SINTO VERGONHA DE MIM (Um grito pela ética)
Publicado em 27 de agosto de 2010 por ROBERTO DOS REIS
Pr. Roberto dos Reis, M. Th
Talvez você já tenha lido ou ouvido alguém se referir à frase que, propositalmente, titula o presente manifesto. Resultado da reflexão, e mais que isso, do desabafo de um dos maiores gênios que já nasceram em solo pátrio, Sinto Vergonha de Mim retrata a profunda indignação que Ruy Barbosa, o águia de Haia, sentia, lá pelo final do século XIX, em relação àqueles que, pela vontade imposta pelo estilo de governo na época, dirigiam a nação brasileira. Sinto Vergonha de Mim, mais que um desabafo, é um grito pela ética, um chamado claro à transparência, à honestidade, à sensatez, às virtudes, ao amor e respeito pelo próximo.
O que me une a Ruy Barbosa é a indignação e a aparente incapacidade de poder reverter o quadro e mudar a história; é o desespero em ver os princípios éticos e morais, tão caros à humanidade e gritantes nas Sagradas Escrituras, resvalando pelo ralo da consciência, tornando-se nada mais que meros ideais, elucubrações de mentes arcaicas, habitantes de um mundo fictício e companheiros de uma odisseia utópica.
À semelhança de Ruy Barbosa, estou indignado, cansado, sentindo-me impotente... Envergonhado de mim mesmo. Sinto vergonha de mim, porque pertenço a um grupo que se diz arauto das verdades do Evangelho, representantes de Cristo na Terra, ministros dos assuntos celestes, porta-vozes das inefáveis dádivas da Graça. Envergonho-me, não por ter sido escolhido por Cristo; não por sofrer as agruras e os infortúnios que tal escolha proporciona, pois estou ciente de que nada há de se comparar ao peso de glória em Cristo; não me envergonho da chamada a mim feita pelo próprio Senhor e da vocação que um dia colocou em meu coração; não me envergonho dos espinhos espalhados pelo caminho daqueles que levam as Boas Novas chorando e gemendo; não me envergonho do vitupério e do escândalo da cruz, dos açoites, das calúnias infundadas, das traições sutilmente orquestradas por aqueles que desejam meu fracasso e o fim do meu Ministério... Tudo suporto pela causa de Cristo... Tudo aceito para satisfazer Àquele que me chamou para a guerra.
Entretanto, à semelhança de Ruy Barbosa, tenho vergonha de mim pela passividade em ver e ouvir, sem despejar meu verbo, a tantos discursos em prol de uma unidade eclesiástica que parece não existir; a tantos abusos de autoridade e insultos à inteligência; a tantos jargões para justificar ou florear atos criminosos; a tanta relutância em deixar para trás a buscar pelo poder, a hegemonia denominacional, a representatividade político-religiosa fasta para os poucos e nefasta para os muitos.
À semelhança de Ruy Barbosa, tenho vergonha de mim, pois faço parte de um grupo que desaprendeu a linguagem do amor; que esqueceu o sentido de ser Igreja; que perdeu o bom perfume de Cristo pelos caminhos e descaminhos do poder a qualquer custo; do gasto milionário em corridas eleitoreiras, demonstração clara da perda de trajeto e da inversão dos valores... Sinto vergonha de mim, pois faço parte de um grupo que não reconheço, enveredando por caminhos que me recuso a percorrer... Tenho vergonha da minha impotência... Tenho vergonha da minha falta de garra... Tenho vergonha das minhas desilusões... Tenho vergonha do meu cansaço.
À semelhança de Ruy Barbosa, não tenho para onde ir, pois amo este meu "chão"; vibro com a história sofrida e exemplar de seus missionários; com o suor e o sangue derramados; com as intempéries e vicissitudes da vida sofrida aqui neste quase um século de labor; vibro ao ouvir seus hinos, já agora esquecidos por aqueles que desejam a fugacidade dos holofotes e a instabilidade do poder; vibro com o legado de seus baluartes e patriarcas, homens e mulheres marcados pela simplicidade cristã, obreiros dos quais o mundo não era digno.
À semelhança de Ruy Barbosa e ao lado de tanta vergonha, tenho pena de ti, igreja pentecostal brasileira! De tanto ver triunfar as nulidades e o egoísmo; de tanto ver prosperar a desonra e a falta de espiritualidade; de tanto ver crescer as injustiças e apoucar a fraternidade e a humanidade; de tanto ver agigantarem-se os poderes e os privilégios nas mãos de poucos e a desesperança e a solidão no coração de muitos, os ministros e obreiros dessa geração chegam a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de pertencer a ti.
Talvez você já tenha lido ou ouvido alguém se referir à frase que, propositalmente, titula o presente manifesto. Resultado da reflexão, e mais que isso, do desabafo de um dos maiores gênios que já nasceram em solo pátrio, Sinto Vergonha de Mim retrata a profunda indignação que Ruy Barbosa, o águia de Haia, sentia, lá pelo final do século XIX, em relação àqueles que, pela vontade imposta pelo estilo de governo na época, dirigiam a nação brasileira. Sinto Vergonha de Mim, mais que um desabafo, é um grito pela ética, um chamado claro à transparência, à honestidade, à sensatez, às virtudes, ao amor e respeito pelo próximo.
O que me une a Ruy Barbosa é a indignação e a aparente incapacidade de poder reverter o quadro e mudar a história; é o desespero em ver os princípios éticos e morais, tão caros à humanidade e gritantes nas Sagradas Escrituras, resvalando pelo ralo da consciência, tornando-se nada mais que meros ideais, elucubrações de mentes arcaicas, habitantes de um mundo fictício e companheiros de uma odisseia utópica.
À semelhança de Ruy Barbosa, estou indignado, cansado, sentindo-me impotente... Envergonhado de mim mesmo. Sinto vergonha de mim, porque pertenço a um grupo que se diz arauto das verdades do Evangelho, representantes de Cristo na Terra, ministros dos assuntos celestes, porta-vozes das inefáveis dádivas da Graça. Envergonho-me, não por ter sido escolhido por Cristo; não por sofrer as agruras e os infortúnios que tal escolha proporciona, pois estou ciente de que nada há de se comparar ao peso de glória em Cristo; não me envergonho da chamada a mim feita pelo próprio Senhor e da vocação que um dia colocou em meu coração; não me envergonho dos espinhos espalhados pelo caminho daqueles que levam as Boas Novas chorando e gemendo; não me envergonho do vitupério e do escândalo da cruz, dos açoites, das calúnias infundadas, das traições sutilmente orquestradas por aqueles que desejam meu fracasso e o fim do meu Ministério... Tudo suporto pela causa de Cristo... Tudo aceito para satisfazer Àquele que me chamou para a guerra.
Entretanto, à semelhança de Ruy Barbosa, tenho vergonha de mim pela passividade em ver e ouvir, sem despejar meu verbo, a tantos discursos em prol de uma unidade eclesiástica que parece não existir; a tantos abusos de autoridade e insultos à inteligência; a tantos jargões para justificar ou florear atos criminosos; a tanta relutância em deixar para trás a buscar pelo poder, a hegemonia denominacional, a representatividade político-religiosa fasta para os poucos e nefasta para os muitos.
À semelhança de Ruy Barbosa, tenho vergonha de mim, pois faço parte de um grupo que desaprendeu a linguagem do amor; que esqueceu o sentido de ser Igreja; que perdeu o bom perfume de Cristo pelos caminhos e descaminhos do poder a qualquer custo; do gasto milionário em corridas eleitoreiras, demonstração clara da perda de trajeto e da inversão dos valores... Sinto vergonha de mim, pois faço parte de um grupo que não reconheço, enveredando por caminhos que me recuso a percorrer... Tenho vergonha da minha impotência... Tenho vergonha da minha falta de garra... Tenho vergonha das minhas desilusões... Tenho vergonha do meu cansaço.
À semelhança de Ruy Barbosa, não tenho para onde ir, pois amo este meu "chão"; vibro com a história sofrida e exemplar de seus missionários; com o suor e o sangue derramados; com as intempéries e vicissitudes da vida sofrida aqui neste quase um século de labor; vibro ao ouvir seus hinos, já agora esquecidos por aqueles que desejam a fugacidade dos holofotes e a instabilidade do poder; vibro com o legado de seus baluartes e patriarcas, homens e mulheres marcados pela simplicidade cristã, obreiros dos quais o mundo não era digno.
À semelhança de Ruy Barbosa e ao lado de tanta vergonha, tenho pena de ti, igreja pentecostal brasileira! De tanto ver triunfar as nulidades e o egoísmo; de tanto ver prosperar a desonra e a falta de espiritualidade; de tanto ver crescer as injustiças e apoucar a fraternidade e a humanidade; de tanto ver agigantarem-se os poderes e os privilégios nas mãos de poucos e a desesperança e a solidão no coração de muitos, os ministros e obreiros dessa geração chegam a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de pertencer a ti.