O homem pós-moderno caminha absorto mediante meandros cabalísticos a esmo, como se estivesse sendo impelido, e seus consternados passos elucidam em seu âmago a lúgubre suscitação de um ser combalido e desvalido, externalizando assim os derradeiros augúrios do fim. Esse sujeito "assujeitado" anseia com exacerbada demasia por acontecimentos prementes, peremptórios e impetuosos, os quais o ceifassem dessa vida de expurgos, arrebatando-o dos seus percalços intrínsecos, oriundos do lascivo veneno social, proscrevendo seu escarmento existencial e transmigrando-o para uma realidade insular e excelsa, a qual propiciasse um sentimento lenitivo.

Cada dia a mesma indiferença de sempre abarca o ente humano, que vive acantoado, desadunado, buscando algo portento que revele o real significado da existência. O cotidiano, porém, é obtuso, e sem nenhum estro, com a mente circunscrita e exprobrada, o ser humano não reconhece sua imagem e semelhança. Alhures, a humanidade não pode externar uma verossímil acuidade, pois amiúde, encontra-se aglutinada e inserida inerte, dentro dessa redoma social despótica, atrelada à injunção paradoxal, dialética e antagônica do principio e fim de sua própria essência. Concatenando a sua escaldadura existencial com a acintosa, ignóbil e necedade imensurável ontológica ao animal-homem, haja vista, que a aviltação perniciosa do padrão social asseverado, apregoado e aventado pela fétida e pútrida sociedade contemporânea está abeberado ao homem.

Prostrado e macerado pelos tentáculos sociais, o ser humano tenta angariar outros pensadores, alvitrando a liberdade das correntes do pensamento, e assim, viver como seres erráticos da própria mente. A congruência iria exortar a salutar moralidade inerente ao bem comum e constituinte natural do homem, ao invés dos indivíduos prosternarem-se a uma pérfida sociedade facínora e massificadora. Um recôndito e egrério rincão, onde o sujeito não precisaria ser conivente com a dissimulação e cingir-se a conluios ínvios, cognatos de um escopo iníquo. Um bucólico âmbito aprazível e subserviente com a lisura e temperança, destarte, todos seriam abarcados pela eqüidade e retidão.

Fábio Cardoso Lopes