Artigo do livro "O Leviatã"


Francisco Das Chagas Nunes Sousa
Acadêmico 2º Ano do curso Bacharel em Direito

Teoria de Thomas Hobbes sobre estado "contratualista"






Formação
Do
Estado

Hobbes era filho de um vigário anglicano que, forçado a deixar o condado por causa de uma briga, abandonou os três filhos aos cuidados de seu irmão.



Thomas Hobbes


Aos 4 anos, Hobbes começou a ser educado na igreja de Westport, passando por duas escolas e seguindo, aos 15 anos, para Oxford, onde mais tarde frequentou a universidade.

Thomas Hobbes Trabalhou como preceptor do futuro conde de Devonshire, William Cavendish, iniciando a sua longa relação com essa família tradicional inglesa. Tornou-se companheiro do aluno, e em 1610, visitaram juntas a França e a Itália. Durante a viagem, Hobbes verificou que a filosofia de Aristóteles estava perdendo influência, devido às descobertas de Galileu e Kepler, que formularam as leis do movimento planetário.
Hobbes conheceu ainda nessas viagens ilustres pensadores, dedicou-se um bom tempo às obras e as figuras da cultura Greco-romana, exemplo disso em 1629, publicou uma tradução de "História da guerra do Peloponeso", do escritor Tucídides, depois de algumas viagens encontrou outros proeminentes cientistas de sua época como: Galileu, Mersenhe, Descartes. Hobbes ao entrar em contato com esses ilustres ficou envaidecido "embebido" pelo racionalismo e inspirado pelas teorias e princípios das ciências da natureza. Este grande pensador passou a enxergar a razão como uma maneira infálida para se compreender o mundo.
Hobbes antes de desenvolver a sua considerada melhor obra "o leviatã" teve uma curta abordagem a respeito dos primeiros princípios de estado, obra dividida em três partes "De corpore", "De homine" e "De civie".
De corpore- que tratava da observação de fenômenos físicos a luz, de conceito de movimento.
De homine- refletia sobre os desejos e processos de apreensão humana.
De civie- pensamentos sobre a instituição que organiza a sociedade.
Thomas Hobbes tendo vivido as guerras civis que aconteceram durante a revolução inglesa. Então Hobbes teve o maior interesse na reflexão política que no ano de 1650, publicou a obra "os elementos da lei" que tratava de duas seções "natureza humana e do corpo político, vindo então publicar a maior delas "O leviatã".
Este nome que no antigo testamento fala de um monstro cujas proporções eram aterradoras e dominava os mares e estremecia os alicerces da terra, é o leviatã, personagem das histórias bíblicas citado no livro de Jó.

Hobbes através desta grandiosíssima obra consolida uma perspectiva contratualista, ou seja, a teoria política dele diz que os homens teriam uma necessidade natural de abandonar seu estado de natureza, onde aduz "o homem é lobo do próprio homem"; ou seja, a necessidade de sobrevivência era inevitável a qualquer tipo de ordenação maior, viviam sobre suas próprias leis a lei do mais forte.
Hobbes afirmava que com o abandono do estado de natureza, os homens passariam perceber-se como seres sociais, dentro disto teriam que delimitar as regras de convivências para viver harmoniosamente entre si, através disto Thomas fala sobre o contrato onde teria a origem na vontade dos homens em abdicar-se de algumas de sua liberdade em favor da legitimação de uma autoridade, nesta visão Hobbes tem no estado de caos um mal necessário para se instituir um contrato para atingir um estado controlado, ele aduz que o poder de livre escolha seria entregue ao estado, que em nome de um bem comum procuraria utilizar suas várias instituições e ferramentas administrativas para sustentar a ordem, Hobbes fala neste momento de uma comparação entre o monstro marinho bíblico com o estado, que teria o enorme instrumento para manter a o controle social.
Neste pensamento Hobbes deixa claro que naquele momento de caos necessitava de uma formulação de um contrato, que instituiria o Estado ( o monstro marinho ), mas sem destruições e sim com a força igual em instrumento para resolver os anseios da sociedade.
Segundo Hobbes a liberdade dada ao soberano era enorme e toda dele, sendo que seus súditos não tinham direito algum, mas era uma forma contratualista, Rousseau discorda desta forma de contrato, em seu livro "contrato social" no capítulo IV do pacto social, ele aduz sobre este contrato como uma forma de reciprocidade que não tem em leviatã de Hobbes,
"A força de um indivíduo é fraca para enfrentar a resistência, mas a força de todos reunidos é um monstro em face dos seus inimigos, ou problemas e a vitória seria certa", onde ele completa por meio de um contrato a vitória de um é a vitória de todos e a derrota também.
Entendida esta frase é que em uma passagem do livro "o príncipe" de Nicolau Maquiavel,
Diz que para manter um estado perdurante por muito tempo a reciprocidade e o carisma são essenciais para o estado "Governo", e completa dizendo hoje mede-se a grandeza de um "Estado ou Governo", não quando os cidadãos o ajudam a ergue-se, mas quando esses necessitam de ajuda do Estado ou governo. Por sua vez o Estado estar lá com a sua enorme força comparada a do monstro em leviatã para buscar resolver os anseios da sociedade.



Referências Bibliográficas
HOBBES, Thomas, O Leviatã.
HESSEN, Johannes, Teoria do Conhecimento, Tradução Dr. Antônio Correia, 7ª ed, Editora Coleção Studium, 1980.
ROUSSEAU, Jean Jacques, Contrato social, Tradução de Pietro Nassetti, 3ª reimpressão, editora Martin Claret, 2010.
MAQUIAVEL, Nicolau, O Príncipe, tradução de Pietro Nassetti, 9ª ed, Editora Martin Claret, 2007.