Autor: Psicólogo e Sexólogo Paulo Bonanca

Imagine-se na seguinte situação. Num grupo de amigos alguém pergunta: Para você, tamanho é documento? Se disser não, corre o risco de passar a ser visto como "o caro do pinto pequeno". (somente quem tem pequeno pensa assim).

Dentro do imaginário social-sexual tamanho é documento sim, e de preferência grande e grosso, para que não paire nenhuma dúvidasobre a masculinidade. 

Nossa primeira referencia biológica vinculada ao sexo que pertencemos vem do ter ou não ter pênis, daí talvez venha o medo de se vincular o pênis pequeno ao feminino, ao clitóris, à vagina. 

Já na adolescência o tamanho do pênis surgir como referencial para afirmação de identidade, junto à quantidade de relações sexuais podem servir de mecanismo de defesa contra o medo de ser homossexual. As preocupações dos adolescentes são reflexos dos estereótipos machistas e repressivos ainda presentes em nossa sociedade patriarcal, e a equação é simples: pênis grande/ auto-estima alta, pênis pequeno/ auto-estima baixa. 

Mas adolescentes não são os únicos a se preocuparem com o tema. Basta visitar os chats de sexo na internet, (salas de bate-papo),a grande maioria se apresenta como "bem dotado", algo absolutamente dispensável, já que o sexo é virtual. De novo voltamos ao imaginário social-sexual. 

Vivemos numa cultura "falocêntrica", o Viagra é um bom exemplo disto, o sexo penetrativo. Em fim, voltemos a pergunta. Tamanho é documento? A resposta é: absolutamente não, não é documento. O tamanho do pênis não guarda relação com a capacidade de dar e receber prazer. Além disto, a experiência sexual com um outro deve involucrar todo o corpo, todos os sentidos.O maior órgão do corpo humano, a pele, responde eróticamente aos estímulos. Portanto, centrar-se no tamanho do pênis é desperdiçar a oportunidade de estar com um outro por inteiro.

Paulo Bonança, Psicólogo C.R.P05- 30190.

Diplomado em Sexualidade Humana pela Universidade Diego Portales- Chile-

Autor da Tese"A AIDS entre os homossexuais; A confissão da soropositividade ao interior da família".

Membro da Sociedade Brasileira de estudos Sexualidade Humana SBRASH

Membro da ABEIS: Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual
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