THOMAS STERN ELLIOT

O mais inglês dos autores americanos.

Nascido em 1888 em St.Louis no MissouriElliot o sétimo e último filho de Henry Ware Eliot e Charlote C. Stearns, sempre foi de temperamento silencioso. Talvez pela descendência inglesa paterna, ou pelo fato de ser um homem mergulhado em sua própria genialidade. O fato é que Eliot sempre teve um aspecto europeu. Enfim, ele sempre foi e será o mais inglês dos autores americanos.

Formado emLiteratura e Filosofia na renomada Universidade Harvard. Eliot sempre viveu inquieto nos EUA. Talvez essa inquietude o tenha levado à mudar para Inglaterra em 1915,onde foi trabalhar no Loyds Bank. Sempre próximo a suas ambições literárias também elaborou e editou, a revista The Criterion. Períodico trimestral de literatura e filosofia, que lhe abriuas portas dos negócios editoriais .Após trabalhou como autor e editor da EditoraFaber e Faber,onde se manteve até a morte.

Thomas descobriuem Londres,suas raízes inglesas.Na cidade cinzenta, mas de grande efervescência cultural, ele se sentiu em harmonia com sua arte.O país, que abrigouseus autores mais queridos, como Charles Dickens, e James Joyce, também lhe abriu as portas para as suas aspirações poéticas, e o mercado editorial.

Com o passar dos anos, e sobretudo após a conversãoao cristianismo anglo-católico, os problemas de ordem filosófica e religiosa começaram a ganhar visível predominância para o poeta e dramaturgo.E,sua poesia torna-se aos poucos mais existencialista. Existencial e cheia de fragmento: assim era a obra eliotiana.

Demonstrando essa força religiosa em cada estrofe, e a essência fragmentada- o trecho do poema: Os Homens Ocosde Thomas retratam a vida do operariado no Estado do Missouri, entre as corredeiras do famoso rio:

(..)vagueiam os homens sem cor:

Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!(..)

Porém, de temperamento inquieto, e criativo Eliot também escreveu para as crianças.Um, exemplo, foi o livro: "O velho gambá sobre gatos travessos", onde as origens nos remetem à circunstância de que Eliot era padrinho dos dois filhos de seus editores, que o apelidaram de " velho gambá" ou "gambazão", por causa de seu caráter arredio a taciturno.No entanto, para provar o contrário, Eliot lhes dava de presente de aniversário um poema escrito especialmente para a data. A temática desses poemas era sempre a mesma: a história de um gato.Os felinos eram sempre descritos de maneira humorística e imitavam tipos humanos, ou literários da sociedade londrina.O mérito principal desta obra, que foi publicada em 1939, reside em seu ritmo, seus jogos de palavras e suas rimas mirabolantes.A consagraçãoveio na década de 1980, quando o compositor inglês Andrew Loy Weber sem quaisquer alterações, usou os poemas como letras de músicano musical Cats, que obteve estrondoso sucesso na Broadway.

Ágil com as palavras, Thomas escreveu textos para todas as classes, mas o seu jeito" inglês" sempre o manteve distante do público leitor.A alma livre do poeta não se deixou apegar pelas raízes abastadas.Homem de vida simples, seu maior enriquecimento era a arte, das palavras.

Essa busca constante, e a versatilidade do autor está presente em toda sua obra.
Nem a fé religiosa, conseguiu acabar com a idealização do artista.Para Elliot a escrita tinha um poder quase magnético,trazendo-lhe ganhos financeiros e intelectuais merecidos como o Nobel em 1948, a Ordem do Mérito do Império Britânico entre outros.

Na sua querida Londres Elliot encontrou a paz, com sua segunda esposa e secretária Valérie Fletcher em sua pequena residência no bairro londrino de Kensington. Até ele mesmo encontrar o(..)o reino crepuscular, como no poema os Homens Ocos quando veio à falecer na Inglaterra o país que escolheu para viver.