A heterossexualidade, a homossexualidade e a bissexualidade fazem parte da sexualidade.

A bissexualidade é, segundo a biologia e a psicanálise:

tanto biológica quanto psíquica (variando o grau de indivíduo para indivíduo).

Ela é biológica porque tanto o homem possui estrógeno (hormônio feminino) quanto a mulher possui testosterona (hormônio masculino).

Ela é psíquica porque tanto o homem quanto a mulher, como elucidou Freud, gostam de afeto. Isso é fácil de observar em qualquer criança bem pequena.

Na cabecinha dela, como bem ilustra meu amigo de profissão, o psicanalista Marcos Oliveira, tanto faz se o carinho vem de um ser masculino ou de um ser feminino... o que importa é receber carinho...  é comum ver pai, tio ou irmão mais velho beijando filho, sobrinho ou irmãozinho na boca... o mesmo ocorrendo com as mulheres.

Muitas vezes é tentado justificar a heterossexualidade por meio de dizeres religiosos, alegando que o criador teria criado seres masculinos para se juntarem - exclusivamente - a seres femininos.

Porém essa afirmação é facilmente desmentida em documentários exibidos na TV que mostram animais do mesmo sexo "transando" entre si.

Nos seres humanos a sexualidade, além dos fatores biológicos já citados, é também uma questão de escolha inconsciente na vida de um indivíduo, tendo sua origem na relação familiar.

Essa escolha inconsciente é percebida no consultório... os cuidadores primários (pais ou substitutos) a promovem  "sem se darem conta"... e, por muitos ignorarem esse fato, costumam culpar os filhos, causando-lhes "terríveis" traumas, inseguranças, inadaptações e até mesmo desejo de suicídio.

Filhos precisam de amor e não de moralidades opressoras... estas, no lugar de felicidade, acabam gerando ódio, tristeza e sofrimento.

E sofrimento atinge tanto os pais quanto os filhos.

Em virtude disso: Para que sofrer?

Sexualidade não é questão de "sem-vergonhice" de "gente safada"... sexualidade é questão existencial.

Sexualidade não é questão a ser resolvida...

...É questão a ser respeitada.

E respeito só é ato possível àqueles com capacidade de aceitação.

José Evaristo Dias - Psicanalista

[email protected]