TEORIA  DA  RELATIVIDADE

      (desambiciosa análise) 

Alguns cientistas dizem que Einstein não é o autor da Teoria da Relatividade. E, de fato, muitos contribuíram, desde longos tempos, com o culminar da mesma pelo notável físico e matemático alemão; mas ele próprio reconhecia estar no ombro de gigantes. Um deles, sem dúvida, é o de Henri Poincaré, considerado como o mais importante pesquisador da Relatividade antes de Einstein. Todavia, sabemos que outras denúncias mais graves veiculam por toda parte alegando que Einstein plagiou a famosa fórmula que o imortalizara na comunidade científica:

              

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     E = MC²

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Alegam que a mesma pertence a Olinto de Pretto que, dois anos antes de Einstein dela teria suspeitado e inclusive previsto seus fins bélicos e bastante danosos em suas conseqüências e eventualidades. Pois bem: se Einstein de fato plagiara, ele cometera grave deslize moral; mas se não o fizera, dir-se-ia que uma mesma idéia pode ocorrer a dois ou mais indivíduos demonstrando-se pela consensualidade, ratificando, portanto, sua verdade universal.

 

De tudo isto, evidencia-se, pois, como pode estar muito enganado quem pensa que tudo seja pacífico no mundo da Ciência; ora, em todos os campos da atividade humana está a malícia, a discórdia, a invídia e outras coisas bem ruins. E o mundo científico, muitas das vezes ateu e arrogante, não escaparia disso, pois que tal deriva do próprio estágio espiritual atrasado da humanidade terrestre. Somos habitantes de um mundo imperfeito, de desentendimentos e das mais vis e embaraçosas situações. Todavia, para mim, Einstein encarnou, indubitavelmente, o mais importante teorizador relativístico e autor das idéias mais brilhantes, absolutamente originais, coisas de gênio mesmo. Tanto é que o tratado de “A Grande Síntese” (Pietro Ubaldi - Fundapu) dedica preciosíssimos escritos abordando às idéias einsteinianas.

 

Isto pode ser constatado em seu capítulo 34: ‘Quarta Dimensão e Relatividade’, bem como no capítulo 35: ‘A Evolução das Dimensões e a Lei dos Limites Dimensionais’ desenvolvendo e ampliando vastamente suas originalíssimas idéias; e, que eu me lembre, dito autor volta a tocar no assunto em alguns capítulos de outro seu destacado livro: “Problemas do Futuro” (Pietro Ubaldi - Fundapu).

 

 

Mas gostaria de priorizar no presente artigo idéias bastante simples da importante ‘Teoria’, tal como um ensaio despretensioso, ou, quem sabe, os primeiros passos para se compreender mais adiante sua matemática superior bem como aspectos mais complexos da mesma.

 

 

Assim sendo, vamos a tão singelas idéias...

 

 

Todos já ouviram falar do mais popular dos cientistas que a humanidade já conhecera: Albert Einstein, autor (e co-autor) da mais avançada concepção científica do século vinte. Mas de onde proviriam as idéias e descobertas, algumas delas tão complicadas, do grande físico? Que ferramentas de trabalho teriam sido utilizadas pelo notável pensador? Seriam apenas as do pensamento lógico, analítico e racional?

 

 

Responderia que não, pois que Einstein era dotado de uma sabedoria intuitiva muito profunda, uma sensibilidade ou uma espécie de faculdade paranormal bastante desenvolvida, à qual se acoplaria sua inteligência monumental. Ora, quando nos abeiramos de mais amplas realidades não nos bastam os costumeiros métodos de análise e questionamento. E daí o emprego de exploração do desconhecido não só via racional, em que sua mente se estruturava, mas também o emprego do método subjetivo: mediúnico-espiritual. Nesse refinado processo, muito novo para a Ciência, mas já conhecido do Espiritismo, diríamos que Einstein era mais que um gênio, pois que se alistava, também, como um médium intuitivo portador de avançados recursos psíquicos.

 

Portanto, não só com os atributos da inteligência, mas especialmente com os poderes psíquicos de sua mente privilegiada houve o grande gênio de conduzir (e completar) com sucesso tão espantosa ‘Teoria’ que, por sinal, haverei de analisar apenas alguns de seus aspectos sem me ater à sua complicada linguagem e formulação matemática que, para nós - nessa despretensiosa descrição – é de uma técnica absolutamente desnecessária.

 

Com efeito, na estrutura colossal da Física Clássica vamos nos deparar, por exemplo, como o espaço tridimensional da geometria euclidiana: espaço imóvel e absoluto, palco de todos os fenômenos físicos e naturais. E, em uma dimensão isolada, flui uniformemente a dimensão tempo, também absoluta, independente, sem qualquer vínculo com o nosso mundo.

 

O espaço e o tempo, pois, no antigo modelo clássico, são independentes, isolados da natureza e não incluem um observador, ou observadores, em que, cada qual, terá uma determinada percepção dos fenômenos ao seu redor, e, cada qual, evidentemente, irá fazer uma específica descrição dos fenômenos observados consoante sua posição no espaço donde se inclui um seu momento especial, ou temporal, na natureza ou lugar em que se insere.

 

Com a Física Relativística, entretanto, Einstein demonstra que o espaço, como o foi postulado por Newton, não é imóvel, absoluto e tampouco tridimensional; e demonstra, igualmente, que não existe qualquer fluxo universal de tempo. Contestando princípios científicos elementares, Einstein vai reconhecer que todas as medidas de espaço e de tempo são relativas, o que implica dizer que cada observador, de forma subjetiva descreverá, à sua maneira, coisas e fenômenos do seu meio de ação. Assim, se a mecânica clássica é ainda utilizada para certa ordem de fenômenos da experiência comum, ela vai ceder espaços, entrementes, à Teoria Quântica bem como à Relatividade que, por um sem número de razões vão fornecer como já entrevisto uma descrição mais satisfatória da natureza ampliando as teorizações do antigo modelo e melhorando nossa percepção da grande realidade.

 

Antes de Einstein, como já dito, os cientistas conheciam algumas dessas relações, mas, ao que eu saiba ninguém fora capaz de investigá-las a fundo, de descobrir como tais relações e tais leis funcionam e fora, se acrescente mais ainda, capaz de descrevê-las por equações matemáticas. Com a teoria einsteiniana vamos descortinar um novo e completo sistema de leis: de como o tempo e o espaço se vinculam, como podem ser medidos e corretamente interpretados.

 

 

Experiências que revelam a variabilidade do espaço e a flexibilidade do tempo aturdem a visão mecanicista das coisas e avançam para concepções de ordem metafísica, transcendental. E se os conceitos newtonianos ainda são válidos para nossa realidade imediata, eles o deixam de ser para uma multidão de outros fenômenos em que se questionam a validade daqueles conceitos, sejam do nosso cotidiano mesmo ou dos fenômenos quânticos, ou, ainda, da física dos corpos siderais, das estrelas e das galáxias.

 

 

Destarte, poder-se-ia dizer que Relatividade é o modo como dois observadores diferentes podem descrever de forma inteiramente diferente um mesmo fenômeno enfocado. Isto, genericamente falando, é relatividade. Atribui-se a Einstein a jocosa sentença: ”quando você está namorando uma bela garota, uma hora parece um segundo; e quando você se senta numa brasa, um segundo parece uma hora”.

 

 

Simplificando ao máximo, digamos que um observador ‘x’, imobilizado em um ambiente qualquer, e, de olhos vendados, tenha a uns dez metros de si, fixado à sua frente, um enorme objeto cubiforme. Contudo, o referido objeto apresenta apenas uma de suas faces voltadas diretamente para as vistas do observador. Retirando-se a venda de seus olhos, e, por desconhecer que o grande objeto diante de si seja um cubo, dito observador, ao examiná-lo como pode, descreverá em questão de segundos que o referido objeto é bidimensional e por ter quatro lados iguais, define com grande precisão: é um quadrado, ou seja, um quadro de superfície plana.

 

Um segundo observador ‘y’, entrementes, situado numa posição privilegiada em relação àquele outro, mas também vendado e imobilizado em seu ambiente, após lhe ser destapado os olhos irá, também, examinar atentamente dito objeto à sua frente e vai descrever que o mesmo possui três faces bem visíveis, é tridimensional e conclui enfaticamente: trata-se de um cubo. Assim, as especificações espaciais do objeto em questão irão depender da posição do observador, sendo, pois, relativas a ele. Mas também as especificações temporais são relativas e dependem do observador.

 

Isto nos parece inverossímil quando constatamos que eventos verificáveis ao nosso derredor vão chegar a cada qual, individualmente, em uma mesma seqüência temporal passando-nos a impressão de que observamos tais eventos instantaneamente, isto é, ao mesmo tempo em que estes ocorrem. Ora, a velocidade da luz é de aproximadamente 300.000 km/s. É tão elevada sua propagação pelo meio ambiente que vai proporcionar a idéia de instantaneidade. Mas a luz demanda algum tempo para deslocar-se do evento ao observador, possibilitando a percepção visual do fenômeno.

 

Por aí se deduz que observadores diferentes, sejam situados a longas distâncias, sejam deslocando-se a grandes velocidades, ordenarão, cada qual deles, diferentes seqüências temporais de um dado evento, especialmente quando tais velocidades se aproximam da velocidade da luz, originando-se, daí, resultados significativos da relatividade do tempo.

 

Esclareço com novos exemplos:

 

A luz do Sol, sabemos, vai demorar oito minutos para se deslocar do seu foco de origem à Terra; assim todas as vezes que olharmos para o Sol, nós o estaremos vendo como ele era há oito minutos atrás. Isto quer dizer que observadores locados em mundos distantes do nosso Sistema Solar haverão de perceber o nosso Sol, ou, nossa estrela, como ela era há muitos anos atrás.

 

 

Da mesma forma que, com poderosos telescópios, podemos hoje observar outras estrelas, porém, como elas eram a milhões de anos passados em função das distâncias astronômicas que nos separam, mas cuja luz, viajando a 300.000 km/s pelos espaços cósmicos, só agora vai nos atingir e impressionar nossos sentidos. Por conta disso, o que ocorre em um dado instante para um observador, poderá ocorrer antes ou depois para outros observadores, eliminando-se a possibilidade de falarmos de um “determinado” fenômeno em um “dado instante”, de forma absoluta, tendo em vista a relatividade das coisas e de tudo o mais.

 

Ou seja: tudo está relacionado a um observador específico, seus modos de ver, sua situação no espaço, a distância que o separa do evento em questão, de tal forma que: diferentes distâncias espaciais haverão de proporcionar diferentes extensões de tempo provando que uma distância espacial para um determinado observador pode transformar-se em intervalo de tempo para outro observador, possuindo, pois, espaço e tempo, a mesma natureza geométrica. O que implica dizer que no modelo da Física Relativística, o nosso universo não comporta apenas as três dimensões conhecidas do espaço tridimensional, e sim quatro, pois teremos a coordenada ‘tempo’ integrando um continuum quadridimensional: o espaço-tempo.

 

Mas vejamos ainda outras conseqüências relativísticas. A velocidade, por exemplo, provoca alterações nas medidas do espaço e do tempo, como também nas do comprimento e da massa de qualquer objeto. Ao passo em que se lhe imprime velocidades, sua massa sofre um aumento e o seu comprimento se contrai na direção do seu movimento, tornando-o cada vez menor. Isto é, todas as medidas de espaço, de tempo, e também de comprimento e de massa de qualquer coisa, são afetadas pela velocidade. Tais medidas, pois, se apresentam como grandezas elásticas, flexíveis e não fixas e invariáveis o que é um desafio tremendo para a lógica habitual do nosso raciocínio por mostrar que o espaço, por exemplo, é variável, e, o tempo, flexível.

 

 

 

Ou seja: o ‘espaço’ poderá ser maior ou menor e o ‘tempo’ poderá sofrer uma distensão ou um encurtamento desde que certas circunstâncias o permitam.

 

Note a visão de Cosmos radicalmente nova imposta pela Relatividade. Ela modifica conceitos arraigados de matéria, de espaço, tempo, luz, leis de causa e efeito, e etc., vindo a abalar as mais firmes convicções do nosso cotidiano e “colocando em falso” o imponente modelo da Física Newtoniana. Mais ainda: já vimos que a Relatividade vai acrescentar outra coordenada aos padrões usuais de comprimento, largura e altura compositores que são da nossa realidade comum representada pelas coisas e objetos de natureza tridimensional.

 

E, assim, substituindo a Teoria da Gravitação de Newton pela Teoria de um Campo Gravitacional no continuum espaço-tempo, Einstein, com sua Física Intuitiva, vem dar nova luz ao complexo problema sideral, demonstrando, até onde fosse possível, uma nova e revolucionária concepção do universo em que vivemos.

 

Ao ser questionado sobre como chegara ao ápice da renomada Teoria, cujos dados foram sendo provados, e proclamados, paulatinamente, de tempos em tempos, Einstein contou que a obteve em uma determinada noite através de uma visão quando, perante problemas tão obscuros e tão insondáveis da natureza, desenhou-se, à sua frente, com impressionante precisão, a imagem perfeita do cosmos num plano grandioso, com sua complexa estrutura e os numerosos corpos celestes orbitando pelo espaço sideral.

 

Contemplando aquela fantástica visão psíquica, ele readquiriu a paz, a certeza de que andava no caminho certo de suas teorizações, de estudos e idéias que passaram a ocupar sua mente muito tempo antes e que foram se consolidando com uma série de publicações científicas em 1905, que compuseram a Relatividade Especial; bem como por outras sucessivas e destacadas publicações, para culminar, em 1915, com os estudos da Relatividade Geral.

 

 

 

Apenas esta, por abordar complicados mecanismos da gravidade e do espaço-tempo com curvas, falta ainda maior confirmação. Mas de qualquer forma, os princípios estabelecidos por Einstein permanecem como os novos pilares do conhecimento moderno enfeixando estudos nucleares, astrofísicos e cosmológicos, em que resumindo, se diria que:

 

Como cientista: Einstein revolucionou os limites da pesquisa científica, extrapolando o império dos cinco sentidos, pois penetrou os domínios do transcendental. Ressaltando, talvez sem o saber, as coisas do parapsiquismo, do parapsicológico ou mesmo espiritual, chegara a afirmar que:

 

“O único caminho para a descoberta das leis elementares do universo é o da intuição”.

 

E, como homem: ele foi um indivíduo inigualável, que jamais deixou de lutar pelas causas humanitárias e pacifistas. Até podia ser um cético no tocante à existência da Alma, de suas transmigrações e de sua precedência ao corpo físico, bem como da sobrevivência espiritual; mas nem por isso deixou de transparecer alguma riqueza pessoal em conúbio mediúnico com a transcendente sabedoria maior, divulgando e desenvolvendo uma das mais elegantes e fantásticas teorias do nosso tempo, ampliando nossas noções físicas e extra-físicas da grande realidade universal.

 

Encerro, pois, não com as discussões, ruídos e desconfianças colocadas no início deste despretensioso trabalho, e sim, com algo positivo, com a Ciência que não é resultado de um só homem e sim de um corpo de inteligências destacadas que, apesar de suas opiniões particulares, e de suas dissensões, no fundo e, mais no fundo mesmo, prevalecerá o que resulte para o bem comum, pois que a Ciência não é minha e tampouco sua, mas de todos nós.

Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio

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