Por quantas vezes, temos idéias perfeitamente factíveis e fazemos todo o desenvolvimento mental dela, para no dia seguinte, esquecer e começar a sonhar no desenvolvimento de outra ideia perfeitamente viável para, no dia seguinte, esquecer e... assim continuamente.

Tudo que existe, foi antes, sonhado. Imaginado. Desenvolvido, primeiro, em pensamento. E só depois, às vezes com muita luta, outras vezes nem tanto, é que se transformou em realidade. Desde uma simples cadeira até supercomputadores foram antes imaginados por alguém.

OK Eloy!  Isto todo mundo sabe!  Mas qual o motivo de trazer à baila isto?

É que tenho visto tanto desânimo ultimamente, tantas pessoas que se dizem realistas que creio estamos vivendo uma fase de extrema “REALIDADE”. Empresários fazem questão de afirmar que administram por resultados. Governantes expressam suas ideias de forma a trazer (dizem) RESULTADOS à população. Funcionários,  públicos ou privados, tentam mostrar RESULTADOS aos seus superiores imediatos.  Técnicos e jogadores de futebol,  ainda o esporte mais praticado no Brasil, falam somente em obter RESULTADOS. Como se o RESULTADO fosse mais importante que OS MEIOS PARA OBTENÇÃO DOS MESMOS.

Não!  Não podemos e não devemos lutar por resultados a qualquer preço. Não adianta empresário-chefe-governante pressionar os hierarquicamente inferiores para a busca daquilo que, para eles, é o mais importante. O dito... RESULTADO. Desta pressão intensa pode-se às vezes, até mesmo conseguir aquilo que, em principio, é importante, mas o custo disto é muito alto. Os meios para a obtenção são muito mais importantes. É como aquela história que alguém disse uma vez que o bom não é chegar ao destino, mas o conhecimento que se consegue na  estrada para lá chegar.

Tenho visto chefes-empresários determinarem metas a subordinados  de, por exemplo 200 quando na realidade ele se satisfaria com 50. Pôxa! Então para que pedir 200?  Para que,  se ele alcançar 50-60-70 já está acima da quantia razoável.

E repito,  o CUSTO disto é muito alto. Para a empresa privada, a pressão extrema sobre funcionários pode levar a níveis insuportáveis, levando o próprio funcionário a pedir demissão, ou pior ainda, em casos extremos, a solapar-lhe a saúde física e/ou mental. Já para o funcionário público, a pressão extrema leva-o a desvencilhar-se rapidamente de qualquer responsabilidade maior, tornando então sua FUNÇÃO PÚBLICA em mera transferidora de responsabilidades. Exemplificando melhor, são aquelas pessoas com FUNÇÃO PÚBLICA que adotam frases feitas e as usam constantemente, tais como: “Não fui eu”... “Não é minha responsabilidade”... “É com outro departamento”,  e assim por diante.

Então, em vez de só sonhar ou só cobrar ,  que tal começar agindo diferente?

Afinal, como mudar fazendo tudo igual?  Como esperar que bons resultados aconteçam somente imaginando, esperando ou só exigindo superações, sem instigar ou promover as mesmas?  Para criar um cenário próspero é preciso entrar em ação com atitudes e posturas decisivas que gerem resultados satisfatórios, tanto para comandantes como para comandados, bem como para clientes que buscam serviços, produtos  ou respostas que solucionem problemas e não que venham a gerar outros.

O desafio da atual forma de gestão, seja pública ou privada, é levar a maior quantidade de benefícios aos seus clientes. A isto se chama “maximização de resultados”. Na gestão pública, “clientes” são todos os contribuintes que recolhem tributos, de forma direta ou não, e merecem que estes tributos sejam tratados de forma correta, honrada e honesta para o bem maior da sociedade.

Por isto, cada vez que você entra num órgão público ou numa empresa privada, veja se os gestores daquela empresa, ou órgão público estão atuando ou só sonhando com “resultados”.

Se numa empresa privada houver só sonhos, saia e procure um concorrente que atue da forma que você achar correta. Se em um órgão público, saia e, na próxima eleição, veja como você vai votar, para que não obtenhas o mesmo “resultado”.

Afinal, você está atuando ou só sonhando? Os resultados que você espera estão vindo de acôrdo com suas necessidades ou você está, ainda hoje, só sonhando com eles?