Somos apenas números
Publicado em 14 de janeiro de 2010 por Reginaldo Rodrigues
Aniversário de 12 anos da minha afilhada, demorei vários minutos até fazer as contas e falar com exatidão a idade dela, fomos eu minha filha no Hipermercado para comprar o presente. Tudo ia muito bem até chegarmos ao caixa. Tirei o cartão do bolso, entreguei a sorridente menina que me atendia, até que ela me disse: “Digite sua senha senhor...” Olhei pra ela com aquela cara de ingênuo e fiz a pergunta mais idiota que poderia fazer: “Minha senha?” E ela balançou afirmativamente a cabeça. Olhei o teclado, a fisionomia ansiosa da minha interlocutora, o rosto gordinho da minha filha que já queria abrir o pacote de balas que acabei permitindo que passasse junto com o presente... e nada. Os números não vieram à mente. Definitivamente não acertei a senha. Depois de duas desastrosas tentativas, não quis arriscar a terceira, sob pena de ter o cartão bloqueado.
Reparou como somos pressionados o tempo todo pelos números? Na rua o que mais temos ouvido: Quanto é o prêmio para que ganhar “A Fazenda
Sou um dos que tem o péssimo hábito de dizer que isso é memória seletiva. Só me lembro daquilo que é realmente necessário, o restante, se for conveniente, anoto. Brincadeiras à parte, uma amiga me indicou um livro, na verdade um curso de memorização. Se valer depois eu indico. Querem saber como paguei a conta no supermercado? Depois de algum constrangimento o tradicional chequinho me salvou de vexame maior. Isso depois do documento ter passado na mão de três pessoas superiores à moça do caixa, que já não estava mais tão simpática. Pelo menos preenchi corretamente os números no cheque. Ganhei até uns dias no pagamento! Apliquei o famoso “Bom Para”. Quanto ao cartão, fui ao banco e mudei a senha. Vamos aguardar a próxima compra, mas na dúvida, vou anotar no papelzinho.