SONO: PROCESSOS E DISTÚRBIOS Juliana dos Santos de Oliveira RESUMO Esta pesquisa partiu do princípio de que a maioria das pessoas não percebe o real valor do sono, devido a isso, o intuito deste artigo é apresentar seu complexo processo, suas características, informações sobre sua qualidade e seus distúrbios. Dessa forma, contribuindo para a compreensão e o reconhecimento da essencialidade do sono, do dormir bem e de estar atento às alterações desse processo, que é fundamental à vida. Palavras-chave: Sono REM ou paradoxal. Sono NREM ou de ondas lentas. Sistema de Temporização. Qualidade do sono. Distúrbios do sono. ABSTRACT This research went the assumption that most people do not understand the real value of sleep because of this, the aim of this paper is to present to the community in general the magnificent and complex process of sleep, their characteristics, information on their quality and its disturbances. Thus, contributing to the understanding and recognition of the essential sleep, to sleep well and be aware of changes in that process, which is fundamental to life. Key-words: REM sleep or paradoxical. NREM sleep or slow waves. System the Timer. Quality of sleep. Sleep disturbances. O sono Há muito tempo o sono é foco de grandes investigações científicas, visto que é uma das funções mais fascinantes de nosso corpo humano. Antigos estudos afirmavam que, na época do homem primitivo, o sono os afastava de seus predadores noturnos e servia como descanso fisiológico, portanto o sono sempre foi importante ao homem, de maneira divergente em diferentes momentos da história. Segundo Louzada e Menna-Barreto (2007, p. 57), "até por volta da metade do século passado acreditava-se que o sono era um processo passivo, algo semelhante ao ?desligamento? temporário do cérebro". É certo que ainda é um campo muito amplo para investigações, mas muitas descobertas já comprovaram que ele é indispensável ao nosso desenvolvimento, visto que até mesmo os animais irracionais necessitam desse processo. O sono é essencial para vida, para o bom funcionamento de nosso organismo, mas principalmente essencial às nossas funções cerebrais. Conforme Lecendreux (2003, p. 27), "o sono é uma função fisiológica complexa, natural, necessária ao organismo e ao cérebro, para restaurar um padrão ideal de funcionamento do corpo". Portanto, o processo do sono deve ser realizado completa e efetivamente, para que seja possível obter os resultados esperados. Resultados estes que se referem à questão da recuperação do desgaste físico e principalmente do funcionamento das funções vitais do cérebro, momento em que as informações obtidas durante o dia são processadas, organizadas e armazenadas de acordo com as necessidades do indivíduo. Conforme Todeschini (2007), é durante o sono que o cérebro estoca as informações, as musicais são armazenadas nos primeiros minutos, enquanto que as referentes ao raciocínio lógico e matemático são registradas nas etapas finais do sono, durante o sono REM. Acreditava-se que no sono fossem interrompidas todas as atividades nos sistemas biológicos e psíquicos do organismo, talvez por nenhuma outra razão do que a falta de estímulos externos. Mas a descoberta de Kleitman demonstrou que, embora o corpo adormecido pareça inativo, o cérebro adormecido certamente não está (BECKER, 1993, p.15). Caso o sono não seja aproveitado em toda sua grandeza, há grande possibilidade de prejudicar o raciocínio lógico, a capacidade de planejamento, a memória e outras muitas habilidades importantes à vida humana. Respeite seu corpo no sono que relaxa, solta, predispõe, organiza os hormônios, elimina os excessos, recompõe todas as células do nosso organismo, liberta o inconsciente para o encontro com a energia universal. Sono sem barulho, sem interrupções, sem telefone, com cama macia, lençóis de algodão, paz, silêncio, tranqüilidade (COBRA, 2008, p.78). Portanto, para que seja possível compreender o processo como um todo, faz-se necessário reconhecer as fases do sono. Acontecem várias fases no processo, primeiramente, há o adormecimento, que pode ocorrer em média por 15 minutos, dependendo do indivíduo, visto que o cérebro envia comandos para diminuir a tensão muscular e acalmar a respiração. Em seguida, o sono estará mais leve e o ritmo cardíaco também estará mais lento. Logo depois, podemos confirmar que o corpo entra em sono profundo, momento em que resgata as energias essenciais à vida saudável e o organismo libera hormônios essenciais ao crescimento, recuperando células e órgãos. No próximo momento, podem surgir os sonhos, enquanto que o cérebro organiza e armazena informações recebidas durante a noite, de maneira que estabelece relações necessárias à memória, descartando o que não é importante ou relevante ao sujeito, em especial, visto que cada um possui suas características específicas e suas necessidades individuais. A falta de sono, seja por insônia, trabalho ou diversão, pode ter efeitos cognitivos e físicos semelhantes aos causados pelo excesso de álcool. O desempenho de alguém que está acordado sem dormir ininterruptamente há 17 horas não é muito diferente do de quem tem no sangue o nível alcoólico de 0,05% (cerca de dois drinques em uma hora) KASE (2008, p. 75). O sono REM e NREM O processo do sono possui dois estágios fisiologicamente distintos, que se dividem durante o processo em 75% a 80% de NREM e 20% a 25% de REM. Estes dois momentos são repetidos todo o tempo durante o sono do indivíduo, sendo que tais períodos, fases ou estágios são designados como REM (Rapid Eye Movement ou Movimento Rápido dos Olhos) ou paradoxal e NREM (Non Rapid Eyes Movement ou Movimento Não Rápido dos Olhos) ou de ondas lentas. Para Coren (1998, p. 33), "durante a noite, o ser humano experimenta ciclos de sono de noventa minutos, mais ou menos. Cada ciclo começa com sono leve, progride para o sono mais profundo, volta ao sono leve e termina em um sonho". A partir dos trabalhos de Kleitman, passou-se a identificar dois estágios muito distintos do sono: o sono de ondas lentas ou NREM e o sono REM ou paradoxal. Esses estágios alteram-se durante a noite, formando ciclos com duração aproximada de 90 minutos. Ao final de uma noite, completamos quatro a seis ciclos de sono, sendo que nos últimos ciclos aumenta a duração do sono paradoxal (LOUZADA e MENNA-BARRETO, 2007, p. 58). Conforme Becker (1993), cada cliclo do sono dura em torno de 60 a 100 minutos, de modo que evolui em quatro a seis ciclos. O estágio NREM é dividido em quatro estágios e lembra a vigília, de maneira que o indivíduo possa ser facilmente despertável, além disso, normalmente, é predominante na primeira parte do sono. De acordo com Becker (1993, p.16), "o sono NREM é às vezes chamado de sono ?tranqüilo?. Durante o sono NREM, a respiração é lenta e regular; a pressão arterial é baixa e há pouco movimento muscular". Seus estágios são chamados de 1, 2, 3 e 4: no estágio 1 há a sonolência, que dura, em média, cinco minutos, estando ainda facilmente despertável, nesta fase os sonhos são diretamente relacionados a acontecimentos recentes. O estágio 2 dura cerca de dez minutos e o indivíduo já dorme, mas não profundamente, de modo que não seja acordado com facilidade e o sono já pode ocorrer efetivamente. Já no estágio 3, que é muito semelhante ao 4, são necessários estímulos grandiosos para acordar o sujeito, com duração de quinze a vinte minutos. Enquanto que o 4º e último estágio do sono NREM dura, pelo menos, quarenta minutos de sono muito profundo. Logo que se encerra o último estágio e acontece uma regressão das fases, então o indivíduo volta ao estágio 3, depois ao 2 e ao 1. Portanto, é neste momento que se inicia o sono REM. Para Langen (1983, p. 5), "a primeira fase do sono, cuja profundidade aumenta lentamente, (...) denomina-se ?fase do sono sincrônico? ou ?sono clássico?". Conforme Aloé, Hanna e Teixeira (2000, p. 43), "o sistema reticular ascendente mesencefálico com suas vias de projeções é a principal unidade funcional responsável pelo controle da ativação cerebral e dos estados de sono e vigília". Segundo Langen (1983, p. 5), "em contraste com a fase precedente, sendo até mesmo contrária a ela em muitos pontos, temos a ?fase do sono assincrônico? ou ?sono paradoxal?". No estágio REM, que é a fase mais curta e mais importante (ocupa de 20% a 25% do tempo do sono), visto que o cérebro está completa e efetivamente ativo, além do corpo estar paralisado, em atonia muscular, a fim de que o indivíduo não realize os comandos cerebrais. Além disso, é nessa etapa que o sistema cerebral organiza e armazena as informações recebidas durante o dia ou noite, de maneira especial, considerando as características individuais e as relevâncias específicas de cada pessoa, normalmente, predomina na segunda parte do sono, que ao total duram de 90 a 120 minutos. Para Becker (1993, p.16), "é durante essa fase de sono que sonhamos, e grande parte do corpo se comporta como se estivesse desperto, com picos de atividades psicológica, fisiológica e bioquímica" . No sono REM acontece também a atividade onírica intensamente, os sonhos. Ao término desse estágio, o ciclo se completa e pode haver um breve despertar ou mudar de posição, dando novo início ao ciclo, sendo ao todo, em média, quatro a seis ciclos completos durante o sono. Portanto, na realização de um sono normal, os estágios NREM e REM alternam-se ciclicamente ao longo do processo, sendo que nos dois últimos ciclos aumenta a duração do sono REM. Apesar do uso generalizado da sigla REM e NREM, a denominação ?sono paradoxal? e ?sono de ondas lentas? nos parece bem mais adequada, seja porque nem sempre coincidem movimentos oculares rápidos com o padrão do EEG que lembra a vigília, seja porque os fenômenos que acompanham essa fase são de fato paradoxais, como é o caso da atenuação-abolição de reflexos envolvendo ritmo cardíaco e a respiração (LOUZADA e MENNA-BARRETO, 2007, p. 59). Sistema de Temporização O sistema de temporização ou relógio biológico é um ciclo individual que acontece, geralmente, em 24 horas e possui características específicas, interferindo diretamente nas funções fisiológicas e psíquicas. Para Nunes (2007), "o processo do sono é comandado por um relógio biológico programado em um ciclo de 24 horas".É responsável pela regularização do sono, de modo que organiza o sistema de sono-vigília e controla o comportamento e o estado psicológico, de acordo com o ciclo diário de cada indivíduo. O sistema que controla a alternância entre sono e vigília é um complexo regulador que fica na base do cérebro, chamado pelos especialistas de núcleo supraquiasmático. É graças ao funcionamento dessa região que as pessoas sentem sono, fome, acordam sempre no mesmo horário e conseguem ter noção sobre se é dia ou noite mesmo sem saber que horas são (MOÇO, 2008, p. 89). Esse mecanismo é adaptado geneticamente, mas não está livre de fatores externos, como hábitos alimentares, tipos de colchões, vida social, estresse, entre outros. No entanto, é possível confirmar que esse processo é regido pelo hormônio da glândula pineal, chamado melatonina. Portanto, o processo é dependente da luminosidade ou da falta dela, de maneira que se inicia ao pôr do sol, ao escurecer, como se fosse um aviso ao organismo para preparar-se para dormir. Enquanto que a glândula adrenal libera o hormônio cortisol, que avisa e prepara o organismo para a vigília. Se medirmos a temperatura corporal a cada duas ou três horas ao longo de alguns dias, verificaremos que ela tende valores máximos no final da tarde e valores mínimos no meio da noite (...) Essa variação de temperatura é verificada mesmo se as condições ambientais de luminosidade e temperatura permanecerem constantes (LOUZADA e MENNA-BARRETO, 2007, p. 16). Então, com essa investigação, é possível evidenciar a existência de relógios internos que regulam nossas funções e que são independentes do ambiente, a chamada Organização Temporal Interna. Temos um relógio interno que nos desperta e nos faz adormecer. Quando o relógio interno está indicando o período de vigília, o organismo se acelera e sua energia aumenta, o que disfarça os efeitos do sono atrasado. Porém, quando ele aponta para um estágio mais lento, os processos corporais perdem ritmo e energia, exacerbando os efeitos do débito do sono (COREN, 1998, p.69). A partir disso nos deparamos com uma grande polêmica em relação ao sistema do relógio biológico, ao que se refere à quantidade de sono necessária aos indivíduos. É importante esclarecer que esse fator é bastante relativo, visto que cada pessoa possui sua necessidade específica, individual, sendo que a média de sono é de oito horas. No entanto, há muitas pessoas que dormem seis ou sete e outras que chegam a dormir por onze horas. Além de considerar os fatores individuais e externos, é preciso analisar a questão da idade, que também interfere muito na quantidade de sono necessária ao indivíduo. Quadro 1 - Relação entre idade e tempo médio de sono. IDADE (anos) TEMPO DE SONO (horas) 0 a 3 13 4 a 6 10 7 a 8 9 9 a 14 8 15 a 50 7 Mais de 51 6 Fonte: o autor. O que podemos fazer, entretanto, é olhar para quanto de sono a maioria das pessoas apresenta ? e presumirmos que seja uma indicação do quanto precisam. Medida dessa forma, a norma para adultos é de sete a oito horas de sono por noite. Mas a amplitude de variação é na realidade muito maior ? para algumas são suficientes entre cinco horas a seis horas, enquanto que para outras a necessidade é nove ou dez caso não queiram se sentir cansadas e sonolentas no dia seguinte (BECKER, 1993, p. 25). É natural que cada indivíduo possua seu tempo exato de sono e que isso seja respeitado pelos demais, visto que o importante é concluir todos os estágios, efetivamente, para acordar disposto, com as funções cerebrais perfeitas, com o armazenamento da memória realizado com sucesso e com o descanso real do corpo como um todo. Seguramente, o mecanismo de temporização do sono interfere nas necessidades físicas, como a fome, a sede, o nível de energia e até mesmo o humor. Porém, caso o ritmo biológico seja alterado por algum motivo, como o horário de verão, uma viagem ao Japão ou ainda uma mudança de horário da escola ou do trabalho, o sistema de temporização terá que se adaptar ao novo horário e situação, podendo prejudicar o bom funcionamento do sono. Conforme Langen (1983, p. 11), "não só o controle vigília-sono se encontra sujeito ao relógio biológico. Muitas funções fisiológicas vegetativas e vários fenômenos psíquicos se coordenam através desse ritmo." É importante ressaltar que o tempo necessário ao relógio biológico para adaptar-se ao meio é relativo, porque cada pessoa possui suas individualidades e necessidades específicas. Os ritmos internos controlam e coordenam nossa produção enzimática e hormonal, nossos momentos de fome, nosso estado de ânimo, a temperatura do corpo, e também nosso nível de energia e atenção ao meio. (BECKER, 1993, p. 21). Além da quantidade de tempo de sono necessária a cada indivíduo, devemos ressaltar a questão do horário do sono, que também sofre grande variação, de modo que para alguns é interessante e adequado dormir cedo e acordar cedo, enquanto que para outros o ideal é iniciar o sono tarde da noite e acordar tarde da manhã. Evidentemente, isso não significa que o indivíduo seja muito ativo por dormir e acordar cedo ou preguiçoso por necessitar dormir e acordar tarde. O horário preferido de início do episódio de sono noturno varia entre as pessoas. Algumas preferem iniciá-lo mais cedo, são matutinas (as ditas ?cotovias?). Outras pessoas preferem dormir mais tarde e acordar mais tarde, são chamadas vespertinas (as ?corujas?) (...) As pessoas com preferências intermediárias são chamadas de indiferentes (LOUZADA e MENNA-BARRETO, 2007, p. 47). Então, é necessário considerar dois aspectos essenciais para identificar a individualidade e essencialidade de cada pessoa, que são o tempo e o horário do sono, de modo que seja válido reconhecer a importância do processo para cada indivíduo, especialmente. Além disso, é extremamente fundamental respeitar esses aspectos, sem preconceito, além de compreender o processo do sono e a real essencialidade para aquele ser, em especial, a fim de apreender suas necessidades e fundamentais características. Qualidade do sono É importante ressaltar que o sono é indispensável ao desenvolvimento humano, visto que está inteiramente relacionado às funções cerebrais, além do bom funcionamento do organismo como um todo. É durante o sono que o cérebro reconhece as situações ocorridas durante a vigília, organiza essas informações, retém as que são necessárias e descarta o que não lhe for importante, isso significa que a memória está ativa. Conforme Nunes (2007), "é durante o sono que o organismo recupera o desgaste físico e mental, e ainda cumpre tarefas essenciais para o seu bom funcionamento". Caso o sono não seja realizado efetivamente, o indivíduo pode sentir dificuldade com a atenção, a percepção, o raciocínio lógico, o planejamento, a memória e a compreensão pode ser afetada, porque é durante o sono que o cérebro faz todo o processo de reorganização. É por esse motivo que indivíduos que ficam muito tempo sem dormir tendem a sentir tais dificuldades, além do cansaço físico, bem como afeta outras muitas habilidades importantes à vida humana. O processo do sono e sua boa qualidade podem ser alterados devido a diversos fatores que podem se referir à idade, alimentação, estresse, temperatura ambiente, dores, ingestão de drogas, dentre outros. Esses fatores podem ser de origem psicológica, ambiental, fisiológica ou social, como o excesso de ruído, luminosidade, tipo de colchão, alta e baixa temperatura, desilusão amorosa, baixa auto-estima, luto, situações familiares, financeiras, dores, problemas hormonais, saúde debilitada, má postura ao dormir e muitos outros problemas. Para Coren (1998, p. 113), "a sonolência que sentimos durante o dia decorre, em parte, do débito de sono e, em parte, do momento do ciclo circadiano em que nos encontramos. Existem, no entanto, alguns problemas de saúde e certos fatores do estilo de vida que também estão entre os ladrões do sono". Segundo Lecendreux (2003, p. 23), "o sono é o verdadeiro termômetro de nossa saúde física e mental. Dormir bem costuma ser considerado um privilégio ? e é sinal de boa saúde". Devido a isso, surge a necessidade de apresentar alguns procedimentos importantes à boa qualidade do sono, mesmo que fatores externos ou internos estejam presentes. No entanto, as orientações à boa qualidade do sono são eficazes e podem, seguramente, minimizar ou até mesmo evitar a má interferência desses fatores. Para Aloé, é preciso seguir as recomendações de nossos avós, evitando a cafeína, o cigarro e o exercício físico antes de dormir, enquanto que tomar um copo de leite e dormir com os pés aquecidos ajudam a boa qualidade do sono. Bons hábitos como manter uma rotina, dormir e acordar no mesmo horário, facilitam a organização do relógio biológico; manter o corpo em exercício, mesmo que seja uma caminhada diária de quinze minutos, longe do horário do sono; evitar o consumo de estimulantes como café, chocolate e cigarro, principalmente, perto do horário de dormir; evitar o uso bebidas alcoólicas ou drogas, visto que seu resultado pode gerar alterações no horário e no processo do sono; utilizar a cama somente para dormir; atentar para a alimentação, a fim de não comer muito ou não dormir com fome; criar uma rotina de relaxamento e preparação para o sono, como ouvir uma música tranqüila ou ler um livro, entre outras possibilidades podem auxiliar o eficaz processo do sono, de modo que o indivíduo reconheça suas necessidades individuais e possa organizar seu próprio método rotineiro. Dar-se ao sono, mergulhar em nossa natureza primordial, é render-se aos profundos mistérios que nos cercam, fundamental declaração de auto-estima. Prova viva do profundo amor ou desamor de cada um por si mesmo (COBRA, 2008, p.95). Porém, é necessário que cada pessoa compreenda efetivamente o real resultado do processo do sono como um todo, visto que de nada adianta o indivíduo criar, desenvolver, adaptar uma rotina para o sono, se ele não consegue perceber a reação final. Para isso, é extremamente importante que a pessoa esteja atenta aos resultados adquiridos, que podem ser registrados em uma agenda, com observações das atividades que foram realizadas antes de dormir, até o modo como despertou, visto que a qualidade do sono influencia muito nossa vida diária, porque "dormir bem, não é só uma forma de descanso, é a garantia de uma vida saudável e mais longa", conforme Nunes (2007). Tente perceber se você costuma acordar exuberante, pronto para enfrentar o dia, ou se já abre os olhos mal-humorado - o humor é um indicador de saúde por excelência -, francamente indisposto, sem vontade de correr as cortinas para ver o sol. O sono é, sem dúvida, o momento mais importante de restauro de toda a máquina humana (COBRA, 2008, p.82). Portanto, é preciso que o indivíduo reconheça seu sono, localize as dificuldades, crie meios para resolvê-las e procure ajuda médica para administrar a situação caso esteja fora de controle, visto que a partir disso a possibilidade de possuir um distúrbio do sono ou parassonia é muito grande. Segundo Lecendreux (2003), o interesse pelo estudo do sono e a criação de sua medicina permitiram muitas possibilidades e soluções precisas para as dificuldades dos indivíduos. Distúrbios do sono A partir do momento em que o indivíduo possui necessidades que não podem ser sanadas por ele próprio, mesmo com as mais variadas possibilidades, significa que seu sono precisa ser analisado, estudado, diagnosticado e amparado por especialistas, a fim de encontrar meios para resolver a situação, que é vital, visto que o sono é fundamental para uma vida saudável e longa. Então, qualquer alteração contínua nas fases NREM e REM pode ser indício de distúrbio ou parassonia, que pode ser identificado com um exame detalhado, chamado polissonografia, capaz de reconhecer muitos distúrbios do sono, entre os mais comuns podemos citar a apnéia, o bruxismo, a insônia, a narcolepsia, o ronco, a síndrome das pernas inquietas, a síndrome de Kleine-Levin, o sonambulismo e o sonilóquio, que serão brevemente apresentados. Apnéia: caracterizada pelo ronco prolongado e sonoro, de maneira que o indivíduo deixa de respirar durante um período de até dois minutos, diversas vezes durante o sono, visto que ocorre uma interrupção ou diminuição do fluxo aéreo, imperceptivelmente. A apnéia pode durar alguns segundos ou até ultrapassar a barreira de um minuto, nos casos graves, terminando por uma retomada inspiratória ruidosa e um despertar breve, do qual geralmente não se guarda nenhuma lembrança (LECENDREUX,2003, p.231). "Uma pessoa com apnéia crônica deixa de respirar durante um período de até 2 minutos varias vezes durante o sono", conforme Nunes (2007). Devido ao fato da apnéia ocorrer sem que a pessoa acorde, o resultado da vigília é sonolenta, cansativa, irritante, desgastante porque o sono foi interrompido diversas vezes sem que o indivíduo tenha percebido. Além disso, o cérebro pode ser afetado porque sofre privação de oxigênio, mesmo que por muito pouco tempo, o que pode gerar perda de memória, embotamento mental, comprometimento no desenvolvimento cognitivo e motor, entre outras conseqüências. Para Becker (1993, p.73), "embora quase todas as pessoas experimentem até umas seis apnéias imperceptíveis durante a noite, os que experimentam com maior freqüência são muitas vezes incomodados pela sonolência excessiva durante o dia". Essa parassonia pode ser provocada por alterações na atividade dos músculos da faringe, como o aumento da adenóide, das amígdalas, da obstrução da garganta e pode também ter relação com a obesidade. No entanto, para Bagnato (2003), a obesidade nem sempre tem relação com a apnéia, há fatores anatômicos que podem ser certeiros para o desenvolvimento desse distúrbio, como "o músculo que se localiza na parte posterior do queixo é preso na língua. Queixos recuados puxam a base da língua para trás". Bruxismo: caracterizado pelo ranger ou apertar dos dentes durante o sono, inconscientemente. Infelizmente, ainda não foi descoberta a real causa desse distúrbio, mas há algumas indicações de que esse distúrbio pode ser causado, geralmente, por problemas no sistema nervoso e em alguns casos, por problemas dentais. Porém, é certo que é prejudicial ao indivíduo porque desgasta os dentes e pode haver uma deformação nas articulações dos maxilares, gerando até dores de cabeça e desconforto muscular na face. Segundo Langen (1983, p.46), "o ranger dos dentes durante a noite (o bruxismo) perturba tanto o meio ambiente quanto a pessoa por ele atingida". De acordo com Becker (1993), 5 a 10% das crianças rangem os dentes durante o sono e apesar de alguns adultos também apresentarem esse distúrbio, é comum que diminua a quantidade desses episódios com a idade. E para Nunes (2007), em alguns casos, esse distúrbio ocorre por um problema dental, mas grande parte está diretamente relacionado ao sistema nervoso. Insônia: caracterizada pela dificuldade de dormir, devido a aspectos emocionais, físicos e sociais envolvidos neste distúrbio, como dores causadas por problemas de saúde, distúrbios hormonais, neurológicos ou ainda por ansiedade, depressão, problemas familiares ou financeiros, de modo que altera negativamente o processo do sono e conseqüentemente a qualidade de vida do indivíduo. Para Nunes (2007), a insônia atinge um em cada três adultos, e conforme Bagnato (2003), a insônia é uma das queixas mais freqüentes dos distúrbios do sono. De acordo com Aloé, esse distúrbio é uma queixa bastante comum. Estudos estatísticos realizados nos Estados Unidos indicam que o problema atinge 50% da população americana. Se nos detivermos nos casos de insônia aguda, que todos têm em algum momento da vida, podemos extrapolar o número para 100%. O aparato psicológico de uma pessoa pode responder de forma positiva ou negativa diante de situações de estresse que envolvem o vestibular, o casamento, uma viagem ou a perda de alguém querido. Já nos casos de insônia crônica, comuns nas faixas etárias mais avançadas, a taxa de ocorrência flutua entre 30% e 50% da população e constituem um problema de saúde pública (ALOÈ, 2002). Porém, há diferentes possibilidades de insônia, a que dificulta o início do sono, a que desperta muitas vezes durante a noite e a que não permite que o indivíduo volte a dormir, caso desperte. É possível afirmar que é uma das parassonias mais comuns, visto que atinge um em cada três adultos. Algumas pessoas não conseguem adormecer, algumas não conseguem continuar dormindo, e outras abrem os olhos cedo demais pela manhã, desejando poderem virar para o lado e só acordarem duas horas depois. Para alguns insones, a mera preocupação de que não serão capazes de dormir é suficiente para tornar o seu medo uma realidade (BECKER, 1993, p.47). No entanto, conforme Lecendreux (2003), a prioridade, no caso desse distúrbio, não é reconhecer sua causa, mas sim determinar os fatores atuais que o mantêm e dar o encaminhamento necessário para um tratamento eficaz. Narcolepsia: caracterizado pelo excesso de sonolência durante a vigília, a ponto de o indivíduo dormir a qualquer hora e lugar. Para Poyares (2006), " a sonolência incontrolável durante é o principal sintoma de um distúrbio do sono chamado narcolepsia, uma doença benigna, mas de difícil diagnostico, que pode ser confundida com a epilepsia". o dia pode ser confundida Com isso, esse distúrbio é considerado o mais grave, visto que a tendência em dormir, sem perceber, é extremamente prejudicial, sendo que muitas das pessoas que possuem este distúrbio podem adormecer em um cinema, em uma sala de aula ou até mesmo dirigindo um automóvel, além da possibilidade de ocorrer duzentos episódios de narcolepsia por dia. Além disso, podem ocorrer ataques de cataplexia, que são episódios repentinos de fraqueza muscular ou desmaio depois de qualquer forma de emoção forte, atividade física, espirros ou roncos, também podem acontecer momentos de paralisia do sono, que são uma breve ausência da possibilidade de movimento, tanto ao adormecer quanto ao despertar, situação muito angustiante quando mesclado com alucinações hipnagógicas, que se referem aos sonhos vividos no início do sono. A evolução fez do ser humano (aliás, da maioria dos primatas) um animal de hábitos diurnos que reserva o período da noite para dormir. Os narcolépticos, entretanto, fogem à regra. O principal sintoma da narcolepsia são ataques súbitos e irresistíveis de sonolência várias vezes ao dia. Boa parte dos problemas dessas pessoas seria resolvida se pudessem tirar uma soneca de dez a 20 minutos a cada duas ou três horas, como fazem os recém-nascidos (que ainda não têm o sono noturno consolidado) (CHRISTANTE, 2006). Conforme Lecendreux (2003), a narcolepsia refere-se à falta de controle da vigília e pode ter início na infância, em casos raros. De acordo com estudos, esse distúrbio é regido pela alteração do processo do sono REM. Acredita-se que decorra de uma alteração do sono REM que, às vezes, persiste durante a fase de vigília do ciclo do sono; com efeito, a maioria dos sintomas apresenta conexão com o sono REM (Todavia, os narcolépticos, com o passar do tempo, acabam tendo a mesma proporção de sono REM que as outras pessoas, e podem experimentar sono NREM durante o dia além disso.) Os episódios inesperados de sonolência excessiva podem representar a presença coativa do sono REM durante o período de vigília da pessoa; com efeito, 75 por cento dessas pessoas em geral começam o sono regular com a fase REM (BECKER, 1993, p. 72). Segundo Aloé, Hanna e Teixeira (2000, p. 52), os episódios desse distúrbio podem ocorrer em períodos de 1 a 10 minutos, "terminando subitamente após esforço mental ou por alguma estimulação sensorial externa, com recuperação dos movimentos". Ronco: caracterizado pelo som emitido durante o sono, visto que há alguma alteração na atividade dos músculos da faringe, como o aumento da adenóide, das amígdalas, da obstrução da garganta ou vias nasais e até excesso de peso. Para Nunes (2007), "a língua cai sobre a garganta e bloqueia o ar." O ronco é o som emitido durante a passagem da corrente de ar, causando vibração nas partes moles da região do pescoço, especialmente o véu do palato, a ?campainha? e as paredes da faringe (LECENDREUX, 2003, p.226). Conforme Becker (1993, p.89), "o ronco é causado por vibrações do palato mole que decorrem da respiração com força exagerada (involuntariamente) a fim de movimentar o ar através de vias aéreas estreitas". De modo geral, esse distúrbio não é muito prejudicial, mas é preciso analisar o quanto a pessoa ronca, para que seja possível concluir sobre a possibilidade do ronco tornar-se apnéia. Síndrome das pernas inquietas: caracterizado pela excessiva movimentação involuntária dos membros inferiores, de modo que o indivíduo desperta muito cansado, com dores, formigamento e cãibras. A ?síndrome das pernas inquietas? é uma sensação desagradável de puxões, formigamento, às vezes cãibras, nas panturrilhas ou nas pernas, que obrigam a pessoa afetada a se levantar e caminhar para diminuir o incômodo (...) e assim retardam o sono (LECENDREUX, 2003, p.204). Além disso, esse distúrbio prejudica o processo do sono porque age como um despertador, visto a necessidade de movimentação excessiva das pernas, de modo que o indivíduo é facilmente despertado e pode ter dificuldades ao iniciar o sono porque a pessoa sente vontade de levantar e caminhar, movimentar as pernas. Durante o sono a freqüência da movimentação dos membros pode durar de alguns minutos a algumas horas. Para Poyares (2006), "caracteriza-se por alterações da sensibilidade e desconforto nos membros inferiores, mas que podem acometer também os braços, e melhoram quando a pessoa se movimenta". Nos casos mais críticos desse distúrbio, o excesso de movimentação dos membros inferiores (esticando, balançando, encolhendo, dobrando) pode ocorrer também durante a vigília. Segundo Becker (1994, p. 78), "também possam estar presentes a insônia e/ou a sonolência durante o dia". Síndrome de Kleine-Levin: caracterizado por surtos de sono que chegam a durar vinte horas, além de acometer geralmente meninos adolescentes, raramente as meninas. Durante os surtos, os adolescentes dormem muito, algumas vezes mais de 20 horas por dia, comem exageradamente, têm transtornos de comportamento e, às vezes, condutas eróticas (masturbação, provocações sexuais etc.) (LECENDREUX, 2003, p. 143). Portanto, durante o sono, o indivíduo pode ser despertado, porém não é indicado porque ele não estará preparado para tal, de modo que possa apresentar características inadequadas, como fome excessiva, irritabilidade e até comportamento sexual inadequado. Contudo, o episódio pode ocorrer diversas vezes ao ano, mas após um acesso o indivíduo demora em torno de sete dias para recuperar-se. Felizmente, esse distúrbio não persiste, desaparece perto dos trinta anos. Sonambulismo: caracterizado pelo caminhar e pela fala, inconscientemente, durante o sono, esse distúrbio tem causa genética e normalmente ocorre na infância, mas pode perdurar pela fase adulta e idosa. Conforme Lecendreux (2003, p. 87), "manifesta-se no início da noite (...) caracteriza-se por uma vigília parcial ou incompleta que ocorre durante o sono profundo". Decorre de episódios de despertar parcial do sono NREM ocorrendo geralmente no sono delta. Caracteriza-se por comportamentos motores semi-estruturados, estereotipados, automáticos com amnésia durante o sono, tais como sentar-se na cama, levantar e até deambular os olhos abertos com uma expressão facial vaga e distante, terminando com o paciente voltando para sua cama ou permanecendo em outro ambiente (Aloé, Hanna e Teixeira, 2000, p.53). De acordo com Becker (1993), os episódios de sonambulismo são breves, duram em torno de dez minutos e os olhos ficam abertos, embora o indivíduo não possa ver. Entretanto, é uma parassonia que envolve os familiares porque é necessário acompanhar o indivíduo, visto que ele anda, fala, senta, caminha pelos ambientes da casa e pode até sair pela janela ou chutar um móvel, já que seu sistema motor está extremamente ativo e ocorre na fase de sono NREM. Contudo, o sonambulismo é muito interessante porque permite um comportamento quase natural, de modo que pareça estar acordado, mas é automático, estereotipado, de modo que dure de alguns minutos ou até meia hora. Sonilóquio: caracterizado pela fala inconsciente durante o sono. Segundo Langen (1983, p. 46), "falar dormindo é um sonho intenso, e assim prevalece de maneira absoluta durante a fase de sono assíncrona". Para Becker (1993, p. 89), "a fala durante o sono é comum e quase sempre benigna, e é mais comum quando se está particularmente cansado ou quando alguém os pergunta alguma coisa pouco antes de adormecermos". Enquanto que para Nunes (2007), o sonambulismo tem causa genética e é comum em 15% de crianças entre seis e doze anos. Esse distúrbio ocorre, geralmente, no sono profundo e intenso (REM ou paradoxal), mas quando acontece na fase do sono NREM a fala tem referência a acontecimentos recentes e o tom de voz é monótono, enquanto que no sono REM, a expressão oral remete-se a fatos e conflitos internos, sofrimento físico ou moral, e o tom do discurso tende a ser emocional. Além disso, é muito comum em crianças, mas há adultos com esse distúrbio, motivo que ainda não foi desvendado pelos especialistas do sono. A emissão de fala ou outro som durante o sono é conhecido com o nome de sonilóquio. È bastante comum, atingindo cerca de 20% das crianças entre 3 aos 10 anos de idade. Tende a desaparecer após a primeira década de vida e não traz repercussões, não sendo necessário tratamento (ALVES, 2007). Considerações finais O objetivo principal deste estudo foi apresentar a real importância do sono à vida humana, a fim de refletir sobre particularidades e necessidades especiais do sono, as quais são individuais e intransferíveis. Seguramente, é possível afirmar a essencialidade do sono ao bom funcionamento cerebral e do organismo, mas principalmente à memória, além da atenção, percepção, raciocínio lógico e outras habilidades importantes. E, com isso, atentar para sua boa qualidade e reconhecer as dificuldades encontradas para que possam ser sanadas por especialistas do sono. REFERÊNCIAS ALOÉ, Flávio. Arquitetura do sono. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2008. ALOÉ, Flávio; HANNA, Marcelo; TEIXEIRA, Virna. Doenças dos sonhos. In: HISGAIL, Fani (Org.). A ciência dos sonhos: um século de interpretação freudiana. São Paulo: Unimarco. 2000. p.37-56 ALVES, João G. B. Sono. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2007. BAGNATO, Maurício. Distúrbios do sono. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2008. BECKER, Bárbara. Distúrbios do sono: como tratar e evitar. Rio de Janeiro: Ediouro, 1993. CHRISTANTE, Luciana. Ataques de sono. Mente e Cérebro, São Paulo, 2006, n. 166. Disponível em: . Acesso em 02 set. 2008. COBRA, Nuno. A semente da vitória. São Paulo: Senac. 2008. COREN, Stanley. Ladrões de sono. São Paulo: Cultura. 1998. KASE, Lori Miller. O mágico poder do sono. Seleções Reader?s Digest, Rio de Janeiro, 74-79, ago. 2008. LANGEN, Dietrich. Distúrbios do sono: reaprender a dormir bem. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S/A. 1983. LECENDREUX. Michel. Sono: 100 perguntas e repostas. São Paulo: Larousse. 2003. LOUZADA, Fernando; MENNA-BARRETO, Luiz. O sono na sala de aula: tempo escolar e tempo biológico. Rio de Janeiro: Vieira&Lent. 2007 MOÇO, Anderson. A hora certa de aprender. Nova Escola, São Paulo, a. XXIII, n. 212, p. 88-91, maio 2008. NUNES, Cássia. Guia do sono. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2007. POYARES, Dalva L. R. Narcolepsia. 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