmo sem o conhecimento da família da vítima, da qual era amigo. A razão se dava pe-lo medo que tinha por morar próximo a envolvidos, de ter que ser chamado ao Fórum e ter seu nome divulgado nos autos, mas apesar de temeroso se sentia obrigado a fazer qualquer coisa para ajudar e deste modo dar sua contribuição para que justiça fosse feita.
Meu parceiro não acreditava nesta pessoa e achava que ele falava demais, para eu ficar esperto, pois poderia estar nos dirigindo para uma direção oposta e assim perderíamos a oportunidade de esclarecimento. Numa equipe é importante a troca de idéias, pois muitas vezes nos deixamos levar por impressões erradas, mas neste caso minha intuição estava certa. Esta pessoa nos ligava com fre-qüência e nos colocava a par dos acontecimentos.
Justus é o nome do nosso contato, o qual nos ligava com freqüência; por estar próximo da família ficava sabendo da condução das investigações e assim se interava de que os subsídios que nos passava estavam colaborando para o sucesso da investigação.
Em razão disto Justus via em nosso comportamento a motivação para con-tinuar informando sobre tudo que ouvia no bairro e vibrava com o nosso sucesso a cada pista conquistada por seu intermédio.
Há de se lembrar que uma pessoa ao ser inquirida se presenciou ou não o crime, num primeiro impulso, para evitar comparecimentos penosos á delegacia ou ao Fórum, costuma dizer que nada viu ou ouviu.O pesquisador deve ser habilidoso, educado, evitar intimidações prejudiciais à investigação. Preciosos depoimentos têm sido perdidos por falta de habilidade do pesquisador. (Desgualdo, 2006, p.31).


A confiança estabelecida era o combustível que o incentivava a fazer a ponte entre anônimos, a nossa dedicação e profissionalismo o fazia ter uma ima-gem muito positiva da instituição polícia civil.
No desenrolar das investigações chegamos ao paradeiro de jota e seus ir-mãos inclusive o que seria partidário de uma organização criminosa, o qual se encontrava preso.
Destarte, Jota e o irmão Gege (o qual desconfiávamos ser a pessoa que te-ria ameaçado José dizendo que o filho seria morto), foram ouvidos em cartório e como já esperávamos negaram qualquer participação no crime. Jota, entretanto confirma a briga e sua entrada no pronto socorro sendo atendido na emergência, visto a gravidade de seus ferimentos.
Faltava ainda qualificar e descobrir o paradeiro de Truta, o qual conduziu Lucas para os debates e sem dúvida sabia pormenores do ocorrido.
Assim sendo, continuamos as investigações, vários informes indicavam que pessoas no bairro viam Truta circular pelas localidades pilotando uma moto e outras vezes dirigindo um carro.
Primeiro recebemos informações muito pobres sobre os veículos utilizados por Truta e por falta de elementos não conseguíamos vislumbrar alcançá-lo, mas sabíamos que estávamos nos aproximando.
Após várias incursões no bairro nos chega informações privilegiadas, ago-ra completas, visto nos chagarem com a descrição dos números das placas.
De posse de dados concretos, iniciamos a busca no sistema Prodesp. O resultado das pesquisas não foram animadores apesar de visualizarmos a última peça do quebra-cabeça; descobrimos que tais veículos não se encontravam no nome de Truta, do qual só possuíamos o primeiro nome e não tínhamos a certeza de ser verdadeiro.
Diante de mais um desafio a equipe se reúne e faz uma reflexão sobre os elementos que tínhamos a mão. Foi analisando todos os dados que surgiu a idéia de verificar possíveis ocorrências que poderiam envolver as placas identifi-cadas e descobrimos que um dos veículos foi apreendido e o condutor tinha a al-cunha de Truta.
Motivados, levantamos os dados criminais de Truta como também sua foto que se encontrava no sistema Fênix.
Deste modo, agora de posse de elementos palpáveis, conseguimos por in-termédio das testemunhas fazer o reconhecimento fotográfico do homem que le-vou Lucas para o debate.
Positivado e formalizado tal reconhecimento, no tempo oportuno ocorre o indiciamento de Truta; o qual se da no interior do complexo penitenciário onde se encontrava preso e assim damos total esclarecendo ao caso investigado.
5. CONCLUSÃO:

A elaboração do presente trabalho partiu da necessidade em atender a e-xigência da academia de polícia para a formação de agentes policiais de terceira classe a estar aptos a assumir a posição superior passando a segunda classe.
Neste contexto me é oportunizado a reflexão acerca da ação policial desde a comunicação inicial do delito ao desenvolvimento e finalização da investigação da qual participei.
A ação policial tem sido um tema explorado incessantemente pelos órgãos de imprensa, no meio jurídico e com muita repercussão na sociedade.
É interessante observar que muitos leigos se apresentam na mídia como especialistas em segurança pública, estão sempre prontos a crucificar o policial e criticam dessa forma a instituição como um todo o que inclui a formação e treina-mento de seus servidores.
A investigação criminal é uma busca incessante e cuidadosa na qual po-demos nos valer acerca da aplicação das técnicas de entrevista na atividade de polícia judiciária a fim de que sua utilização possa beneficiar todo o processo.
Esta janela aberta à produção cientifica é um marco na história na acade-mia de policia de São Paulo, pois a produção acadêmica é rica e propicia passar a outros policiais iniciantes ou não, o conhecimento de fatos reais e que será muitas vezes comum a realidade profissional em dado momento.
Nesta consideração, procuro direcionar os elementos pontuais no pre-sente trabalho na importância da entrevista como meio de investigação nas apu-rações dos crimes, e, sobretudo, da relevância do aproveitamento das técnicas a fim de alcançar empatia e confiança do entrevistado.
Este relato de caso indica que devemos estar atentos aos vários caminhos que são possibilitados pela diversidade e complexidade existente numa investigação, que não podemos nos abster da utilização de técnicas e ferramentas investigativas como a recognição visuográfica do local de crime.
Devemos ofertar eficiência e excelência em tudo o que fazemos, pois o serviço público ofertado pelo Estado é revelado por nossos esforços em razão do cidadão e neste contexto ocupamos um espaço que é o elo entre Estado e a so-ciedade.
Quando nos dedicamos a um caso difícil e de repercussão o desgaste físi-co e emocional é muito grande, temos a inclinação de seguir uma linha de racio-cínio até esgotá-la, porém isto não nos deve deter em ouvir o parceiro ou atentar a uma nova informação mesmo que conflitante ao que pensamos ser o único ca-minho.
Parar, ouvir e refletir é uma oportunidade que damos a nós mesmos para consolidar pensamentos ou se imprescindível dar meia volta e seguir um novo caminho.
De forma empírica, este trabalho além de ofertar ao leitor vivenciar uma experiência profissional, reporta também a importância de buscarmos na estrutura acadêmica informações que nos auxiliem no trabalho profissional.
O reconhecimento profissional só vira com o comprometimento na busca da excelência, a qual se da por meio da atualização contínua.
Um novo perfil profissional na área de segurança pública se faz necessário no mundo globalizado, a truculência ficou nos moldes antigos.
Conquistas só serão possibilitadas se todos buscarmos uma atualização continua, pois a configuração do mundo atual não tem espaço para medíocres, temos que ser os melhores.
Na Web encontra-se um texto sobre o sucesso na carreira em relação à atualização profissional, no conteúdo Hernandes um especialista em gestão de marketing de serviços faz menção a importância da continua busca pelo conheci-mento.
O conhecimento nos dá muitas lições, e dentre elas posso citar:
Não importa o quanto estudemos, sempre haverá muito a estudar.
Não importa o quanto nos achemos sábios, sempre agiremos co-mo tolos em alguma faceta da nossa vida.
Não importa o quanto conheçamos algo, alguém ainda conhece mais do que nós.
Não importa se não conhecemos nada sobre determinado assunto, porque ninguém sabe tudo mesmo.
Não importa qual idade temos, porque o conhecimento adquirido não é experiência e está apartado do tempo de vida.
Por fim, não importa o quanto estudemos, sempre haverá muito a estudar.
Sucesso na sua Atualização do Conhecimento!
(Hernandes, 2010, p.1)

O crime organizado se mostra mutante em suas ações e tem surpreendido a todos, com novas modalidades criminosas, tem a seu favor a audácia e falta de escrúpulos; o que nos difere deles é a ética e o profissionalismo.
Ser profissionais e ter a capacidade de pensar nos garantem ser estrategis-tas e estar à frente das adversidades, por isso, o conhecimento aplicado ao dia a dia do trabalho policial nos possibilita conduzir ações que estruturarão um mun-do melhor para a sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DESGUALDO, Marco Antonio. Recognição Visuográfica e a Lógica na Investiga-ção Criminal, Disponível em: <http://www2.policiacivil.sp.gov.br/x2016/modules/.../files_ 4ca23424cfeaa.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2010

DISTRITO FEDERAL, JUNIOR, Jairo Domingues Ferreira. A Aplicação das Técni-cas de Entrevista na Investigação Criminal, Academia de Polícia do Distrito Fede-ral. Faculdades Fortium ? 2009. Disponível em<http://ead.pcdf.df.gov.br/file> A-cesso em: 27 nov. 2010.

JORNAL HOJE MS. Garoto encontrado hoje era homicida. Disponível em: <http://www.hojems.com.br/hojems/0,0,00,9833-51428-AROTO+ENCONTRADO+ MORTO +ERA+ HOMICIDA.htm>. Acesso em: 20 nov. 2010

HERNANDEZ, Anderson. O Sucesso Profissional X Atualização do Conhecimen-to. Disponivel em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-sucesso-profissional-x-atualizacao-do-conhecimento/22074/>. Acesso em: 04 Dez. 2010

PESQUEIRA EM FOCO, Cadáver encontrado em Pesqueira é reconhecido. Dis-ponível em: <http://www.pesqueiraemfoco.com/site/noticias.php?pg=noticia&id=1856>. Acesso em: 29 nov. 2010