Você já deve ter ouvido que "cada pessoa é um universo". 

Essa é uma frase de domínio público, sem autor conhecido, muito utilizada na gestão de pessoas, seja profissionalmente ou naquele "conselho" amigo após, geralmente, uma desavença ou desilusão.

Eu pessoalmente gosto - e filosofo com - muito dessa "teoria", mas tenho uma visão complementar que considero importante compartilhar com vocês e que, espero, pode fazer alguma diferença na forma como vocês (e eu) encaram suas relações, pessoais e profissionais.

Mais do que um universo ou, como na música de Marisa Monte, um "infinito particular", cada um carrega - e descarrega - seu universo nas mãos, à flor da pele, pois nele estão sua história, suas crenças e valores, suas opiniões e "certezas da vida" e, principalmente, suas diferenças. 

O equilíbrio desse "gelatinoso universo" cabe à inteligência de cada um, mas não àquela que se mede com o Q.I., mas à do mais recentemente respeitado e admirado "Q.E.", ou quoeficiente (ou coeficiente) emocional.

Aos fãs das HQs ou filmes de ficção científica - ou aos estudiosos da física quântica - é fácil de imaginar os efeitos desastrosos de um "choque" entre universos, e é exatamente disso que falo quando o Q.E. falha e as diferenças não são respeitadas, "quiçá" reconhecidas, falando mais alto o ego e a busca pelo poder, mesmo que disfarçado de respeito (ou medo).

Aos amantes do cinema internacional que assistiram e admiraram a inteligência (de amos os Qs) do filme "Mundos Opostos" (recomendo), que melhor entenderão a analogia, mas também aos demais, eu ratifico que não é fácil, dá trabalho e, às vezes (sempre), representa uma batalha interna. No entanto, diante de um universo oposto, ou apenas diferente, ao seu, aproveitar um ponto comum, por menor que seja - ou mais difícil de identificar/alcançar -, para entrar e começar uma inteligente (essa do Q.E.) transformação, que pode mudar, para melhor, a sua vida e a do "outro universo", é a melhor forma de agir, ou pelo menos a única que dá o melhor resultado esperado, o "crescimento" na base do ganha-ganha.

A admiração, o respeito e a amizade que ocorrerão naturalmente será até imperceptível, mas valiosíssima.

Para você que achou tudo muito teórico e filosófico (e é, porque não tem receita de bolo, apenas muito trabalho e auto-conhecimento)' eu deixo uma frase que aprendi com uma gestora e hoje querida amiga (que ouviu de um gestor, e assim sucessivamente): "VOCÊ QUER SER FELIZ OU QUER TER RAZÃO?!"