Tem de haver um fim para esta crise...
Publicado em 23 de março de 2009 por Miguel Cristovao
Claro que sim! Claro que esta crise irá passar e, no meio disso, o efeito mais importante que virá com esta crise é o de as empresas se focarem de novo no seu core business para assim voltarem a ser rentáveis.
Dessa forma, penso que voltaremos a ter muitas empresas com organizações mais achatadas, com processos de aprendizagem mais próximos do mercado e em geral, uma atitude mais sóbria de como fazer negócios. Acredito que irão sobreviver aqueles que começarem a avaliar o retorno do investimento, em oposição aos que desesperadamente fazem cortes de custos!
E, não esquecer, que há sempre a possibilidade de se começar a viver de forma mais simples! Até poderá ser uma forma interessante de viver, aprendendo a viver com menos, eliminando as coisas mais superfúlas e fúteis. Tal como na história do velho agricultor que recebeu em sua casa uma visita inesperada. Ao receber essa visita, o velhor agricultor disse: "pede-me qualquer coisa que tu queiras, e eu dir-te-ei como conseguirás viver sem ela"!
Claro está que temos ainda e também, a questão da corrupção! Num futuro próximo, não penso que a corrupção diminua! Se calhar até vai aumentar nos tempos mais próximos pois, tal como acontece com as especíes em vias de extinção, a corrupção tudo fará para sobreviver. Mas, também haverá mais discernimento por parte da maioria das pessoas, o que dificultará a sobrevivência dos corruptores e dos corrompidos. Os valores fundamentais de como fazer negócios serão reavaliados e reexaminados. E de uma forma geral, os valores da sociedade serão encarados de uma outra forma.
No final, os homens de negócios aprenderão com a experiência e trabalharão de uma forma mais inteligente. A redução de pessoal devido à má gestão durante a crise deixará de ser uma boa opção. No entanto, "eliminar madeira velha" poderá criar espaço para a inovação e o crescimento. E se muitos dos gestores tivessem estado atentos a isso no passado, muitas empresas não estariam hoje desesperadamente a reduzir postos de trabalho.
No essencial: podemos escolher entre ser vitímas ou triunfadores dos tempos desafiantes que passamos. Enquanto isso, saberemos que a negação é uma emoção forte e até que a opinião pública em geral não abra os olhos, a nossa consciência colectiva não conseguirá perceber o que se está a passar. Por exemplo, no que toca à justiça e à total ausência de sentido de justiça. Só esse simples facto poderá fazer-nos passar por um processo longo e doloroso, até regressarmos aos valores fundamentais do respeito pela humanidade, às práticas comerciais assentes na honradez, na ausência de ganância e ao fim da procura pelo lucro fácil e imediato.