Amanda Silva Gomes[1]

Guilherme Pereira Morais[2]

Léia F. dos Santos Silva[3]

Simone Medeiros Camargos[4]

Resumo

O presente trabalha trata da grande importância dada às empresas de base inovadora em contrapartida as empresas tradicionais, propondo-se a estudar três startups brasileiras e compará-las com três empresas tradicionais do mesmo segmento com capital em Bolsa de Valores para dizer se esta ascensão das startups é apenas um modismo ou uma revolução nos negócios. Sendo este uma pesquisa bibliográfica e descritiva, com escolhas de amostra intencional. Considerando as informações coletadas e com base no cenário econômico atual e no desinteresse que esse tipo de negócio tem despertado no mercado e com base na falta de incentivo para o setor chega-se a conclusão de que este é apenas mais um modismo e que em pouco tempo se tornará obsoleto e as empresas tradicionais voltarão a despertar o interesse de investidores.  

Palavras-chaves: Startups; Mercado Tradicional; Empreendedorismo; Inovação; Negócios.

STARTUPS: MODERNIZATION OR A REVOLUTION IN BUSINESS

Abstract

The present work deals with the great importance given to innovative companies in counterpart to traditional companies, proposing to study three Brazilian startups and compare them with three traditional companies of the same segment with capital in the Stock Exchange to say if this rise of Startups is just a fad or a business revolution. This being a bibliographical and descriptive research, with intentional sample choices. Considering the information collected and based on the current economic scenario and the lack of interest that this type of business has aroused in the market and based on the lack of incentive for the sector comes the conclusion that this is just another fad and soon Time will become obsolete and traditional companies will once again spark the interest of investors.

Keywords: Startups; Traditional Market; Entrepreneurship; Innovation; Business.

1.0 - Introdução

            A criação de uma empresa tradicional requer muita dedicação, com isso, surge a necessidade de adaptação dos modelos de desenvolvimento de negócios tradicionais para o novo mundo do empreendedorismo, no qual estão inseridas as startups, que são as famosas “empresas de garagem” como Uber, Easy Táxi entre outras.  São chamadas de “empresas de garagem”, pois a maioria dessas startups começam literalmente na garagem de casa, onde apenas os fundadores visionários trabalham depois do serviço formal, com recursos próprios para dar vida a uma ideia de forma precária até conseguirem visibilidade e aporte de capital estrangeiro nos seus investimentos.  

     Atualmente o termo startup tem sido muito utilizado pelos empreendedores, que são aqueles que têm ideias inovadoras e promissoras, principalmente associadas à tecnologia, encontrando financiamento para os seus projetos, que sejam lucrativos e sustentáveis. E enquanto a empresa tradicional nasce muitas vezes pela necessidade, com um planejamento mais rígido e com menos riscos, a startup nasce motivada pela oportunidade, para solucionar algum problema. Além disso, a possibilidade de atingir mais clientes em um intervalo de tempo reduzido, obtendo ganhos de escala nas operações é um atrativo muito forte para esse setor.           

     As palavras Start (iniciar) Up (para cima) estão ligadas diretamente ao conceito de empreender e inovar. Empresas startups tendem a ser um tipo de organização que estão à procura da criatividade e da inovação, justamente por serem empresas novas, sem experiência no mercado e com forte entusiasmo para o crescimento organizacional. E trabalham em condições de extrema incerteza, pois não possui clientes, os empreendedores tem pouco conhecimento de mercado pois não tem como afirmar se a ideia dará certo. Algumas ideias aparentemente rentáveis podem se revelar inaplicáveis.

As startups constituem modelos de negócios que possuem visão imediata, buscando prioritariamente garantir a sobrevivência dos negócios e atrair pessoas. A gestão é totalmente concentrada no empreendedor e todos os investimentos são concentrados na atividade fim do negócio.

O objetivo geral deste trabalho é analisar se as startups são uma revolução no mundo dos negócios ou modismo no empreendedorismo que se espalhou pelo Brasil, onde qualquer pessoa pode abrir um negócio.

Com isso, tem-se como objetivos específicos: Apresentar a evolução das startups no Brasil; Demonstrar os resultados das maiores startups no ano de 2015; Escolher 3 empresas do mesmo segmento, mas que não são startups para investigar seus resultados (empresas com divulgação na BOVESPA); Comparar a estratégia adotada por ambas; Verificar se startup é um modismo ou se é uma revolução que permanecerá.

 

1.1 – Materiais e Métodos

 

Caracteriza-se esta pesquisa como bibliográfica. Santos (1999) define a como o conjunto de materiais escritos ou gravados, mecânica ou eletronicamente, que contém informações já elaboradas e publicadas por outros autores é uma pesquisa bibliográfica. São fontes bibliográficas os livros (de leitura corrente ou de referência), as publicações periódicas (jornais, revistas, panfletos etc.) fitas gravadas de áudio e vídeo, páginas de web sites, relatórios de simpósios, seminários, anais de congressos, etc. A utilização total ou parcial de quaisquer dessas fontes é o que caracteriza uma pesquisa como bibliográfica.

Caracteriza-se como pesquisa descritiva. Esse tipo de estudo em geral está estruturado e especificamente criado para medir as características descritas em uma questão de pesquisa. As hipóteses, derivadas da teoria, normalmente servem para guiar o processo e fornecer uma lista do que precisa ser mensurado. Segundo Triviños (1987) os estudos descritivos exigem do pesquisador uma série de informações sobre o que se deseja pesquisar, embora tais estudos não fiquem simplesmente na coleta, ordenação e classificação dos dados. Pode-se até mesmo estabelecer relações entre as variáveis.

Os dados analisados foram obtidos em livros e sites, onde foram encontradas informações acerca do assunto pesquisado e trazer embasamento teórico para o presente artigo. Ao final se fará um estudo comparativo entre as informações coletadas.

A amostra foi definida de forma intencional, tendo como fator de análise as maiores startups do país.

 

2.0 - Desenvolvimento

 

2.1 - Empreendedorismo

 

            O empreendedorismo está influenciando positivamente o desenvolvimento econômico dos países, pois está gerando riquezas para a sociedade, promovendo crescimento, desenvolvimento econômico, gerando empregos, encurtando distâncias e renovando os conceitos econômicos. O empreendedorismo vem crescendo no Brasil, muito em decorrência da dimensão da disponibilidade de recursos e incentivos, como também a chance de se explorar novos negócios no cenário nacional, com isso alavancando mudanças e gerando um impacto positivo no país.

            Segundo Dornelas (2008) Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e indica aquele que assume riscos e começa algo novo, mesmo dentro de uma corporação existente. (DORNELAS, 2009, P. 63).

            Drucker (2005) coloca o foco na inovação ao tentar definir empreendedorismo, considerando que o mesmo está intimamente relacionado com inovação. No entanto, para ele, não basta uma empresa ser nova e pequena para ser empreendedora, esta tem de ter caraterísticas especiais, associadas à inovação. Considera, ainda que as empresas empreendedoras são uma minoria entre os novos negócios e para que estas sejam consideradas empreendedoras têm de criar algo novo ou diferente e alterar os valores.

           

2.2 - Startups

 

Atualmente o termo startup tem sido muito utilizado pelos empreendedores, mas, poucos sabem o real sentido de seu significado. A palavra startup está ligada diretamente ao empreendedorismo e inovação, com empresas que cresceram positivamente no mercado em que atuam e que estão em posição de liderança.

 

Startups são pequenas empresas montadas em casa ou em faculdades e que recebem pequenos aportes de capital. Elas exploram áreas inovadoras de determinado setor (mais comumente a de tecnologia), possuindo uma aceleração de crescimento muito alta já nos primeiros meses de existência em virtude de investimentos feitos por fundos de investimento especializados (LONGHI, 2011, p.1).

 

A definição de Longhi (2011) chega muito próxima à realidade desses empreendedores, porque realmente é muito comum esses empreendimentos começarem em casa, ou até mesmo na garagem. Este é um tipo de empreendimento que começa com custos muito baixos e os mesmo se mantêm mesmo que a empresa esteja consolidada no mercado.

Para Ries (2011) “uma startup é uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza”. Em outra abordagem, o termo startup pode ser definido como um grupo de pessoas que buscam um modelo de negócios inovador e escalável, de baixo custo, crescimento rápido e capaz de gerar receitas significativas em um curto intervalo de tempo (Dias et al, p. 422, 2012).

     Para os autores, o que diferencia uma startup de uma empresa comum é que empresas comuns tem como núcleo central a execução de um plano de negócios conhecido, enquanto startups estão, na realidade, à procura de um plano de negócios. Nesse caso, uma startup carrega consigo uma enorme gama de incerteza, de forma que apresenta desde o seu início como uma série de hipóteses e suposições. 

A atual conjuntura econômica, dinâmica e competitiva, exige das novas organizações rápida adaptação de modelos de negócios. Nas últimas décadas houve um crescimento acentuado de empresas, tornando familiar no meio dos investidores, mídia e agentes econômicos, as startups.

O que diferencia uma startup de uma grande empresa segundo Blank e Dorf (2012) é na grande empresa a existência e execução de um plano de negócios enquanto que as startups estão ainda a procura de um negócio repetível, escalável, e lucrativo que possibilite a criação de um plano de negócios, carregando consigo uma gama de incerteza, hipóteses e suposições.

      As startups vieram para revolucionar, o que antes era visto como algo impossível, hoje é nossa realidade, pois em questão de minutos consegue-se atingir milhões de pessoas no mundo todo. É chamada de revolução, pois essa nova maneira de negócios surgem da noite para o dia, de forma muito rápida e em pouco tempo ganham o mundo (PERIN, 2015).

O blog da Escola Startup (2016) defende que startups não são negócios, são experimentos em contínua evolução e seu sucesso depende da capacidade de inovação e de fazer coisas que ainda não foram feitas por outros com recursos restritos e em pouco espaço de tempo. O autor defende que mesmo atendendo a todos os requisitos que as demais empresas preenchem como CNPJ, lucros, receitas, startups ainda estão longe de se considerar uma empresa.

 

2.3 - Evolução das startups no Brasil

 

Gitahy[5] em entrevistas para a revista Exame em 2010, afirma que as startups surgiram no Brasil durante a chamada bolha da Internet[6], entre 1996 e 2001. Apesar de ser usado nos EUA há várias décadas, só nesse momento o termo "startup" começou a ser utilizado no país. Significava um grupo de pessoas trabalhando com uma ideia diferente que, aparentemente, poderia fazer dinheiro. Além disso, "startup" sempre foi sinônimo de iniciar uma empresa e colocá-la em funcionamento.

     O surgimento das startups teve seu ápice em meados de 2010, onde dezenas de centros mundiais de criação de startups começaram a surgir. Esses centros, que concentram centenas ou milhares de startups, começaram a ser chamados de ecossistemas de startups, devido à alta concentração de elementos favoráveis ao surgimento dessas empresas, como por exemplo: inovação, programas de incentivo, etc.

     Barroca (2012) defende que se pode observar 4 fases na criação de uma startup. Essas fases estão explícitas no quadro 1, a seguir.

 

Quadro 1- fases de uma startup

Fases

Características

 

 

Criatividade

Aprendizagem, acumulação de conhecimentos e vivências (experiências). O empreendedor, deve-se focar tantos nos recursos internos quanto nos recursos externos ao empreendimento.

 

Incubação

Aprimorar a ideia, momento de investigação sobre o futuro negócio. Planejar, refletir, certificar-se de que a ideia é viável.

Regeneração de idéia

Todo o esforço do empreendedor para colocar a ideia em pratica e amadurece-la.

 

Evolução e implementação

Consiste em ter capacidade para escolher as ideias mais promissoras, discuti-las, analisá-las e selecioná-las.

Fonte: Barroca, 2012

    

Observa-se que o empreendedor necessita testar sua ideia de negócio antes de implementá-la. Mesmo que uma startup incorra em poucos custos, deve-se buscar obter a viabilidade do negócio uma vez que se envolvem custos, tanto financeiros quanto de oportunidades.

 

2.4 – Abertura de uma empresa tradicional

 

Para abrir uma empresa no Brasil, necessita-se de uma série de registros em diferentes órgãos públicos, além da elaboração de diversos documentos.  Segundo o site Administradores.com (2016) é fundamental ter todos os documentos necessários em mãos para evitar atrasos. Além disso, cada estado brasileiro possui um prazo diferente para a abertura completa do negócio. Existem também taxas que necessitam ser pagas e que variam de uma região para outra e de um tipo de negócio para outro.

Conforme o Sebrae (2016) a abertura de uma empresa se inicia ao escolher o produto e estruturar um modelo de negócio, definir qual será o porte da empresa (Microempresário Individual (MEI), Micro empresa (ME), ou Empresa de Pequeno Porte), o regime tributário adotado (Simples nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real) e onde se localizará. Também se necessita a definição de qual tipo de sociedade se constituirá (Empresário Individual, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) ou Sociedade Limitada). Após essa etapa, inicia-se outra mais burocrática, a legalização da empresa.

Para a empresa operar legalmente, conforme explica o site Administradores.com (2016) o primeiro passo é o Registro na Junta comercial, onde se obterá o NIRE (Número de Identificação do Registro da Empresa). Após receber o NIRE se dará entrada no CNPJ – Cadastro nacional de Pessoas Jurídicas, pelo site da Receita Federal. Após esse processo, realiza-se a Inscrição Municipal, registro na prefeitura do município e a solicitação do Alvará de Funcionamento, também na prefeitura. Necessita-se ainda Inscrição Estadual (para empresas do setor de comércio, indústrias e serviços de transportes, de comunicação e de energia), Cadastro na Previdência Social e autorização para emitir notas fiscais. 

Quanto ao prazo de abertura, este pode variar de uma localidade para outra. Em alguns estados como Maceió, existem centrais de atendimento que facilitam esse processo e em 3 dias úteis se pode abrir a empresa. Goiás possui uma central semelhante, porém o prazo varia de 15 a 30 dias corrido. Petrópolis, no Rio de Janeiro consegue a abertura de uma empresa, desde que seja operação de baixo risco em 02 dias, caso contrário, sendo de alto risco em até 15 dias.  Outros estados levam até 180 dias para a concessão de funcionamento, um exemplo seria a Bahia, que necessita de 20 a 180 dias para a liberação.

 

2.5 - Startups analisadas

 

Dentre as startups existentes no Brasil, foram escolhidas três para que possa se levantar dados acerca do mercado em que estão inseridas e compará-las com o mercado tradicional. As escolhidas para esse fim são: PayPal, InovaHouse3D e Zero Paper.

O Pay-Pal, segundo informações do site Tech Tudo (2016) é um sistema de pagamento online, permitindo segurança em transações de compra e venda via internet, tanto para usuários pessoas físicas quanto jurídicas.  Foi criado nos Estados Unidos, sendo o pioneiro de pagamentos online. O sistema armazena dados dos usuários, que podem fazer pagamentos via celulares,tablets e computadores, sejam crédito ou débito. Somente os usuários tem acesso as próprias informações como número de cartão de crédito e conta bancária, o sistema promete ainda que em caso de não recebimento do produto ou de efetuação de algum pagamento indevido, ocorrerá a devolução do dinheiro. No Brasil mais de 55 mil lojas trabalham com o sistema de vendas Pay-Pal, oferecendo produtos e serviços dos mais variados tipos como artigos esportivos, beleza e saúde, casa e decoração e etc.

A InovaHouse3D é uma startup que oferece solução tecnológica para construção civil. Segundo o site da empresa, a proposta é automatizar o processo construtivo através da tecnologia de impressão 3D. Com a visão de eliminar o desperdício de material no processo construtivo, aumentar a segurança para os colaboradores e diminuir o tempo gasto para entrega das obras, podendo ainda levar acessibilidade a moradia a comunidades em geral.

Zero Paper é um sistema de gestão financeira que pode ser usado por quem não possui conhecimentos na área financeira. Comprada recentemente pela Intuit, companhia americana de software de gestão financeira. É direcionado a profissionais autônomos, empreendedores individuais e microempresas e pode ser acessado gratuitamente ou por meio de pacotes de serviços.

 

2.6 - Empresas Tradicionais analisadas

 

Para fazer um comparativo com as startups citadas, foram escolhidas três empresas brasileiras de mercado tradicional, com ações em Bolsa de Valores. São elas: Cielo, Mendes Junior e Monteiro Aranha.

Com a missão de “encantar nossos clientes com as melhores soluções de uma empresa líder, rentável e sustentável com colaboradores apaixonados” a Cielo é uma marca brasileira fundada em 1995, atuando em meios de pagamentos eletrônicos. Com o slogan de “nada supera essa máquina”, teve em 2013, lucro de R$ 2,67 bilhões e a sua marca é valorizada em  R$ 509 milhões, ocupando o ranking de 11° Marca mais valiosa do Brasil.

A Mendes Júnior atua desde 1953 no mercado da construção civil. Possui referencia em soluções de classe mundial em engenharia, além de outros segmentos. A Mendes Júnior também realiza projetos  de refinarias dutos, plataformas, empresas siderúrgicas, de mineração, entre outros . Sua qualidade e competência são reconhecidas mundialmente, com execução de obras importantes em países como Mauritânia, Argélia, Iraque e China, onde forneceu tecnologia para a construção da maior barragem de rocha  do mundo.
A atuação da empresa é orientada pelo Sistema de Gestão Integrada - que contempla Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional e Responsabilidade Social – reconhecido e certificado. No primeiro semestre deste ano, a empresa operou com prejuízo de R$ 187.471,00.

Com pouco mais de cem anos de história, o grupo Monteiro Aranha atua no setor de investimentos e gestão financeira de diversas empresas brasileiras. Criado com na fabricação de vidro e posteriormente voltada para a construção civil, atualmente tornou-se uma holding de participação minoritária, geralmente ligada à constituição e desenvolvimento das empresas participadas.  Apresenta resultado líquido de R$ 165.709,00 no primeiro semestre deste ano.

 

3.0 – Considerações Finais

 

As startups constituíram uma ótima oportunidade de negócio e movimentaram a economia do país, no entanto, este movimento tende a se desacelerar diante do atual cenário, onde se tem uma desaceleração da economia e a paralisação dos incentivos a esse tipo de constituição empresarial. Há alguns anos, os incentivos a este tipo de negócio eram fartos e as formas de concessão de crédito super facilitada.

  Porém, agora as condições mudaram. O Brasil tem poucos investidores dispostos a financiar projetos de inovação, além de ter um risco de negócio muito alto. Além disso, as startups se caracterizam como negócios temporários e a falência nesse segmento se tornam rotineiras. É natural um empresário ir à falência e em pouco tempo abrir outro negócio.

Ao contrário, as empresas tradicionais, se tornam longevas, mantendo-se no mercado por cerca de 50, 100 anos ou mais. As empresas de mercado tradicional geralmente começam pequenas e com investimentos, lançamentos de novos produtos ou serviços, aumentam o seu market share e tornam-se uma empresa de grande porte. Mesmo passando por dificuldades, as empresas aqui apresentadas continuam no mercado e investindo em novos segmentos. Mesmo sendo um momento arriscado, o conhecimento de mercado e a experiência que obtiveram durante o tempo em que atuam no segmento, lhes dão segurança para buscarem novas oportunidades e mercados.

Quanto aos resultados obtidos pelas startups, estes não são divulgados. Diferentemente das empresas tradicionais, as startups não possuem uma administração transparente, os resultados obtidos não são divulgados. Talvez por manterem a imagem de lucrativas e de que possuem baixo custo operacional, o que pode não ocorrer na realidade, seja mais propício ao negócio manter essas informações em não divulgadas. Considerando que esse nicho depende de investimentos internos e talvez de fomento e por ser um formato de negócio onde se predomina a incerteza, o ideal é não divulgar informações financeiras e manter a imagem de rentabilidade.

Por outro lado, as empresas tradicionais, divulgam seus resultados em seus próprios sites e em sites da Bolsa de Valores. Essas informações são essenciais para que se possam analisar os resultados antes de investir em determinada empresa podendo, com base em indicadores financeiros, tomar a decisão de investir e mensurar o risco a que se está submetido.

Ao fazer o paralelo entre os dois tipos de empresas, percebe-se que o mercado tradicional, apesar de sofrer com as dificuldades decorrentes das políticas adotadas por nosso país, ainda continua sendo mais recompensador que o mercado das startups.  Uma vez que as startups trabalham, em sua grande maioria, com a comercialização de apenas um produto/serviço, geralmente aplicativos de celular, que dentro de poucos meses se tornará obsoleto e fará com que a empresa saia do mercado. Aliás, as startups participam da terrível estatística de que a cada dez startups nove fecham, segundo a Associação Brasileira de Startups (2016).

Apesar de contribuir para a economia do país, poucas startups conseguem se manter no mercado, gerar emprego e aumentar sua carteira de produtos. Além do que uma startup de sucesso, geralmente, será incorporada por uma grande empresa tradicional. Não se descarta ainda a viabilidade destas empresas, porém, a atenção dos investidores estão novamente se voltando para um mercado mais seguro, tendo em vista, a alta dos juros bancários, a alta carga tributária, a instabilidade econômica e a falta de investidores.

De acordo com essas considerações, e com as informações obtidas, pode se dizer que apesar de o mercado ser totalmente dinâmico e as vezes imprevisível, as startups estão perdendo seu espaço e possivelmente se tornará apenas um modismo que passará em poucos anos.

 

Referências

 

BARROCA, João Pedro Tomásia. O sucesso das startups em tempos de crise. 2012. 86 f. Tese (Mestre em economia portuguesa e integração internacional) - ISCTE Business School, Lisboa, 2012.

RIES, Eric. A Startup Enxuta: Como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. Tradução de Carlos Szlak, São Paulo, 2012.

GOMES, Daniel Teodoro; MUNIZ, Reynaldo Mais; DIAS, Alexandre Teixeira; GONÇALVES, Carlos Alberto – Apresentação de um projeto de estratégia em uma empresa inovadora. Rev. Adm. UFSM, Santa Maria, v. 5, n. 3, p. 413-438, SET./DEZ. 2012.

 

LEITE, Gabriel S.L. JUNIOR, Marcos L.B. Os modelos de desenvolvimento de Startup: Um estudo de caso em uma empresa de comércio eletrônico. Rio de Janeiro, ago. 2013. Disponível em: <http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10008698.pdf> Acesso em 25 abr. 2016.

 

PERIN, Bruno. A revolução das startups: O novo mundo do empreendedorismo de alto impacto. Rio de Janeiro: Alta Books, 2015.

 

GITAHY, Yuri. O que é uma startup?.Revista Exame, 2010. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/o-que-e-uma-startup>. Acesso em: 28 mar. 2016.

 

SANTOS. Monna Cleide Rodrigues. O ecossistema de startups de software da cidade de São Paulo. São Paulo, fev. 2016. Disponível em: <file:///C:/Users/430043/Downloads/Startups%20(1).pdf>. Acesso em: 28 mar. 2016.

 

SANTOS, A.R. Metodologia científica: a construção do conhecimento. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1999

TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

 

Artigo I. LONGHI, Fúlvio. A história da revolução das startups. Imasters,2011.Disponível em: <http://imasters.com.br/artigo/20027/mercado/a-historia-da-revolucao-das-startups/?trace=1519021197&source=single> Acesso em 25 abr. 2016.

 

 

[1]Aluna do 7° período do curso de administração do ILES ULBRA Itumbiara

[2]Aluno do 7° período do curso de administração do ILES ULBRA Itumbiara

[3]Aluna do 7° período do curso de administração do ILES ULBRA Itumbiara

[4] Professora do curso de administração do ILES ULBRA Itumbiara

[5] Empresário, conselheiro de empresas de tecnologia e fundador da Aceleradora, que apoia startups com gestão e capital semente

[6] Bolha da Internet foi um evento ocorrido em meados de 1999 para 2000. Conforme disponível no site da Masple Tecnologia (2016), foi um momento de muita especulação, onde empresas apresentavam altas estimativas nas empresas virtuais das Bolsas de Valores, muito diferentes do que realmente obtinham. Nesse momento houve o estouro da bolha, onde várias empresas começaram a ter prejuízo, algumas até pediram falência.