SISTEMAS CULTURAIS: RELIGIÃO, SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO.

Alcinda Maria de Jesus Solon Pety

 

RESUMO.

Este artigo tem com objetivo a produção de um texto enfatizando a temática: Sistema culturais; Religião, Ideologia e Educação. Considera-se que esses estudos são de fundamental importância para conhecermos e refletirmos os conveitos e fundamentos teóricos referentes ao estudo em foco. No decorrer da disciplina Antropologia, Gênero e Educação, teve-se como metodologia: debates, discussões, reflecções e produção e texto a partir das leituras realizadas o que de fato contribuiu para a elaboração desse artigo mediante as orientações da professora Dra. Kátia Fernanda Garcez Monteiro, após a realização desse artigo obteve-se como resultados: Maior compreensão sobre os diversos conceitos e representações que a  sociedade tem sobre religião, ideologia e  educação.

Palavras-chave: Cultura, Religião, Ideologia, Educação.

 

 

INTRODUÇÃO.

O texto tem como foco: Uma abordagem sobre Sistemas culturais: religião, ideologia e educação. Entende-se que se vive em uma sociedade constituída de valores e pré-conceitos sociais, escolheu-se essa temática de estudo para desvendarmos conceitos, história e concepções referentes ao tema em foco.

Nesse sentido, será discutido a religião em primeiro momento e em segundo ideologia e por último a educação interrelacionada com contexto sócio cultural que vivemos.

Será utilizado como metodologia a pesquisa, leitura e produção de textos.

A religião como crenças e poder de persuação as pessoas, compreende-se que falar de religião é muito complexo, pois a cada dia que se passa surgem novas religiões e seitas, muitas delas com objetivo de atrair o maior número de fiéis para o seu centro místico.

A religião desde o antigo regime e a revolução Francesa tém caráter de revolução com diversas dimensões políticas, sociais e culturais, considerando-se que:

A Revolução Francesa é, portanto, uma revolução política que se operou à moda – e que assumiu, em certo sentido, o aspecto – de uma revolução religiosa. Notai por quais traços particulares e características ela acaba por se assemelhar a estas últimas: não somente se difunde a uma longa distância como elas, mas também, como elas, é introduzida pela exortação e pela propaganda [...] (WEFFORT, 2006,p.182)

Compreende-se que a Revolução Francesa, tinha um caminho político e social visando apagar do mapa todas as antigas fronteiras, ou seja, foi uma revolução tida como intelectual, que desejava congregar à todas as nações em uma pátria intelectual comum onde os homens deveriam se tornar cidadãos, no entanto Weffort (2006,p.182) cita:

Foleai todos os anais da história e não encontrareis uma única revolução política que tenha tido este mesmo caráter: somente o encontrareis em certas revoluções religiosas. É por isso que é com as revoluções religiosas que é necessário comparar a Revolução Francesa, se see deseja torná-la compreensível com a ajuda da anlogia.[...]

No início desse artigo considerou-se interessente abodamos o processo histórico da revolução Francesa, frente ao processo histórico de certas revoluções religiosas, entedendo que as religiões tém um caráter fortemente de poder em persuadir as pessoas em maior número possível para serem a sua soutrina.

No entanto, percebe-se que as religiões tém alguns pontos em comuns em suas crenças como: fala da origem do homem, da natureza, do bem, do mal da sociedade, de pregações do ser supremo Deus, tentando explicar a gênese do universo, a natureza do homem, o processo inicial da cultura e até mesmo estabelecem regras e maneiras de viver de cada um. Nos discursos tem diversas narrativas:

Essas narrativas têm outro caráter comum: elas têm uma origem fora da sociedade atual: elas não falam somente do mundo real; elas falam de um mundo mais profundo; elas têm suas forças de persuasão baseadas em uma alteridade fundamental. (confins.revuer.org/7115, p.4/2011/Nº12)

Entretanto, entende-se que a religião ocupa um lugar muito forte na sociedade independente da escolha que o homem faz, se é católica ou de diversas outras crenças, o homem se apoiou como estrutura para o seu fortalecimento de suas bases sociais, culturais e econômicas tendo Deus como força suprema nas suas ansiedades, dificuldades, conquistas e vivências quase  que de modo geral, a maioria da população vivém assim, mesmo ainda existindo pessoas que se diz não ter religião.

AS DIMENÇÕES DAS IDEOLOGIAS E DAS RELIGIÕES NA SOCIEDADE.

Abordando essa temática, convém elencarmos o processo histórico da religião em que se observa, ideologias do inconsciente, novas religiões evangélicas, seitas, práticas e rituais, terreiro de candoblé e etc. E que nesse artigo não nos limitaremos a analisar cada uma em sua gênese.

Mas, podemos ressaltar o quanto as religiões com o seu poder ideológico consegue trazer mais fiéis para seu espaço geográfico é o que temos, segundo estudos relizados em (cofins.revuer.org/7115, p.5 . 2011/Nº12).

O resultado é uma divulgação e a difusão muita intensa das crenças religiosas: elas estão presentes por toda a parte. Entre os deuses, Deus, os profetas e os fieis existem intermediários que transmitem a palavra sagrada e organizam os rituais  coletivos: pajés, xamãs, padres, monges, ulemás etc. Estes homens de Deus são às vezes organizados em igrejas.

Considera-se que a difusão das crenças religiosas é semelhantes ás ideologias do progresso que hoje avança com difusão de classes sociais em diferentes escalas como baixa, média, média baixa e classe social de alto nível.

No entanto, as ideologias do progresso passam por momentos em que: (cofins.revuer.org/7115, p.11 . 2011/Nº12).

A crítica das ideologias do progresso tem outro aspecto: elas aparecem como uma produção típica da modernidade ocidental. No período            pós-moderno, a ideia de uma progressão ilimitada da sociedade é interpretada como uma consequência duvidosa do racionalismo cartesiano e como um meio para estender o domínio europeu sobres as sociedades não-ocidentais.O declínio das ideologias do processo foi acelerado pelo fim do socialismo na Europa oriental em 1989 e a  implosão da União Soviética em 1991. Mas os regimes de democracia liberal estavam tambem apoiados sobre as ideollogias do progresso. Eles atravessam igualmente uma crise de legitimidade.

Entende-se que a princípio as ideiologias do progresso não geram rituais, mas geraram novas histórias, grandes greves, revoluções, rebeliões, nesse sentido tornou-se gerando rituais coletivos com semelhanças o das religiões como por exemplo: manifestações de massas.

E por falar em manifestações de massa,  podemos elencar que é algo bem presente em nossa sociedade nos dias atuais, manifestações essas com ideologias visando propósitos de melhores condições de vida e dignidade humana.

Mari nos aponta uma reflexão a cerca dos pensamentos de Paulo Freire que segundo Mari em seus estudos nos aponta que:

A questão fundamental não é lutar objetivamente contra uma força maior que move a sociedade, mas sim lutar por uma conscientização social, já que se pressupõe a existência de uma sociedade organizada fundada nas bases de um possível direito humano. Apesar da exist~encia de uma mínima organização social nos países subdesenvolvidos como o Brasil, a exclusão social faz com que as potencialidades do ser humano sejam esquecidas e deixadas a esmo. (MARI, 2015, p.7)

No entanto, entende-se que os dias atuais na sociedade em que vivemos tudo gira em torno do capitalismo, tendo o homem como eixo central desse consumo e da pr´pria opressão no mercado de trabalho como trabalhar carga horária exorbitante, ser explorado pela mao de obra barata, não ter tempo para lazer ou até mesmo praticar esporte em benefício a uma melhor qualidade de vida.

CONCEITOS E CONCEPÇOES DO SISTEMA CULTURAL FRENTE A EDUCAÇÃO

Entretranto, frente a esse sistema cultural, convém ressaltarmos a importância de falarmos sobre o processo de educação enfocando conceitos e concepções de educação como sistemas culturais.

Falar de educação, nos remete a conceitos e concepções que vem se constituindo em nossa sociedade, nos conduzindo a refletirmos à maneira como o saber terá enriquecido a nossa vida e como ele circula entre as pessoas passando de geração a geração.

Podemos imaginar que a educação é dinâmica e que através das relações ela se desenvolve é o que nos remete o autor Brandão (2011,p.22).

Quando o homem sabe e ensina o saber, é sobre e através das relações de objetos, pessoas e ideias que ele está falando. E é no interior da totalidade e da diferença de situações através das quais o trabalho e as trocas de frutos do trabalho garantem a sobrevivência, a convivência e a trasncedência, que, no interior de uma vida coletiva anterior à escola, mas plena de educação, os homens entre si se ensina-e-aprendem. Ao mesmo tempo que socialmente a educação, um domínio da cultura entre outros, é condição da permanente recriação da própria cultura, individualmente a educação, uma relação de saber entre trocas de pessoas, é condição da criação da  própria pessoa.

Compreende-se que por meio da educação, o homem adquire novos conhecimentos, na relação e mediação com outro e que é pela educação que a gêsese da cultura se opera nas pessoas e que as mesmas vão se constituindo formando sua personalidade ou identidade humana que segundo Brandão (2011,p.30),

Escravos, servos, homens e mulheres comuns aprendiam uns com os outros tudo o que era necessário para o exercício dos seus trabalhos, na lavoura, na construção. Aprendiam nos ritos, a que os magos e sacerdotes os convocaram, os mitos que explicavam sua própria origem e as razões, quase sempre sagradas, da ordem do mundo em que viviam.

Nesse sentido a educação do indivíduo se constitui como um sistema de trocas solidárias dos conhecimentos, mas esse processo de apropriação do saber se desdobra para a escola no sentido de fazer o desdobramentos do saber que circula entre as pessoas em um conhecimento sistematizado. Para Henni (2010, p.207) “Educação tem apresentado no cenário brasileiro, isto é, comum um saber afeito à erudição e que pressupõe a ultrapassagem do senso comum em direção a um conhecimento crítico e sistematizado”

Compreende-se nesse sentido que o senso comum é importante, mas também que devemos levar a um senso crítico e sistematizado com o intuíto de compreender e aprender a lógica do conhecimento frente a realidade do mundo, no entanto, é o que nos traduz de maneira simples e objetiva Charlot (2000, p.53)

Por isso mesmo, nascer significa ver-se submetido à obrigação de aprender. Aprender para construir-se em um triplo processo de “hominização” (tornar-se homem), de singularização (tornar-se um exemplo único de homem), de socialização (tornar-se membro de uma comunidade, partilhando seus valores e ocupando um lugar nela). Aprender para viver com outros homens com quem o mundo é partilhado. Aprender para apropriar-se do mundo, de uma parte desse mundo, e para participar da construção de um mundo pré-existente. Aprender em uma história que é, ao mesmo tempo, profundamente minha, no que tem de única, mas que me escapa por toda a parte.

De acordo com o autor, aprender torna-se uma necessidade humana de entrar na história, vivenciando um conjunto de relações interagindo com outro construíndo e desenvolvendo sua própria história por meio de um movimento complexo e nunca acabado que o proesso de educação.

Charlot (2000, p.54) “A educação é uma produção de si por si mesmo, mas essa autoprodução só é possível pela mediação do outro e com sua ajuda”. Mas essa educação só é possível pela à apropriação de uma humanidade, repleta de valores, crenças, mitos, costumes, religião e ideologias, no qual é repassado por meio das relaçoes sociais e um aprende com o outro e só assim poderá viver e ser aceito nos diferentes grupos sociais, pois o ser humano para Brandão(2002, p.21)

E algo semelhante acabamos realizando conosco mesmos. Pois sendo, como todos os outros seres vivos, sujeitos da natureza, acabamos nos tornando uma forma da natureza que se transfotma ao aprendes a viver. Sem cessar e sem excessão, entre todas as comunidades humanas do passado e de agora, transformamos seres do mundo de natureza: e unidade de uma espécie:indivíduos, em sujeitos do mundo da cultura: pessoas. Em seres de direitos e de deveres e, portanto, agentes culturais e atores sociais.

Segundo o autor acima citado, o homem aprende a viver na natureza por meio das relações e acaba transformando essa natureza por meio de suas ações, ele cria e recria conforme seus interesses e necessidades, à cultura assim como a educação tornam-se uma processo dinâmico.

Para Brandão (2002, p.20) “Aprendemos com o tempo e cada cultura humana faz isto segundo os seus termos e de acordo com os padrões de sua própria lógica do sentir, do pensar e do agir”.

Entende-se que a humanidade faz suas transformações de acordo som seus padrões de vivências buscando referências interagindo com seus valores, sentimentos e ideias. Laraia (2014, p.45)

O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquirida pelas numerosas gerações que o antecederam. A manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as inovações e as invenções. Estas não são, pois, o produto da ação isolada de um gênio, mas o resultado do esforço de toda uma comunidade.

Assim, entendendo que a cultura vem se desenvolvendo e pensando por inúmeras gerações e sempre vem nos condicionando a agir reagir conforme comportamento ou costumes de determinados grupos ou comunidade, só que hoje em dia as pessoas já vem mudando so comportamentos dependendo do meio já consegue aceitar novos padrões de vida das pessoas.

Como Laraia ilustou como exemplo, o homosexual que até pouco tempo atrás era discriminado e considerado como comportamento desviado da sociedade, como também, corria o risco até mesmo de ser apedrejado por muitos na socedade e atualmente já percebemos que houve avanços com relação ao respeito e as diferenças, porém, sabemos que ainda é um processo inicial mas que vem se constituindo como direito constitucional do cidadão.

Temos ainda que pensar em nossa sociedade que cresce e avança e nos descalcamos de determinados tipos de comportamentos que visam um modêlo de homem padronizado.

Considera-se relevante falar um pouco da cultura como saber, segundo Brandão (2002, p.104) É:

“Algo cujo elo é a unificação da ciência com a educação e cujo o destino é a transformação do conhecimento em consciência e da consciência na ação coletiva que fortaleca no trabalho político de sujeitos das classes populares, o poder de transformar a seu mundo”.

 Em comum acordo com o autor, entende-se quea cultura como educação é algo que não refletem apenas nas relações de classes, mas que a força do saber na sociedade torna-se um modo de poder, inclusive quando se pensa em uma educação que liberta as ações e o povo  com um olhar crítico e participativo para toda a nação. Considera-se complexo falar de educação como sistemas culturais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

 

Após a realização desse estudo sobre sistemas culturais: Religião, Ideologia e Educação, considera-se que ambos sistemas tem história de valores e aprendizagens que são passadas de geração a geração e que os seres humanos são seres de trocas e relações.

Nos sistemas de crenças religiosas e ideologias, as pessoas tém constituição de práticas e rituais, configuradas em saberees como: cantos, danças, histórias entre seus antepassados, orações e modo de vida entre as pessoas.entende-se ainda que a religião se opera entre os seus fiés muito como um campo de poder onde o líder religioso tem vantagem de um chefe com autoridade sobre os seus fiés operando assim um poder concentrado e isso também é resultado de um processo histórico dos antepassados como os jesuítas com seus sacerdotes-rei permanecia viva mesmo que a realidade do poder já apresentasse  mudanças entre os seus fiés.

Se bem analizarmos hoje em dia a situação das igrejas que existem com diferentes religiões, crenças ou mitos, esta configuração de o líder chefe da igreja como o Padre, pastor e entre outros chefes das igrejas que dão os encaminhamentos e os fiés seguem as missões.

No entanto, o sistema de educação em nossa sociedade; torna-se uma via principal de acesso a diferentes culturas e linguagens.

A educação vem se desenvolvendo por meio de experiências no âmbito escolar como também em outros ambientes não de educação não formal transcendendo um pluralismo de ideias.

No âmbito da educação formal e numa sociedade globalizada, torna se necessário construir um currículo com perspectiva de educação multicultural que permeia a complexidade entre a política da igualdade e uma política das diferenças, o que sem dúvidas torna-se um grande desafio no processo educacional.

Considerando-se ainda que a escola é um espaço cultural de relações e de aprendizagem e que transmite a cultura para contribuir com o pleno desenvolvimento do homem e transformações sociais, passando por espaços de cruzamentos, diálogos e conflitos na diversidade cultural.

Portanto, torna-se necessário no universo cultural escolar desenvolver-se um olhar sensível e reflexivo com uma nova ótica do respeito as diferenças, construído uma sociedade e uma educação democrática e solidária um aprendendo com o outro e ajudando o outro cada um com sua identidade cultural.

REFERÊNCIAS.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues, o que é Educação popular, coleção primeiros passos: 318, São Paulo, Brasiliense, 2011.

_______, A Educação como cultura, Campinas, SP, Mercado das Letras, 2002.

CHARLOT, Bernard, Da Relação com o Saber: Elementos para uma teoria, Porto Alegre, ArtMed, 2000.

HENNING, Leoni Maria Padilha, Pesquisa, ensino e extensão no campo filosófico-educacional: debate contemporâneo sobre a educação filosófica, Londrina: EDUEL, 2010.

LARAIA, Roque de Barros, Cultura, um conceito antropológico, Rio de Janeiro, Zahar, 2014.

MARI, Éric Carlos, Antropologia da Educação: Apontamentos entre Malinowiski e Paulo Freire. Artigo trabalhado na disciplina de Antropologia gêneros e educação do curso de mestrado ,Belém,2015