Sua empresa é um veleiro

Como a busca da perfeição pode atrapalhar seus negócios

Velejar não é certamente um esporte tão popular quanto gerenciar e comandar empresas, mas ambas as atividades requerem competências específicas e ambas exigem visão e leitura de cenário, cada uma a seu modo.

Não é sempre que o vento está a favor, que “entra” na intensidade certa e que se mantêm constante, facilitando a vida do velejador. De certa forma isso também tiraria um pouco da graça do desafio de ajustar leme, bolina, caçar as velas no momento exato, enquanto se projeta o corpo para fora do barco em busca do equilíbrio.

As ações de um velejador devem ser executadas quase que ao mesmo tempo, de forma integrada, firme , decidida e com confiança, assim como se exige isso de um gestor dentro de uma empresa.

Aceitar um desafio de uma regata pode ser um simples momento de satisfação pessoal e por isso podemos nos arriscar a adotar soluções até de risco ou que aumentem nossa adrenalina. Afinal, estamos lá para um momento de diversão, que não coloca em perigo nem empregos e nem resultados financeiros, ao contrário do que acontece com decisões empresariais erradas.

As crises nos negócios podem ser comparadas ao vento contra. Sim, porque mesmo com o vento contra, o barco chega a seu destino, mais ou menos adernado, mas de forma segura e seguindo princípios claros e objetivos.

Muitas empresas esperam sempre ventos a favor para ganhar velocidade e implantar as mudanças que deveriam ser vistas sempre como processos constantes de melhorias. Nos momentos em que os cenários mudam rapidamente, concorrentes se reposicionam e clientes buscam alternativas, não se pode esperar para agir, pois tanto o vento pode melhorar como pode parar de vez.

A espera de um cenário ideal demonstra falta de visão do todo e um desperdício imenso de tempo.É preciso agir sempre, usar as ferramentas disponíveis o tempo todo, para que as nossas necessidades e problemas não se acumulem e com isso as soluções fiquem cada vez mais distantes, enquanto os demais competidores seguem em frente, apesar das dificuldades. Eles com certeza não ficarão esperando as condições perfeitas para agir.

Sempre é tempo e momento de agir. Postergar decisões esperando que amanhã possam ser mais fáceis de ser tomadas ou que surtirão efeitos melhores é um grave erro, que só faz acumular a  carteira de “ações à implantar”.

Dentre as ferramentas de um gestor que comanda seu veleiro-empresa, não se podem deixar de lado aquelas que são fundamentais para os momentos de pouco vento:

  • Reveja as estratégias olhando para o cenário, concorrentes e seus posicionamentos. Essa pode ser a hora certa para reposicionar sua marca e seus produtos, fidelizar velhos clientes ou ganhar novos adeptos para sua marca.Um plano de negócios pode ser importante, bem como um novo planejamento de marketing.
  • Com a alteração das estratégias, se devem alterar os processos correspondentes, para que as definições teóricas cheguem à prática, sempre atentos para as possibilidades de reduzir atividades, seus custos e despesas. Se ganha em recursos e resultados.
  • Oxigene a empresa, através de uma nova cultura de comprometimento e participação, com pessoas que saibam interagir e propor soluções inovadoras que levem a novos produtos e serviços diferenciados. Repare como a mesmice tomou conta de muitos segmentos do varejo, franquias e nos pontos de venda....Que tal pensar numa reestruturação organizacional ?

Estratégias, processos e pessoas formam um tripé tão importante para sua empresa, quanto leme, velas e bolinas para seu barco. ...e não adianta imaginar que possam ser manejados a não ser de forma absolutamente integradas.

Ambos os conjuntos devem ser sempre monitorados e ajustados a cada momento.Se formos esperar as condições perfeitas de vento para botar o pé na água, é melhor nem tirar o barco do hangar. Aí vamos ficar na margem admirando aqueles que cumpriram a regata e nos lamentando de nossos resultados.

 

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