Estudante: Claudio José Bezerra de Aguiar

Tarefa: Resesnha

Obra: Novo Dicionário de Teologia Bíblica, editado por ALEXANDER, T. Desmond e ROSNER, Brian S., p.125-144.

Teologia Sistemática e Teologia Bíblica

  O termo Teologia Bíblica foi utilizador pela primeira vez em 1607. Uma obra que se utilizou de vários textos bíblicos para sustentar a teologia sistemática protestante. Alguns anos mais tarde, J. P. Gabler se destacou defendendo a teologia bíblica. E muitos teóricos passaram ser influenciados por ele. Não somente por suas obras, mas pelo interesse da própria matéria em si.

  Com o novo interesse pela teologia sistemática, surge um novo dilema, a saber, se a teologia sistemática pode ser uma disciplina separada. Não é possível uma teologia bíblica, sem uma exegese. Uma teologia bíblica conta com o auxílio da teologia histórica. E a critica histórica pode com suas conclusões levar a mudança de um pensamento teológico bíblico. Percebe–se que uma teologia bíblica isolada é praticamente inconcebível. Ela conta com a participação de outras para suas análises, assim como outras se utilizam dela. Mas o problema não se resolve, porque outras questões são levantadas. Bultmann, afirma que uma teologia bíblica não pode depender de fatos históricos, pois é uma disciplina que trabalha em torno da fé. E fé não pode ser comprovada por fatos históricos. Recentemente suavizando o dilema se afirma que fatos históricos podem ser aceitos, enquanto não  contrariem os relatos bíblicos, doravante, os céticos preferem deduzir que o cristianismo não é digno de confiança.

 A teologia Bíblica é embasa em verdades tiradas das Escrituras. Mas como ter convicção exata do que é verdade. Sendo que a Bíblia é carregada de gêneros literários. Assim muitas verdades admitidas, podem não ter nada relacionado com a verdade do autor. Tanto para Teologia Bíblica, que busca fazer suas afirmações com base no que a Bíblia, como um todo tem a dizer. Como a Teologia sistemática, que se apóiam praticamente em textos isolados.

  Deve ser notado, que uma verdade dita por vários gêneros, se não for observado dentro de cada gêneros, com suas regras, essa única verdade pode ser transformada em várias verdades que não são reais. Cada gênero tem sua singularidade, assim como cada teologia. No que cada uma das teologias pode dar apoio para outra, a fim de ambas chegarem a uma verdade mais genuína.

 A novo interesse da teologia Bíblica é achar uma teologia que englobe a Bíblia inteira. Para tal, parte do estudo em cima do cânon. Começando assim a problemática existente em sua tentativa de uma teologia Bíblica completa. Dependendo da linha de pensamento que segue, ou credo religioso, fluirá um cânon. Consequentemente, a definição de qual cânon deve ser seguido para que se mantenha a integridade da teologia bíblica, resulta no problema. Acabando por frustrar a tentativa da teologia bíblica, devido a grande diversidade de material a ser trabalhado, ou terminando por fazer um trabalho incompleto. Mas não fica por todo perdido o seu trabalho, pois muito de suas pesquisas trazem material de apoio para teologia sistemática, e propriamente para ela em outras áreas de atuação. Como o relacionamento do Novo Testamento com o Antigo Testamento. Levantado o questionamento sobre a maneira correta de interpretar, com base nos modelos apresentados no NT. O que alguns concluíram ser incorreta a maneira como os autores do N.T fizeram a utilização do AT. Enquanto outros assumiram que é correta, mas que somente eles tiveram autoridades para realizar tais aplicações, o que é inconcebível na atualidade. No pós modernismo, a opinião sobre o problema da interpretação se divide. Uns afirmam não que poderia ter fatos que não pudessem ser interpretados. E outros diziam que não existem fatos apenas interpretações. Mostrando que o que se apresenta na Bíblia não são fatos, mas apenas interpretações de fatos ocorridos anacronicamente. A tentativa de deixar a teologia bíblica mais bíblica se depara com esse desafio. De tirar entre as interpretações os fatos verdadeiros, levando em conta todos os outros fatores, cultural, linguístico, religioso, individual. E sempre buscando ser fiel em sua aplicação das verdades bíblicas universal. Reconhecendo a complexidade das Escrituras, mas ciente de que ela foi inspirada por Deus, e dada por ele as pessoas para auxilio e com intuito que saibam qual é sua vontade.

  Quanto a teologia sistemática, fica explícito que como seu próprio nome, ela tenta expressar as verdades bíblicas de um forma sistemática e organizada. Conforme a teologia bíblica ele deve ser fiel em sua exegese, e as observações dos vários fatores que influenciam a interpretação bíblica. Contudo, quando ela não segue na risca esse critérios  ela está mais propensa a sair das afirmações bíblicas. mediante a utilização de material de escritores não canônicos, mas que foram grandes nomes na história do cristianismo, como Irineu, Anselmo, e outros pais da igreja. O que leva as suas opiniões a serem influenciadas por tradições eclesiásticas. E muitas vezes a teologia sistemática objetiva apresentar as verdades bíblicas de forma impressionante, profética, mas fugindo realmente do que a Bíblia esta querendo dizer. Além de se utilizarem de versículos isolados, fora de seus contextos. Simplesmente como pretexto de dar apoio as idéias que deduzem ter chegado, com o auxílio das Escrituras.

  Na abordagem de uma comunicação entre as duas teologias, a sistemática e a bíblica, é notável que ha vários pontos de divergências, assim como pontos análogos. Sendo, que a primeira ter ser formato mais conclusivo, ao ponto que a segunda uma aparência mais mediadora. Ambas tentam ser ao máximo possível fiel a Bíblia. A teologia sistemática se afasta mais da Bíblia, do que a teologia bíblica. No entanto, ela é mais diacrônica que a teologia bíblica. Mas, ambas são de extrema importância para atualidade, pois nenhuma se considera acabada, mas sempre estão prontas para novas reformulações. Assim como todo pensamento humano deve ser.