Welden Berg Carvalho Costa,

 Socialismo, comunismo e, as mudanças sociais em meados do século XVIII.

Comentário

Meu interesse pelos escritos de Karl Marx, não são apenas para dizer onde este escritor errou ou acertou em seu postulado, em suas teorias sobre a sociedade, sobre as indústrias modernas, ou sobre quem domina quem. Mas meu interesse é sobre tudo para tentar entender e explicar de uma forma modernizada o que realmente ele vivenciou na sociedade de sua época, e oque ele viu em nível de futuro.

Para Karl Marx, a burguesia surgiu dos destroços do feudalismo. Para entendermos melhor torna-se necessário compreendermos o termo “burguesia”. Marx diz que burguesia é ou são os grandes empresários donos das indústrias que passaram a dominar, e suprimir as pequenas empresas. São detentores dos grandes meios de produção, e passam a explorar o individuo dando a ele um novo sentido social. Marx chama este individuo de operário.E a sua organização em classe, de proletariado.

Marx entende que sempre existiram, duas classes antagônicas de lutas históricas, e com o surgimento da nova sociedade burguesa não eliminou os antagonismos, apenas estabeleceu novas formas de opressão, de lutas no lugar das antigas.

Marx viu o surgimento de uma nova sociedade burguesa apartir das grandes ‘navegações, e, de um intercambio com as índias, e o oriente. O mercado comercial teria um grande impulso jamais visto em sua própria historia. Para ele a descoberta das Américas o continente africano e as ligações com as colônias propiciaram todo este crescimento desordenado, e o surgimento de uma burguesia forte e capaz de dominar,e, de alto reajustar-se como é ate hoje. A  grande sacada dos donos de produção foi sem duvida segundo ele, a máquina a vapor,para ele isto foi a grande revolução industrial daquela época.

Segundo Marx, a grande indústria criou o mercado mundial. Este, por conseguinte deu origem ao comércio, a navegação e as comunicações por terra. Assim a burguesia se desenvolveu e, evoluiu seu capital, e assim em alguns planos.

Rompeu com a idade media tal qual ela era. Marx acredita em um rompimento da sociedade moderna com a sociedade medieval, muito embora outros autores discutam isso,e, até afirmam que não tivemos um rompimento, mas sim uma continuação, não exatamente como na era medieval, mas de uma forma modernizada. (FRANCO,Júnior Hilário 2006)E para cada estágio da burguesia foi acompanhado de certo progresso político que correspondia aos seus interesses. É notado por ele que o poder político do Estado moderno é criado para atender, e administrar os negócios comuns de toda a classe burguesa.

Marx entendeu estas diferenças, a muito quando fazia suas análises no seio do feudalismo, procurando entender as transformações ocorridas. Se por um lado, ele conseguiu perceber que as transformações ocorridas socialmente, foram por causa da grande industrialização e a maior aproximação de cada território em termos comerciais. Trata-se de o surgimento do Estado moderno, e do liberalismo comercial que se transformou em globalização, com a quebra de tarifas alfandegárias, implicando cada país a ceder espaço para as grandes indústrias mundiais juntamente com matéria prima e mão de obra barata.

Surpreende-me o fato de um grande intelectual que foi Marx, ter juntamente com Engels, escrito apenas porque estavam preocupado com as relações de poder ou social, com as opressões sofridas pelas sociedades mais pobres. Pois percebo que ao mesmo tempo, que a crítica é feita ao poder dominante, eles se contradizem. Para mim a conjectura feita, de a burguesia parecer um grande gigante, que poderia ser vencido apenas com a tomada dos meios de produções pelo proletariado e administrado pelo Estado,não mudaria o fato de sempre haver um poder dominante, já que do mesmo modo teríamos uma cúpula no poder. Não acredito que seja necessário detalhar formas de governos.

Segundo GIDDENS, Anthony 1991, Marx via a luta de classe como fonte de dissidências fundamental na ordem capitalista, mas vislumbrava ao mesmo tempo a emergência de um sistema social mais humano. Entre tanto para Durkheim, ele acreditava que a expansão ulterior do industrialismo estabelecia uma vida social harmoniosa e gratificante, integrada através de uma combinação da visão de trabalho e do individualismo moral. São visões nem tanto harmoniosas ou sincronizadas, mas que refletem a preocupação em entender, a mudança nas relações sociais quer seja em vida privada ou pública, pois a cada instante torna-se mais complexo o estudo histórico social de uma determinada sociedade em um determinado tempo e espaço. Assim como Le Goff, compreendo que devemos analisar cada sociedade dentro de suas especificidades, e sua mentalidade, acredito que isso seja um fator determinante para o sucesso da historiografia moderna e pós-moderna. Acredito que o materialismo histórico e dialético de Marx encontra-se no seu apogeu.

Estamos sem duvida mergulhados, em um, grande mar de ideologias, e construções filosóficas que não diz,muito a respeito do que realmente a sociedade espera que se diga. E os estudos que são produzidos quase sempre são estudos, tendenciosos que pouco contribuem parao crescimento cientifico.

Mas retomando a nossa discussão sobre Marx, acredito que nunca houve,um momento tão importante na historia como este que atravessamos atualmente, onde percebo uma relação preponderante do que Marx escreveu e viu em nível de futuro. Não estou dizendo que houve uma predição de sua parte. Mas, sim de uma visão futurista cheia de afirmações que, modificou o mundo moderno, e que está presente em nossa sociedade.

Podemos citar as revoluções ocorridas na Europa, à criação e desenvolvimento de sindicatos e associações de trabalhadores por todo o mundo. Marx não apenas revolucionou o mundo intelectual de sua época, mas contribuiu para o desenvolvimento cultural de toda uma sociedade cientifica mundial moderna. Em suma Marx descobriu um sentido de “escravidão legal”. Trata-se da mão de obra, que devido a ascensão do capitalismo, o homem vende sua mão de obra, sua força de trabalho para manter sua sobrevivência. Isto é moderno, muitos estão a margem de uma sociedade excludente, e fadados a morrerem sem qualquer perspectiva de mudança. Veja o que Marx diz:

Mas a moderna propriedade privada burguesa é a ultima e mais perfeita expressão do modo de produção e de fabricação e apropriação de produtos que se baseia em antagonismo de classes, na exploração de uns por outros(...) o preço médio do trabalho é o mínimo de salario, ou seja, a soma dos meios de subsistência necessários para que o operário viva como operário.

O que vimos ser construído e reconstruído é um escopo de, politicas obscuras que levam o individuo a continuar dependente de um sistema, aprisionado a um grupo ou organização de caráter politico ou religioso, de uma ideia ou ideal como via de regra para sua existência. Este mesmo é cultivado a reproduzir e não a produzir, tornando-se uma maquina humana, mas que opera com muita dificuldade.Enquanto Marx vislumbrava um mundo, de novidades quanto às mudanças que estavam ocorrendo na sociedade europeia de sua época. E.P. Thompson surgiu dando um sentido amplo a, uma discursão moderna sob o tema de classe vivenciou o surgimento da classe operaria inglesa e assim como Marx estuda a classe operária e seu desenvolvimento. Enquanto um aplícasse a análise social a partir, do desencadear tecnológico, o outro, retrata as ações sócias surgidas de dentro da estrutura social propriamente dita. No entanto tem-se em comum um apego as análises sócias e suas transformações, cultural, religiosa, politica e social, tudo dentro de um antagonismo de classes.  

Temos ainda que observarmos em um ponto pragmático, a importância que Marx da ao seu estudo, falando que a burguesia é o resultado de inovações tecnológicas, na maneira de produzir-se ou trocar-se, ainda hoje na primeira década do século XXI vive-se essa rotatividade de criações e inovações técnicas e intelectuais, a trabalho do grande mercado mundial. Temos a internet como uma grande ferramenta de escoamento de informações, e absorção de produtos industrializados que se pode obter de qualquer lugar do mundo. E a cada instante fundisse novas empresas para o domínio da massa consumidora.

Marx ressalta que a burguesia não pode existir se não houver revolução técnica. E isto me lembra da importância que o sistema educacional elitizado propõe a formação de “profissionais” em diversas áreas de atuações, e principalmente as de menos remuneração.Trata-se do currículo educacional onde se é preparado, ou cultivado para as grandes industriais.

Mas em que Marx realmente preocupava-se?  O que realmente o incomodava?

Os escritos de Marx me deixa claro que ele projetou o desenvolvimento estrutural de o próprio capitalismo. Na realidade seus estudos sobre as duas classes antagônicas de que ele fala, são como códigos de formatação de um sistema operacional, que levou ao sucesso e ao real desenvolvimento tecnocrático a sociedade burguesa e lhes ensinou a transmutar-se e a regular-se continuamente. Desta forma propondo sua inteira dominação sobre a classe operaria. Este livro que se chama manifesto do partido comunista, não é se não uma bíblia que foi usada para difundir os poderes de dominação e os de oposição a estes mesmos poderes, causando um inteiro caos nas demais sociedades. Vejamos o que Marx diz sobre ser capitalista.

                                   “ser capitalista significa ocupar na produção não somente uma posição pessoal, mas também uma posição social”

 Quando digo que ele projetou, não o digo por intensão, mas como que trabalhando para isto. Pois é difícil afirmar tal coisa. No entanto, os grandes barões da indústria mundial podem ter recorrido a este livro e tomado como base algumas idéias contidas nele, sobre a existência da burguesia. Entre tanto nos parece que a intenção maior de Marx é realmente revelar os segredos de existência e manipulação da classe dominante, para que os demais pudessem saber agir e discutir sobre o tema proposto a eles e as reais causas de opressão na sociedade de sua época.

Portanto ainda hoje a classe operaria vive,para manter a egimonia da classe dominante,e construir uma riquesa da qual ela não usufrui. A partir da leitura deste livro pude concluir que ainda vivemos as tranformações de que Marx ja falara em sua epoca,lutas,dominação,exclusão social e outros.

REFERENCIAS

GIDDENS, Anthony 1991

FRANCO,Júnior Hilário 2006