Referência Bíblica: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;" (II Coríntios 4 : 17)

INTRODUÇÃO

"De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas" (2 Co 12.5). "O sofrimento e o sucesso caminham juntos. Se você está sendo bem su¬cedido sem sofrer, é porque outros, antes de você, sofreram; se você está so¬frendo sem ver o sucesso, outros, depois de você, o obterão." Bem-aventurados os que choram. Eles podem ser felizes porque sabem que a dor, a aflição e a privação são as dores de parto de uma nova criação e de um mundo melhor. Eles podem ser felizes porque têm a consciência de que o Supremo Artista, Deus, para produzir uma obra prima digna, usa a sombra do Seu pincel. Eles podem ainda se gloriar em suas lágrimas e cantar em hon¬ra da tristeza, porque sabem que na economia de Deus, "se sofremos, é por¬que também reinaremos com Ele".

Pensamento da mensagem: "Muitos pensam que o cristianismo é um milagre para tornar a vida miraculosamente fácil, sem sofrimento nem dor. O propósito do cristianismo não é evitar a dificuldade, mas produzir o caráter adequado para enfrentá-la. Ele não torna fácil a vida; antes, procura fazer-nos bastante grandes para a vi¬da. Não nos oferece uma saída para os fardos da vida, mas nos fortalece para enfrentá-los".

Frase de transição: Uma pesquisa indicou o seguinte: De cada 10 crentes que sofreram adversidade na vida, 8 permaneceram firmes na fé, e de cada 10 crentes que alcançaram a prosperidade, 2 permaneceram firmes. Que é melhor para nos firmar na fé: prosperidade ou adversidade?

O SOFRIMENTO E UMA REALIDADE NA VIDA DE TODO CRISTÃO AUTÊNTICO ESPALHADO PELO MUNDO.

"Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo." (I Pedro 5 : 9)

Deus permite que teus filhos no mundo inteiro passem por sofrimento. Não por que ele se alegra com o sofrimento do cristo, mas com um benéfico propósito, que pode ser explicado com o fato que se segue.

Certa vez uma serva de Deus estava perplexa com o grande número de aflições que pareciam fazer dela o seu alvo. Um dia, passando por uma vinha no esplendor do outono, notou que as videiras não estavam podadas e que sua folhagem ostentava um luxuriante viço. Notou ainda que as ervas daninhas e o capim estavam crescendo ali à vontade e que o terreno parecia totalmente em descuido. Enquanto considerava aquilo, Deus lhe deu uma mensagem tão preciosa que ela não pôde deixar de passá-la adiante: "Filha, você não entende a razão de tantas provações em sua vida? Observe esta vinha e aprenda a lição que aí está. O lavrador deixa de podar, de revolver a terra, de limpar ou de colher o fruto maduro, quando não espera mais nada da vinha naquela estação. Ela é deixada de lado porque a estação de fruto já passou, e qualquer esforço nessa ocasião não traria resultado. A vida livre de sofrimento reflete a mesma inutilidade. Você quer, pois, que eu pare de podar a sua vida? Devo deixá-la entregue a si mesma?" E o coração consolado exclamou: "Não!? Notou por que as lutas e uma constante em tua vida.

Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (SI 119.71).

Claro que o Salmista não era adepto da errada afirmação: "Se não vem por amor, vem pela dor". Nada mais falso tal pensar. Não é assim o agir benevolente do Senhor. Sua bondade ilimitada jamais atrai pelo sofrimento. Embora possa usá-Io para revelar a glória do seu amor às suas criaturas. Mas não para forçar alguém a amá-Lo. Temos dificuldade em amar os que nos fazem sofrer.

"Mas, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo para que também na revelação de sua glória vos ale¬greis exultando" (1 Pe 4.13).

O sofrimento nos dá mais viva apreciação da obra redentora. Faz-nos conscientes dos resultados do pecado e ajuda-nos a criar um anseio pelo dia em que o pecado não mais existirá. A paz depois da aflição é uma experiência que ninguém pode apreciar, com exceção dos que sofreram; e a ressurreição acontece com a coroa em face da cruz. A comunhão com Cristo em Seus sofrimentos é um privilégio que nem mesmo os anjos têm.

O sofrimento acompanha o ser humano desde o nascimento até à morte. O ato de nascer já envolve, segundo os especialistas, vários tipos de dores. As distensões musculares em praticamente todos os músculos do corpo são doloridas. A penetração do oxigênio nos pulmões provoca uma dor profunda. Os ouvidos se abrem para receber as vibrações sonoras, o que também causa muita dor. A partir do nascimento, cada indivíduo vai aprendendo que o sofrer faz parte do viver.

"Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento." (Ec 9 :2)

"Sofrem os maus e os bons. Sofrem os que amaldiçoam e os que confiam em Deus. Só que o sofrimento dos primeiros é como uma ferida inflamada, que devora, apodrece, e, finalmente, mata. Mas o sofrimento dos que confiam em Deus é como uma ferida limpa. Dói, sangra, mas sara. E com o tempo apenas ficam as cicatrizes, ou às vezes, nem isto"

? Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei?. (Mateus 11.28)

Há uma história sobre uma criança indígena que foi até um velho chefe com um pássaro machucado na sua mão. O índio olhou para o pássaro e disse: "Leve-o de volta e coloque-o no lugar onde você o encontrou. Se você ficar com ele, ele morrerá. Se você o colocar de volta nas mãos de Deus, Ele o curará e o pássaro viverá." Aqui está uma lição de como devemos agir quando somos magoados pelo sofrimento. Nenhuma mão humana pode curar um coração ferido. Tem de ser entregue a Deus ( Mt 11.28)

Conclusão

Um pai perdeu sua filha única. Tinha apenas dezessete anos de idade; fo¬ra a luz e a alegria do lar. Pouco tempo antes, sua estremecida esposa partira para o descanso. O ministro veio dizer-lhe palavras de conforto. - Meu amigo - começou ele -' o irmão acaba de passar através de uma nuvem escura, e amarga tem sido a sua taça... O enlutado interrompeu-o: - Pastor, é verdade que tenho sofrido bastante. Meu coração está moído de dor, mas não houve nuvem alguma; através de tudo nada houve que se in¬terpusesse entre mim e meu salvador. Jamais sua mão confortadora foi tão terna como através do que me sobreveio estas semanas passadas. Sofrimento, sim, mas nenhuma nuvem! Louvado seja Deus! Nossa leve e momentânea tribulação "pode produ¬zir" um peso eterno de glória mui excelente. A aflição pode tanger-nos para mais perto de nosso Mestre. Pode ajudar a formação do caráter, fazendo-nos mais semelhantes ao nosso grande Exemplo. Nosso grande sofrimento é por um instante, aqui. Os resultados podem ser uma gloriosa eternidade na pátria dos remidos.

Autor: Antonio Eugenio Fortes Pacifico. Data:27/12/2010