Achei no fichário um papel amassado, com “rabiscos” durante uma aula pedante..(é sempre uma tentação mudar tudo quando se reescreve né?) mas, vou reproduzir fielmente aqui

Papel...caneta...folha...

Tempo tempo tempo

O professor ta falando alguma coisa que não identifico...e me fascino em perceber que, ha um momento atras, sequer ouvia a voz dele...embora, ele estivesse falando..e num microfone...ele ta fazendo graça e eu nem sei se devo rir...a voz não existia p/ mim há pouco, mas sim p/ todo o resto....alias, nem todo o resto existia...
O que me fascina é saber que, mesmo com meus sentidos alertas...havia um microfone, uma voz em alto e bom som...mas, eu nem ouvia...será que havia focado meus sentidos na falta de sentido e assim, nem havia sentido a aula passando?? É...faz sentido..
Nesse instante, senti a importância do foco...

Penso, preciso escrever, anotar essas coisas p/ me lembrar depois...estou quase sem papel...e então, me sinto como uma espécie de “mãe de santo”, ao me dar conta da deficiência de minha memória...como poderia esquecer algo, um acontecimento interno...afinal, essa não sou eu? Acaso sou como uma mãe de santo, que recebe entidades? Entidades de mim mesma...e depois, nem sei quem era, o que queria...o que pensava enquanto escrevia isso durante a aula...

Sei lá porque, pensei na noite e no princípio das divisões das coisas...por ex, não é noite, dia, manhã, madrugada, tardes...é apenas “ela”...e ela vai se apresentando com novas roupagens e, todos pensam ser outra...outra coisa...e a vemos separada dela mesma...a madrugada não se sobressai, nem se difere da noite...elas são as mesmas mas, com roupas diferentes...e a gente é uma roupagem daquilo tudo, que é algo p/ alguma coisa...

Tempo tempo tempo...