Texto base: "CEIA POTIGUARA". Autor Lusival Barcellos/2003

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS
EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E ECONOMIA SOLIDÁRIA
GEPeeeS
ROSINEIDE MARTA MAURICIO DE SOUSA

Texto base: "CEIA POTIGUARA". Autor Lusival Barcellos/2003
RESUMO
O texto fala sobre Os índios da Paraíba, em especifico dos índios Potiguaras situados no município da Baía da Traição/PB área totalmente indígenas.
Retrata a prática celebrativa, na quinta-feira Santa, chamada de "Ceia Potiguara", explicita a dimensão historicamente secular que tem como principal ingrediente a mandioca que dá vida e este contexto.
O mais curioso é que se trata da mandioca que bem antes do século XVI já existia para os índios como fonte de seu principal alimento e que vem predominando até os dias de hoje, acredito que em todas as aldeias, real maná de Deus que brota da Mãe terra. Podemos chamar realmente de maná porque não sabemos de fato como surgiu a mandioca existe várias histórias sobre de como nasceu esta raiz para os índios, sabemos que a mesma é cultivada por eles como tradição e, é grande fonte de alimentação sua, utilidade na culinária indígena em especial para os Potiguaras que utilizam esta raiz para a partilha, palavra citada varias vezes no texto e que relata um costume religioso da igreja Católica a partir do século XVI, quando os religiosos, missionários (as) no trabalho de evangelização ensinaram aos índios significado bem marcante e contemporâneo para ambos.
Da mandioca se extrai a massa e a goma para o preparo de vários alimentos entre eles a tapioca, o pé-de-moleque e sua essência que é a farinha de mandioca que se realiza o pão sagrado (beiju da Ceia Potiguara).
A partilha inicia-se com o plantio da mandioca, da colheita e da grande união de todos os índios Potiguaras independente de serem crianças, jovens adultos e idosos que se integram harmoniosamente para a realização tão esperada por eles durante o ano que é a Ceia Potiguara, sem falar que a partilha não fica só entre os índios, a aldeia, mas todo povo independente de sua etnia podem compartilhar desta partilha. Com isso os Potiguaras além de participarem de toda preparação nos dão a idéia que promovem a




Paz conforme o próprio Jesus falou ao repartir o pão na última ceia, tomou o pão e depois de ter dado graças partiu e deu-lho, dizendo "Isto é meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim" (BÍBLIA, Luc 22,19). Todos Potiguaras vivenciam um momento sagrado, os beijus multiplicam-se nos lembrando outra passagem bíblica à multiplicação dos cinco pães e dois peixes onde Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo (BÍBLIA, Luc 9,16-17). Em um único dia do ano as casas de farinha tornam-se altar sagrado e nas mesas de todos os beijus torna-se eucarístico.
Toda esta preparação desde o plantio até a realização da Ceia Potiguara é realmente vivido fraternalmente intensamente. Podemos perceber o respeito, a fé, a influência intelectual e abstrata destes religiosos para firmar entre os índios a acreditarem que apesar de sua cultura religiosa, deuses, na verdade acredita-se em apenas um: Jesus Aquele que veio ao mundo e disse: "Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai se não por Mim" (BÍBLIA, Jo.14,6).
Talvez sem perceber os índios Potiguaras continuam esta tradição secular na medida em que levam seus filhos, que enquanto os pais preparam o beiju sagrado as crianças brincam,choram, divertem-se e ajudam , assim aprendem a cultivar tanto o maná do céu quanto a manter a "Ceia Potiguara."




Mamanguape, 09 de dezembro de 2010.














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ROSINEIDE MARTA MAURICIO DE SOUSA

Texto base: "CEIA POTIGUARA". Autor Lusival Barcellos/2003
Tópicos Marcantes do Texto

? MANDIOCA Predomina até os dias de hoje nas aldeias como principal alimento. Pode simbolizar a raiz da partilha, dos reencontros, integração, interação, lembrança da existência do homem que deixou o único caminho para realizarmos algo que é o AMOR;
? MANÁ que veio do céu nessa situação, o Senhor disse a Moisés: "Olhe, vou fazer chover pão do céu. Cada pessoa deverá sair todas as manhãs para recolher pão suficiente para cada dia. (BÍBLIA, Ex. 16, 4);
? MANÁ mandioca que brota da mãe terra como é chamada a terra pelos potiguaras;
? AS MÃES envolvem seus filhos desde pequeninos, os mesmos brincam choram, divertem-se e ao mesmo tempo participam, aprendem inconscientemente a tradição da Ceia Potiguara que sempre acontecerão, os pequeninos se tornará jovens, adultos e continuarão a manter a Ceia Potiguara;
? MASSA , GOMA E FARINHA DE MANDIOCA extraídos da mandioca para a culinária indígena e o preparo do beiju sagrado;
? SANTA CEIA retrata a partilha para refletirmos sobre a importância de reencontros e renovação;
? PALCO para este maravilhoso espetáculo, as casas de farinha torna-se o altar sagrado e o beiju eucarístico;
? A PARTILHA promove a união de diferentes etnias fraterna e harmoniosa entre todos.


? ADAPTAÇÃO dos índios Potiguaras entre a celebração na igreja católica pelos cristãos católicos e a ceia potiguara se adequando para sua realidade cultural;

? MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo (BÍBLIA, Luc 9,16-17).




Mamanguape,09 de dezembro de 2010.