SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO: UMA ANÁLISE DE SUAS ORIGENS E DESENVOLVIMENTO A PARTIR DE UM ENFOQUE DA SOCIOLOGIA DO CONHECIMENTO.

            O objetivo do artigo é tratar sobre as origens e o desenvolvimento da Sociologia da Educação enquanto campo científico, a partir de análises será concluído que em seu interior há temas relacionados à representação social e também a ação do sujeito no cotidiano, incluindo temas sociais mais amplos.

            Por volta de 1950, houve tentativas para firmar a educação como algo autônomo e com seu próprio objeto de estudo, tentando resgatar a Sociologia da Educação a partir de tendências teórico-metodológicas, e sua inserção no contexto político-social. Mas isso não era algo novo, no início do século XX, vários estudiosos dos diversos lugares interessavam-se por esta temática, dando origem a chamada sociologia do conhecimento. Com o tempo, essa sociologia foi sendo esquecida até que, na década de 1960, ganha força novamente com outros sociólogos, mas agora com algumas características diferentes da proposta anterior, sendo que a discussão passa a centrar-se em sua construção do conhecimento, o seu foco é nos pequenos espaços cotidianos em que há a real construção e diversidade do conhecimento.

            A Sociologia da Educação divide-se em diversas correntes teóricas devido às diversas temáticas discutas que compõem o seu campo de estudo. Assim, formando uma Sociologia da Educação com caráter marxista e outra ainda funcionalista. Há ainda aquela que tem seu enfoque de caráter macrosociológico (relação entre o capitalismo e as desigualdades sociais) e microsociológico (análises sociais em pequenas unidades, como sala de aula).

            No século XX, o chamado enfoque moralista de orientação geral positivista contribuiu para a legitimação da Sociologia da Educação, pois acreditava que o conhecimento sociológico da educação iria influenciar o crescimento do saber social. Apesar de estudos, pode-se afirmar que a Sociologia da Educação só se consolidou como campo específico nos anos de 1950 e 1960, principalmente nos países desenvolvidos, pois houve a universalização do ensino médio, dessa forma, o estado necessitava de um conhecimento maior para que pudesse planejar e controlar os sistemas de ensino, assim amplia-se os financiamentos para a pesquisa educacional, produzindo condições para a consolidação da Sociologia da Educação.

Há um imenso gasto na educação pública, sendo considerado necessário para o processo de modernização no pós-guerra. Sendo que foi um período marcado por desigualdades educacionais e sociais, desta maneira, a educação seria a principal condição para democratizar as oportunidades. Surgem várias temáticas relacionadas a esta discussão de desigualdades relacionando-as ao sistema de ensino. A educação é vista de várias maneiras, como fator de democratização e distribuição de renda e como um instrumento de manutenção de poder e das desigualdades sociais.

A teoria técnico-funcional tem como proposições básicas: 1) A tecnologia requer uma demanda de pessoas mais qualificadas. 2) Neste sentido, há um número maior de pessoas freqüentando a escola. 3) As exigências constrói sociedades com méritos. Já a teoria do capital humano relaciona a educação com o investimento e a produtividade, sendo que, em 1960, a educação passa a ser vista como essencial para o desenvolvimento da economia.

A sociologia da Educação tem como objeto de estudo a educação, com predomínio do empirismo em suas pesquisas, de caráter quantitativo, ganhou seu espaço no campo científico a partir de seu “rigor científico” e a legitimidade de seu objeto de estudo. Mas, essa sociologia muda seu perfil conservador para um crítico em relação à educação. Pois, o período de prosperidade entra em crise, em plenas vias de modernização, sendo que esperavam desse campo de estudo, respostas para as indagações. Isso acontece no final dos anos 1960, em que há uma desilusão em relação às promessas de desenvolvimento.

Surgiram e se fortaleceram várias outras teorias contrárias ao funcionalismo. E a crítica social em relação à educação/escola é que ela não é um instrumento de desenvolvimento econômico, transformação e melhoria da sociedade, mas é desmascarada como mecanismo importante para reproduzir as desigualdades sociais. Na Sociologia Britânica, esta mudança ficou conhecida como Nova Sociologia da Educação – NSE, sendo necessário centrar-se no processo de transmissão do conhecimento (pela escola). A Sociologia da Educação se firmou no final da década de 1960, prioriza os aspectos culturais da educação.

A partir de 1973, os anos são marcados por inúmeras crises econômicas (produtividade) nas cidades de capitalismo avançado, exigindo uma reestruturação do sistema. Essa reestruturação precisou-se das tecnologias, o que implicou para um problema na qualificação do trabalho, e também no sistema de ensino.

            O Neoliberalismo justifica-se a partir da crise fiscal do Estado. As novas tecnologias de base são apresentadas como motores das transmissões das economias capitalistas, ocultando as novas relações de poder. A ideologia neoliberal questiona a função social da escola e coloca em debate as propostas das oportunidades educacionais.

O novo enfoque que marca esse período se insere em um movimento denominado pós-modernismo, que se refere tanto a uma posição intelectual (uma forma de crítica cultural) quanto um conjunto de condições sociais, culturais e econômicas que caracterizam a era do capitalismo e do industrialismo global.