SOCIALIZAÇÃO DE CRIANÇAS EM SALA DE AULA E CONVIVIO ESCOLAR.

                                                                                              

Aline H. de Camargo Alves
Guilherme Beraldo Cesário
Marília Jorge Fiumaro
Marimilla M. Rosa da Silva
Michel Nicolas Masson
Profª./Orientadora. Dr. Ana Paula Barbosa

 

RESUMO

Neste artigo apresentamos a pesquisa realizada no Colégio Villa Lobos, na cidade de Franca, nosso objetivo foi fazer a observação de crianças de seis anos em sala de aula, para conhecer os métodos utilizados na sua socialização e aproximação entre si, e como o educador se apropria desses meios para melhor aproveitamento em sala de aula. Na pesquisa foram utilizados: método dedutivo, a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo, durante um período de cinco meses. Para chegarmos a um resultado final onde concluímos que é de suma importância a socialização das crianças nessa idade, e indispensável o educador se apropriar dos métodos que as crianças utilizam para se aproximarem e fazer com que o processo de ensino – aprendizagem seja efetivo.
Palavras chave: crianças, socialização, escola.

ABSTRACT

It is presented herein the research carried out at College Villa Lobos in Franca, São Paulo, whose aim was to observe six-year-old children’s behavior in the classroom, to know what methods they use to socialize and approach, and also how the teacher makes use of these means to make the most of the classes. The deductive method, bibliographical research and field research were used in this article in a five-month period. It was concluded that socialization is mandatory for children at this age, and it is essential that the teacher appropriates these means children use to approach in order to make the teaching/learning process effective.
Keywords: children, socialization, school.

 

INTRODUÇÃO

O convívio social escolar pode influenciar muito no processo de ensino e aprendizagem da criança. No presente trabalho acadêmico visamos o estudo da interação social dessas crianças no ambiente escolar, possibilitando uma maior compreensão de como se dá o processo de funcionamento dos grupos sociais em sala de aula, assim então facilitando o entendimento de como ocorre e pode ocorrer o trabalho de ensino e aprendizagem, e auxiliar na construção de um relacionamento social mais saudável, ético e respeitador, partindo dos princípios e motivos internos que regem a dinâmica organizadora do grupo.

O colégio Villa Lobos, o que desenvolvemos a pesquisa, utiliza de métodos bem estabelecidos e importantes para que as crianças que nele estudam possam ter um bom desenvolvimento cognitivo. Métodos como rodizio de lugares, atividades em grupo dentro da própria sala de aula, outras atividades como esportes entre salas, passeios para desenvolvimento cultural, gincanas de jogos e de conhecimentos, entre outras tantas atividades que a escola sempre está a procura, para inovar na aprendizagem se suas crianças.  

REFERENCIAL TEÓRICO

De acordo com Suzanne Mollo-Bouvier (2005), a socialização: “insiste no vínculo entre conhecimento de si e conhecimento do outro”. Essa concepção nos leva muito longe do uso banalizado da palavra “socialização”, que costuma designar de modo aproximado à capacidade de cada um a integrar-se na vida coletiva, ou antes, como veremos mais adiante, em certas formas institucionalizadas de vida coletiva. Na prática, a denúncia de uma má socialização acarreta juízos estigmatizantes ou atividades reparadoras e impede que se considere a socialização um processo contínuo embora não linear (isto é, submetido a crises) de ajuste constante de um sujeito a si mesmo, ao outro e a seu ambiente social. A socialização compõe-se de dessocializações e ressocializações sucessivas. Ela é a conquista nunca alcançada de um equilíbrio cuja precariedade garante o dinamismo. Em contrapartida, essa concepção interacionista da noção de socialização implica que se leve em conta a criança como sujeito social, que participa de sua própria socialização, assim como da reprodução e da transformação da sociedade. Essa perspectiva é totalmente inexplorada pelos sociólogos. A sociologia da infância ainda está por inventar.

De acordo com autores Papalia, Olds e Feldman (2010, p. 134) o “Desenvolvimento Físico a criança consegue descer escada sem ajuda, pular num pé só, saltar e mudar de direção. Veste-se sem ajuda. A primeira dentição começa a cair e é substituída pelos dentes permanentes”. Pode se verificar então que a criança que inicia a idade escolar já possui certa autonomia, que influencia muito no âmbito escolar, uma vez que isso influencia muito no seu meio social.

            Ainda o autor indaga que “O cérebro atinge quase o seu tamanho adulto, mas ainda não está totalmente desenvolvido. Amadurecimento das regiões corticais ligadas à linguagem”. Essa afirmação nos ajuda a entender que sua socialização nesse meio escolar será iniciada de maneira mais adequada, já que o desenvolvimento da linguagem está mais desenvolvido agora. E essas crianças serão mais capazes de se comunicar com o seu meio social afim de uma troca de informação.

            O Desenvolvimento Cognitivo da criança também tem sua evolução, segundo os autores Papalia, Olds e Feldman (2010, p. 142) “amadurece a teoria da mente: a criança consegue distinguir fantasia de realidade. Codificação, generalização e construção de estratégia começam a se tornar mais eficientes”, assim a criança já consegue ver a realidade das situações, separando fantasia de situações que pedem da criança maior atenção. Também tem maior eficiência na solução de problemas, já que tem uma maior capacidade agora de construção de estratégia.

            Em se tratando do desenvolvimento emocional, social e de linguagem:

... “a criança já tem um vocabulário que se aproxima do adulto, ela consegue repetir uma história sem dificuldades. Ela começa a reconhecer vergonha e orgulho nos outros, aumentam seu positivismo e diminuem seu negativismo. No seu meio social podem-se encontrar padrões de intimidação e vitimização”.

            Segundo Paidéia (1996), “Nas brincadeiras, desde que desempenhadas em grupos, pode-se observar o estabelecimento de uma rede de relações. Vale lembrar que a estrutura interacional é essa rede de relações que se depreende dos comportamentos das crianças em uma situação de grupo, com movimentos que se traduzem em aproximações e afastamentos entre as crianças, ou de adultos que eventualmente estejam presentes”.

            Jones (1981) observou diferenças sexuais no desempenho social de crianças pequenas, como por exemplo o fato das meninas passarem mais tempo observando outras crianças sem interagir, enquanto os meninos passam mais tempo observando outras crianças de longe. Outro aspecto apontado por esse autor é o da variabilidade da qualidade das interações sociais proporcionalmente a passagem do tempo. Ele observou que a sociabilidade aumenta com a idade. O estudo de Emmel (1990) demonstrou diferenças qualitativas nas interações mantidas entre crianças mais novas e mais velhas. No grupo de crianças mais velhas, a sequencia e complexidade dos diálogos, bem como a combinação de várias modalidades interativas em cada surto ocorrido (linguagem, somada a trocas de olhares, sorrisos, gesticulações), foi superior ao grupo de crianças mais novas, mostrando um nível de elaboração bem mais aprimorada. Neste mesmo estudo, observou-se nas crianças mais novas, a predominância de diálogos curtos e interrompidos e de brincadeiras turbulentas, como lutas corporais, o que gerou um maior número de interrupções nas atividades que estavam sendo executadas, comparadas às crianças mais velhas.

MÉTODO

Nesta pesquisa foi utilizado o método dedutivo, a pesquisa documental, que é elaborada a partir de textos prontos, citações, e para melhor entender o assunto do tema a pesquisa de campo para a utilização das coletas de dados, a observação, para compreensão da forma de vida daqueles familiares e para melhor entendimento e compreensão aplicado um questionário, trazendo mais informações para sua pesquisa, ajudando nos resultados.

RESULTADOS

           O resultado da pesquisa foi muito gratificante, não somente por verificarmos que todas as teorias apresentadas por nós de diversos autores, é de fato real, mas também por verificarmos o plano de ação que o colégio insiste, para sempre obter melhoras no desenvolvimento dessas crianças, que como a própria escola acredita, é o nosso futuro.

Os questionários aplicados aos professores e funcionários do colégio, foram em quase sua totalidade comprobatórios nos nossos estudos, que sim, os educadores utilizam dos meios nos quais os próprios alunos utilizam para integrarem entre si.

 CONCLUSÃO

Com a pesquisa concluímos que sem a interação dos educadores em estabelecer um completo contato com as dinâmicas utilizadas pelos próprios alunos para se socializarem, não é possível um desenvolvimento saudável no quesito cognitivo dessas crianças. E também que existem muito visivelmente um processo de socialização que basicamente se compreende como um instinto de sobrevivência dessas crianças.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BOUVIER, S.M. Transformação dos modos de socialização das crianças: uma abordagem sociológica. Educação e Sociedade, v. 26, n. 91, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-3302005000200005&lang=pt.

DURKHEIM, E. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

EMMEL, M.L.G. O pátio da escola: espaço de socialização. Paidéia (Ribeirão Preto), n.10-11, 1996. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X1996000100004&lang=pt.

GOMES, D. Cultura Organizacional – Comunicação e Identidade. Coimbra: Quarteto Editora, 2000.

MARCONI, M. de A. e LAKATUS, E. M. Fundamentos da metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

PAPALIA, D. E., OLDS, S. W., FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. Trad. Daniel Bueno. Vol. 1, cap. 11 e 12, Porto Alegre: Artimed, 2006 p. 424-497