Ponteiros marcam um tempo perdido entre um sonho e uma realidade,

Entre um querer e não compreender.

Tão perto de estar onde ninguém está.

A que horas o despertador tentará me fazer dormir?

A que horas conseguirei parar o tempo para descobrir tudo o que há para viver?

 

Os segundos determinam um tempo que passou

Ou de um sentimento que ficou.

Se fosse para contar só a saudade...

Se fosse para listar só as vontades...

O tempo também mostra suas cicatrizes.

 

Os minutos demonstram um tempo esquecido

Entre o querer e o poder, entre a timidez e a insensatez.

Ainda não sei se existe alguém capaz de travar estes ponteiros,

Mas entre todos os sentidos, o anti-horário é o melhor desejo

Onde o real se prende ao imaginário.

 

Sei que as horas sempre encurtam o tempo,

Mas os anos resumem mais

Uma história que se foi ou alguma outra que se iniciou.

Qualquer relatividade de estar

Consiste entre a alegria e a tristeza ou entre a maldade e a inocência.

 

Sóis e luas contam o tempo que não pára

E entre tantas perguntas quais puderam ser respondidas?

Tempestades e arco-íris coloriram vários céus que já se foram

E das melhores respostas, nenhuma explica minha alma.

 

E caminho pelo lado onde estou sabendo não há nada a fazer quanto ao lado de lá:

O lado onde sou brisa que toca o intocável, que sacia a sede e se mantêm insaciável.

 

Riva Moutinho 26/05/2008