TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO: Revisão de Literatura

 

 

Janicio da Mata Silva 1

Jiselia Cruz de Oliveira1

Mariana Amaral Moura1

Nilzete Miranda de Souza1

Tâmara Romana Leite Silva 1

Thais Carvalho de Almeida 1

 

RESUMO

Em 1877, John Tyndall, um físico inglês, distinguiu a forma calor-resistente das bactérias, o esporo, e ampliou o procedimento de esterilização para agüentar, isto é, o bacteriologista francês e colaborador de Louis Pasteur, Charles Chamberland, edificaram o primeiro esterilizador a vapor em 1880, parecido a um "fogão de pressão", ficou popular como a "Autoclave de Chamberland". Em 1880, Robert Koch desvendou o uso de culturas sólidas, as bactérias isoladas em colônias puras e as integrou com doenças características. A bacteriologia tinha se tornado uma ciência (ROMANO 1994). O presente artigo tem por objetivo geral definir os diferentes tipos de esterilização. A metodologia utilizada foi bibliográfica onde foram utilizados livros bibliográficos de literaturas nacionais, artigos científicos, manuais do ministério da saúde, entre outros.

Palavras-chave: Esterilização; Saúde; Tipos.

ABSTRACT

 

In 1877, John Tyndall, an English physicist, distinguished the form of heat-resistant bacteria, spores, and broadened the sterilization procedure to handle, ie the French bacteriologist Louis Pasteur and collaborator, Charles Chamberland, built the first sterilizer steam in 1880, similar to a "pressure cooker", became popular as "Autoclave Chamberland". In 1880, Robert Koch uncovered using solid cultures, the bacteria isolated in pure colonies and integrated with disease characteristics. The bacteriology had become a science (ROMAN 1994). This article aims to define general types of sterilization. The methodology used was literature which were used books bibliographic national literatures, papers, manuals, ministry of health, among others.

Keywords: Sterilization, Health, Types.

 

1 Acadêmicos de Graduação em Enfermagem, da Faculdade São Francisco de Barreiras. FASB-BA.

 

INTRODUÇÃO

 

 

 

Em 1877, John Tyndall, um físico inglês, distinguiu a forma calor-resistente das bactérias, o esporo, e ampliou o procedimento de esterilização para agüentar, isto é, o bacteriologista francês e colaborador de Louis Pasteur, Charles Chamberland, edificaram o primeiro esterilizador a vapor em 1880, parecido a um "fogão de pressão", ficou popular como a "Autoclave de Chamberland". Em 1880, Robert Koch desvendou o uso de culturas sólidas, as bactérias isoladas em colônias puras e as integrou com doenças características. A bacteriologia tinha se tornado uma ciência (ROMANO 1994).

Desta forma, foram instituídos vários tipos de instrumentais que acataram as mais diferentes técnicas cirúrgicas, apesar disso, ganharam um tratamento apropriado quanto a sua limpeza e conservação, já que no período a tecnologia era insignificante. Além disso, o mais admirável para os cirurgiões era impedir que aqueles instrumentais pudessem servir de fonte de infecção para os pacientes, já que os estudos de Pasteur e Kock, na época, evidenciaram que os microrganismos eram culpados pela difusão de doenças aos seres humanos (COSTA; SOARES; COSTA, 2009).

Assim sendo, era preocupante que o material utilizado em métodos invasivos e com o espaço surgiu em meados do século XIX, chamada Era Bacteriológica. Nesse contexto, Joseph Lister obteve, por meio do tratamento dos fios de sutura e compressas empregados nos pacientes com solução de fenol, atenuou a mortalidade pós-cirúrgica; caso que estimulou o progresso das técnicas de esterilização de materiais médico-hospitalares com a ampliação da burocracia da tecnologia dos materiais e equipamentos cirúrgicos foi desenvolvendo o processo por prática de novas configurações de prepará-los e processá-los que, portanto, determinaram que os profissionais de enfermagem se especializassem para atenderem à complexidade do método de trabalho (COSTA; SOARES; COSTA, 2009).

Mediante o que foi citado trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde;

Foram utilizados artigos científicos e livros da biblioteca Antônio Balbino de Carvalho Filho da Faculdade São Francisco de Barreiras de Barreiras (FASB).

REFERÊNCIAL TEÓRICO

 

Definição:

É obtida através de processos que destroem todas as formas microbianas, isto é, bactérias fungos vírus e esporos (MARTINS, 2001, p.706).

É nesse contexto que Costa et. al (1990) exemplifica que a prática da esterilização tem como objetivo impedir a reprodução de todos os organismos que existe no material a ser esterilizado, onde tem como conseqüência a morte microbiana até que a possibilidade de sobrevivência do agente contaminante seja menor que 1:1.000.000, quando um objeto pode então ser avaliado como estéril (COSTA et. al., 1990).

È nesse âmbito onde Costa et. al. (1990) elucida que o esporo bacteriano  é onde se encontra a forma mais resistente aos agentes esterilizantes, é o parâmetro usado para o estudo microbiológico da esterilização, ou seja, que se assegure a esterilização de um artigo todos os esporos devem ser extintos. 

Esterilização por meios físicos:

Esterilização por vapor saturado sob pressão:

De acordo com Machado (2009) a esterilização por vapor saturado sob pressão utiliza as autoclaves para a esterilização dos materiais. É o meio mais utilizado na rede hospitalar. 

É nessa esfera onde Costa et. al. (1990) considera que o vapor pode ser obtido em vários estados físicos, sendo as mais comuns:

 Vapor saturado: é a camada mais próxima da superfície líquida, encontra-se no limiar do estado líquido e gasoso, podendo apresentar-se seca ou úmida (COSTA et. al., 1990).

O vapor saturado têm características vantajosas como processo de esterilização. As vantagens consistem no rápido aquecimento e na rápida penetração em artigos têxteis ou tecidos de algodão, na destruição dos esporos microbianos em curto período de exposição, no fácil controle de qualidade e letalidade, no fato de não deixar resíduos tóxicos nos materiais submetidos a esse processo e ser econômico. Suas limitações estão na incompleta remoção do ar da câmara interna, não permitindo a difusão e a expansão do vapor para a realização da esterilização (MARTINS, 2001).

Vapor úmido: é normalmente formado quando o vapor carrega a água que fica nas tubulações (COSTA et. al., 1990).

 Vapor super aquecido: vapor saturado submetido à temperaturas mais elevadas (COSTA et. al., 1990).

 ‘’Para a esterilização o tipo de vapor utilizado é o vapor saturado seco, uma vez que o vapor úmido tem um excesso de água que torna úmidos os materiais dentro da esterilizadora; já o vapor super aquecido é deficiente de umidade necessária para a esterilização. O vapor saturado seco é capaz de circular por convecção permitindo sua penetração em materiais porosos (COSTA et. al., 1990).

A fabricação do vapor empregado na esterilização solicita alguns cuidados como a água usada para a produção do vapor, na qual deve estar livre de microorganismos agrupados que possa intervir no processo de esterilização, onde podem comprometer o aparelho ou os produtos a serem esterilizados (COSTA et. al., 1990).

Esterilização pelo Calor Seco:

A esterilização pelo material pelo calor seco se processa na estufa, com nome comercial do forno de Pasteur. A destruição bacteriana se dá pela oxidação das células, para que isto ocorra, faz-se necessário que o material a ser esterilizado seja submetido a um tempo de exposição maior e a temperatura mais elevada do que o método do vapor saturado. O aquecimento da câmara da estufa se faz por convecção, que consiste na transferência do calor pela circulação do ar conseqüente ao aumento da temperatura. O material a ser esterilizado através do calor seco deve ser acondicionado em caixas metálicas de paredes finas e recipientes de vidro refratário. É importante salientar que os acondicionados em recipientes contendo 100 g, devem ser esterilizados a uma temperatura de 160ºC, durante 120 minutos. Para esterilizar substâncias oleosas, também, a temperatura deve ser de 160ºC e o período é de 120 minutos (SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

Esterilização por Radiação

Este método destina-se principalmente, a esterilização de materiais descartáveis, onde são produzidos em grande quantidade, que são usados pelas indústrias. O agente físico escolhido é o raio gama cobalto sessenta, cuja ação letal dos microorganismos se faz através da mudança na composição molecular das células as quais sofrem perda e aumento de cargas elétricas (SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

 Equipamentos:

 

De acordo com Costa et. al (1990) afirma que  os equipamentos empregados para este procedimento de esterilização são as autoclaves. Estas se compõem necessariamente de uma câmara em aço inox, com uma ou duas portas, possui válvula de segurança, manômetros de pressão e um indicador de temperatura.

Segundo o mesmo autor supracitado elas podem se decompor em dois tipos:

Autoclave gravitacional: o ar é removido por gravidade, assim quando o vapor é admitido na câmara, o ar no interior desta, que é mais frio (mais denso), sai por uma válvula na superfície inferior da câmara. Pode ocorrer a permanência de ar residual neste processo, sendo a esterilização comprometida principalmente para materiais densos ou porosos. Autoclave pré-vácuo: o ar é removido pela formação de vácuo, antes da entrada do vapor, assim quando este é admitido, penetra instantaneamente nos pacotes (COSTA et. al., 1990).

Mecanismo de ação e ciclo de esterilização:

Relata Costa et. al. (1990) que o efeito letal transcorre da ação conjugada da temperatura e umidade. O vapor, em contato com um local mais frio, umedece, libera calor, entra nos materiais porosos e permite a desnaturação das proteínas dos microrganismos.

Ainda de acordo com Castro et. al. (1990) o ciclo de esterilização compreende:

● Remoção do ar: para que a esterilização seja eficiente, é imprescindível que o vapor entre em contato com todos os componentes da câmara e, para que aconteça a penetração do vapor em toda a câmara e dentro dos pacotes, é necessário que o ar seja removido. A retirada do ar pode ser por gravidade ou pelo emprego de vácuo antes da entrada do vapor.

● Admissão do vapor: é também designado pelo período de exposição. No qual se começa pela entrada do vapor, trocando o ar dentro da câmara. O tempo de exposição se inicia quando a temperatura de esterilização é alcançada. O período de exposição pode ser desmembrado em três partes: tempo de penetração do vapor, tempo de esterilização e intervalo de confiança.

● Exaustão do vapor: é feita por uma válvula ou condensador. A exaustão pode ser acelerada para objetos de superfície ou espessura; para líquidos a exaustão deve ser o mais pausado possível para se impedir a ebulição, extravasamentos ou quebra do recipiente.

● Secagem dos artigos: é alcançada pelo calor das divisórias da câmara em varia de15 a45 minutos; nas autoclaves de alto vácuo o período é de 5 minutos atmosfera rarefeita (COSTA et. al., 1990).

Tempo de esterilização:

Castro et. al. (1990) diz que o tempo mínimo de exposição (em minutos) para esterilização pelo vapor, segundo a temperatura:

Artigos hospitalares /

Acondicionamento

Autoclave

(gravidade)

121O C

Vácuo

132O C

Alto vácuo

132O C

ESCOVA DE FIBRA SINTÉTICA

-embrulhadas individualmente, em papel ou campo de algodão cru.

 

30

 

15

 

4

ROUPAS

-embrulhadas em campo de algodão cru.

 

30

 

15

 

4

INSTRUMENTOS METÁLICOS

-em bandejas metálicas, embrulhadas em campo de algodão cru (duplo);

-envolvidos individualmente em compressas ou campo simples, embrulhados em campo duplo.

 

30

 

30

 

15

 

15

 

4

 

4

AGULHAS OCAS COM LUME ÚMIDO

-embaladas em tubo de vidro, com tampa de algodão.

 

30

 

15

 

4

LUVAS DE BORRACHA

-embrulhadas em papel ou campo de algodão cru.

 

20

 

15

 

4

CATÉTERES, DRENOS E TUBOS DE BORRACHA COM LUME ÚMIDO

-envolvidos individualmente, em algodão cru ou papel.

 

30

 

15

 

4

BANDEJAS, CUBAS E OUTROS MATERIAIS SEMELHANTES

-embrulhadas em campo de papel ou algodão cru.

 

30

 

15

 

4

SERINGAS DE VIDRO, DESMONTADAS

-embrulhadas individualmente, em papel ou algodão cru.

 

30

 

15

 

4

LÂMINAS DE CORTE, SERRAS, TESOURAS

-envolvidas em compressas e embrulhadas em campo duplo;

-em caixas metálicas (rasas).

 

-

-

 

-

-

 

4

4

LÍQUIDOSEM FRASCO PIREX(cheios até a metade, aproximadamente)

-45 a250 ml

-500 a1000 ml

-1500 a2000 ml

 

20

30

40

 

-

-

-

 

-

-

-

Disposição dos artigos dentro da câmara:

Objetos de superfície como bandejas, bacias e instrumentais não podem ser esterilizados com objetos de espessura como campo cirúrgicos, compressas dentre outros, nas autoclaves gravitacionais. O calibre de material no interior da autoclave não pode ultrapassar 80% da sua capacidade. Os pacotes devem ser depositados de maneira que exista um espaçamento de25 a50 mmentre eles, e de maneira que o vapor seja capaz de circular por todos os artigos da câmara. Os pacotes maiores necessitam ser colocados embaixo e os menores na parte superior da câmara; os maiores devem ter no máximo 30cm x 30cm x 50cm de dimensão (APECIH, 1998).

 Cuidados básicos para a eficiência da autoclavação:

Antes da esterilização

Segundo APECIH (1998) afirma que é necessário higienizar convenientemente o material de acordo mostrado a seguir:

Material crítico deve permanecer em solução desinfetante durante 30 minutos, antes de se realizar a limpeza. Os instrumentais devem ser lavados manualmente com o uso de escovas, ou em lavadoras ultra-sônicas. Drenos, tubos, cateteres devem ser lavados com água e detergente apropriado. Devem-se usar seringas para lavar e enxaguar a luz dos mesmos. Agulhas e seringas devem ser lavadas com detergente e enxaguadas abundantemente para que este seja removido completamente (APECIH 1998).

Ainda de acordo com APECIH (1998) é necessário que se acondicione os artigos em embalagens adequadas, que permitam a esterilização e a estocagem do artigo.

Durante a esterilização:

Segundo APECIH (1998) é necessário verificar constantemente os indicadores de temperatura e pressão.

Após a esterilização APEICH (1998) diz que:

A porta do aparelho deve ser aberta lentamente e deve permanecer entreaberta de5 a10 minutos. Os pacotes não devem ser colocados em superfícies metálicas logo após a esterilização, pois em contato com superfície fria o vapor residual se condensa e torna as embalagens úmidas, comprometendo a esterilização uma vez que a umidade diminui a resistência do invólucro de papel e interfere no mecanismo de filtração do ar.Não utilizar os pacotes em que a fita indicadora apareça com as listras descoradas após a esterilização.

Ainda de acordo com APEICH (1998) existem falhas no processo de autoclavação e essas falhas podem ser mecânicas ou humanas conforme exemplificado a seguir:

Principais falhas humanas:

Limpeza incorreta ou deficiente dos materiais; utilização de invólucros inadequados para os artigos a serem esterilizados; confecção de pacotes muito grandes, pesados ou apertados; disposição inadequada dos pacotes na câmara; abertura muito rápida da porta ao término da esterilização; tempo de esterilização insuficiente; utilização de pacotes que saíram úmidos da autoclave; mistura de pacotes esterilizados e não esterilizados; não identificação da data de esterilização e data-limite de validade nos pacotes; desconhecimento ou despreparo da equipe para usar o equipamento (APEICH 1998).

Falhas mecânicas:

APEICH (1998) diz que as falhas mecânicas decorrem da operação incorreta e da falta de manutenção das autoclaves.

Esquema de manutenção preventiva de autoclaves:

Diariamente

Limpeza da câmara interna (álcool ou éter)

Mensalmente

Limpeza dos elementos filtrantes e linha de drenagem

Trimensalmente

Descarga do gerador

Semestralmente

Verificação e limpeza dos eletrodos de nível

Lubrificação do sistema de fechamento

Verificação da guarnição da tampa

Avaliação dos sistemas de funcionamento e segurança

Desimpregnação dos elementos hidráulicos

Ajustagem e reaperto do sistema de fechamento

Anualmente

Verificação do elemento filtrante de entrada de água

Aferição dos instrumentos de controle, monitorização e segurança

Limpeza do gerador de vapor

Após 3 anos de funcionamento, teste, avaliação hidrostática, aferição dos instrumentos de controle

Fonte: Manual Técnico da Autoclave Sercon APECIH (1998).

Processos Físicos – Químicos:

 

Esterilização por Gás Óxido de Etileno:

            O óxido de etileno (ETO) é um gás sem cor se mistura na água, solventes orgânicos, éter benzeno e acetona. É venenoso e muito reativo por causa da sua estrutura química é explosivo em concentração superior a 3% no ar. Esse método deve ser utilizado apenas para esterilização de artigos que não sobrevivem às altas temperaturas (termosenssíveis) em condições de temperatura e umidade apropriadas, assim como período de exposição satisfatório, o óxido de etileno tem como objetivo ter ação esporicida, bactericida, fungicida, virucida, sendo que a atuação letal é conferida à alquilação das proteínas dos microorganismos, que acarretam a morte dos mesmos. Os utensílios usados para a concretização desse processo são designados como autoclaves para óxido de etileno (MARTINS, 2001).

            Ainda de acordo com o autor supracitado só são aceitas pela vigilância sanitária os aparelho que tenham capacidade de realizar as cinco fases do processo:

● Pré-admissão com artigos limpos e adequadamente embalados. Injeta-se vapor d’gua para obtenção de teor de umidade compatível.

● Admissão do gás: o gás é admitido na câmara sob pressão.

● Tempo de exposição: De três a quatro horas.

● Exaustão do gás: ao final da exposição ocorre a redução da pressão do gás ao nível da pressão atmosférica.

● O gás necessita ser obrigatoriamente em tanque mantendo “solução ácida que causa a neutralização do gás”, antes de ser suprimido na rede de esgoto, pois este gás na atmosfera é avaliado como um poluente ambiental e a sua hidrólise causam etilenocloridrina ou etilenoglicol.

● Aeração: A retirada do óxido de etileno e de seus produtos necessita ser feita por vácuo terminal no interior da própria câmara com ar filtrado ou nitrogênio, depois da retirada a vácuo do excesso do gás, e concluída por aeração ambiental, “com sistema de renovação de ar, isolado dos demais setores, que garantem no mínimo 25 trocas de ar por hora”.

● O gás óxido de etileno é carcinogênico, mutagênico e neurotóxico e seus resíduos têm a capacidade de causar queimaduras das mucosas e lesões graves as pessoas enfermas, tendo a capacidade ainda de levar riscos ocupacionais (MARTINS, 2001).

Esterilização pelo Plasma de Peróxido de Hidrogênio

 

É composto de radicais livres derivados das hidroxinas (OH) e outras formas químicas, como água e oxigênio nascente com poder de alta reatividade que interage com as membranas celulares dos microorganismos, desnaturando. Tem o efeito bactericida, esporicida, virucida e fungicida (SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

O equipamento para a esterilização do material pelo plasma de peróxido de hidrogênio realiza o processo em cinco fases consecutivas: vácuo, injeção, difusão, plasma e exaustão. A operação do sistema requer uma solução concentrada (58%) de peróxido de hidrogênio, que é apresentada em cassete, evitando contato com o operador. Este é introduzido no aparelho, que fará o seu funcionamento automático e injeção do agente precursor do plasma. terminada a esterilização, o cassete é descartado automaticamente em recipiente próprio. Cada uma das fases do ciclo de esterilização é acompanhada por um mostrador de cristal líquido e por uma impressora embutida no sistema (SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

Processos Químicos:

 

            De acordo com Martins (2001) satisfaz a esta categoria a absoluta submersão do artigo em produto químico do grupo dos aldeídos e outros de efeito comprovado. Os produtos químicos a serem empregadas em instituições públicas ou provadas são regulamentados na portaria nº. 15 de 23/8/88 do Ministério da Saúde.

Nessa esfera de acordo com Silva, Rodrigues, Cesaretti (1997) os princípios ativos que são utilizados para esterilização química permitido são:

● Aldeídos;

● Fenólicos e seus derivados;

● Quartenários de amônia;

● Compostos inogânicos de cloro ativos;

● Compostos orgânicos de cloro ativo;

● Iodo e derivados;

● Álcoois e glicóis;

● Biguanidas;

● Outros.

Os aldeídos são os princípios ativos que possuem ação esporicida, garantindo a esterilização dos artigos. São: glutaraldeído e formaldeído (SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

Glutaraldeído:

A ação se dá pela reticulação das proteínas celulares, mudando suas funções principais, essa atividade é influenciada por fatores como: Tempo de contato, concentração, pH e temperatura (JOHNSON, s.d, apud SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

A ação desinfetante ou esterilizante deste produto químico depende do período de contato com o objeto. Para a esterilização, o período de exposição é de 10 horas (SILVA et al.1992 apud SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997, p. 225).

Este agente esterilizante apresenta uma série de vantagens, tais como; agir na presença de matérias orgânica, não corroer o material, não alterar os equipamentos de borracha e plásticos, e não danificar lentes de equipamentos. Porém, é um produto irritante para os olhos e vias respiratórias na concentração acima de 0,2 ppm no ambiente. É, também, irritante da mucosa e pele, podendo até provocar queimadura química. Por isso, todo material que entra em contato direto com a pele e mucosa deve ser exaustivamente enxaguado (SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

            Formaldeído:

            O formaldeído tem mecanismo de ação desinfetante ou esterilizante no seu estado líquido e gasoso, ele age de modo a tornar inertes os microorganismos, através da acalinização dos grupos amino e sulfidricos das proteínas e dos anéis dos átomos de hidrogênio das purínicas destes (RUTALA, 1994, apud SILVA; RODRIGUES; CESARETTI,1997).

            No que se diz respeito à toxidade, o uso deste agente químico nos estabelecimentos de saúde é limitado pelo odor forte e desagradável, vapores irritantes e potencial carcinogênico comprovado (RUTALA,1994, apud SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 19970).

Validação dos processos de esterilização:

É realizada por meio de testes biológicos devem ser feitos no mínimo, uma vez por semana, de preferência na primeira carga do dia a após as manutenções preventivas e corretivas. A avaliação do processo é feito com o uso de “bacillus Stearothermophylus”, para a autoclave a vapor, e com “Bacillus Subtillis”, para a estufa ou Forno de Pasteur e autoclave a óxido de etileno. Os identificadores biológicos são depositados em pacotes, em distintos locais da câmara interna dos aparelhos, de modo que possa conferir estes pontos após a leitura dos efeitos (SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

            A validação dos processos de esterilização pode ser feita também por reagentes químicos, onde são substancias que sofrem mudanças na cor, quando submetidas ao processo de esterilização. A fita adesiva é sensível a temperaturas extremas, onde é usada para identificação visual do pacote, onde afirma que o pacote passou pelo calor, por isso, deve ser colocada em todos os tipos de pacote. Este indicador não confirma a eficácia do processo de esterilização (CUNHA; FONSECA, 1995, apud SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

Quanto ao tempo de validade de esterilização dos pacotes, existem controvérsias, mas o tipo de invólucro utilizado, o local de guarda do material e as condições ambientais da sala de armazenagem são fatores a serem considerados. Assim, os materiais embalados em papel grau cirúrgico e selados mecanicamente mantêm validade de esterilização por duas ou três semanas, se os invólucros permanecerem íntegros, o mesmo sendo valido para aqueles embalados em campos de algodão (SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997).

            De acordo com o autor supracitado a validade da solução ativada de glutaraldeído em uso, deve ser feita, também, por meio de fitas-testes, “kit” líquido ou similar, usando-se um teste particular para cada formulação. Onde é impossível o aproveitamento destes, observa-se a solução quanto à alteração da coloração e presença de depósitos. Na presença destas mudanças, mesmo dentro do limite de validade estipulado pelo fabricante, a solução deve ser retirada. Para o formaldeído, não existe no mercado teste biológico ou químico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

Diante da conclusão deste trabalho percebemos a fundamental importância dos meios de esterilização, e de se trabalhar com materiais esterilizados com qualidade, segurança e também os meios de acondicionamento, redistribuição e manuseio das técnicas estéril correta até seu objetivo maior que é a utilização deste sem ocasionar danos ao paciente promovendo assim recuperação rápida do seu estado patológico, evitando a disseminação de microorganismos.

Em virtude do que foi pesquisado este trabalho veio nos subsidiar com informações de alta relevância no cenário de saúde e primordialmente a importância do CME e os meios de esterilização em unidades de saúde.

   

 

 

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE ESTUDOS E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (APECIH). Esterilização de Artigos em Unidades de Saúde. São Paulo, 1998.

COSTA, A.O.; CRUZ, E.A.; GALVÃO, M.S.S.; MASSA, N.G. Esterilização e desinfecção:  Fundamentos básicos, processos e controles. São Paulo. Cortez, 1990. Disponível em: <http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/tipos.htm>. Acesso em: Setembro de 2010.

MACHADO, F.; Tipos de Esterilização, 2009. Disponível em: >http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/7606/tipos-de-esterilizacao>. Acesso em: Setembro de 2010.

ROMANO, J. C.; Esterilização um Breve Histórico, São Paulo, 1994.

Disponível em: <http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/hist.html>. Acesso em: Setembro de 2010.

COSTA, A. B.G.; SOARES, E., COSTA, A. S., Revista Eletrônica Cuatrimestral de Enfermeira, Evolução das Centrais de Material e Esterilização: História, Atualidades e Perspectivas para a Enfermagem, Rio de Janeiro, 2009.

MARTINS, M. A., Manual de Infecção Hospitalar, 2° ed., Editora Médica e Cientifica Ltda., Belo Horizonte, 2001.

SILVA, D. A. S; RODRIGUES, A. L; CESARETTI, I. U. R. Enfermagem na Unidade de Centro Cirúrgico. 2ª edição. São Paulo: EPU: 1997.