pri.va.ci.da.de: sf.  Estado ou condição de quem tem a sua vida familiar, ou seus assuntos e afazeres pessoais, ainda que por algum tempo, preservados da atenção, observação, ou da interferência alheia: invasão de privacidade." FERREIRA, Aurélio Albuquerque de Holanda. Mini Aurélio- Séc. XXI p. 594

 Falar de privacidade num mundo onde as pessoas buscam a fama por qualquer custo é uma coisa um tanto contraditória. Constantemente vemos nas redes socias pessoas expondo as suas "vidas" exageradamente, e o pior de tudo: na maioria dos casos, a tal vida apresentada é totalmente ao contrário da que a pessoa tem (isso explica o fato  da utilização de aspas na palavra vida).

 Falo isso por experiência, contarei mais a frente.

Como é natural do ser humano estar sempre em busca de novas amizades, o povo acha que vale tudo nesse jogo social para surpreender alguém e mostrar que está sempre em alta. Como a tendência das pessoas é sempre querer surpreender aos outros, é comum ver essas criaturas divulgando a tal "vida" criando sempre uma hipérbole de felicidade. (Digo hipérbole não no sentindo utilizado na língua portuguesa, mas sim da palavra grega HYPERBOLÉ, que significa excesso, exagero, ato de atirar além da realidade.)

 Porém, esses verdadeiros atores das redes sociais esquecem que pessoas mais próximas também podem ter acesso a essas informações, podendo ver que a realidade não é nada condizente com o fato mostrado.

 Tem uma parenta minha aí que estou começando a achar que ela tem duas vidas. No facebook, a criatura diz que tem a vida que pediu a Deus, que acorda feliz, que ama os filhos e o marido incondicionalmente... Mas basta conversar 10 minutos com o ser pra ver o tamanho distúrbio de personalidade em que vive: reclama do filho, reclama da casa, diz que não aguenta o marido e, ALÉM DE TUDO, diz que odeia gente que expõe a vida no Facebook. 

 E por que misturei privacidade com deturpação de vida pessoal num texto só? Justamente porque vivemos numa era em que as pessoas vivem querendo privacidade apenas para a parte de suas vidas que mostram o que elas realmente são e vivem. Não tem outro motivo se não este para a justificar o apoio dado às biografias não autorizadas. Se você duvidar um pouco mais disso, pesquise mais a fundo a vida desses artistas que proíbem essa biografias sem autorização prévia. Consulte a vida de Roberto Carlos e veja o que O CARA do especial de fim de ano da Globo já andou fazendo por ai.

 

PENSO O SEGUINTE: Se a biografia vier acompanhadas de fatos (eu disse fatos e não achismos) por que proibi-las?

O fato é que "queremos" ter olhos treinados apenas para aquilo que queremos ler, pois afinal, quem gostaria descobrir que o seu artista preferido não era tudo aquilo que você imaginava?