O surgimento do Serviço Social no Brasil está imbricado no amplo movimento social em que a Igreja Católica busca uma presença mais ativa no “mundo temporal”. Havia um “projeto de recristianização” da ordem burguesa. A Igreja via a questão social fundamentalmente como questão moral.

            O Serviço Social se institucionaliza e legitima como profissão quando extrapola sua origem e quando o Estado centraliza a política assistencial. As fontes de legitimação do fazer profissional passam a emanar do próprio Estado e do conjunto dominante. O pano de fundo do processo de institucionalização do Serviço Social, como profissão na sociedade, é a questão social.

            A expansão dos serviços sociais na sociedade moderna está estreitamente ligada à noção de cidadania. Com a expansão da economia mercantil e a necessidade de afirmação da liberdade individual, como condição de funcionamento da nova organização da sociedade, adquire forma a noção de igualdade de todos os homens perante a lei, com direitos e deveres derivados de sua condição de participantes integrais da sociedade, isto é, cidadãos.

            A reflexão do Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais é contraditório, pois não se identificam com a tese unilateral que acentua o caráter conservador da profissão. Não se identifica também com a tese de transformação ou revolução da atividade profissional divulgada no Movimento de Reconceituaçaão.

            As características da prática profissional são: planejamento, operacionalização e viabilização dos serviços sociais à população. Faz triagem, ou seleção sócio-educativo ou socializadora.

            A constituição do espaço profissional é considerada um produto histórico. Segundo as direções dispostas a seguir: 1) Resulta da luta pela hegemonia que se estabelece entre as classes fundamentais e suas respectivas alianças, o que tem desdobramentos nas políticas sociais do Estado, organização e mobilização popular, entre outros.

            É preciso aprender as demandas potenciais gestadas historicamente, contribuindo assim para recriar o perfil profissional do Assistente Social, indicando e antecipando perspectivas, no nível de elaboração teórico, da pesquisa ou intervenção profissional, perspectivas capazes de responder às exigências de um projeto profissional coletivamente construído e historicamente situado.

            A participação popular contém elementos simultaneamente reprodutores e superadores da ordem, sejam aqueles articulados através das políticas sociais do Estado, sejam os acionados pela direção das organizações das classes trabalhadoras, visto que ambos sofrem e expressam o impacto das lutas de classe, através de mediações específicas. Portanto, a participação popular aparece como forma de expressão coletiva das classes subalternas a explicitação social, cultural e política de suas necessidades e interesses, através do enfrentamento coletivo de situações de sua vida cotidiana. É nesse espaço de correlação de forças, institucionais e da participação popular, que se configura o espaço profissional do Assistente Social.