Sobre a Pena de Morte
Publicado em 12 de maio de 2010 por André Fialho
Toda vez que nós, brasileiros, nos deparamos com um crime de maior comoção, pricipalmente aqueles com requintes de crueldade, urge um clamor pela pena de morte. Mas é preciso cautela na análise da prática dessa pena capital.
Está claro que quando a sociedade é estimulada, prega a execução de forma passional daqueles que supostamente cometeram um crime bárbaro. Isso, de fato, gera um sentimento de vingança e ameniza a dor da perda daqueles que brutalmente foram assassinados.
Entretanto, amenizar a dor não significa acabar com ela por completo. É no mínimo incoerente ? e aí podemos extender ao campo filosófico - que o homem, para atingir o bem maior, que é a vida, mate por justiça. É difícil imaginar que o Estado diga ao cidadão que ele não pode matar, mas se isso acontecer, ele, o Estado, vai matá-lo.
Um país equilibrado não pode pensar em pena de morte quando o aborto e a autanásia são rejeitados. Repugnamos qualquer atentado contra a vida, mas podemos autorizar o Estado a atentar contra a vida de alguém a título de punição? Essa lógica nunca será verdadeira.
Portanto, o que se espera de uma pena é que o condenado saia dela recuperado e que o seu retorno à sociedade seja de forma digna. Não podemos ter a pretensão de abreviar a vida de ninguém, mesmo daqueles que de alguma maneira tiraram outras vidas. A pena desses monstros deverá ser paga em vida e não com a morte.
André Lopes Fialho
Está claro que quando a sociedade é estimulada, prega a execução de forma passional daqueles que supostamente cometeram um crime bárbaro. Isso, de fato, gera um sentimento de vingança e ameniza a dor da perda daqueles que brutalmente foram assassinados.
Entretanto, amenizar a dor não significa acabar com ela por completo. É no mínimo incoerente ? e aí podemos extender ao campo filosófico - que o homem, para atingir o bem maior, que é a vida, mate por justiça. É difícil imaginar que o Estado diga ao cidadão que ele não pode matar, mas se isso acontecer, ele, o Estado, vai matá-lo.
Um país equilibrado não pode pensar em pena de morte quando o aborto e a autanásia são rejeitados. Repugnamos qualquer atentado contra a vida, mas podemos autorizar o Estado a atentar contra a vida de alguém a título de punição? Essa lógica nunca será verdadeira.
Portanto, o que se espera de uma pena é que o condenado saia dela recuperado e que o seu retorno à sociedade seja de forma digna. Não podemos ter a pretensão de abreviar a vida de ninguém, mesmo daqueles que de alguma maneira tiraram outras vidas. A pena desses monstros deverá ser paga em vida e não com a morte.
André Lopes Fialho