TEORIA DA CRIAÇÃO ESPIRITUAL (parte 8)

 

 

Assim, se a visão-analítica do “Mecanismo Uno-Contínuo da Criação” que descrevo em minha “Teoria” estiver correta, a que se reduziria a obra inestimável do grande intuitivo Pietro Ubaldi e seus vinte e quatro valorosos tratados, os quais li, estudei, admirei e pretendo ainda reler, reestudar, e por toda a imortalidade agradecer e respeitar?

 

Afinal, o grande Pietro, em sua alta visão do plano divino, alude haver Uma Só Criação de infinitos Espíritos, cuja desqualificação de ‘n’ elementos e posterior requalificação pelas normas dispostas na dolorosa subida evolutiva, tratará de sua volta ao amplexo de Deus onde tudo, então, retorna à sua normalidade na Perfeita Obra da Criação Divina.

 

E, por isto, questiona-se:

 

A visão da obra ubaldiana estará definitivamente desacreditada e, conseguintemente, descartada pela minha “Teoria” das diversas criações até o infinito que não tem fim? Não ouso acreditar que alguém pense assim, pois Ubaldi é missionário de Jesus Cristo, é a reencarnação de Pedro, o apóstolo, que ainda retorna para nos esclarecer e nos dar mais perfeita inteligência do fenômeno universal. Isto quer dizer que:

 

-Em sua ordem geral: a visão do místico italiano está positivamente correta como Criação Única, pois que Tudo, para Deus, já está pronto e definitivamente acabado no Presente Existencial de Si Mesmo; e,

 

-Em sua particularidade, de uma condição mais restrita, e, portanto, mais analítica, tal como em minha “Teoria do Uno-Contínuo”, ela parece, mas só parece estar incorreta porque constrangida ao âmbito de uma determinada compreensão fenomênica que, mesmo constrangida, paradoxalmente, parece ver muito mais. O fato é que, mais uma vez, podemos constatar a relatividade dos nossos entendimentos, cujos planos diversos fazem aparecer diversos níveis conceptuais; mas que, neste caso, são compreensíveis e entrosáveis. Em tal ponto, pois, interpreto a visão ubaldiana como uma visão-síntese, e a minha, como uma visão-analítica.

 

Assim sendo, vamos às três conclusões seguintes, a envolver a Criação do ponto de vista da obra de Allan Kardec; da obra de Pietro Ubaldi, e do presente ponto de vista: do “Mecanismo Uno-Contínuo da Criação”, ponto central desta nova “Teoria da Criação”:

 

Primeira Conclusão: Kardec, indubitavelmente, tem seus acertos, entretanto, caberia fazer a ele, ou, à comunicação atribuída a Galileu, a seguinte observação no início de sua frase:

 

“Deus há criado sempre...”.

 

Que parece passar a idéia de um “tempo passado” que é de todo o sempre, de toda uma eternidade já transcorrida. Ora, de eterno, de todo o sempre, só há Deus, e não a criação que a um “determinado tempo” surgira para imortalizar-se, por Sua Vontade;

 

Segunda Conclusão: Minha “Teoria”, nesta conexão (=c=) de Kardec a Pietro Ubaldi por meio do “Mecanismo Uno-Contínuo”, também é detentora, penso eu, de certa parte da verdade por situar-se na Imanência relativa às análises filosóficas que tenta compreender a Transcendência; e

 

Terceira Conclusão: Ubaldi, por sua vez, tendo alcançado uma maior visão do Plano Divino, conseguira abrangê-lo em maior amplitude, tanto do Absoluto (Transcendência) como de Sua criação (Imanência) definitivamente pronta e executada após o retorno dos que se quedaram na despotencialização psíquica por sua rebeldia e injustas pretensões.

 

Sendo que, no tocante à Ubaldi, e, em função do “Mecanismo Uno-Contínuo”, faria apenas uma pequena ressalva concebida como “Paradoxo dos Deuses”, que preceitua:

 

“Se a criatura (deus menor = filho) vivencia o paradoxo de estar enclausurada no infinito que não tem fim, dir-se-ia que o Criador (Deus Maior = Pai), por Sua vez, experimenta o paradoxo de presenciar a Sua Obra Completa no mesmo infinito que não Lhe permitirá concluí-la”.

 

 

 

Mas pergunta-se mais ainda:

 

Deus não poderia criar infinitos Espíritos no infinito de Si mesmo?

 

Obviamente que existem inúmeras questões às quais não estamos aptos a respondê-las por falta de elementos metafísicos, de faculdades e sentidos outros a serem desenvolvidos em nossa personalidade psíquica. O que se sabe é que “Deus é Grande”, isto é, de uma extensão inconcebível e que, por ser infinita, Tudo pode abranger a um Tempo Presente em Si mesmo, um Tempo Presente em Deus (Tpr.D).

 

À ótica de tal raciocínio, a impressão que se tem é de que Deus, sendo Tudo quanto É, poderia Ele, em Sua Onipotência, criar infinitos seres no infinito de Si mesmo. Ora, o que poderia impedi-Lo de executar tal criação? Parece-me que nada poderia impedi-lo. Mesmo assim, parece-me que Deus optara por fazer doutra forma, ou seja, na que garante a plena validade da proposição contida na obra kardequiana, de que:

 

“Deus há criado sempre, cria incessantemente e jamais deixará de criar”.

 

Sendo que tal sentença, soando-me como sendo verdadeira, vem ela determinar o “Paradoxo Uno-Contínuo do Criador”, sinalizando que:

 

“Deus presencia a Sua Obra Completa no infinito que Lhe propicia um dinamismo contínuo no elaborar fecundante de Sua Interminável criação”.

 

Tais considerações fazem refletir que minha “Teoria” encontra-se baseada num plano conciliador e amparada, evidentemente, por verdadeiros gigantes da Revelação Espiritual: Allan Kardec e Pietro Ubaldi.

                           

 

 (fim da parte 8)

 

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