Sociedade de Pedras

                                                                  Wanderson Boareto

No planeta Pedra, na Via-Láctea dos mineiros formou-se várias civilizações de pedra durante um longo período de convívio social. As pedras, não poderiam viver sozinhas já que estes povos têm característica e necessidade de viver em sociedade. Durante sua história as várias civilizações de pedras formavam  suas formas de governo que passou pela Monarquia Absolutista, pela Monarquia, pela Monarquia Parlamentarista, pelo Parlamentarismo e pela Democracia.

No entanto, existiu sempre uma elite que governava no campo da política, da economia. Sendo assim, a cultura (“Forma de pensar e de viver de um povo”) era ditada e manipulada por este grupo que durante muito tempo era composto pelo minério do ouro. Este tipo de pedra sempre tinha um brilho, formando assim a classe que regia o poder através de princípios e normas dos costumes, que se diferenciava devido a influência geográfica, étnica e cultural dos diferentes povos.

Após o século III do nascimento de um grande Avatar, se fundou uma religião que ganhou proporções faraônicas. Este grupo de pedras também era dirigido por pedras de ouro, mas tinha níveis variados como a Prata, Cobre, Ferro,  Cascalho e até o Diamante que era a pedra dos intelectuais. Esta instituição fundou um sistema de ideologia social e política com base em uma verdade espiritual. Este grupo acreditava que era a única fonte de sabedoria era em  cima de uma obra que regia a ética e a moral dos Estados, províncias e nações.

Com a formação dos Estados Nacionais, um segundo grupo de pedras iniciou um luta pelo poder político, já que o econômico ele já se dispunha. Era a pedra de carvão, este mineral formado por uma cor  que não  tem brilhante por essência, conquistou o poder através de várias revoluções entre elas a “Revolução Industrial” que trouxe consigo a divisão da sociedade em duas classes. Classe que vendiam  sua força de trabalho e outra que as compravam. Os carvões assim passaram através do poder do capital á manipular os outros minerais através de ilusões de ganhos exorbitantes e de facilidade de corromper a lei.

 Durante todo o processo de evolução das pedras o conhecimento foi um dos seus grandes tesouros, e pertencia à elite, os minerais de pedra que se enveredavam por este caminho eram polidos durante sua trajetória e se tornavam pedras mais  brilhosas e úteis a sociedade e aos Estados. Este conhecimento também sofria a influência da elitista  que rege o poder, no entanto, só o conhecimento pode levar os grupos de pedra a liberdade. Tem que ser lembrado que as ideologias fundamentalistas sempre existiram, mas com luta de classes elas são mais necessárias para o adestramento das pedras para que elas não ganhem polimento intelectual, e sim se torne peças decorativas de uma sociedade que vive e cresce da miséria e exploração de outras de pedras, que sofrem preconceitos, discriminação e abuso dos seus direitos básicos de sobrevivência.

Entre as várias formas de ilusão, talvez uma seja a mais perversa que faz com que os grupos de pedras acreditem na política democrática, e que através do consumo de produtos duráveis o sistema esteja se desenvolvendo, mesmo com índice assustador de violência e miséria entre as várias nações do planeta. Esta ilusão criou um grande perigo social, a misturas das classes sem um processo de construção e de lapidação, assim pedras extremamente brutas se infiltraram em todos os cargos e famílias do globo. Esta infiltração se dá por diversos motivos; entre eles a prostituição dos sonhos, a pobreza intelectual e a falta de valores éticos – morais. Nunca na história das pedras a sociedade esteve tão doente de valores, e a cura está muito longe de ser alcançada devido a infantilidade da cobiça, já que em uma sociedade de classe o ganho vem a frente do amor, da família e dos valores.

Esta crise de postura é influenciada pelo sistema e pela ambição incrédula dos grupos que tem uma competitividade fantástica que é estimulada pelas pedras de carvão a todo instante. Para abrilhantar os meios e técnicas utilizados pelos carvões nomes sugestivos, como sucesso, objetivo, metas, empreendedorismo foram lançados no mercado ideológico como padrões de desenvolvimento e de felicidades necessárias para sobressair sobre outras pedras.  A falta de escrúpulos dos dirigentes do sistema é justificada em cima das classes mais pobres. Como este grupo é dirigido através de circo e pão a sua manipulação e escravidão se torna mais fácil e o sistema assim vai ganhando sua manutenção.

A pergunta é: será que as pedras querem ser libertadas das correntes ideológica do sistema? Como a venda de ilusões é o mercado que mais cresce, a necessidade de sonhos medíocres como ter algum objeto, é desenvolvido no subconsciente das crianças e assim os diamantes estão se tornando cada vez mais raros. Na verdade, os diamantes não tem valor, já que pensar, não gera lucro, salvo no mercado empreendedor e de tecnologia, o restante é secundário.