A evolução tecnológica afastou as pessoas umas das outras, enfraqueceu os relacionamentos e tornou o homem mais frio. Essa é uma conclusão, talvez radical, a qual cheguei após refletir sobre alguns discursos e atitudes no cotidiano. À medida que a tecnologia foi se desenvolvendo, as pessoas foram ficando menos humanas. Parece que o mundo esqueceu-se do valor do contato pessoal. Será que um bate-papo com amigos, em carne e osso, perdeu o seu encanto? Será que uma roda de chimarrão perdeu o seu sabor? Será que a infância de hoje perdeu sua magia? São perguntas sem respostas acabadas. Cabe a cada um, de acordo com os seus valores, chegar às conclusões.
As pessoas não vivem mais sem o celular - que, aliás, perdeu sua função principal -, sem o laptop, sem o videogame e outros tantos apetrechos tecnológicos com os quais somos bombardeados diariamente. Uma pesquisa virou sinônimo de copiar e colar. Nem o jornal mais as pessoas pegam na mão para ler. A vida passou a ser limitada a uma tela de computador.
É óbvio que não discuto a importância da tecnologia na realidade em que vivemos, afinal, ela veio para nos beneficiar em muitos aspectos: detectar doenças com mais facilidade, fornecer com mais rapidez as informações, economizar tempo e dinheiro na realização de tarefas, tornar a pesquisa mais acessível etc. O grande problema dessa evolução toda foi a inversão de valores. Temos que ter a consciência de que a tecnologia está aí para nos servir e não nós servirmos a ela. Comece a pôr na balança algumas coisas. O que é mais importante: um jantar com os velhos amigos ou atualizar a Colheita Feliz?
Não há problema nenhum em estar conectado a esse mundo virtual, pelo contrário, é necessário. No entanto, os valores humanos não podem se perder. Tudo que gira em torno da tecnologia envelhece rapidamente; o que é novidade hoje, amanhã não será mais. Porém, uma amizade verdadeira, uma palavra de apoio dada ou recebida, as lições tiradas de um livro, um abraço, boas gargalhadas ou outros tantos valores humanos jamais serão substituídos.